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Mostrando postagens de dezembro 31, 2017
MEUS SAPATOS Meus sapatos dormem sob a cama depois de andar por aí na lama. Eles descansam de seu afã e vão ficar assim até amanhã de manhã. Meus sapatos me protegem e me ajudam todo dia. Agora eles dormem sob a cama depois de andar por aí na lama. Meus sapatos me auxiliam na minha longa jornada. Eles protegem meus pés contra todo o revés. Agora eles descansam bem juntinhos sob a cama. Eles descansam de seu afã e vão ficar assim até amanhã de manhã. Cícero Alvernaz (autor) 06-01-2018.
COMO UM VENTO Você veio como um vento. Você veio assim, se chegou perto de mim e foi me levando, levando... E eu me deixei ser levado e depois fiquei num estado que eu não me reconhecia, perdido em meu verso e poesia, me perdi em pleno dia e de quase nada sabia, quase nada entendia do que falava, do que ouvia... Você veio como um vento, e me levou sem destino, me senti como um menino no seu mundo, sem segredo. Você me levou de repente, fiquei feliz e contente sem tristeza e sem medo. Cícero Alvernaz (autor) 06-01-2018.
TEM DIA QUE A GENTE ESTÁ TRISTE  Tem dia que a gente está triste de uma tristeza que não se explica, que fica rondando em volta e fica, abraça a gente, aperta de um jeito que deixa a gente assim tão sem jeito, querendo falar, se expressar, mas o peito a tudo se nega, se fecha, se aperta, se entrega, desiste, tristeza que insiste, tristeza tão triste que até desvanece, inunda a alma e a vida escurece... Tem dia que a gente está triste e não quer chorar, porém, não resiste. 05-01-2018.
NÃO LEIA Não leia, não faça cara feia, não perca seu tempo com essa escrita alheia. Não leia, não acredite, nem creia, não dê a menor importância a esse cara que garganteia. Não leia porque isto te incendeia e faz perder o seu tempo com essa escrita alheia. Não leia... Mas você já leu. Gastou o seu tempo a toa, mas nada de mal te aconteceu. Cícero Alvernaz (autor) 05-01-2018.
CADEIRANTE É chamado popularmente de cadeirante por ser uma pessoa que vive a maior parte de sua vida sentado numa cadeira de rodas, dependendo de pessoas para se locomover. É uma pessoa limitada em seus movimentos, mas geralmente se supera e serve de exemplo para muitas outras pessoas. Recentemente eu estava numa cidade grande, num ponto de ônibus, e vi que uma pessoa sentada numa dessas cadeiras desceu ou foi descido do ônibus. Percebi que na calçada tinha um defeito e a pessoa não e stava conseguindo ultrapassar aquele obstáculo. Imediatamente me ofereci para ajudar e a pessoa me agradeceu e prosseguiu no seu itinerário. Fiquei pensando no quando fui útil - e aquela oportunidade serviu de aprendizado pra mim. Pude refletir sobre o cadeirante e a a sua limitação. Na vida temos sempre oportunidade de sermos úteis nas mais diferentes situações e nunca devemos nos omitir. (04-01-2018)
ROUPAS NO VARAL Começo de ano, sol a pino, calor de janeiro e alguma chuva mansa saltitando qual criança, aparecendo de vez em quando. Nesse ambiente inocente algumas peças de roupas dançam livres no varal acariciadas pelo vento. Junto tudo isto e formo uma crônica aproveitando esse material que, em parte, sobrou do ano passado. Drummond, em seu famoso poema, afirma que "O ano passado não passou, continua incessantemente. Em vão marco novos encontros. Todos são encontros passados".  (O ano passado, Carlos Drummond de Andrade). Mas o ano novo já chegou e assumiu com todas as homenagens e festas as rédeas para a grande jornada de 365 dias. Portanto, já estamos em 2018, embora ainda haja resquícios de 2017 soltos pelo ar.  Diante desta realidade palpável me detenho a olhar o cenário (enquanto ouço um canário cantando no meu quintal). Vejo também outros elementos que desfilam pelo espaço,  que chamo carinhosamente de "meu paraíso". Olhando um pouco mais vejo um varal o
PREGUIÇA Preguiça é um estado, ou uma falta de estado de espírito, uma falta de vontade de ter vontade, um ânimo desanimado,  um estado de letargia, uma vontade sem vontade, um desejo de ficar deitado, ou mesmo sentado, escorado ou encostado. Preguiça é uma força sem força, um corpo sem movimentos, solto e indo ao sabor do vento, um jeito de encarar de olhos fechados, de avançar, mas ficar parado, de brigar, mas apanhar igual a um condenado. É uma braveza sem bravura , uma barata tonta que se amedronta e se desmonta.  Preguiça é uma vontade de ir pra cama, ou mesmo deitar até na lama e se encolher e se esticar e ficar mais morto do que vivo.  Preguiça é o que eu sinto depois do almoço,  uma moleza total, dos pés ao pescoço, uma dificuldade para manter os olhos abertos e o coração pulsando e uma inveja de quem está de pé e andando. Preguiça, enfim, é coisa boa. Preguiça sou eu em pessoa.  (04-01-2018)
ESPEREI VOCÊ Esperei você no vento brincalhão, nas batidas do coração, nos latidos de algum cão, na rua movimentada, nos carros que passam em disparada, nos rostos que não dizem nada. Esperei você no menino que passa, no homem sem graça, na moça e seu remelexo com seu andar desengonçado, no guarda com seu apito que mais parece um grito. Esperei você no meu cruel desatino, no meu jeito de menino que espera ganhar um presente, na dor que esse povo sente, no corre-corre da rua, no sonho que continua e alimenta essa espera como flor na Primavera. Esperei você no vento brincalhão, mas você se esqueceu do nosso encontro marcado, foi talvez pra outro lado, me deixou aqui plantado. Esperei você e hoje no mesmo lugar continuo a esperar. Cícero Alvernaz (autor) 03-01-2018.
ACRÓSTICO Alicerce que não se move, Luz que que irradia, resplandece, Vida e vitória  que não se desvanece, Estrela pelo céu a cintilar. Rosa que pende em seu galho perfumada, Néctar inebriando a estrada, Amor que vem no vento ligeiro, Zelo e cuidado, recado alvissareiro. 03-01-2018.
HOMEM INQUIETO Sou um homem inquieto, não tenho desafetos, não tenho amigos prediletos, na verdade, nem sei se tenho amigos. Sou inquieto quando falo, sou inquieto quando me calo, sou inquieto quando durmo, sou inquieto quanto estou acordado, faço gestos largos, desmedidos, falo sozinho, invento histórias, tenho muitas e inquietas memórias, observo tudo, vejo além da vista, imagino coisas, faço entrevistas, me conto histórias sem nexo, sem lógica e sem sexo, histórias que surgem do nada, personagens que vem na estrada e seguem o seu itinerário com destino a um país imaginário. Sou um homem inquieto, não tenho desafetos, tenho, sim, alguns projetos que não posso revelar. E um deles, com certeza, é viver, viver e amar. Cícero Alvernaz (autor) 03-01-2018.
EMBUCHADA -Eu nem te conto! -Conta, conta, conta! -Não conto, acho que você não vai gostar. -Só vou saber se você contar. -É melhor não contar. -Tudo bem, se você não quer contar... -Mas eu quero contar, só acho que não devo. -Então, esquece. -Só esqueço depois que eu te contar. -Não precisa me contar, acho que eu já sei. -Não sabe não! -Todo mundo já sabe. -Mas você não sabe. -Eu nem te conto! -Nem precisa contar. -Mas eu vou te contar e você vai ficar abismada quando souber. -Chega de tanto suspense, conta logo! -Vou contar, mas você me promete que não vai contar pra ninguém? -Prometo sim. -Promete mesmo? -Prometo. (dedos em cruz na boca). -Mas é melhor não contar... -Eu já vou indo, se quiser depois me conta. -Está bom, depois eu te conto. -Conta agora! -É o seguinte: a "cumade" Joana está embuchada. -Eu já sabia e até desconfio quem é o pai da criança, mas não te conto. -Conta! -Não conto, acho que se você souber quem é o pai não vai gostar. -(longa pausa). Cícero
CICLO Idas e vindas, sonhos e canções, visões e entretenimento, livros soltos na estante, cadeiras esperando vazias, tardes se despedindo dos dias, velas se apagando ao vento, pessoas se olhando num momento, vontade de correr no campo, poemas recitados ao entardecer, desejos suspensos no ar, flor ao vento leve a bailar, tudo atípico, tudo cíclico, tudo desmoronando, tudo se olhando sem se ver, tudo querendo sem querer: A volta do filho que partiu, a lembrança do sorriso que se abriu, o abraço da mãe, o beijo do pai, o carinho que do peito não sai. Idas e vindas, sonhos e canções, tanta saudade, tantas emoções, é a vida, é o ciclo, é a volta, é o sonho, o desejo, a revolta, a vontade de falar o que não sabe, a vontade de explodir e de se abrir, mas o peito é pequeno e não cabe. Cícero Alvernaz (autor) 02-01-2018.
O MINEIRO Ressabiado, desconfiado, olhando de lado com muito cuidado pra não se arriscar. O mineiro é um exagerado quando o assunto é ter cuidado para evitar surpresas. Até para entrar num ônibus primeiro ele lê a placa, o itinerário e ainda pergunta pro motorista e mesmo assim ainda não acredita bem e desconfia da informação e do informante. Depois que entra ele olha tudo em volta, antes de sentar checa se o banco está limpo, se não está quebrado ou desaprumado, como o mineir o diz. Durante a viagem ele raramente dorme ou cochila, fica só de olhos nos seus pertences, que ele nunca coloca no bagageiro. Nas paradas, ele raramente desce e quando desce leva quase tudo com ele, afinal, toda pessoa é um suspeito em potencial. No dia a dia é a mesma coisa, seja no trabalho, em casa ou no comércio, sempre ressabiado, desconfiado, olhando de lado com muito cuidado pra não se arriscar. Esse é o jeito mineiro de viver, sempre bom de prosa, contador de causos e de anedotas. O mineiro é um brasil
ESTOU DE PASSAGEM Estou de passagem, não levo bagagem, não temo as crises, não formo raízes, não vou demorar. A vida é leve, meu tempo é breve, estou de passagem, procuro meu porto, não busco conforto, não tenho raiz. Estou indo embora, meu tempo é agora, estou de passagem, não levo bagagem e nesta viagem serei mui feliz. Cícero Alvernaz, autor, (02-01-2018)
LEMBRANÇAS Lembranças, recordações, ano novo, indagações, no álbum da memória diversos contos, histórias, quadro exposto na parede, homem deitado na rede, descansando, balançando, de tanta coisa lembrando do seu tempo de criança. São tantas e tantas lembranças: o amor que se acabou, o riacho que secou,, a vida que tanto mudou, se perdeu na correnteza e se encheu de tristeza com momentos de alegria, o sorriso, a poesia, o cantar do passarinho à procura de seu ninho... Lembranças, recordações, poemas e lindas canções, a maciez de um carinho. Cícero Alvernaz (autor) 01-01-2018.
2018 CHEGOU E NÃO ESTÁ PRA BRINCADEIRA!  Um ano tem 365 dias, ou 366, se for bissexto. Dizem que de grão em grão a galinha enche o papo. Nesse caso, hoje é o primeiro grão de milho da galinha e essa galinha sou eu e é você. Mudança de ano muda muita coisa, além do calendário na parede, no celular, no computador ou no relógio. Mudam os meses, os compromissos, o vai e vem da vida, as contas a pagar, os débitos e os créditos e tudo mais que se refere ao ano civil. Muita coisa nã o muda nada: quem devia no ano passado continua devendo este ano e se não pagar poderá arcar com prejuízo e até sentir a mão da Justiça sobre os ombros. Essa história de que mudando o ano tudo continua igual não é bem assim. Daqui a pouco vem o Carnê do IPTU, O IPVA, o Seguro e outros impostos. Quem gastou além da conta no final do ano vai sentir falta agora. Quem poupou, guardou na poupança está tranquilo e em condições de saldar as suas contas. Tudo é uma questão de cabeça pensante, consciência e boa administraç