Postagens

Mostrando postagens de janeiro 3, 2016
LAÇO Desata o laço, reinventa o abraço, firma seu passo e enfrenta a estrada. Escreve o seu lema. rabisca um poema, edita um tema, não tema a nada. Encontre o pedaço que falta do braço, aperta seu passo: é longa a jornada. Enquanto é dia abraça a poesia, caminha e confia com força dobrada. Cícero Alvernaz (autor) 09-01-2016.
EX-DEPENDENTE DE VOCÊ Você não tem a obrigação de ficar me esperando o tempo todo. Ficar esperando as minhas vontades, conviver com as minhas idiossincrasias dentro do meu jeito sem jeito de viver. Você não tem a obrigação de fazer as minhas vontades, e nem tem mais idade pra aturar os meus caprichos. Não quero esperar isto de você, não quero depender tanto de você e me sentir um dependente, um inconveniente, alguém que não dá um passo sem a "mãezinha" por perto. Você não tem a obrigação de me paparicar, afinal, eu já sou bem grandinho e preciso seguir o meu caminho, preciso aprender a me virar sozinho. Cícereo Alvernaz (autor) 09-01-2016.
O CORAÇÃO O coração não sabe como as coisas são, como tudo acontece sem pedir, sem avisar. O coração só sente, ele fala a verdade, nunca mente e pressente o que vai acontecer. O coração não vê, não olha as circunstâncias, não se importa, não malicia, ele apenas ama, se vira e deita na cama. O coração não se protege por isto ele sofre tanto, ele não tem plano de saúde, ele ás vezes se ilude, simplesmente deixa acontecer. Cícero Alvernaz (autor) 09-01-2016.
COMPORTADO MENINO  Ela me deixou plantado a tarde toda, o dia todo. Fiquei ali quieto, isolado, sofri ali tão mudo e calado como uma pedra no deserto. Ninguém sequer passava perto, parecia tudo tratado e combinado como num filme, numa peça. Fiquei esperando sem pressa, acomodado, resignado, calado, e tive pena de mim por este estado. Ela me deixou plantado, não ligou, não falou, não emitiu sequer um ruído. Depois eu saí por aí sem destino como um comportado menino e logo me esqueci do acontecido. Cícero Alvernaz (autor) 09-01-2016.
NOSSO RIO (Homenagem ao Rio Mogi Guaçu) Nosso rio, nosso mar, oceano de água doce, desce forte, caudaloso, imponente e piscoso sem medo e sem temor. Suas águas amarelas de uma cor não definida levam carinho e vida, levam sonhos, muito amor. Nosso rio tão pequeno em seu berço nascedouro, vai crescendo, se agiganta, se espalha, se levanta, com seu gesto natural. Segue em frente com bravura qual animal destemido, já se ouve o seu rugido enfrentando todo mal. Nosso rio, braço forte, que banha tantas cidades, forma lindas cachoeiras, também fortes corredeiras em toda sua extensão. Nele ainda se pesca, tem pra muitos o sustento, mas também tem seu lamento por causa da poluição. Cíceor Alvernaz (autor) 08-01-2016.
Quem já tirou carta ou carteira de motorista geralmente se lembra das primeiras palavras do instrutor, ou professor, dirigidas aos alunos. Eu tirei a minha no mês de julho de 1975, portanto já fez 40 anos. E umas das palavras de advertência que eu ouvi e não me esqueci foram as seguintes: "Quando você entra no carro, antes de sair com o carro, qual a coisa mais importante e mais essencial que você faz?". Muitos respondiam que primeiro colocam a chave na ignição, outros diziam que além de colocar a chave tinham que vira-la para a direita, ainda outros diziam que olhavam se o freio de mão não estava puxado, outros diziam que tinham de olhar se não tinha ninguém atravessando a rua, e por aí vai. O instrutor, calmamente respondia: todas as respostas estão corretas, ou quase corretas. E então dizia: "A coisa mais importante a fazer é ver ou observar se as portas do carro estão fechadas". Daí eu fiquei pensando: Há muitas coisas importantes na vida, mas há aquelas que são
POETA  Alguém disse que eu não sou poeta.  Aí eu pensei: Se brincar com as palavras,  dar vida a elas, faze-las dançar  pulando de um extremo ao outro,  falar com elas, usa-las e compor  com elas e através delas,  formar versos e aproveitar as rimas  que provém delas, deixa-las livres  para correr e voar, acreditar nelas,  ter intimidade com elas  e amá-las for poesia,  então eu sou poeta. Cícero Alvernaz, 05-01-2016.
SILVA Ele é Silva, mas há tantos que também são! Mas ele é José da Silva que mora naquele bairro daquela cidade, naquele Estado, daquele País. Ele é José da Silva, uma boa pessoa, um bom sujeito, trabalhador, sem defeito, um homem feliz. Ele é Silva, mas eu conheço tantos, em todos os lugares, em todas as cidades, das mais diversas localidades. Silvas e mais Silvas, todos parentes de todos, todos amigos de todos. Mas ele é Silva, filho de um outro Silva, sobrinho de tantos Silvas, é um Silva diferente,  pois ele é meu parente. Cícero Alvernaz (autor) 04-01-2016.
MINEIRO NOTA DEZ  Tem uma coisa nos mineiros que eu acho legal e gostaria de salientar. A gente brinca e aceita brincadeira numa boa. Falam do queijo, do sotaque, do uai e a gente dá risada junto e se abraça depois. Não tem essa coisa de achar ruim e até brigar quando "falam mal do mineiro". A gente assume as nossas raízes e limitações e leva tudo na brincadeira e acaba terminando tudo bem para ambas as partes. Uma vez uma pessoa começou a caçoar dos mineiros comigo e eu não estava gostando nem um pouco. Começou "tirando sarro" do nome da minha cidade. Eu lhe disse que Manhuaçu é um nome de origem indígena e aí piorou. Mas eu aguentei firme, mesmo estando em aparente desvantagem. De repente, eu comecei a falar, primeiro eu perguntei se ele sabia o significado de mineiro e de Minas Gerais. A pessoa só sabia caçoar, zombar, mas não sabia quase nada mais. Entupi ele de mineirices e depois fiquei com dó do coitado. Hoje, eu não faria mais isto, eu simplesmente ouviria
DEZ PRA MIM Tem gente que me lê, Tem gente que me paga pra escrever, Tem gente que me acha inteligente, Tem gente que me admira, Tem gente que me segue, Tem gente que me idolatra, Tem gente que me aplaude, Tem gente que me elogia, Tem gente que ama a minha poesia, Tem gente que me ama, Tem gente que me odeia, Tem gente que me provoca, Tem gente que me critica, Tem gente que perde tempo comigo, Tem gente que é meu amigo, Tem gente que é meu inimigo, Tem gente que vai ler até o fim e depois ainda vai dar dez pra mim. Cícero Alvernaz (autor) 03-01-2016.