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Mostrando postagens de maio 3, 2015
NA IMPOSSIBILIDADE DO AMOR Na impossibilidade do amor veio o vazio, o frio, o pensamento longe, o passeio sem pressa... Veio o cansaço, o medo, veio a angústia, a estrada sem fim, o improvável começo, veio o produto sem preço sendo oferecido na feira da vida. Na impossibilidade do amor veio a descrença, o vício, o lúdico, o emblemático, o riso sem graça... Veio a noite, a treva, o grito, a histeria, o sono, o livro, o abandono... Na impossibilidade do amor a vida se fez pequena, sentida, sofrida, impregnada de dor. Cícero Alvernaz (autor), 09-05-2015.
NO DIA DO SEU ANIVERSÁRIO No dia do seu aniversário todos cantaram "parabéns". Muitos amigos chegaram, e então pudestes ver quantos amigos tu tens. Muitos não puderam vir por motivo de força maior, mas esses também se lembraram e te parabenizaram, com o seu carinho melhor. No dia do seu aniversário o tempo parou pra te ver. Foram muitos os abraços, desataram-se os laços, mas você conseguiu se conter. Este é um dia de festa, um dia de muita alegria. Pois a vida continua, segue em frente e flutua como a rima na poesia. Cícero Alvernaz (autor) 08-05-2015.
MALDADE Mataram o gatinho do meu vizinho - o meu amiguinho - envenenado. Alguém desalmado e sem coração, sujeito insano, matou o bichano sem ter compaixão. Um gato tão lindo que o mal não fazia apenas corria pulava e brincava... Por alguém malvado foi envenenado por pura maldade. Que alma tão má, que insanidade! Cícero Alvernaz (autor), 07-05-2015.
SIMPLICIDADE A vida humilde da roça com sua marcante pureza, alguém morando em palhoça, pertinho da mãe natureza. Saindo pra trabalhar bem cedinho de manhã, vai ele a terra lavrar animado em seu afã. Eu falo do lavrador que de manhã corta o mato, seja no frio ou calor com a terra faz contato. E sente o cheiro da relva ainda de orvalho molhada enquanto os bichos na selva acordam dando risada. O dia está só no começo, será longa a jornada, o lavrador com apreço maneja bem sua enxada. Com tanta simplicidade, o que a gente sabe e diz é que em meio a humildade esse povo é feliz. Cícero Alvernaz (autor), 06-05-2015.
DE REPENTE De repente bate uma dor Que vem não sei de onde E atravessa todo o meu corpo E faz sangrar a alma. Tristes lembranças me vêm Misturadas com minhas lágrimas Que insistem em cair Molhando todo o meu corpo. Dor, tristeza, nostalgia, Vontade de sair, me esquecer... Subir bem alto, gritar, E nunca mais voltar. Vagueio por aí sem rumo Qual menino perdido na rua. Onde está o amor? - minha mãe e meu pai, onde estão? Meu pai, minha mãe, Sou um órfão, sou nada. Procuro um ombro amigo, Mas só encontro um vazio. De repente bate uma dor Misturada com saudade. Minha poesia chora no peito E se transforma em quentes lágrimas. Cícero Alvernaz (22-09-2008) Mogi Guaçu, SP.
DUALISMO Morte, o que é a morte Senão um transporte Pra os braços do Pai? Vida, o que é a vida Senão a corrida Que segue e vai? Morte e vida – Mão estendida Do tempo que esvai... Luz que se apaga Na noite que vaga, Na folha que cai. No fruto maduro, A hera no muro Se agarra e não cai. Morte, o que é a morte? Tão certa e forte – E às vezes atrai. Cícero Alvernaz (Membro da Academia Guaçuana de Letras) Mogi Guaçu, 06-03-2008.
CERCA DE ARAME FARPADO Quem pula cerca sem olhar, sem prestar bem atenção, pode sem querer se machucar caindo ferido no chão. A cerca fere o desavisado que na pressa não vê nada, cerca de arame farpado que vem beirando a estrada. Na pressa nem olha direito por onde vai se enfiar e vai colocando o peito sem medo de se machucar. Quando passa do outro lado é que percebe a ferida, na cerca de arame farpado pode até perder a vida. Quem pula cerca sem olhar não sabe o que está fazendo, não pensa pra atravessar, depois ficará sofrendo. Por isto tenha cuidado, valorize mais a vida. A cerca de arame farpado tem sua arma escondida. Cícero Alvernaz (autor), 04-05-2015.