ROUPAS NO VARAL As roupas aguardam o sol com seu carinho e seus raios quentinhos que vêm para aquece-las e seca-las e deixa-las prontas para serem usadas. É o abraço do sol no lençol, no cobertor, na fronha e na camisa tristonha ou na calça, na bermuda, no paletó e até mesmo no lencinho que dança sem música e sem ritmo. As roupas são bandeiras que a lavadeira estendeu ou hasteou no varal. Bandeiras de variadas cores: riscadas, estampadas todas lavadas, enxaguadas e alvejadas que mais tarde estarão prontas para serem usadas. O sol ainda está quente, mas de repente cisma de esconder provocativamente. É só uma brincadeira, logo ele voltará e novamente abraçará as roupas com seu carinho e seus raios quentinhos e entoará uma canção qualquer em louvor á mulher-lavadeira que com sua arte em forma de poesia fez mais lindo este dia. Cícero Alvernaz (autor) 30-12-2015.
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MEU RETRATO Meu retrato não sou eu, não é o meu irmão, nem meu vizinho. Meu retrato é apenas o meu vulto, é alguém desconhecido, magro, pensativo e oculto. Meu retrato não é nada, ele não sente e não fala. Meu retrato não sofre, não lê e não pensa, meu retrato não chora, ele apenas paira no tempo, absorto como o vejo agora. Meu retrato não sabe beijar, e nem ama e adora as mulheres. Eu apago meu retrato, jogo fora, eu esqueço, ignoro meu retrato, e depois eu me afasto, vou embora, simplesmente como estou agora: sem remorso e sem retrato. Cícero Alvernaz (autor) 30-12-2015.
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MERENDA DA TARDE É assim que ainda se chama aquele café da tarde acompanhado, bem saboroso, quentinho e cheiroso que se servia todo dia sempre na mesma hora e com o mesmo gosto. Cafe com leite ou sem leite, merenda a vontade pra comer e se satisfazer e repetir se assim desejar. Tudo com fartura, com muita higiene e variedade. Merenda da tarde, alguém me chamava para comer. Era um prazer participar, apreciar tanta gostosura que era servida a gosto e sempre tinha alguma novidade, uma brevidade, um bolo especial que derretia na boca. Era tudo muito gostoso, muito apreciado e sempre acompanhado de um sorriso pelo prazer de servir o melhor. Merenda da tarde, tarde fagueira, namoradeira, tarde de sol ou de chuva, tarde qualquer. Merenda da tarde servida pelas mãos macias e delicadas de uma mulher. Cícero Alvernaz (autor) 30-12-2015.
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A SUA VOZ A sua voz é como a melodia da rua, é como o som da tarde cheia de crianças, é como a voz da chuva caindo nos telhados, é como o som do rio livre e indiferente a descer sozinho sem olhar a gente. A sua voz é como o brilho das estrelas, é como a canção da noite nos lábios do vento. A sua voz é como o som das folhas que se vão e se perdem sem saber. A sua voz traz emoção e espalha prazer. A sua voz é meu silêncio pleno de anseios, É minhas noites longas, meus sonhos, devaneios. A sua voz é meu sossego, acalanto e canção. A sua voz me faz sorrir e faz pulsar meu coração. Cícero Alvernaz (autor)
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CONTRATEMPOS E INTEMPÉRIES Na vida acontecem coisas estranhas e inesperadas. A gente espera tanto de alguém e às vezes se decepciona, e muitas vezes é acolhido e compreendido por alguém que a gente mal conhece. A gente planta na esperança de colher bons frutos e muitas vezes o resultado é pífio. Há dias em que estamos bem e de repente "fecha o tempo" e começa uma discussão tola, boba e isto acaba com o nosso dia. São as variações climáticas, de humor, mudanças de expectativas e de perspectivas que azedam a nossa vida, a nossa convivência. Entendo tudo isto como um aprendizado, mas, convenhamos, ás vezes dói. Até quando vamos precisar deste aprendizado para finalmente não termos mais estes contratempos? A gente voa como palha ao vento e ás vezes num momento se esboroa e perde até o rumo. O melhor é absorver e até achar graça de tudo isto, afinal, a vida sempre foi assim e no novo ano deve continuar tudo igual, sujeito a contratempo
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TE DESEJO Te desejo um ano novo cheio de confusão no transito, em casa, na pia, no quarto, no banheiro, no fogão, na escada, no corrimão, na rua, na estrada, no parque, no emprego, na igreja, na viagem, no aeroporto, um ano sem conforto, sem moleza, sem porto, sem grandeza, sem eira nem beira, sem esteira, sem doce de goiaba, sem queijo, sem beijo, sem pudim de maria mole, sem poder beber uns goles, sem café, sem fé, andando a pé, caminhando, ou quem sabe, correndo, fugindo, sofrendo, temendo o que virá pela frente, preocupado com o que está te seguindo por trás, sem poder parar para avaliar, sem tempo pra raciocinar, sem espelho pra se olhar, sem cama pra se deitar... Te desejo um ano novo cheio de confusão, afinal, te desejo muita disposição, pois a vida é assim, e só vence quem se convence que pode, que deve, que consegue, e a vitória sempre persegue. Cícero Alvernaz (autor) 29-12-2015.
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A VIDA A vida faz suas paradas, tem suas escalas, suas quedas e escaladas, avanços, pernoites, açoites, brincadeiras sem graça, algum mau jeito, pirraça. Prega sustos na gente, acende e apaga de repente, como um pisca pisca de Natal, depois nos diz que foi tudo brincadeira, foi apenas um sustinho de nada, um animal que pulou na estrada, uma vasilha que caiu e se quebrou, alguém que, de medo, gritou... E assim a vida segue brincando sempre, e tudo consegue. Cícero Alvernaz (autor) 28-12-2015.
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CALOR O corpo reclama, sofre, transpira, goteja, derrama, o quente suor. A roupa molhada, no corpo colada, o riso adiado, o sonho frustrado, o amor transpirado, o corpo reclama, mas fica calado. É muito calor que vem como brasa e tudo arrasa, e tudo aquece. O corpo goteja caindo no chão sem ter opção. E não adianta regar mais a planta, secou a garganta, calou a canção. O corpo reclama a todo momento e pede ao vento que venha soprar. Mas tudo esquenta o calor mais aumenta, a gente aguenta, mas sofre bastante. Goteja o suor, aumenta o calor a cada instante. Cícero Alvernaz, (autor) 28-12-2014.
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O HOMEM O homem se põe, se expõe, contrapõe, se interpõe se impõe... O homem avança, às vezes alcança, porém, depois cansa, se perde na dança e sem esperança chora feito criança. O homem deseja, tem sonhos, almeja, frequenta igreja, (que Deus o proteja) dos falsos amigos! O homem se empenha, dos outros desdenha, mas sofre o seu tanto, derrama o seu pranto e enfrenta os perigos. O homem, por fim, se queda cansado e fica deitado esperando a morte. O homem, porém, ainda acredita, se esforça, medita, levanta, se agita, o homem é forte. Cícero Alvernaz (autor) 27-12-2015.
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PAPO SÉRIO Papo sério, papo reto, conversa ao pé do ouvido, desfazer um mal entendido, falar de homem pra homem, ter um particular, falar sinceramente, falar sem meias palavras, ir direto ao assunto, vamos falar sem frescura, chega de blá blá blá, vai, desembucha! Está com medo de que? Perdeu a língua? Borrou nas calças? Você não é homem? Por que você afinou? Quem nunca ouviu nem passou por isto? Dá um frio na barriga, treme tudo, dói os ossos, desarranja o intestino, o homem vira menino, o menino vira passarinho, o mundo gira e desvira, a vista escurece, o dia enegrece, me segura senão eu caio! Uma conversa em particular é a hora da verdade, mas pode também descambar e acabar com a amizade. Cícero Alvernaz (autor) 26-12-2015.
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FLOR SOLITÁRIA Flor solitária beirando o muro, bem na calçada exposta a tudo. Pode sofrer o seu revés e ser pisada por muitos pés, pode até mesmo ser arrancada por mãos impuras e ser levada sem ter cuidado e sem capricho sendo jogada até no lixo. Flor solitária tão simplesinha, mas, no entanto, és tão lindinha. Vences o sol de todo dia, recebe o beijo da chuva mansa e o carinho de uma criança e até um beijo como lembrança na tarde mansa que vem e cai, flor solitária, você me atrai. Cícero Alvernaz (autor) 26-12-2015.
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BANDO DE COVARDES Eu ia me deitar, mas resolvi escrever. Mas... escrever sobre o que? Escrever qualquer coisa ou uma coisa qualquer, falar da chuva, falar de mulher, falar do Natal, etc. e tal, falar do bem sem ignorar o mal, falar do fulano de tal, dizer que o País vai mal, mas logo chega o Carnaval e tudo fica bom, tudo melhora, pois o povo ignora a nossa triste realidade e troca alguns dias de dança num Bloco em Salvador por uma crise sem fim, e se vê anestesiado assim como quem apanhou e não sentiu nenhuma dor. Eu ia me deitar, mas resolvi escrever, me mantive acordado pra dizer que este mundo é mesmo assim: não é bom e nem ruim, é do jeito que o fazemos, é do jeito que queremos, pois nós nos acomodamos e sempre nos mesmos votamos. Somos masoquistas, somos fatalistas, somos anarquistas, somos socialistas, mas, sobretudo, somos massa de manobra e creio que ninguém sobra e ninguém escapa. Dou minha cara a tapa se eu estiver mentindo, a gente viv
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O PREÇO DO NATAL Papai Noel, saco de presentes, roupa vermelha incluindo um gorro, barba branca, crianças na fila, pais na fila, calor, atropelos, apelos, incômodo, reclamações, ordem, desordem, empurra-empurra, fotos, filmagens, algumas malandragens, comentários fúteis, interrogações inúteis, ansiedade, sede, falta de paciência, arrependimento, lamento, alimento, tudo bem assim, seja como for será sempre bom, pois afinal esse é o preço que se paga pelo Natal. Cícero Alvernaz (autor) 23-12-2015.
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O POETA Como será o poeta? Um homem coberto de andrajos a bater de porta em porta, alguém que com nada se importa e segue colhendo migalhas. Alguém que não liga pra nada, mas vê e a tudo observa, e chora o instante que passa, depois se senta na praça e se enche de esperança quando vê uma criança que corre, tropeça e cai. Como será o poeta? Um sábio discreto, perdido, um homem calado e ferido pelas dores, pelas magoas. Alguém que traz em seu peito um amor que foi desfeito, que longe ficou, se perdeu, mas que de novo insiste em faze-lo assim tão triste, sem nada e sem lugar. O poeta não se encontra, se procura, se amedronta, fica de novo calado, se queda indignado, mas não consegue gritar. Cícero Alvernaz (autor) 22-12-2015.
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O VERDADEIRO NATAL Eu quero a singeleza do Natal. Quero ver o menino singelo e pequenino deitado na manjedoura sendo adorado pelos pastores, olhado e amado por seu pais e bafejado pelos animais. Eu quero ver a estrela que anunciou o nascimento do Menino cruzando o céu, apontando pra Belém, onde alguém tão importante há poucos instantes acabara de nascer. Eu quero ver o brilho do Natal. Seu lado lindo, doce e espiritual. Eu quero ver José e Maria tomados de grande alegria festejando o acontecimento que ali naquela noite se via. Eu quero ouvir a música divina que soou entoada pelos anjos naquela noite especial. Eu quero ter o prazer de ver, de sentir e de viver o verdadeiro Natal. Cícero Alvernaz (autor) 21-12-2015.
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BRINCADEIRA TEM LIMITE Com doença não se brinca, e com saúde se brinca? Tem gente que brinca com tudo, faz de tudo brincadeira, quando alguém senta, puxa a cadeira. Brinca que está afogando só pra assustar os outros, brinca até que está morrendo só pra ver a correria, brinca de noite e de dia, na cidade e na fazenda, passa a vida a brincar. E quando então fala sério, ninguém nele acredita, mesmo que ele repita muitas vezes e insista. Falemos sério agora, pois brincadeira tem hora, tem dia e tem lugar. Brincar é muito bom e pode até ser um dom, mas escute este palpite: brincadeira tem limite. Cícero Alvernaz (autor) 21-12-2015.
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ASTERISCO Vai menina fazer sua mágica, subir sua escada, pular sua corda, tomar seu sorvete. Vai fazer seu rabisco, o seu asterisco, correr o seu risco, fazer seu crochê, vai dar seu rolê, medir sua rua. Vai ler o seu livro, sonhar o seu sonho, curtir seu brinquedo, correr e pular até se cansar... Vai menina se olhar no espelho, chorar no cinema, fazer piquenique, sentir-se tão chique de short e blusinha. Vai menina viver sua vida, você é querida, também poderosa, o dia te espera brincando na rua, a vida é sua. Cícero Alvernaz (autor) 20-12-2015.
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A VIDA A vida se gasta, se perde, se arrasta. Em troca de nada se entrega a vida. E tudo se vai, e tudo se gasta, se perde no vento qual nave perdida. Os vícios consomem a vida, o sonho, se vai a saúde, se vão os amigos... E fica o homem sozinho, tristonho, exposto aos traumas imerso em perigos. A vida se acaba qual música triste. Soprando o vento pra longe se vai. O homem se entrega e assim não resiste, qual folha sem vida se inclina e cai. Mas fica o riso pousado na flor, e fica o sonho, a doce lembrança. Também permanecem o sol, o amor, pairando com fé no olhar da criança. Cícero Alvernaz (autor), 06-02-1998.
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CAMALEÃO Não adianta me perguntar quem eu sou. Não sei e mesmo que soubesse não diria. Eu não digo quem sou, não digo, eu posso ser amigo ou inimigo, posso ser companheiro ou irmão tudo depende da hora e da ocasião, o que sou agora posso não ser amanhã, o que fui ontem certamente não sou hoje, me adapto à vida, sou meio camaleão, sou estranho ás vezes, sou instável, tenho fases como a vida, como a lua, mudo de cor, mudo de humor como mudo de aparência ou de camisa, e assim com este jeito eu vou, por isto não me pergunte quem eu sou. Cícero Alvernaz (autor) 19-12-2015.
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UM NOVO MESSIAS? Sempre quando o País atravessa por uma situação difícil, quase irreversível como a atual, aparece alguém polêmico e diferenciado e se apresenta para salvar literalmente a Pátria. Fernando Collor de Mello, hoje Senador da República (PTB/AL), foi um destes e até chegou à presidência em 1989, mas como não tinha como base um partido forte e não era querido ou bem visto pelo Congresso foi impugnado, afastado por oito anos, enfim, sofreu o impeachment. Hoje, o Brasil atravessa talvez a maior crise de sua história por conta, principalmente, do chamado Petrolão, que é considerado o maior escândalo do mundo e, como já era esperado, apareceu um novo Messias que poderá ser candidato a presidente em 2018, com grandes chances de se sair vencedor, e que também promete mudar tudo ou quase tudo que está aí. Eu esqueci, propositalmente, de citar o PT de Lula ou Lula do PT porque todo mundo sabe que o seu projeto não deu praticamente em nada e ainda deixou o País nesta situação que
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MEIA NOITE Hora do pesadelo, hora do espanto, hora do gelo, hora do encanto estendendo o seu manto. Meia noite, começo de um dia, início da madrugada, silêncio nas ruas, soluço no ar... Alguém tosse alto, podendo acordar. Alguém se levanta e outro se deita, alguém se ajeita, se vira na cama. Alguém chega em casa do bar, do trabalho, e outro se entrega, se odeia e se ama. O tempo avança, as horas se arrastam adulto, criança, de tudo se afastam e caem no sono pesado e profundo no seu abandono se esquecem do mundo. Silêncio é tudo que todos precisam, calados e mudos na noite deslisam. Cícero Alvernaz (autor) 18-12-2015
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LEVANDO A VIDA Ela lava a roupa, eu passo, ela lava a louça, eu seco, ela faz a comida, eu como, ela limpa a casa, eu ajudo, ela vai ao mercado, eu guardo as compras, ela dá bronca, eu aceito, ela xinga, eu me calo, ela fica calada, eu não falo, ela grita, eu silencio, ela chuta, eu saio da frente, ela faz cara feia, eu baixo a cabeça, ela fica brava e treme, aí eu fico com medo de ela estar com TPM. Assim a gente vai levando a vida. Cícero Alvernaz (autor) 17-12-2015.
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CARLA BELA Carla Bela realmente é bela de beleza diferente que extasia toda gente, deixa fãs por onde passa. É a beleza em pessoa, flor aberta, fruta boa, chuva fina na vidraça. Carla Bela ou Carlinha, simplesmente, tem um jeito de andar, tem um jeito de olhar que machuca o coração. Ela vai naturalmente e provoca tanta gente, provoca mais de um milhão. Carla Bela realmente é bela, de beleza exuberante, faz o coração pulsante quando vem e quando passa. É a beleza em pessoa, flor aberta, fruta boa, chuva fina na vidraça. Cícero Alvernaz (autor) 17-12-2015.
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DILMA REPROVADA, PT ESCORRAÇADO A mais recente pesquisa IBOPE ocorrida entre os dias 4 e 7 de dezembro em 143 municípios mostrou um resultado já esperado pela população. 2002 pessoas foram pesquisadas e 70% delas avaliaram como Ruim/Péssimo o desempenho da presidente, 20% Regular, 9% Ótimo/Bom e 1% não sabe. (Fonte: G1). Esses números podem até ser questionados, mas deve ser algo próximo da realidade, pelo que lemos e ouvimos diariamente quando o assunto é Governo PT. Falar na reprovação da presidente hoje é chover no molhado, afinal todo mundo vê e sente o que está acontecendo, ou o que não está acontecendo com o Brasil. Tem gente que não aguenta mais nem ver a foto dela e, principalmente, ouvi-la quando esporadicamente ela aparece na televisão. O Brasil virou de pernas pro ar ou está às avessas com tanta incompetência e desvios de dinheiro, pedaladas e sabe-se o que mais. Alguém disse que eu escrevo sempre a mesma coisa, mas vou escrever o que? Eu tenh
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MARGARIDA Margarida, flor querida, flor discreta, simplesinha, muitas vezes esquecida no canteiro da vizinha. Margarida, moça linda, na cozinha de avental, para todos é bem vinda, faz quitutes sem igual. Faz comida temperada, guloseimas, também massa, Margarida é prendada, muitos bolos também assa. Margarida, flor singela, com Juquinha namorou, ele deu um beijo nela, mas não sei se ela gostou. Margarida desistiu, não quis com ele casar, ela diz que preferiu à cozinha dedicar. E assim ela atende quase toda freguesia, na cozinha não se ofende e cozinha todo dia. Cícero Alvernaz (autor) 15-12-2015.
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O TEMPO NÃO NOS ESPERA Dezembro, final de ano, fala de passagem, de transição, de mudanças e de expectativas. A vida muda ou nós mudamos dentro da vida. E quem não muda estaciona, se apega, renega a vida e fica rodando em círculos qual folha caída tocada pelo vento. Mas a vida exige mudanças, decisões e às vezes tem pressa na sua forma de agir. Ninguém pode ficar paralisado sob pena de ficar atrofiado e por fim ser inutilizado. A vida exige ação, busca, motivação e ambição. Para muitos, final de ano pouco representa ou quase nada. Na verdade, parece ser assim mesmo, se levarmos em conta todo o contexto da vida com as suas atribuições. Mas as mudanças ocorrem e são necessárias e pungentes. Elas podem ser vistas no dia a dia, na vida das pessoas, no comércio, nas escolas e até nas igrejas. Não há como negar este fato. Quem não se adequar e não participar ficará de fora dos acontecimentos e perderá o bonde da vida e da história. É melhor se ater aos fatos, às ideias e aos ideais num cre
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DIAS FELIZES Menino brincando sozinho, papeando co'as formigas, fazendo a sua estradinha cheio de paz e alegria. Imagem quase perfeita, que o tempo trouxe de volta, imagem de pura poesia. Menino brincando sozinho, criando seu mundo de sonhos, edificando cidades, imaginando países... Este tempo da infância é um retrato amarelado, retrato de dias felizes. Menino parou de brincar, se senta calado e sozinho, o dia passa sem pressa olhando o menino quietinho. As formigas continuam sua longa caminhada e se perdem no caminho. Cícero Alvernaz (autor) 13-12-2015.
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NATAL DE POBRE Natal de pobre tem pouca comida, não tem ceia, tem poucos amigos, não tem gente bonita, badalação. Natal de pobre tem muita pobreza, é isento de glamour e de riqueza, não tem discurso e falação. Natal de pobre não é mesquinho, tem sempre algo pra comer, tem sempre humildade e franqueza. Natal de pobre é bonito, se estende daqui ao infinito, Natal de pobre tem muita beleza. Natal de pobre não tem luzes, não tem pisca-pisca, musiquinhas, não tem peru e nem bebidas. Natal de pobre tem sinceridade, tem amor, carinho e bondade, tem pureza e mãos estendidas. Natal de pobre tem poesia, tem riso, brincadeiras e amizade, tem histórias e tem luz. Natal de pobre tem beleza, tem de tudo, apesar da singeleza, Natal de pobre tem Jesus. Cícero Alvernaz (autor) 13-12-2015.
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O NATAL DOS PEDINTES OU OS PEDINTES DO NATAL Os pedintes aumentam muito nesta época. Aproveitando-se do famigerado "espírito natalino" eles saem às ruas para pedir, usando os mais diferentes métodos na ânsia de "arrancar" o dinheiro do cidadão trabalhador. Este é o Natal dos pedintes ou os pedintes do Natal. Um pequeno exército andando pelas ruas ou parado numa praça, num Terminal ou numa Rodoviária à espera dos incautos. Hoje uma senhora no Terminal pediu 3 e 50 para pagar a passagem. Ela disse que ia a Campinas e de lá ia até Ribeirão Preto ver um filho que estava preso. Ou seja: uma coisa nada tem a ver com a outra. A moda, também, é mostrar um cartão e pedir dinheiro, alegando que é surdo ou mudo. E tem aqueles que pedem para comprar o básico, ou uma cesta básica. Certamente, esses não são contemplados pelo polêmico programa "Bolsa Família" do governo - que só faz aumentar aqueles que dependem da classe média, - pois somos nós que pagamos enquanto o
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MULHERES Mulheres sem rumo, mulheres sem casa, mulheres sem prumo, mulheres de asa, mulheres nervosas, mulheres calminhas, mulheres dengosas, mulheres magrinhas. Mulheres falantes, mulheres caladas, mulheres amantes, mulheres amadas, mulheres raivosas, mulheres sensíveis, mulheres teimosas, mulheres terríveis, Mulheres perdidas, mulheres achadas, mulheres trazidas, mulheres levadas, mulheres possíveis, mulheres malvadas, mulheres temíveis, mulheres caçadas. Mulheres mulatas, mulheres loirinhas, mulheres sensatas, mulheres branquinhas, mulheres dançantes, mulheres sentidas, mulheres farsantes, mulheres bandidas. Mulheres tocantes, mulheres tocadas, mulheres pedantes, mulheres deixadas, mulheres que eu amo, mulheres que aceito, mulheres que eu chamo com muito respeito. Cícero Alvernaz (autor) 11-12-2015.
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ELOGIO E RECONHECIMENTO É bom ser elogiado e reconhecido, é bom ser visto e ser aplaudido. Faz bem á alma, ao corpo e ao espírito ser destacado e ser reverenciado. Isto é bom e faz parte do ser humano, melhora a auto estima, massageia o ego e provoca reações positivas. Falo do elogio consciente, sem interesse e sem segundas intenções. Falo do reconhecimento por algo realizado que pode ser simples, mas beneficia a muita gente. Elogio e reconhecimento não custam muito, não custam nada, mas valem muito e fazem bem tanto a quem os dá como a quem os recebe. Tudo feito com sinceridade e verdade levando-se em conta o momento e a extensão do feito. Todos ganham, o prêmio é dividido e o mundo fica bem mais colorido. Cícero Alvernaz (autor) 11-12-2015.
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UM SÓ CORAÇÃO De súbito me vejo diante de mim, me olho, me escuto, me meço, me peço, porém, não me dou. Me imploro, até choro, me rasgo, me firo, me nego, me apego, e até fico cego de tanto implorar. Depois me esqueço e fico sem preço, sem cor, sem valor. Me chuto, me bato. me mordo sem dor. E fico vermelho diante do espelho, sem me entender. Me olho, me beijo, e quero morrer. Eu brigo comigo, mas sou meu amigo e sou meu irmão. Vivemos sem jeito, mas bate no peito um só coração. Cícero Alvernaz (autor) 10-12-2015.
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DE MANHÃ De manhã é como se o sorriso do dia nos alcançasse e nos inspirasse. Cada folha, cada gota de orvalho sobre as flores é um motivo a mais para sorrir e amar a vida. A canção do dia se espalha pela planície e atinge os campos ainda orvalhados. O espaço todo sorri numa demonstração de felicidade pelo nascer de mais um dia. Aos poucos, passarinhos vão surgindo acordados pelos raios do sol que surgem e aquecem o dia. Tudo respira e indica que há vida em tudo e promete que o dia será de alegria e realizações. O homem se levanta e já se prepara para a sua jornada de trabalho na esperança de que o dia seja realmente produtivo. Há movimentos, barulho e até correria marcando e demarcando o espaço que é preenchido. Enfim, a vida pulsa e o sonho se torna realidade na atividade que se desenvolve ao longo do dia. Manhã, tarde, noite... o dia se completa e se transforma em poesia na voz do poeta. (Cícero Alvernaz)
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APESAR DE SER ASSIM Apesar de ser assim, de ser isto, eu insisto, e muitas vezes resisto às opiniões contrárias. Vou na contramão buscando meu porto, lugar sem conforto e de pouca expressão. Busco meu lugar estreito, vou com meu jeito desafiando o mundo, apregoando meus dogmas, minha forma de viver, o meu jeito, meu conceito, aquilo que julgo saber. Apesar de ser assim, de ser fútil, ser inútil, para muitos não ser nada, vou seguindo a minha estrada com minha convicção, com meu caminho traçado, às vezes ignorado, às vezes ovacionado, muitas vezes magoado... Apesar de ser assim, de ser isto, eu insisto, e muitas vezes resisto às opiniões contrárias, pois é este o meu mundo, minha escola, minha sina, é tudo que a vida ensina com seu jeito, seu padrão. Vou na contramão buscando meu porto, lugar sem conforto e de pouca expressão. Cícero Alvernaz (autor) 10-12-2015.
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UMA VIAGEM Uma viagem simples de um extremo ao outro do quintal, da rua, numa praça, com bancos e flores e crianças animadas. Uma viagem de sonhos (e alguns pequenos pesadelos) num contraponto, num ponto de equilíbrio e de sustentação. Uma viagem sem pressa, com tempo para ver tudo que se quer e de que se interessa, num dia qualquer, num dia de sonho, de expectativa, de boa perspectiva e de curiosidade. Uma pequena viagem, porém, intensa e proveitosa olhando tudo e desejando fazer parte de tudo numa interação com tudo às vezes calado e mudo diante do que se expõe. Uma viagem no tempo embalado pelo vento sentindo o toque das mãos do Criador. Uma viagem de sonho e de amor sem sair do quarto, sem abrir o portão da rua, uma viagem que no tempo e no espaço continua. Cícero Alvernaz (autor) 09-12-2015.
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O QUE RESTOU? O que restou daquele sorriso, daquele abraço, daquele beijo? Restaram apenas lembranças, desejos, talvez esperança, lampejos, um sonho, alento, um vento, algo lembrado em função do momento, um lenço, relógio, adereço, talvez no papel algum endereço, o número de um telefone, algum bracelete, um bilhete, uma fala na sala, um papel de bala, uma bolsa, uma carteira, uma mala, mas faz tanto tempo... não sei. Eu só sei que restou um abraço, um beijo, um sorriso, a visão de um paraíso, um laço, uma paisagem vista da janela, um encontro numa passarela, um desejo imenso de ficar, mas, sobretudo, ficou de tudo um aceno, um toque, um choque, a vontade de impedir você de partir e seguir os seus passos, e depois me enlaçar em seus braços e nunca mais te deixar. Cícero Alvernaz (autor), 08-12-2015.
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FINALMENTE UMA BOA NOTICIA No meio de tantas noticias ruins que ouvimos e lemos diariamente, finalmente temos algo a comemorar. Agora, a possibilidade do impeachment da Presidente (a) é real com a aceitação por parte do presidente da Câmara dos Deputados, Deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ) do pedido de impeachment. Foram 34 pedidos protocolados e analisados na Câmara dos Deputados e finalmente um foi aceito podendo assim dar inicio ao processo tão ansiosamente esperado pela grande maioria da população brasileira. O processo é longo, mas a paciência é uma de nossas virtudes. Com essa aceitação, governo e oposição já estão se mexendo cada um apresentando as suas razões e alegações costumeiras nessas situações. O povo está começando a acompanhar o desenrolar dos fatos e já começa a se posicionar aguardando que, depois de tantos escândalos e desvios, finalmente algo seja feito pelo País. Agora é irreversível e a partir do ano que vem será desenvolvido, com uma agenda específica, rumo à
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É PRECISO AMAR O BRASIL É preciso amar o Brasil, mesmo que seja à nossa maneira. É preciso cantar nosso hino e hastear a nossa Bandeira. É preciso conhecer o Brasil, como se conhece um filho, um irmão, É preciso respeitar o Brasil, pois ele é a nossa Nação. É preciso proteger o Brasil, valorizar a nossa soberania. Divulgar a nossa cultura, ler e recitar a nossa poesia. É preciso crer no Brasil, disseminar os nossos valores. Valorizar nossa música, e estimular os cantores. É preciso respeitar o Brasil, rechaçar qualquer tirania. É preciso fomentar no Brasil o exercício da Democracia. Cícero Alvernaz (autor), 07-12-2015.
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PASSARINHOS NO ARVOREDO Passarinhos cantando no arvoredo, brincando, talvez namorando, em tão intenso folguedo, eu fico ouvindo e amando. Seu cantar é um deleite, eu gosto, não tenho medo, pra tarde serve de enfeite, passarinhos cantando no arvoredo. E eu aqui fico pensando... Como é belo, que encanto! Enquanto tem gente chorando os pássaros entoam seu canto. O seu cantar mavioso é orquestra pros ouvidos, para um coração choroso alegra e aguça os sentidos. Essa música tão linda que eu ouço no arvoredo, na tarde quente que finda dissipa meu pranto e meu medo. Cícero Alvernaz (autor) 06-12-2015.
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PODE SER Pode ser que alguém me leia e até seja alcançado por meus versos. Mas eu escrevo porque gosto, depois corrijo e depois eu posto, com a alma, com os olhos, com as mãos, dentro de meus sonhos mais diversos. Pode ser que alguém não leia, ou simplesmente não faça nenhum caso. Mas eu prossigo nesta minha empreitada, colhendo flores, enfeitando a estrada, com meu objetivo, com desejo, com vontade, acendendo a luz que brilha ao ocaso. Pode ser que alguém não queira, e até me ignore e faça zombaria. Não me iludo e não me preocupo, pois eu sei do que gosto, e me ocupo, como um pássaro que canta sem plateia, como o sol que inaugura o seu dia. Cícero Alvernaz (autor) 05-12-2015.
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CONJUNÇÕES São essas conjunções, mudanças de situações, troca de posições e outras alusões que me prendem e me enchem de emoções. Livro aberto, exposto ao vento, uma frase, um lamento, sonhos pairando na tarde, música no ar, poema, José de Alencar decifrando Iracema, tudo é tentação, e serve de tema. Uma mesma poesia que insiste em sua teimosia, mas se queda e se entrega, se aquieta ao carinho do poeta que implora, quase chora, desejando o seu verso, que inventa, se apresenta, quer se expor e quer sair... É essa velha manha que emerge e assanha o peito velho, aquecido, o coração já sofrido, mas que nunca desanima, no seu constante pulsar. São essas dores antigas, esse pranto que não desce, esse dia que escurece, esse riso, essa prece, essa vontade que fica e que mais se intensifica... São esses sonhos antigos, a falta que faz um amigo, a vida passa assim, o rio que corre em mim sem oferecer perigo. Cícero Alvernaz (autor) 04-12-2015
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ENFIM Não quero falar de amor, de desamor, nem de política. Quero fugir da praça, da massa, e esquecer a crítica. Falar de amor é bom, mas por hoje me calo, falar de desamor não precisa, pois ele chega e não avisa e se vai no seu embalo. Não quero falar de política, pois já há muitos que falam. Há aqueles que discutem, se ferem, enquanto outros se calam. Quero falar da chuva mansa, falar do olhar e do sorriso da criança, falar do vento, do momento, da vida... Quero falar de todos e de mim, depois me calar, enfim. Cícero Alvernaz (autor) 03-12-2015.
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SERÁ? Será que eu posso? Será que eu devo? Será que eu fico? Será que eu vou? Tantas perguntas, indagações, vem todas juntas aos borbotões e me atropelam e causam juntas mil confusões. Será que eu tento? Será que eu quero? Será que eu falo? Será que eu peço? Assim me envolvo e me abraço e me enlaço, mas não resolvo o que eu quero, o que eu desejo, nem o que eu faço. Cícero Alvernaz (autor) 03-12-2015.
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O CÉU É A MINHA META Não sou uma pessoa ruim, nem tenho a pretensão de ser bom. Eu apenas sou assim: um homem com o seu dom. Alguém com as suas manias, com seus desejos e traumas. Com tristezas e alegrias - um homem com muitas almas. Caminhante sem caminho fazendo a sua estrada. Um homem sem carinho, amante sem namorada. Não tenho medo de ser rotulado, pois o rótulo em mim não cola. Eles falam e eu fico calado - a vida é a minha escola. Muitos me chamam de poeta, mas eu juro que não sou. O céu é a minha meta, e é pra lá que eu vou. Cícero Alvernaz (autor), 20-04-2012.
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PAPAI NOEL Ele desce pelo buraco da chaminé, ele anda pelas ruas distribuindo balas, ou se senta à porta de alguma loja, ele sobrevoa a cidade de helicóptero e desce no estádio onde uma multidão o espera. É o Papai Noel, o herói das crianças, o amigo dos comerciantes. Ele é uma lenda, um ícone, uma farsa, um religioso, um novo Messias, um impostor. Para mim não existe Papai Noel. Cícero Alvernaz (autor) 30-11-2015.
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PRAGA DO EGITO Com essa chuva quase constante as pererecas e até os sapos invadem as casas e causam transtorno na vida de muita gente. Faz lembrar uma das 10 pragas do Egito: a praga das rãs. E depois que elas entram não saem e acabam morrendo em algum canto obscuro da casa, não sem antes pular e dar cabeçada nos móveis. São visitantes indesejados trazidos ou levados pela chuva que brinca, goteja e lava tudo. As pererecas parecem uma praga, mas aqui não tem nenhum Faraó. Cícero Alvernaz (autor) 30-11-2015.
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JOGO Você gosta de mostrar-se e eu gosto de olhar, esta mania que temos não sei onde vai parar. Um se mostra, o outro olha, ambos gostam desse jogo, e se curtem neste lance que esquenta, pega fogo. Todo dia é assim, e eu já me acostumei. Sinto falta de você, tanta falta que nem sei. São momentos esperados, de perfeita sintonia. Você se mostra pra mim com seu jeito todo dia. Não é nada escrachado, e nem é apelativo, mas eu fico animado e sinto que estou mais vivo. Cícero Alvernaz(autor) 30-11-2015.
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RATINHO Ratinho virou apelido de gente famosa, apresentador de televisão, e também de gente quase anônima. No meu tempo tinha um jogador de futebol da Portuguesa cujo apelido era Ratinho. E os ratinhos foram se multiplicando por aí e hoje, para muitos, é uma honra ser um novo "ratinho" no pedaço. Tem apelidos que se popularizam e até são anexados ao nome de registro e são registrados; isto acontece muito na política onde vale tudo para conseguir se eleger, reeleger e ficar rico, multimilionário, como é o caso de um ex-presidente. O ser humano é assim mesmo: uns ratinhos. E haja comida para tantos ratos! Cícero Alvernaz (autor) 30-11-2015.
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UMA VIDA BEM VIVIDA Vida longa, bem vivida, um exemplo para todos, uma vida, longa vida, tantos anos, tantas lutas, tanto tempo na estrada, vida tão abençoada que abençoou tantas vidas, uma vida bem vivida pela paz de Deus marcada. Tantos netos e bisnetos, tantos filhos e amigos, tanta gente que encontrou e também abençoou. No trabalho, na igreja, uma vida que viceja e com todos contribui. Vida longa, bem vivida, foi aos poucos consumida. As palavras me escapam, se misturam na emoção. Quanto tempo, quantos anos, vida que vem e comove, foram mais de noventa e nove, na verdade, quase cem. Um viver abençoado por tantas bênçãos marcado - que os anjos digam: Amém! *Em memória de Josias Dutra de Miranda 28-04-1916/28-11-2015. Cícero Alvernaz (autor) 29-11-2015.
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MENINO DOENTE O menino está doente, com febre, com gripe, com dor. Pouco e mal se alimenta, não chora, nem se apoquenta, apesar deste calor. O menino é adulto, já é quase um ancião. Mas continua menino como bem quer o destino, às vezes é brincalhão. Mas ele está doente, tosse muito e se deita. E na cama bem quieto, pequenino e discreto ele aos poucos se ajeita. Vai tomar um comprimido, vai se cobrir e esperar. Mais tarde estará curado, estará recuperado, poderá se levantar. Cícero Alvernaz (autor) 27-11-2015.
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A PERGUNTA Quando alguém te perguntar: "eu posso te fazer uma pergunta?", pode esperar que lá vem coisa. Agora é só esperar a bomba. Geralmente a pessoa tem dúvida se pode e se deve fazer a tal pergunta, por isto pergunta se pode fazer a tal pergunta. É tanta pergunta, tanto suspense, que ás vezes a pessoa esquece de fazer a pergunta, ou se arrepende da ideia. Afinal, nunca se sabe o que vem em contrapartida. E no fim, todo mundo fica satisfeito com a pergunta que, na verdade, não foi feita. Mas sempre fica no ar um ponto de interrogação: o que será que ele queria perguntar? Dá vontade de perguntar, mas é melhor não perguntar. Vai que ele resolve perguntar... É melhor deixar assim mesmo, encerrar a conversa e torcer para que da próxima vez o assunto seja outro. Permita-me uma pergunta: quem será que inventou a pergunta? Cícero Alvernaz (autor) 27-11-2015.
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DEZEMBRO Dezembro anuncia que o ano termina aos olhos do dia sua música ensina. Dezembro relembra os meses do ano, a todos relembra seu cotidiano. Dezembro relê as cartas do ano, sozinho se vê no seu abandono. Os meses passaram, o tempo correu, os dias voaram, ninguém percebeu. Dezembro aparece co'a chave na mão, e se entristece e pede perdão. O ano se finda, aqui eu relembro a vida tão linda, ao sol de Dezembro. Não vamos chorar um ano que passa, mas comemorar, de tudo achar graça. Cícero Alvernaz (autor) 25-11-2015.
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JESUS Se queres paz, Jesus é o Príncipe da Paz. Se queres luz, Jesus é a Luz do Mundo. Se queres vida, Jesus é a Fonte da Vida. Se queres brilho, Jesus é a resplandescente Estrela da manhã. Se queres saúde, Jesus é o Médico dos médicos. Se queres bênção, Jesus é o Abençoador. Se queres alimento, Jesus é o Pão da Vida. Se queres alegria, Jesus é a Fonte da Alegria. Se queres conhecimento, Jesus é o Mestre dos mestres. Se queres fé, Jesus é o autor e o consumador da nossa fé. Se queres salvação, Jesus é o caminho, a verdade e a vida, ninguém vai ao Pai a não ser por ele. (João 14. 6) Por fim, se queres falar com Deus, Jesus é o único mediador entre Deus e os homens. Cícero Alvernaz (autor) 25-11-2015.
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ELA SUMIU Ela sumiu, se foi pra longe. Casou, mudou e não me convidou, como se dizia antigamente. Desapareceu na curva da estrada, se foi em disparada rumo a outro país, foi tentar ser feliz. Não mandou notícias, nem deixou recado. Não sei por que ela se foi e nem ela sabe por que partiu. Imagino que deve estar longe, quem sabe, até pensando em mim, enquanto eu vivo assim. Vou continuar pensando, pois não sei o que fazer. Eu só sei que me maltrata a saudade, sem notícia, sem carinho, tenho apenas um retrato. Ela sumiu e não me deu satisfação, desdenhou e maltratou meu coração. Cícero Alvernaz (autor) 25-11-2015.
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VENDEDORES DE RUA Os vendedores de rua, desde bem cedo, tiram o meu sono, a minha paciência e a minha concentração. Não são os vendedores: é o som dos carros dos vendedores oferecendo de tudo um pouco: oferecem desde gás até mão de obra para consertar tudo. Oferecem doces, salgados, queijos, ovos, verduras, pamonha, curau, frutas, legumes, verduras... Até hoje só não vi nenhum oferecer dinheiro. No momento voltou o silêncio, mas logo mais, ou daqui a pouco, virá outro com o seu som ligado alto oferecendo sabe-se lá o que. Eu não quero comprar nada, mas tenho que ouvir e tentar me concentrar para escrever, ou para dormir. Olha a pamonha! "Olha a pamonha, pamonha fresquinha, pamonha que não se acaba, pamonha de Piracicaba", Cícero Alvernaz (autor) 25-11-2015.
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PINTURA Uma arte em forma de pintura, uma tela numa moldura, um quadro de beleza rara e pura que é admirado por toda criatura. Uma paixão, um enlace, uma desilusão, um desenlace, é como se alguém falasse ou talvez até mesmo gritasse. E arranca elogios sem conta, como um sol que lá longe desponta, uma história que se conta, um sorriso, um aplauso, sem afronta. Todos olham, todos veem com vontade, pois atrai e movimenta a cidade, e evoca sentimentos de saudade que independe do momento e da idade. Cícero Alvernaz (autor) 24-11-2015.
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AMO MANHUAÇU! Tento entender Manhuaçu, sua geografia, sua geometria, sua ortografia, sua topografia, sua alma pura, sua arquitetura, sua verdade obscura, sua figura, sua candura, sua ternura, sua bondade, sua intensidade, sua complexidade, sua maldade, sua beleza, sua aspereza, sua leveza, sua realeza, sua pureza, sua estranheza, seu contato, seu trato, seu olfato, seu aparato, seu abstrato, seu momento exato, seu anonimato, seu tempo, seu vento, seu lamento, seu caminho, seu carinho, sua flor e seu espinho, sua canção, sua atração, sua função, sua intensão... Tento entender Manhuaçu, sua história, sua glória, sua fé, seu café, seu instinto, seu labirinto, sua cor, seu amor, seu desamor, sua flor, seu dulçor, seu amargor... Tento entender Manhuaçu, mas me arrepio, me extasio, me desaponto, me desencanto, depois me espanto... Tento entender Manhuaçu, mas acabo não me entendendo, e acabo me rendendo aos encantos desta terra que tanta beleza encerra...
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DESGASTE Uma peça se desgasta, um governo se desgasta, uma amizade se desgasta, um namoro se desgasta, um casamento se desgasta, um relacionamento se desgasta, um veículo se desgasta. uma parceria se desgasta, um carinho se desgasta, um beijo se desgasta, um sorriso se desgasta, um olhar se desgasta, um abraço se desgasta, um escritor se desgasta, um poeta se desgasta, um profissional se desgasta, um irmão se desgasta, um parente se desgasta, uma flor se desgasta, um livro se desgasta, uma admiração se desgasta, um conceito se desgasta, uma pedra se desgasta, um muro se desgasta, um sino se desgasta, a vida se desgasta, a saúde se desgasta, enfim, tudo se desgasta. Só o que não se desgasta é a confiança e a esperança em dias melhores. Cícero Alvernaz (autor) 24-11-2015.
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EU TE VI Eu te vi subindo a ladeira, eu te vi descendo a rua, eu te vi na rua da feira, eu te vi contemplando a lua. Eu te vi parada na esquina, eu te vi comendo um pastel, eu te vi fazendo faxina, eu te vi olhando o céu. Eu te vi entrando num bar, eu te vi numa padaria, eu te vi por aí a andar, eu te vi quando vinha e ia. Eu te vi, mas não pude falar, eu te vi, mas apenas te olhei, eu te vi, pude apenas te olhar, eu te vi, eu te vi e gostei. Cícero Alvernaz (autor) 23-11-2015.
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PROCURA Caminho por todas as ruas da mesma antiga cidade, procuro seus olhos, seu rosto, procuro a felicidade. Em cada pessoa que passa procuro, mas sem encontrar, um jeito tão lindo de ser, um jeito bonito de andar. Não saio, porém, do meu quarto, caminho no meu pensamento, deitado encontro você fluindo no meu sentimento. Me volto fitando a parede, revendo as coisas que faço, e vejo seus olhos, seu rosto, e sinto seu doce abraço. Cícero Alvernaz (autor)
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MINAS GERAIS Minas é plural, é pluralidade por isto o mineiro não esquece do s no final das palavras. Isto pode ser só uma observação, mas vale a intensão, principalmente quando vem do coração. E o coração sabe enfeitar as palavras, os gestos, sabe compor os versos, pois é de onde tudo procede, é de onde tudo escoa, emerge e voa... Minas Gerais é plural, é grandeza, intensidade, é amor, profundidade, sonho do qual não se acorda, alegria, prazer e paz que transborda... É um conjunto variado, espelhado na alma mineira, desde os rios até as cachoeiras, no falar e no agir docemente a se expandir como planta que brota do chão. Minas Gerais é fonte, uma ponte que não balança, vontade, desejo que alcança, no sorriso da criança e no olhar do adulto. Minas é reverência, é culto, Minas é dimais, por isto é plural, por isto é MINAS GERAIS. Cícero Alvernaz (autor) 23-11-2015.
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Já viajei muito, embora nunca tenha saído do Brasil. Já vi coisas consideradas maravilhosas, já estive, e até já morei, em grandes cidades, vi muitos arranha-céus, estive no Estádio do Maracanã e em outros de igual magnitude, enfim, já sou bem "rodado". Tudo isto soma e multiplica dentro da gente, mas em todas essas andanças o que mais chamou e prendeu a minha atenção foram as coisas simples, os gestos simples, um olhar de soslaio, uma palavra apenas balbuciada, uma música a meio tom, um sorriso sem pretensão e quase por acaso... Minha poesia se alimenta desses momentos, desses gestos espontâneos que a maioria não vê e não sente. Isto é o pão de que me alimento e refaço o meu momento, pois é a essência que me tonifica, me embala e me inspira. Enquanto houver esses raios o meu sol poético estará brilhando e aclarando os meus dias. Cícero Alvernaz (autor) 22-11-2015.
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IDIOSSINCRASIAS Quando eu mais precisei você não estava perto. Mas eu sei que não foi por sua vontade. Eu sei que há encontros e desencontros, encantos e desencantos e que tudo isto faz parte da vida e tem um propósito. Eu não te culpo por nada: por minha falta de risos, por minha falta de sonhos, nem por meu atual momento. Também não me culpo por minhas idiossincrasias. Penso que tudo é assim porque é melhor, portanto, poderia ser pior. Cícero Alvernaz (autor) 22-11-2015.
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GUERRA FRIA Cresci ouvindo falar em direita, esquerda, progressistas, conservadores, democratas, ditadores... Hoje se fala em comunistas, terroristas, golpistas, assistencialistas, bolivaristas, castristas, chavistas, lulistas, dilmistas, aecistas... Tentei entender as diferenças, tentei separar esta salada mista de uma forma bem simplista e acabei "saindo da pista", deixando a estrada e não entendendo nada. O que sobrou depois de tudo? Um sujeito quase mudo diante de um mundo sem pista e sem ideologia. Literalmente eu me envolvi numa guerra fria. Hoje continuo ouvindo histórias, mas não caio mais no conto do vigário, pois sei que, na verdade, é tudo a mesma coisa. O que se dizia esquerda hoje é direita, os progressistas hoje são conservadores e o povo é quem sofre os seus dissabores com essa política ridícula, entreguista e mentirosa. Só pra terminar: A presidenta está "louquinha" para ressuscitar a CPMF. Precisa falar mais alg
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RISADINHA Risadinha ria, ria, ria, ria, e quase se derretia. Risadinha ria e se abria como o dia, sua risada muitas vezes debochada alguém não gostava e também não entendia. Risadinha ria ria, ria, ria... Até que um dia descobriram que ele sofria de uma doença rara que fazia ele dar tantas risadas. E numa noite enluarada Risadinha morreu e levou sua risada. Cícero Alvernaz (autor) 20-11-2015.
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NÃO TENHO NADA CONTRA Hoje, a maioria das pessoas, para não serem taxadas de preconceituosas e outros clichês usados em nome do "politicamente correto", usam esta frase. Ou seja, as pessoas já se previnem contra algum mal entendido. Hoje, grande parte da criatividade é tolhida pelo "policiamento" denominado eufemisticamente de politicamente correto. Em outras palavras, todos correm o risco de serem pegos pela malha fina da censura. Mas o que significa "não tenho nada contra?". Se não tem nada contra, obviamente tem "tudo a favor" ou é a favor de tudo. E como fica a opinião pessoal? Aos poucos, a sociedade está criando robôs, tipo: liga um botão e ele faz tal coisa, liga outro... Ninguém pode discordar de mais nada. Quem ousar discordar fatalmente será taxado de preconceituoso, intolerante e por aí vai. Eu vou mais longe: onde fica o ser humano pensante nesta história? Voltamos àquele tempo em que se cantava em alto e bom som: é proibido proibir
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AGRADECER Agradecer é reconhecer e liberar a emoção. É aceitar e entender os valores de um irmão. É falar e fazer gestos e depois se emocionar. Descortinar caminhos manifestos, num momento sorrir e se alegrar. Agradecer é abrir o coração, deixar fluir o sentimento. Um longo abraço, um aperto de mão, num gesto de agradecimento. Ser grato por um bem que num momento recebeu, em agradecimento a alguém por tudo que lhe aconteceu. Agradecer é reconhecer e ser humilde qual criança. Plantar amor e entender os valores de uma boa vizinhança. Cícero Alvernaz (autor), 24-03-2013.
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NO DIA DO MEU ANIVERSÁRIO No dia do meu aniversário não quero ganhar presentes. Quero ficar ausente por algum tempo e contemplar aquela flor que um dia me sorriu e não foi correspondida. Quero ter o privilégio de poder andar sem pressa e não pensar nos afazeres que me envolvem todo dia. Quero ter apenas momentos de alegria e sentir que é possível ver beleza mesmo onde ainda existe a marca da tristeza. No dia do meu aniversário quero ganhar um presente: quero olhar o mundo e ficar contente, quero ver a paz dominando os corações e ouvir no ar o som de risos e canções marcando o meu dia com carinho e festa. No dia do meu aniversário quero estar dormindo e sonhar com um mundo melhor, e me ver sorrindo sem acordar deste sonho que se fez realidade. Quero ficar assim por toda eternidade. Cícero Alvernaz (autor), 18-11-2008.
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PERDÃO Da boca pra fora não se perdoa, da boca pra fora só se magoa. Só se perdoa do coração pra dentro, quando o amor ressoa e se eleva num momento. Perdão não é de praxe, não é simples perdoar, não é apenas um gesto, um aceno, um olhar. Melhor do que perdoar é ser por alguém perdoado, um encontro assaz perfeito de dois corações abraçados. Cícero Alvernaz (autor) 19-11-2015.
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ANIVERSÁRIO Nada é tão paradoxal quanto fazer aniversário. Não se faz mais um ano de vida, mas se completa menos um como se reflete no calendário. Fica-se mais velho ou menos novo. A vida sinaliza que está passando inexorável. Não sei se devo receber cumprimentos ou lamentos. O tempo é inapelável com sua forma e seu sarcasmo. A vida tanto pode ser um marasmo como um orgasmo. Vejo e sinto que estou ficando velho, mas insisto em não crer, pois acho melhor ignorar vendo o tempo passar. Não aceito fácil a dura realidade. Sei que a cada dia envelheço, sei que tudo isto eu mereço e para tanto já paguei o preço. Quero me desejar "feliz aniversário", mas olho a parede e vejo sorrir zombeteiro o impassível calendário. Cícero Alvernaz (autor) 20-11-2015.
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QUANTO CUSTA UMA BÊNÇÃO? Quanto custa uma bênção? Um real? Cem reais? Mil reais? Um milhão? Quanto custa uma bênção? Está no preço do dia, hoje está em promoção. Andam vendendo Jesus às vezes em forma de cruz, de cruzeiro, de santinho, de vela e de patuá. Vendem em forma de azeite, de lencinho e de leite, alô, quem quer comprá? Em forma de reza e simpatia, de benzeção e folia. Andam vendendo Jesus em forma de água ungida, até de roupa benzida, promessa de cura total. E quando se escreve uma crítica por causa desta política, desligam e excluem o tal. Quanto custa uma bênção? A bênção de Deus não tem preço, Jesus já pagou alto preço dependurado na cruz. E hoje o que muitos fazem: zombam da simplicidade, prometem prosperidade no sitio e na cidade, tudo em nome de Jesus. Cícero Alvernaz (autor) 19-11-2015.
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CREIO Creio no sol, creio na chuva, creio no que vejo e também no que antevejo, creio na promessa e em tudo que interessa, na fala que estala que arremessa e cala, no capricho, no lixo, no rabicho, no cortiço, no enguiço, no véu, nas estrelas do céu, na água que lava, na pá que escava, na roda que trava, no riso, no siso, no chão em que piso, no alarme, no charme, no desarme, na peste, no teste, na roupa que veste e cobre, na falta que encobre, no cobre, na fome do pobre, no pente, na lente, na fatalidade do acidente, no joio, no trigo, na fidelidade do amigo, na faca, na maca, no livro, no sonho, no verso, no dia, no conto, no encontro, na luz da poesia, na paz que irradia, na guerra que a tudo domina e produz tanta cruz em sangrenta chacina. Creio que estou no meio desta guerra que domina toda terra com maldade e sadismo disseminando entre os povos as marcas do terrorismo. Cícero Alvernaz (autor) 18-11-2015.
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PASSARINHO Quisera ser um passarinho de galho em galho, de flor em flor, de riso em riso, de fruto em fruto, de sonho em sonho, de mel em mel, e no espaço criar meu céu. Um passarinho em liberdade, um voo livre, um vento leve, e um canto doce soando á tarde, voar em bando buscando os ares, bicando frutas em mil pomares. Quisera ser um passarinho, no vento forte, na brisa leve, de sol a sol, de chuva a chuva, um passarinho assim sem pressa, sorvendo tudo que me interessa. Cícero Alvernaz (autor) 17-11-2015.
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INSTABILIDADE É incrível como o ser humano é instável. Muda de nome, muda de partido, muda de religião, muda de time, muda de gosto, muda de posto, de cidade, de nacionalidade e até de sexo. Quando o assunto é amizade, as mudanças são muitas, pois há muitas amizades por interesse visando algum proveito próprio. Quem antes era amigo, hoje não é mais, quem antes comia na mesa, hoje come encostado no muro do lado de fora. Quem antes era convidado, hoje é "suportado". E por aí vai. O ser humano é muito instável: amanhã pode já ter mudado muita coisa. E mesmo a amizade pode ter ido pelo ralo. Se isto for conveniente. Cícero Alvernaz (autor) 13-11-2015.
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FUI RECONHECIDO COMO JORNALISTA Depois de colaborar com a imprensa local por mais de 30 anos ininterruptamente, fui reconhecido como Jornalista (Registro 0080050/SP). Na verdade, a minha andança pelo caminho das letras começou muito cedo, ainda na adolescência. Já no primário eu me destaquei pelo fato de gostar de poesias e sempre fui bom aluno em Composição, hoje conhecida como Redação. O meu forte sempre foi a criatividade. Nunca gostei de fazer cópias, repetir o que já estava escrito. Eu sempre quis criar, inventar, incrementar, colocar o coração na Redação. Por este motivo, o meu destaque foi acontecendo naturalmente. Mudei para esta cidade no mês de julho de 1972 e logo em seguida retomei os estudos, concluí o Ensino Fundamental e o Ensino Médio. Ingressei no Curso de Letras, na FIMI, em 2011, mas por motivos alheios á minha vontade tive que trancar a Faculdade. Sempre participei da vida cultural da cidade. Fui um dos fundadores de Casa do Escritor (CAES) em 1986 e membro-fun
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A CASA A casa no tempo serviu de abrigo, Ouviu tanta história, guardou mil segredos, Viu brigas, trapaças, romance, castigo, Fiel testemunha viu sonhos e medos. Crianças nasceram debaixo do teto, Amores morreram, ruíram, perderam, Debaixo das telhas, em meio ao concreto, E tantas intrigas ali ocorreram. A casa silente ouviu os gemidos De dor e de amor na cama e no chão, No seu desenlace quais seres feridos, E ouviu no escuro o som da paixão. Porém, ela existe no tempo e no vento, E não se abala diante de tudo, A casa registra em seu documento, E a tudo assiste com seu jeito mudo. Cícero Alvernaz (autor) 16-11-2015.
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AMOR EM PRETO E BRANCO Do contraste das cores à união dos amores, do resto das compras ao estilo do dia. Do feitiço da terra ao sorriso do tempo eu caminho com o vento envolvido em mil sabores que a vida propicia com tristeza e alegria, muitas vezes nostalgia, som de música no ar... Formo cantigas e rimas com meu jeito elegante e torno tudo cantante sou um pássaro sem asas, mesclado ao som que dispersa e ecoa pelos ares. O amor em preto e branco se completa em meio às cores, e forma outros amores com as cores variadas, e o poeta se inspira, se joga e se atira nesse belo universo, depois recolhe seu verso, e dedilha sua lira. Cícero Alvernaz (autor) 13-11-2015.
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A FILA ANDA Ainda bem que a fila anda. Após os 60 anos a fila fica menor, mas também é mais demorada, ou seja, não adiantou quase nada. Às vezes prefiro entrar na fila maior, pois com isto ganho tempo. Mas, a fila anda... Anda, desanda, ciranda, manda e obriga, mas a gente nem liga pra fila, nem para o que ela destila e fala e ás vezes se cala esperando que alguém comece a falar. A fila anda... Ela se renova, cresce, diminui e sempre flui com seu jeito desengonçado, desorganizado e ás vezes engraçado. Um dia sairemos da fila da vida e, provavelmente, entraremos noutra fila. Uma fila bem diferente, eternamente. Cícero Alvernaz (autor) 13-11-2015.
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BARATA Apareceu uma barata, a danada quase me mata de susto, de medo, de nojo, sei lá! Pousou bem no computador, ai que susto, que horror! Então tive que matá. Sem saber o que fazê peguei o SBP, ou o Raid, nem sei bem, esguichei na cara dela com toda força, sem dó, a danada comeu pó e eu fechei a janela. Eu acho que veio da rua, ou da casa da vizinha, também pode ser da cozinha, talvez da lavanderia. Eu tenho horror a barata, se eu não mato ela me mata de susto ou de correria. Cícero Alvernaz (autor) 12-11-2015.
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O GRITO DA NATUREZA O grito da natureza Não se ouve, mas se sente. Se vê nos rios, nas matas, Nos aguapés e vertentes. Alguém nos pede socorro Com a voz muito cansada, Sinto no ar o seu grito, Ela está desesperada. Os rios morrem aos poucos, Num momento de aflição, Descem tristes pela várzea, Que horrível condição! Animais são destruídos Como “hobby”, diversão. Jacarés, veados, pacas, Em processo de extinção. O homem não se dá conta Do que faz no seu afã. Nunca pensa no futuro E não crê no amanhã. Cícero Alvernaz (autor) 26-07-1989. Mogi Guaçu, SP.
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UM VENCEDOR Não deixe que o sol te impressione, que as horas te sejam fardos pesados, que o riso te seja impossível, que o livro te seja inacessível, que o momento te seja um tormento, que o sonho te seja um pesadelo no passar das horas, no fluir dos dias... Não deixe que a melancolia te alcance e avance destruindo seu momento de alegria, não deixe que o vizinho te magoe, não deixe que a sua esperança voe pelo espaço, sem abraço, sem nenhuma despedida... Não permita que alguém te impeça de viver e de amar a vida, não deixe que o carrasco com seu asco te oprima e te maltrate, não permita que alguém te dilacere, te escravize e te mate... Seja sóbrio, seja altivo, seja vivo, não permita que o mundo te humilhe e que zombe do seu feito, do seu jeito com despeito... Seja, enfim, um lutador obstinado, seja, enfim, um vencedor e jamais aceite ser um derrotado. Cícero Alvernaz (autor) 11-11-2015.
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SENTIMENTO Nossos papos rarearam: vírgula, ponto e vírgula, mas ainda sem ponto final. Apenas uma pausa, quem sabe, ou talvez algo mais longo, mais extenso, espaçado, um hiato, intervalo, uma ponte sem passagem, uma viagem, um momento talvez de esquecimento... Nossos papos rarearam, minguaram, mas ficou o sentimento. Cícero Alvernaz (autor) 11-11-2015.
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ATÉ QUANDO? Passa perto, olha e vai, depois para, olha e fica, de repente logo sai, se vai e nada me explica. Me olha e deixa de olhar, faz um gesto bem discreto como alguém que quer zombar, é assim que eu interpreto. Então finjo que não vejo, nem dou a menor atenção, mas no fundo eu desejo seu carinho, sua mão. Você volta, passa perto, eu te olho sem querer, de repente me desperto, mas não sei o que fazer. Então ficamos assim: se querendo e desejando, só não sei até que dia, e eu me pergunto: até quando? Cícero Alvernaz (autor0 10-11-2015.
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TRAGÉDIA Tragédia é mais que acidente, pois envolve muita gente e causa muita tristeza, envolve a Natureza, envolve rios e matas, cachoeiras e cascatas, aves, também animais, e polui mananciais, fontes, riachos e minas, águas limpas, cristalinas, envolve a flora e a fauna, destrói a vida na terra, com um ciclo logo encerra destruindo a beleza, o verde da Natureza que se torna todo cinza e faz muita gente chorar causando destruição, tantas mortes, erosão, sem sequer pedir passagem, ofuscando a imagem, transformando a paisagem numa grande confusão. Cícero Alvernaz (autor)10-11-2015.
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TENHO DÓ DESTE SENHOR! Sujeito desqualificado que nem sabe onde está, não entende o seu estado, anda pra lá e pra cá. Desse jeito então caminha sem rota e sem destino, e assim se encaminha qual um perdido menino. Não sabe se anda pra frente, nem sabe se volta pra trás, parece tão indiferente, um ser descrente, incapaz. Não conhece a cidade, também não veio da roça, vive só de caridade puxando uma carroça. Dentre os seus poucos pertences quase nada tem valor, ele fala e não convence, tenho dó deste senhor! Esta é a sua vida, um presente sem futuro, sem entrada e sem saída, caminha só, inseguro. Não tem um lugar pra morar e vive sem documentos, nem tem forças pra chorar, vive seus tristes momentos. Sujeito desqualificado, como é triste a sua sina! No seu mundo deslocado nada aprende, nada ensina. Cícero Alvernaz (autor) 08-11-2015.
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EU SÓ QUERO UMA COMPANHIA Eu só quero uma companhia para atravessar a ponte, para ir ao povoado que está do outro lado e fazer algumas compras no armazém do Seu João. Eu só quero uma companhia, alguém que alegre o meu dia e segure a minha mão. Eu peço pouco, quase nada, mas pra mim seria tudo neste difícil momento, um carinho, um sustento, a certeza de alguém que esteja a meu lado. Eu peço pouco, quase nada, alguém que me ajude na estrada quando eu for ao povoado. Eu só quero uma companhia, pois não quero ir sozinho, eu quero alguém comigo, pois não sei se há perigo do outro lado da ponte, do outro lado do rio. Quero alguém pra conversar e, quem sabe, me amparar e me proteger do frio. Cícero Alvernaz (autor) 08-11-2015.
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A NOSSA MÚSICA Quando tocar nossa música, quando eu ouvir o seu som, a ouvirei concentrado com o meu radio ligado nesse momento tão bom. Quando eu ouvir o estribilho bem assim teimosamente, lembrarei de nossos sonhos, dos momentos mais risonhos que marcaram tanto a gente. Quando ouvir nossa música, quando a flor enfim se abrir, lembrarei do nosso amor, que se abriu igual a flor antes de você partir. Mas o tempo está presente e a vida continua. Nossa música no ar me fará de ti lembrar enquanto o verso flutua. Quando tocar nossa música, quando o seu som eu ouvir, estarei feliz pensando, com saudade relembrando seu jeitinho de sorrir. Cícero Alvernaz (autor) 06-11-2015.
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LEVEZA Paira como pluma levemente sob o céu, voa como espuma, transparente como um véu. Se reveste de beleza, tão macia, transparente, nunca vi tanta leveza, a pairar tão livremente. Baila ao vento seus cabelos como quem quer ir além, e eu fico assim a vê-los, sorrindo bailo também. Me encanto co'a beleza que emerge do seu rosto, nunca vi tanta leveza, nunca senti tanto gosto. Cícero Alvernaz (autor) 04-11-2015.
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A CAMINHO DE CASA A caminho de casa, amável regresso, quisera ter asa, não tenho, confesso. É grande a distância, o tempo não passa, Dá medo, da ânsia, o sonho me abraça. A caminho do lar, buscando meu ninho, quisera voar, mas não sou passarinho. Pareço um menino atrás de um brinquedo, no meu desatino sou mero arremedo. A caminho de casa não vejo a hora, meu peito abrasa, o tempo evapora. Cícero Alvernaz (autor) 03-11-2015,
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O VENTO Beija as folhas sussurrando e se vai bem a contento, ninguém vê, mas sente o vento, suas asas, seu momento, Sua força, seu cantar, seu carinho, seu intento, lá se vai o amigo vento pelos campos a bailar. Vai levando com seu jeito folhas secas, palha e pó, vai levando amor desfeito, leva tudo, não tem dó. Derrubando até casebres, espantando passarinhos, com seu braço, sua febre, sua fala, seu jeitinho. Atravessa a campina, e alguém pede socorro, esta é a sua sina, salta o rio, sobe o morro. Lá vai ele sibilando, assoprando pelo vale, não há nada que o cale quando ele está falando. Vai o vento, vai a vida, o sorriso, vai a flor, tudo segue o seu caminho, mas fica sempre um carinho no peito de quem tem amor. Cícero Alvernaz (autor) 03-11-2015,
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NÃO DEVIA SER ASSIM, MAS É Não devia ser assim, mas é. Não podia ser assim, mas é. Não queria que fosse assim, mas é... Só me resta aceitar com amor e muita fé. Certas coisas não podemos consertar. Pois se sempre foi assim, assim será. Este mundo é assim com seu jeito e seu defeito, não sou eu que nisto agora vai dar jeito. No País devia ter educação, moradia, alimentos, tudo à disposição. Ter remédio para o povo, ter divertimento a gosto, mas aqui o que tem muito é imposto. Na verdade, tudo é caro e não tem explicação. Tudo sobe todo dia - como sobe a inflação! Todo mundo é enganado, um governo sem ação, e a gente é roubado sem nenhuma reação. O Congresso rouba, engana, se apodera do dinheiro. se enriquece de propina de um jeito bem ligeiro. Os políticos enganam de uma forma descarada e aumentam seus salários, para nós não fazem nada. Não devia ser assim, mas é. Não podia ser assim, mas é. Não queria que fosse assim, mas é. Só me resta la
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PIPOCA Pula na panela e pula fora dela quando estoura, quando esquenta, pula pula pula pula que até se arrebenta, quando aquece não aguenta ficar dentro da panela e pula pra fora dela. Tem gente que ama pipoca quando assiste um filminho, fica mais quente a cena bem juntinhos no cinema e até mesmo no sofá. Alguma coisa provoca, tem um clima de romance, com o cheiro da pipoca pode até pintar um lance. Não sei se isto é verdade, mas é o que todos dizem e até fazem questão. A pipoca estourando o cheiro vai se espalhando, aflorando a paixão. No escurinho do cinema independente do tema sem pipoca não dá não. Cícero Alvernaz (autor) 02-11-2015.
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NINGUÉM ME ENCONTROU Ouvi o chamado de alguém, não sei quem, mas eu me escondi. Tapei meus ouvidos, calei minha voz, segurei meus gemidos, me silenciei. Fiquei escondido do mundo, de tudo, calado e mudo, ninguém me encontrou. E muitos passaram bem perto de mim, pararam, sentaram, e até comentaram, mas não me encontraram. O vento passou, a lua chegou, do céu me avistou, sorriu e brilhou. Os grilos cantaram na noite de estrelas, eu não pude vê-las, mas pude senti-las. Os homens se foram com sua maldade trincando os dentes de raiva, de ódio. Fiquei escondido, do mundo, de tudo, calado e mudo, ninguém me encontrou. Cícero Alvernaz (autor) 01-11-2015.
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RENDIDO Você se apossa, me roça, me instiga, alvoroça, me suga, me espreme, e geme, arranha, me assanha... Você me aperta, desperta, me vira, conspira, me torce, desvira, se entrega e me tira do sério, mistério... Você me amassa, me passa, sacode, explode, me tenta, me estica, depois não explica porque tanto mexe. Você me tonteia, bambeia, me faz seu escravo, eu não fico bravo, mas gosto, aposto, me entrego sem medo. Não sei seu segredo, mas sei que me excita, esquenta, palpita, me deixa perdido, sem dó, atrevido, de amor preenchido. É tanta doçura, que leva às alturas, me deixa rendido. Cícero Alvernaz (autor) 01-11-2015.
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TANTOS OLHARES Tantos olhares, fotografando, investigando, se instigando e fixando... Passos incertos, flores, desertos, gente por perto, minúcias, cores, tantos amores, tantos olhares... Mãos que se abrem, vidas que tecem e obedecem, tarde febril contemplativa, vida ativa, alguém sorriu. Loucas esquinas, tantos olhares, tantos pesares, versos voando, gente passando, vida que vai, folha que cai. Cícero Alvernaz (autor) 30-10-2015.
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COMUNICAÇÃO Comunicação é tudo. Pode se comunicar de várias formas, até com um gesto ou um olhar. Sem comunicação não há produção, não há troca, não há entendimento, não há como se conhecer, nem como se reconhecer. Chacrinha já dizia: "Quem não comunica se trumbica". Ele foi um grande comunicador e conquistou milhões de fãs. É preciso saber comunicar para não se atrapalhar. A comunicação é uma arma, dela depende o nosso sucesso. Não precisa ser radialista nem jornalista para fazer comunicação. Basta ser amigo, ser humano, ser um cidadão comum e não ser apenas mais um. Cícero Alvernaz (autor) 30-11-2015.
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ORAR SOMENTE DE JOELHOS? Vez por outra me deparo com pessoas as quais afirmam que se deve orar só de joelhos. Para elas, outra posição, outra oração está errada, não tem base bíblica e não serve para nada. Ou seja, a posição do corpo, para elas, é que determina se Deus ouve ou não a oração. É difícil discutir essas coisas. Normalmente, eu discordo, mas não discuto respeitando os diferentes pontos de vista. Recentemente fui a um velório onde o finado pertencia a uma dessas igrejas. Cheguei bem na hora do ofício fúnebre. Algumas pessoas estavam cantando, mulheres usavam véu, o que tornava o ambiente ainda mais fúnebre. Aproveitei para ouvir um pouco. Foi quando o responsável pelo ato, falando algumas palavras sobre o finado, disse: “nós não podemos orar aqui por motivo de higiene, não dá para ajoelhar aqui, mas a Bíblia diz que “todo joelho se dobrará diante de Jesus...” Logo depois, saí sem ouvir o restante. Fiquei pensando e refletindo e me
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NOVEMBRO Sou do mês de novembro, dois meses depois de setembro, bem pegado a outubro, já chegando em dezembro. Novembro é só um mês, mas pra mim é separado. Um mês que tem 30 dias, mês querido e amado. Em novembro a primavera está em pleno vigor, o sol é quente, insistente, mas pode-se ver muita flor. Tem o dia de finados bem no começo do mês, Proclamação da República, eu informo pra vocês. Dia da Consciência Negra, feriado em muitas cidades, muita gente não concorda, mas tem sua autenticidade. Dia 20 eu separo: Este é meu lindo dia. Eu completo aniversário às vezes sem muita euforia. Pra mim é mais importante comemorar cada dia que Deus, nosso Pai, nos concede com saúde e alegria. Cícero Alvernaz (autor) 29-10-2015.
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PALAVRAS PRA QUÊ? Palavras pra quê? O silêncio baixou a cortina E entardeceu o horizonte. Nuvens deslizam tímidas no poente, Flores brincam como se fossem crianças, Crianças brincam como se fossem flores. Palavras pra quê? Nossos olhares comunicam seu segredo Que deixa de ser segredo E se transforma em sorriso. Nós dois brincamos sorrindo na tarde E a tarde é sonho, brinquedo, amor. Palavras pra quê? O silêncio nos fala, nos leva, nos toca, Acende o fogo, arranha, provoca. O sol no poente é sorriso vermelho, Nos faz tão perdidos e tão atraídos Qual mágico espelho. (Cícero Alvernaz)