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Mostrando postagens de janeiro 14, 2018
SOU DESTE TEMPO Sou do tempo da macarronada bem temperada, do frango com quiabo do arroz soltinho,  do feijão temperadinho, do angu e da taioba, da couve rasgada ou cortada bem fininha, da abóbora e da farinha, da verdura colhida na horta sem mistura e sem veneno, que a gente mesmo plantava e depois com carinho regava e colhia baciada, depois fazia a salada cortadinha e temperada. Sou do tempo do jiló, do repolho e da beterraba, sou do tempo do chuchu, da taioba com angu, eu sou de Manhuaçu, terra boa, hospitaleira, orgulho da gente mineira que tem carinho e tem fé, onde se planta café e também se planta milho, onde a vida tem mais brilho. Mas agora me despeço e a Deus com fé eu peço: não me deixe faltar nada nesta minha caminhada. Cícero Alvernaz (autor) 20-01-2018.
EU CHEGUEI NA SUA CASA Eu cheguei na sua casa e você me recebeu. me abraçou, me deu bom dia, e café me ofereceu. Depois me mandou sentar e ficar bem a vontade, recebeu-me com carinho e também educação, me falou da novidade, da roça e da cidade e também da plantação. Sua casa era grande, também era confortável, um ambiente alegre, um ambiente saudável. Fiquei um tempo calado, fiquei olhando de lado com medo de comentar. Percebi sua intenção, naquela ocasião, por isto fiquei calado com medo de perguntar. Eu cheguei na sua casa fui muito bem recebido, mas algo estava estranho, seria melhor não ter ido. Fiquei aguardando a hora de sair e ir embora, mas eu fiquei preso ali. Você me fez mil perguntas, na mesma hora, bem juntas, você perguntou tanta coisa, porém, nada respondi. Cícero Alvernaz (autor) 19-01-2018.
DIÁLOGO IMAGINÁRIO - Como você consegue escrever essas coisas? - Eu não escrevo, eu só só obedeço a um comando e depois coloco no papel (ou no computador). - Comando de quem? - Deve ser da inspiração, ou de algum elemento que ainda não se apresentou pra mim. - É estranho isto! - Tudo na vida é estranho. - É verdade, você é estranho... - Sou estranho, mas escrevo umas coisas bonitas. - Verdade... - O mais importante é que muita gente se beneficia com a minha poesia. - Você acha mesmo? - Sim, poesia é uma água fria, um laboratório de alegria, um som que nos vem de dia, um riso que se prenuncia... - Que lindo! - Mas você disse que é estranho... - É estranho, mas é muito bonito. - Nem tudo que é estranho é feio, nem tudo que é bonito é estranho, nem tudo é da mesma cor e do mesmo tamanho. - Como você consegue escrever essas coisas? - Eu não escrevo, elas se escrevem e me escolhem para materializar a sua escrita subjetiva. - Subjetiva... o que é? - É aquilo que não sabemos, mas existe, não
DE IMPROVISO Depressa e sem aviso me desabo nos seus braços, qual discurso de improviso procurando seus espaços. Boca aberta, sorridente, transpirando de cansaço, sou o homem mais contente, pois navego nos seus braços. Sou menino aprendiz na escola do amor, e me sinto mais feliz se me beijas com ardor. Pois eu sei que alguém me ama e sempre faz tudo por mim: Me leva sorrindo pra cama e enche de flor meu jardim. Depois me vejo cativo do seu corpo, de seus braços, e nossos momentos revivo sufocado por abraços. Cícero Alvernaz (autor), 08-02-2010.
FOBIA E POLITICAMENTE CORRETO Fobia hoje é a palavra da moda, serve para tudo. Às vezes penso que só falta criarem um prato com esse nome. Com o advento do politicamente correto (que, diga-se de passagem, eu detesto), apareceram as palavrinhas e os gestos que se tornaram uma coqueluche nas redes sociais e afins. Hoje, quase tudo é considerado fobia (medo, ou aversão a alguma coisa), muitas vezes sem nenhum sentido ou lógica. O mais comum e mais falado hoje é a homofobia. É só a gente discordar de alguma coisa, ou ter uma opinião própria, que aparece automaticamente essa palavra mágica no ar para corrigir ou tolher o nosso direito de discordância de alguma coisa, ou de alguém. Somos patrulhados, ou censurados, diariamente. Eu sempre ouvi falar em claustrofobia (medo de lugares fechados) e algumas outras palavras, mas agora tem várias, tem até gordo fobia (aversão a gordos), só falta inventar "poeto fobia", que seria aversão a poetas. Esses dias eu pesquisei no Google e encon
MINEIRO Não preciso dizer que sou mineiro, nem tenho por que dizer essa coisa. É só botá sintido no meu jeito de andá só repará meu jeito de falá, só assuntá as minhas preferências, seja na culinária ou na poesia, seja na música e na sua melodia, seja no vestir com meu gosto variado, seja no jeito de olhar de lado e verás que fui nascido e criado naquele chão abençoado. 17-01-2018.
ME VIROU AS COSTAS Ela virou as costas e se foi. Eu a vi, literalmente, pelas costas e quando percebei, ela já estava longe. Me deu as costas por resposta, me deu as costas por abraço e despedida, me deu as costas por agressão e ferida, me deu as costas e fez mais triste a minha vida. Ela virou as costas e se foi. Nunca me esqueci deste fato, sempre me recordo deste ato que me marcou e me deixou mais triste, me deixou pensativo, preocupado, olhando pra baixo, olhando de lado e até hoje não entendo essa atitude tão feia, tão triste, tão rude. Cícero Alvernaz (autor) 17-01-2018.
JESUS Jesus pagou por mim um alto preço e tudo Ele pagou com sofrimento. O seu amor por mim eu não mereço, sou grato a Ele em todo o momento. Jesus se entregou, levou a cruz, subiu um alto monte e morreu. Seu sangue, sua vida, sua luz, pra dar-me a salvação ofereceu. E hoje eu o louvo com fervor por tudo que Ele fez aqui por mim. Sofreu e padeceu tão grande dor, e hoje sou feliz, feliz enfim. Cícero Alvernaz (autor) 16-01-2018.
É ESTA! Bateu os olhos e disse: é esta! É esta e não aquela, é esta e não outra, é esta, só esta, é esta! Bateu os olhos e se apaixonou,  mas ficou meio de lado, ressabiado, pensando, pensando, desconfiado. Bateu os olhos de novo e se perguntou: será que é esta? Recuou, se olhou no espelho, sentiu-se vermelho, envergonhado com o seu estado, meneou a cabeça, sentou, pensou, pensou, depois voltou, bateu os olhos de novo e disse: é esta! Pode embrulhar que eu vou levar. Eu adoro essas rosquinhas no café da manhã. (15-01-2018) Cícero Alvernaz (autor)