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Mostrando postagens de 2014
CARISMA. Quem tem carisma, muitas vezes não sabe que tem. Quem não tem, geralmente não sabe o que é. Carisma é algo inexplicável que se revela mais do que um dom ou uma aptidão, mais do que beleza ou simpatia, mais do que atração ou energia. Carisma é algo subjetivo que as palavras não conseguem explicar e o tempo não define. É uma qualidade especial que motiva e impregna o ser humano com uma força e um desejo muito além do comum. Mas, enfim, o que é ter carisma ou ser carismático? Quem tem carisma não precisa se expor, aparecer ou tentar se mostrar. Pelo contrário, quanto mais a pessoa se esconde mais aparece. Na verdade, nem precisa abrir a boca para ser ouvido e ser reverenciado. Automaticamente é visto e admirado, além de ser elogiado e respeitado. Quem tem carisma se impõe sem precisar gritar, exigir algo ou ameaçar. Tudo acontece naturalmente quando e aonde chega. Muitos não o entendem e nem poderiam entender, pois nem ele mesmo o entende. Carisma é algo espontâneo que causa adm
FELIZ ANO NOVO É hora de desejar "feliz ano novo!". Mas não devemos esquecer do ano velho que ainda não terminou. Aprender com as lições e com os muitos arranhões e com tantas decepções, pois, na verdade, vamos encontrar tudo isto no próximo ano e precisamos saber conviver com todo este entulho sem vaidade e sem orgulho, mas com muita disposição. O ano passa, mas, na verdade, continua e se repete, como escreveu Drummond em seu famoso poema: "O ano passado não passou, continua incessantemente. Em vão marco novos encontros. Todos são encontros passados". Feliz ano novo, porém, sem esquecer o ano velho. Até porque não tem como esquece-lo. Cícero Alvernaz (autor), 29-12-2014.
APAIXONADO Fico atrapalhado toda vez que você passa, fico sem ação e sem saber o que falar. Me perco na distância, desvio meu olhar, procuro não te ver, não sei o que falar. Fico abobalhado, perco tudo, perco a cor, meu coração dispara, mas eu tento disfarçar. Não sei o que acontece, não sei o que ocorre; quando você passa eu fico sem assunto e sem graça. Fico atrapalhado toda vez que você passa, quero me esconder, me esquecer, me dissolver. Me sinto agredido, torturado, você me enlouquece, me faz perder a voz, me deixa apaixonado. Cícero Alvernaz (autor), 27-12-2014.
Eu escrevo e me leio, me releio, escrevo, reescrevo e me releio. Eu me curto e me admiro, faço parte do meu fã clube, da minha torcida organizada, me dou autógrafo e me elogio narcisisticamente. Gosto de mim, passo horas me vendo, me lendo, me relendo. Ando comigo, não me deixo nem para ir ao banheiro. Sou meu fã de carteirinha, de caderneta e de lapela. Adoro me ler, nem que seja uns versinhos de pé quebrado, como se dizia antigamente. Curto tudo, até os rabiscos e os erros que conscientemente cometo. Eles fazem parte da minha arte; o artista nunca erra: ele comete pequenos equívocos. Eu me admiro, me dispo e me olho curioso e orgulhoso ao ver tanta beleza exposta e digo: que desperdício! Tanta beleza para ninguém pegar, tocar, admirar... Aí eu escrevo de novo, conto minhas aventuras com as letras, me leio, me releio, depois reescrevo e me releio, unicamente por prazer. Um prazer incontido, atrevido, saído das profundezas do meu âmago, das minhas entranhas que eu não vejo, mas admiro.
DEMOCRACIA? Democracia é um regime de governo que supostamente dá mais liberdade e mais participação ao povo. Democracia vem do grego: Demo = povo, cracia = governo. Governo do povo, para o povo e pelo povo. No papel é muito bonito, mas na prática, geralmente, não é nada disto. Costumamos ouvir pessoas dizerem com muita ênfase: "nós vivemos numa democracia". Daí, eu pergunto: na prática, isto é verdade? Não é. Na verdade, eu não sei o que vivemos nem como vivemos. O que eu sei é que temos um regime de governo presidencialista, que é o Executivo, temos o Congresso Nacional e o Poder Judiciário. Onde fica o povo nesta história? Ficamos como estamos: pagamos uma carga tributária altíssima para alimentar milhares de políticos que, em geral, cometem as mais terríveis atrocidades. Se há democracia, na verdade, ela não alcança o povo, fica restrita apenas aos três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. O povo ainda não descobriu nem ocupou o seu lugar nesta engrenagem. Por
VIDA DE GADO Zé Ramalho compôs a música "Vida de gado" nos anos 80, mas a mesma continua atual e ainda serve de estudos para muitos pesquisadores e observadores. É só ler e analisar a letra desta magnífica obra do cantor e compositor nordestino. O refrão diz:"Eh, ôô, vida de gado/ Povo marcado, ê/ Povo feliz". Lendo a letra e pensando na música pensei também na marcação de gado que vi quando eu era criança no interior de Minas. Ficava com dó dos animais que eram marcados a ferro quente e ficava imaginando o sofrimento deles. Depois conheci a música do Zé Ramalho entendi a metáfora, e hoje vejo a realidade do "povo marcado, ê, povo feliz". O povo é feliz, apesar de tudo, pois se contenta com pouco. Muitas vezes um "Bolsa Família" compra a consciência do povo. Não sabe ele, povo, que está sendo marcado com ferro quente e depois irá para o matadouro sem direito a nada. Povo marcado, enganado, anestesiado e comprado numa negociata que envolve o que
PAPAI NOEL Figura tão imponente, aclamado pelas gentes, herói de tantos natais. É amigo das crianças, para muitos, impostor, mas ele tem seu valor e leva consigo o amor em suas longas andanças. Papai Noel ilusório e sempre contraditório, mas amado e venerado. Ele faz parte da história, sem ele não há Natal, falem bem ou falem mal, neste mundo desigual todos o tem na memória. Desde os tempos de criança sempre tive esperança, sonhei com Papai Noel, mas fiquei decepcionado, me senti tão enganado depois que o conheci. Ele não me atendeu e não deu o que eu pedi. Pedi paz, pedi carinho, mas continuei sozinho e vi o mundo em guerra. Eu nunca pedi presente, nem mesmo prosperidade. Eu, tão ingênua criança, pedi paz e esperança, mas hoje eu vejo a maldade. Cícero Alvernaz (autor), 18-12-2014.
RELÓGIO DE PAREDE Na parede do quarto, da sala e da cozinha contando as horas... É mais que um relógio: é decoração, saudade, história, amor e emoção. O seu tic tac é música lenta que o tempo ouviu. Não para um segundo e sempre trabalha sereno e sutil. Os seus três ponteiros perseguem o tempo e marcam as horas. Assim se comporta e nunca se importa se alguém ri ou chora. O velho relógio tem sua importância, e tem relevância. Na parede do quarto me lembra saudoso os tempos da infância. Cícero Alvernaz (autor), 16-12-2014.
PERNILONGO Ele também é chamado de mosquitinho, mosquito, muriçoca. O nome não interessa, não muda nada. O que conta aqui é a ação deste "musquitin" que tem um "ferrãozin" terrível. Quando ele chega de mansinho e pousa, sem a gente perceber, o mal já está quase feito. De repente ele enfia o seu ferrão e introduz o seu veneno, e ao mesmo tempo ele retira algumas gotas de nosso precioso sangue. Pronto, está feita a desgraça! Em pouco tempo começa a coçar, doer e a inchar, forma vergões em volta e quanto mais coçamos é pior. A gente passa álcool, mas pouco resolve, enquanto não passa o efeito do veneno, não sara. E ás vezes nem dá tempo de sarar e vem outro e aplica uma segunda dose. Eu adoro matar pernilongos, com tapas ou de qualquer outra forma. É a minha vingança. Colocar veneno nem sempre adianta, pois muitos já assimilaram o veneno, e parece que até gostam. O certo é matar mesmo, mas ás vezes é difícil pegá-los. Além dos pernilongos, tem muitos outros "ins
LABIRINTO As flores murcharam sem aviso, de repente, o que era tão contente se perdeu num labirinto. A tristeza me encontrou num momento de pesar, eu não pude disfarçar, mas hoje melhor eu me sinto. Meus pés saíram do chão, viajei na contramão num caminho muito escuro sem ter como retornar. Os meus sonhos se esvaíram, eu me vi em desatino como se fosse um menino perdido, sem se encontrar. As flores murcharam e perderam seu perfume, nesta hora a gente assume que nada pode fazer. Me achei sobressaltado, muito triste, machucado, fiquei olhando de lado e não pude me conter. Saí andando perdido sem saber onde chegar, lembrei do meu velho lar, de minha mãe e meu pai. Se eu tivesse um espelho veria meu rosto vermelho, este momento de dor da minha mente não sai. Cícero Alvernaz (autor), 13-12-2014.
VIELA Pequena rua estreita sem asfalto e sem luz, que muitos chamam viela, e às vezes caçoam dela, pois ela pouco traduz. Liga uma rua a outra, encurta a distância até, viela em que evito passar, não tenho preguiça de andar, prefiro ir longe a pé. Tenho medo da viela por não ser iluminada, também por não ser asfaltada representando perigo. Dizem que encurta caminho, mas prefiro caminhar a ter que me arriscar e, quem sabe, me perder, nem sempre o caminho mais curto é o que nos dá mais prazer. Na vida tem muitas vielas que nos oferecem vantagem, melhoram a nossa imagem e nos fazem delirar. Oferecem seus prazeres eivados de falsidade, são vielas perigosas, são estradas desastrosas e muitos se perdem, se prendem, pelos antros da cidade. Cícero Alvernaz (autor), 10-12-2014.
O CICLISTA Ele corre, enfrenta a pista, E se vai esperando chegar. Pela vida lá vai o ciclista Pedalando sem nunca cansar. Os problemas que ele enfrenta São motivos pra ele seguir. Sua fé encoraja e sustenta, Não o deixa jamais desistir. Pedalando ele conta os minutos, Pois sorrindo alguém o espera. Ele segue feliz, resoluto, Pedalando a sua magrela. Vai montado levando esperança, Carregado de muita saudade. No seu peito existe a lembrança Da infância na sua cidade. Seu desejo é logo chegar E rever os seus pais e amigos. Só então ele vai descansar São e livre dos muitos perigos. Pois agora está salvo e feliz, E não teme os perigos da pista. Mais parece um menino aprendiz Nosso herói, nosso amigo ciclista. Cícero Alvernaz (autor), 11-12-2014.
FESTA Festa para os olhos E suas pupilas cansadas, Festa para o corpo E suas danças ritmadas, Festa que não se cansa, Pois até mesmo a criança Entra na dança E vai até altas madrugadas. Festa para comemorar O final de mais um ano, Festa para lembrar A chegada de mais um ano, Festa porque estamos em janeiro, Festa porque depois será fevereiro, Festa o ano inteiro, De janeiro a janeiro. Festa para marcar mais uma festa, Festa para não esquecer a festa E o sagrado direito de festejar, Festa para sorrir e dançar, Festa para amar, beber e paquerar, Tudo é motivo para festa, Vamos todos festejar! Cícero Alvernaz, 10-12-2014.
MINAS Minas não é história, não é conto, anedota. Minas é um sorriso, é talvez um paraíso que dentro da gente brota. Minas é um sentimento que extravasa nosso ser. Minas é sala e cozinha, a alegria que eu tinha e depois vi renascer. Minas é um couro curtido, é um pé de frutas maduras. É gente vivendo a sorrir, é um céu bonito a se abrir, lugar de muita fartura. Minas é um rio que corre e leva saudades e ais. Minas é o meu cantinho, é o cantar dos passarinhos, Minas é Minas Gerais. Cícero Alvernaz (autor), 07-12-2014.
Há pessoas que escrevem bem, mas muitas vezes não sabem a profundidade daquilo que escrevem. Não se dão conta do alcance daquilo que produzem. Há pessoas que escrevem com simplicidade, porém, com muita eficiência e capacidade. Há outras que escrevem de forma mais rebuscada e às vezes isto dificulta o entendimento de alguns leitores. Escrever é uma arte, mas, sobretudo, é fruto da persistência e da paciência. É preciso ter sensibilidade, coração e emoção para atingir o alvo proposto. Para escrever não é preciso ter graduação nem pós graduação, mas é preciso ter dom e acreditar, gostar e se dedicar á escrita. Escrever é como semear: nem sempre a semente que julgamos melhor é a que mais cresce e mais frutifica. Não se pode desanimar diante da primeira decepção, do primeiro não, da primeira indecisão ou dificuldade. É preciso agir com vontade e determinação para se alcançar o objetivo. Espero ter conseguido o meu objetivo dentro de algo a que me propus. Cícero Alvernaz (autor), 03-12-201
TRIBUTO A MAZZAROPI Quem nunca deu boas risadas ouvindo suas piadas? Seu andar desengonçado, seu jeito desordenado seu inseparável cachimbo fumando e cuspindo de lado... Assistindo Mazzaropi ninguém ficava calado. Humorista genial, o maior comediante que lotava os cinemas com seu jeito cativante. Das crianças ao velhinho todos viam com carinho; de sorrir no escurinho não paravam um instante. Assistir suas histórias, mesmo sendo tão simplórias era um belo programa. Trinta e dois filmes rodados com os temas mais diversos, humor em prosa e verso construíram sua fama. Hoje, o grande Mazzaropi é uma viva lembrança na vida de quem foi criança naquele tempo passado. Ainda podemos ver esse artista genial com seu humor sem igual nos trinta e dois filmes lançados. Cícero Alvernaz (autor), 12-09-2005.
AQUELE TOQUE Nossas mãos se tocaram, nossos corações pulsaram, fortemente se amaram. Como o encontro do rio com o mar, como a volta do filho ao lar nossas vidas se encontraram. Aquele toque de mãos foi fatal, foi então como o toque de uma canção. Como a estrela vagando no céu, como a abelha beijando seu mel esse toque foi a nossa união. Nossas mãos se tocaram, nossos corações se amaram num encontro sem igual. Como num sonho de repente que mexe tanto com a gente esse toque foi fatal. Cícero Alvernaz (autor), 27-12-2005.
PROCURAR E NÃO ACHAR Procurar e não achar é sofrer em dobro. É se decepcionar duplamente, e ver de repente que tudo foi em vão. Procurar e não achar é correr e não chegar no objetivo proposto. É chorar escondendo o rosto com as mãos tentando se esconder em vão. Vem o sofrimento pelo tempo perdido, depois vem o lamento. Procurar e não achar é sofrer e se cansar e chorar por um momento. Cícero Alvernaz (autor), 29-11-2014.
MEU DEUS, O QUE FIZERAM COM O BRASIL? Fico pasmo ao ver e sentir o que estão fazendo com o nosso País. Um País que tinha (e ainda tem) tudo para dar certo caiu em mãos erradas e hoje vive de crise em crise, ou é visto como uma brincadeira de criança onde se entra e sai a hora que bem quer e se muda as regras no meio do jogo quando bem lhe interessa. Um País desgovernado, prestes a implodir, com uma economia em frangalhos, onde nem a eleição é séria, pois ela pode ser burlada, manipulada e fraudada ao sabor das conveniências. É difícil conviver quando não se acredita nem se confia mais nas pessoas e nos poderes constituídos. Tudo fica solto, sem rédeas e sem nenhum propósito. É assim que vejo o nosso País. Tudo começou, segundo fui informado via imprensa, no primeiro mandato do ex-presidente, logo no começo, com a eclosão daquele que ficou conhecido como o maior escândalo da história do Brasil. Nunca na história deste Pais se ouviu e se viu um escândalo como aquele que é denominado
EX Ex é o que já foi, mas não é mais. Pelo menos esta é a opinião geral acolhida e disseminada por aí. Mas será que isto é verdade? Ou será que tem muitos ex que estão por aí quais mortos-vivos procurando algo ou simplesmente querendo anunciar a sua redenção? Tem ex pra tudo, mas tem alguns que fingem que se foram, mas volta e meia reaparecem e botam a maior banca. Quem é rei nunca perde a sua majestade. Eu não confio em ex e nem acredito que eles realmente existem. Dizem que existe ex-marido, ex-mulher, ex-cunhado, ex-sogro, ex-sogra, ex... só não existe ex-filho, ou seja, filho é pra sempre. Pode ser, mas há controvérsia. Eu já ouvi pais e mães gritarem em alto e bom som: "Você não é mais meu filho!". Mas, voltando aos ex, eles são qual sombra ou fantasma: quando menos se espera eles aparecem. Por isto eu não acredito em ex. Se algum dia eu for um ex, também não vou acreditar em mim, porque na minha opinião ex não existe. No máximo, eles existem no papel, mas na vida real
A PORTA Pela porta se entra e sai, pela porta se ausenta e vai. Pela porta se leva a saudade e a lembrança de uma amizade. Pela porta se deixa o sinal, a lembrança do bem e do mal. Pela porta se deixa a vida, tanta coisa pra ser esquecida. Uma porta fechada não deixa que se entre e faça a queixa. Uma porta aberta convida a entrar desfrutando a vida. Pela porta podemos entrar quando alguém nos convida a chegar. Pela porta podemos sair a chorar ou talvez a sorrir. Jesus Cristo é a Porta do Céu que nos leva a transpormos o véu. Ele a todos com amor nos convida a trilhar o caminho da vida. Cícero Alvernaz, 23-11-2014.
QUEM SOU EU? Eu sou uma folha seca, Um cano furado, Um barco quebrado, Sozinho, parado, À beira de um rio. Eu sou uma história Que alguém jamais leu, Um sonho perdido Que alguém já esqueceu. Estrela errante Sem céu e sem brilho, A voz que se ouve No choro de um filho. Eu sou a canção Deixada num canto, No frio da noite À procura de um manto. Eu sou uma folha seca, Um cano furado, Um barco quebrado, Alguém debruçado Tremendo de frio. Cícero Alvernaz, (autor), 16-08-2009.
FRUTA MADURA Senti o seu cheiro que o vento trazia, era um misto de prazer e alegria que eu não soube decifrar. Seu cheiro me invadia, sem querer me atraía, mexendo com meu paladar. O tempo passou, escorreu como água no rio, senti calor, senti frio, mas, sobretudo, senti desejo. O cheiro da fruta travou uma luta, eu sinto e vejo. Senti-me frustrado como quem perde um brinquedo, queria saber o segredo de tanto sabor e prazer. O cheiro da fruta madura foi uma tortura que não sei dizer. Cícero Alvernaz (autor), 20-11-2014.
MORRER EM PAZ Quero morrer em paz quando chegar a hora Qual flor que murcha e cai sem reclamar. Quero partir sorrindo sem rancor Ciente que na vida só distribuí amor E nunca fiz ninguém chorar. Quero morrer em paz qual passarinho, Quero voar ao céu por entre nuvens alvas. Por um instante sei que muitos vão chorar, Talvez até dizer palavras ou cantar, Quero partir e estar entre milhões de almas salvas. Quero rever irmãos e amigos que se foram, A todos vou sorrindo abraçar. Distante deste mundo de amargura Eu quero, enfim, em paz e de alma pura Viver pra sempre livre no meu lar. Quero morrer em paz quando chegar meu dia E ser levado pelos anjos ao jardim. Se for possível, peço aos meus irmãos, Que evitem prantear, fazer lamentação, Pois minha alma descansou enfim. Cícero Alvernaz (Membro da Academia Guaçuana de Letras) Mogi Guaçu, SP – 17-06-2008.
ACOLHIMENTO Do verbo acolher, acolhimento, carinho, tratamento, cuidado, proteção... Acolher algo, alguém, alguma coisa, cuidar com carinho dando o que for necessário e agradável enquanto está sob nossos cuidados. O ser pode estar tristinho, doentinho ou apenas carente de um carinho. É preciso conhecer para receber e acolher dispensando os cuidados necessários e devidos. Talvez este seja o exemplo mais claro do que Deus fez e faz por nós. Uma ave tão fraquinha que mal pode voar, um animalzinho que não pode correr e anda com dificuldades com medo, fome e frio. Então vem alguém e nos acolhe unicamente por amor. Olha por nós e pra nós e se solidariza com a nossa situação. Então nos sentimos seguros e podemos descansar em braços fortes e protetores. É assim que Deus faz conosco e é assim que Ele usa pessoas para fazer por nós aquilo que não podemos fazer. Cícero Alvernaz, 17-11-2014.
MADRUGADA São horas mortas, porém, bem vivas, pra quem se importa e tem uma vida ativa. Hora de sono, de sonhos mil, em que no abandono adormece o Brasil. Hora de trabalho, de esforço e produção, para quem pega no malho e dança com a alma na mão. Diferentes madrugadas, pra pessoas diferentes. Se uns se vão pra balada, outros se vão pro batente. Enquanto aqui raciocino, e tento entender este tema, me transformo num menino em forma de um poema. Cícero Alvernaz, 16-11-2014.
A gente não pode ligar para o que andam fazendo com o Brasil. Na verdade, nem adianta ligar e, pensando bem, é o próprio povo quem está se fazendo mal, se auto destruindo. Já fiquei muito nervoso e até descontrolado, já até passei mal, mas quando paro e penso percebo que a coisa mais fácil é manipular o povo, comprar a sua consciência e manobrá-lo. Então, entendo melhor o que aconteceu e está acontecendo. Infelizmente, quando não se tem cultura e esclarecimento aceita-se facilmente as coisas e se vende por muito pouco, às vezes por apenas alguns trocados. Nunca pensei que próximo dos 60 anos eu fosse ver algo assim. Sempre acreditei em seriedade e lisura na política, com raras exceções. Mas quando constatei fraude e manipulação como na última eleição "meu mundo caiu", desabei, entrei em parafuso, como se diz. Eu não estava preparado para ver essas coisas. Sempre achei a consciência do eleitor a coisa mais sagrada, o direito de escolher sem interferências externas, sem manipul
MAIS UM PRATO NA MESA Põe mais um prato na mesa que hoje tem visita, capricha no almoço, na janta, e vê se nada esquece, pois a visita merece. Põe mais um prato bem fundo, a visita está com fome, vamos recebê-la bem. Aqui é assim que se faz, com comida, bondade e paz. Capricha, faz tudo direito, um jantar especial. Põe mais um prato na mesa, faça-o por gentileza, depressa e com fineza. É assim que se faz em famílias educadas moradoras no interior. Põe mais um prato na mesa que a fome chegou com certeza. Cícero Alvernaz, 13-11-2014.
LONGE DE MIM Longe de mim, do meu carinho, do meu espaço, do meu caminho, da minha vida, do meu cantinho. Longe de tudo que me alegra, do meu repouso, da minha entrega, do meu sorriso tão valioso e do meu jeito de ser manhoso... Longe de mim, do meu apego, do meu cantinho, do aconchego, da minha casa, do meu sossego... Longe das coisas que tanto quero, longe daquilo que eu mais venero, fico perdido, em desatino, e choro às vezes como um menino. Longe de mim, do meu abraço e desses versos que eu sempre faço com suas rimas e seu compasso. Longe de mim, lágrimas descem, e no meu dia tudo escurece, a vida passa e desvanece, mas a poesia nunca me esquece. Cícero Alvernaz, 11-11-2014.
Cada ano que passa o Natal chega mais cedo. Isto demonstra a força desta data no comércio em geral e também a sua importância no contexto social. Por ser assim, tudo acaba mudando inclusive alterando o planejamento de muita gente. Isto é feito para se aproveitar mais o tempo e assim prolongar e aumentar o tempo e os lucros e o entretenimento em geral. O sentido espiritual do Natal, para a grande maioria, já acabou faz um bom tempo. Outros personagens já ocuparam o lugar e o espaço do Menino que, por tabela, também é esquecido durante o restante do ano. Ele, que um dia foi esquecido no templo, hoje é esquecido por muitos até nos templos, ou é trocado por personagens mais modernos e mais "descolados". A continuar assim, em pouco tempo Ele será lembrado como uma lenda, uma figura da história como outra qualquer e até como um impostor. Espero que pelo menos os verdadeiros cristãos possam lhe dar as honras e a adoração que só Ele merece. Afinal, o Natal de Jesus deve ser comemorad
UMA ELEIÇÃO QUE ESTÁ SOB SUSPEITA Não gosto de ficar repetindo os assuntos, pois isto dá a impressão de que estou sem assuntos e alimentando os leitores com comida requentada. Mas quero falar algo em torno da eleição que ocorreu recentemente para a presidência da República Federativa do Brasil. Nunca na minha vida de cronista e analista, muitas vezes polêmico, vi algo igual ou próximo do que todos nós vimos e ainda estamos vendo. Eu sempre acreditei em eleições, sempre votei, nunca anulei o meu voto, nem votei em branco, há 40 anos. E sempre acompanhei e acreditei na lisura das eleições. Quando surgiram as urnas eletrônicas entendi como um avanço que ia facilitar e até mesmo corrigir alguns possíveis erros na contagem dos votos. Não sou deste tempo, mas dizem que antigamente se votava assinando um livro. E muita gente era incentivada a ir votar em troca de um pão com mortadela. Quando se perguntava em quem o eleitor votou, ele dizia prontamente: “Eu votei no pão com “mortandela”. Is
Gosto de me contar coisas, gosto de me surpreender com novidades, gosto de me dar presentes. Às vezes fico um bom tempo falando comigo (como estou fazendo agora) e me divirto comigo curtindo as últimas novidades, os versos mais recentes e aqueles que já estão em mente. Eu nunca me decepciono, e às vezes dou risadas comigo, sorrimos e até nos emocionamos. Por outro lado, quase sempre quando conto alguma coisa a algum amigo fico falando sozinho, pois ele não participa do meu compartilhamento. Daí, eu fico decepcionado, pois percebo o desinteresse da outra pessoa. Por isto me falo, me conto, me curto, me dispo e me admiro e agradeço a Deus por algo tão lindo que Ele fez. Pode parecer narcisismo, egoismo, sei lá o que, mas sei que funciona. Esses dias eu falei comigo sobre um verso que fizemos e chegamos à conclusão que o mesmo precisava de uma edição, de uma mudança ou alteração. E a gente sempre se entende, até quando discordamos de alguma coisa. Cheguei á conclusão que eu sou o meu melh
FONE DE OUVIDO Virou febre ou uma doença incurável. Ninguém mais ouve, ninguém mais nos ouve. Na escola é um problema, em casa é um dilema e muitos usam até no cinema. A pessoa viaja literalmente ouvindo música e se desliga do mundo. Há um alerta que isto faz mal para a audição podendo até provocar a surdez, mas nada é melhor do que o prazer que se sente ouvindo a sua música preferida distante do mundo com suas imposições. Quando tentamos falar com a pessoa, ela não nos ouve, não nos vê e finge que não é com ela. Disfarça, se vira pro outro lado e continua a sua "viagem". Ficamos sem entender nada, mas depois entendemos, pois se trata de uma onda que um dia vai passar. Mas enquanto ela não passa ficamos sem comunicação externa e muitas vezes temos que apelar para os gestos para falarmos com alguém. E então ficamos com cara de bobo sem nada poder fazer. Cícero Alvernaz, 01-11-2014.
Qual homem nunca se cortou fazendo a barba? Por um pequeno descuido ou falta de cuidados de repente abre-se um pequeno corte e o sangue começa a jorrar como se fosse uma cachoeira, e não quer se estancar. Mistura tudo: espuma, sangue, lágrimas e forma um rio vermelho espumante e caudaloso que não quer parar de correr. Vem o desespero e uma dor imaginária que dói e machuca o corpo e alma. Com o tempo, aos poucos o sangue começa a parar, vai parando... e então se percebe que tudo foi apenas um susto, um "cortinho de nada", talvez um pesadelo. Mas fica a lição. Da próxima vez é preciso ter mais cuidados ou ser menos descuidado. Cícero Alvernaz, 31-10-2014.
LUA CRESCENTE Lua crescente, amiga da gente, no céu intensa paira suspensa com seu denso brilho. Lua crescente qual um diadema, no meu poema és um estribilho. Cícero Alvernaz, 29-10-2014.
QUANDO NÃO HÁ VENCEDORES NEM PERDEDORES Hoje me sinto aliviado e feliz por ter feito uma escolha consciente, sem ser constrangido ou coagido a escolher o meu candidato, seja pelo motivo que for, mas posso dizer que nesta eleição, com certeza, não houve vencedores nem perdedores. E se houve um perdedor, foi o Brasil quem perdeu mais uma vez em função do medo de milhões de pessoas que foram chantageadas através do benefício ou Programa denominado “Bolsa Família”. Esta é a maior arma do Governo Federal, a qual foi usada com maestria explorando a miséria do povo brasileiro e inculcando o medo com a ameaça de perder um benefício que para muitos representa a estabilidade e a condição de não precisar mais trabalhar, tendo uma espécie de aposentadoria precoce. Agindo assim, qualquer governo se perpetua no poder. Essa tática é comum nas Ditaduras existentes pelo mundo afora. O cidadão vira refém dos políticos e tem o seu voto e a sua consciência comprados por alguns reais mensalmente. Conv
PUXA-SACO O chamado ou apelidado "puxa-saco" é um indivíduo especial e diferenciado. Muito notado e também assediado em função de suas qualidades e do prestígio que tem. Não é qualquer um que pode ser um "puxa-saco". Ele é uma pessoa que tem acesso livre ao patrão e por isso conhece bem a empresa onde trabalha. Ele é capaz de fazer elogios sem conta, principalmente fora de hora, para ter o que pretende e assim acaba conseguindo algo mais. Devido a isto, ele muitas vezes é odiado pelos outros funcionários. Mas, por outro lado, ele é útil aos seus colegas e á Empresa. É uma pessoa de total confiança do patrão, por isto recebe os seus "agrados". Em todo lugar existem os "puxa-sacos", até nas igrejas. Militei durante mais de 40 anos em uma igreja muito conhecida e sei muito bem disto. Não adianta ter raiva ou odiar este indivíduo. Ele é "liso" e é melhor ficar ao lado dele, pois ele está ao lado do patrão, de quem tem toda confiança. Eu d
BRIGA DE CASAL Um casal briga, a mulher se descabela, o homem xinga, ameaça, e se esparrama no sofá. O som preocupa os vizinhos, apesar de já estarem acostumados com esses desatinos. Um casal briga, uma criança assiste. Ninguém sabe os motivos da briga, a causa é desconhecida, mas a briga é bem conhecida e tem até torcida na vizinhança. A briga já virou rotina. Briga de casal pode ser algo natural, embora seja tão feio. Um casal briga, depois se apazígua. Por fim tudo silencia e na cama fazem amor em plena luz do dia. Cícero Alvernaz (autor), 24-10-2014.
PARALELEPÍPEDOS Não é um palavrão, também não é uma palavrinha. Não é palavra minha, na verdade, nem sei de quem é. Estive em Minas, (Minas sempre está em mim) e vi muitos pelas ruas. São pedras toscas colocadas muitas vezes desiguais entre as quais renasce o mato e dão imenso trabalho ao trabalhador-funcionário que pacientemente faz o seu serviço. Na maioria das cidades mineiras ainda pode-se ver. Muitos foram substituídos pelo asfalto que é bem mais prático e mais cômodo. Mas os paralelepípedos existem e, como se vê, ainda insistem sorrindo e zombando talvez. Estive em Minas (Minas sempre está em mim) e vi muitos pelas ruas e pensei: até quando essas ruas serão assim? Cícero Alvernaz (autor), 22-10-2014.
POR QUE VOTO EM AÉCIO Votei em Marina Silva no primeiro turno, naturalmente votarei em Aécio Neves no segundo. Não votarei simplesmente porque a ex-candidata do PSB o está apoiando, mas, sobretudo, porque entendo que ele tem melhores propostas e representa a esperança de milhões de brasileiros que estão inconformados com o atual governo, principalmente em relação à nossa economia e à política externa. Existem muitos motivos para votar em Aécio, além do fato de eu ser contra a reeleição e pela alternância de poder. Nosso País está vivendo dias muito difíceis praticamente em todas as áreas - um programa importante como o PAC está praticamente paralisado - quase nada se faz pela educação e pouco se faz pela saúde pública. Por falar em saúde pública, o “Programa Mais Médicos” já demonstrou que é ineficiente e pouco representa em termos de melhorias nesta área. É só perguntar ao cidadão comum se melhorou alguma coisa depois da implantação deste programa. No Brasil, não faltam médicos,
CANÇÃO DE LONGE No meio da noite quando tudo é silêncio, nem um sussurro se ouve, nem mesmo o barulho do vento. Uma canção veio vindo com seu acorde tão lindo e foi tudo invadindo transformando o momento. Ela veio em meio ao sono de alguém ao abandono sonhando com outro mundo. A rua estava deserta e nada mais se ouvia, e no ar a brisa fria era dor e acalanto. Ela veio em meio ao pranto com seu jeito, com seu manto, veio trazendo alegria. No meio da noite já em plena madrugada uma criança chorava, um cão medroso uivava quando a canção se ouviu. E tudo parou de repente pra ouvir tão docemente a linda canção do vento. A criança se acalmou, o cãozinho se aquietou e o mundo fez-se flor. Uma canção de longe, uma canção de amor. Cícero Alvernaz (autor), 18-10-2014.
RELIGIÃO Todos têm a sua religião, embora nem todos a propaguem ou a assumam. O homem tem uma alma e um espírito, além do corpo e, portanto, precisa de um contato com algo subjetivo e espiritual. Conversando com alguém, logo percebemos isto através de uma palavra, de um gesto ou mesmo de um olhar. Podemos encontrar pessoas que não torcem para nenhum time, ou que não tenham nenhuma predileção política, mas dificilmente encontramos alguém que não tem nenhuma religião. A pessoa pode não ser religiosa, mas, com certeza, tem uma religião. Há pessoas tão religiosas que elas dizem que não acreditam em Deus, muitas vezes para disfarçar a sua religião. É um paradoxo, mas é um fato. Outro paradoxo: quando uma pessoa não suporta falar ou ouvir falar em religião, este é um sinal de que ela é religiosa. Eu diria: religiosa possessiva. Enfim, todos (ou quase todos) têm a sua religião, que é uma forma ou uma tentativa de se aproximar de Deus. Mas a Bíblia diz que o homem só se aproxima de Deus atra
MORENA NA JANELA Ela se inclina e nos olha, vejam quão linda é ela! Ei-la, tão doce figura, tão brilhante criatura nos olhando da janela. Esses versos são pra ela, que um dia me inspirou. E que agora novamente me deixa feliz e contente como agora eu estou. A morena da janela, que talvez nem me conheça, e nem saiba quem eu sou. Mas seu sorriso tão lindo sem querer me cativou. Vejam, é ela, com seu charme e beleza! A morena da janela com sua face tão bela - presente da Natureza. Cícero Alvernaz (autor), 11-10-2014.
A CRUZ A cruz tem várias formas ou formatos. É um objeto de suplício, de dor e de sofrimento. Era considerada a morte mais cruel no tempo em que o império romano dominava o mundo. Jesus foi pregado numa cruz (não amarrado numa estaca como dizem algumas religiões). O seu sofrimento foi extremo, mas tinha um objetivo: prover a salvação a quem nele crê. O seu sangue foi o sinal, o pagamento pelos nossos pecados. Fomos comprados por seu sangue derramado na cruz. Mas aí vem uma pergunta que não quer calar: por que tantas religiões hoje cultuam a cruz? Há igrejas que mais parecem cemitérios de tantas cruzes que ostentam. Na entrada já vemos uma encimando as nossas cabeças. Se a cruz é objeto de sofrimento, tortura e representa dor no seu mais algo grau, por que tantos a cultuam? Não seria mais correto cultuar e adorar aquele que foi pregado numa cruz? Alguém já me disse que não tem como pensar em Jesus sem prensar na cruz. E para muitos ele ainda continua ensanguentado pregado numa cruz. E
CONSELHOS DE MEU PAI Evite as más companhias. Se for possível, não entre em bares. Sempre peça "por favor". Fique longe das "rodinhas". Não aceite cigarros, bebidas, (e nenhuma outra droga). Ouça antes de responder. Respeite os mais velhos. Não maltrate os animais. Fuja de confusões, brigas e fofocas. Procure ser honesto com os seus negócios. Trabalhe. Todo trabalho é digno. Trate a todos com educação. Frequente uma igreja. Leia a Bíblia diariamente. Nunca fale palavrão. Procure ser exemplo em tudo. Nunca interrompa pessoas que estejam conversando. (exceto em casos extremos). Evite discussões mesquinhas e inúteis. Respeite a opinião dos outros, (mas tenha a sua). Se você não puder conviver com alguém, ore por essa pessoa. Quando alguém te procurar para tramar algum mal contra alguma pessoa, convide-o a orar por ela. Evite ir muito à casa das pessoas. Procure ter paz com todos. *Dentro do possível tenho procurado seguir os conselhos de
BRUXA-FADA Ela não é uma bruxa, nem voa por aí com este sol quente. É pequena, é morena, e é muito competente. Por acaso ela varre usando sua vassoura, companheira de trabalho, varre a calçada, o assoalho, varre até o pé da gente. Muitos a chamam de bruxa, mas ela não liga, que bruxinha linda! Mas ela não briga. Varre os nossos caminhos com sua linda vassoura, enfeitando a nossa vida deixando tudo limpinho. Ela não é uma bruxa, e varre com muito carinho. Gosto de vê-la assim: varrendo com muito cuidado, o seu corpo balançando, com seu vestido rodado. Se ela fosse uma bruxa seria uma bruxa-fada dona de um lindo sorriso. Eu ia junto com ela segurando a vassoura até ao seu paraíso. Cícero Alvernaz (autor) 10-10-2014.
FÉ Fé é um sentimento comum a todas as pessoas. Pelo menos de vez em quando exercitamos este sentimento de crença e certeza, principalmente nos momentos de tristeza que a vida nos reserva. Há vários tipo de fé, que pode ser empregada nos mais diferentes objetos, pessoas e até animais. Esta é a fé comum a qual todos têm. Por exemplo: quem joga na loteria tem fé que vai ganhar. É a fé horizontal com a qual nos deparamos no dia a dia e que faz parte da vida de todos. Fé é mais do que uma crença ou religião: fé é a certeza que se vai conseguir o tão esperado "milagre". Fé nos homens, fé nas imagens e em tantos objetos que são alvos de nossa fé. Por outro lado, existe a fé em Deus: a fé espiritual, a fé vertical também chamada por muitos de fé inteligente. A Bíblia diz em Hebreus 11 e 6 que "Sem fé é impossível agradar a Deus". Mas, evidentemente, trata-se da fé em Deus e não apenas em objetos de adoração que o próprio homem fabrica e depois vende. Neste longo capítulo
PANELA NO FOGO Panela no fogo, coração em brasa, incendeia toda casa com o cheiro da comida. Arroz e feijão, batatinha, macarrão, uma pitada de sal, e um gosto sem igual alegrando a nossa vida. Panela no fogo, hora do almoço para o velho, para o moço, e pra todos os presentes. O cheiro invade a casa, ninguém nessa hora se atrasa, todos correm, se apresentam, depressa à mesa se sentam, bem felizes e contentes. Cícero Alvernaz (autor), 09-10-2014.
VOCÊ NÃO ENTENDE Você não entende e nem poderá entender. Eu também não entendo e sei que é difícil entender. As coisas mudaram como muda o tempo, como muda o humor e ninguém, na verdade, entende esta linda história de amor Você não entende, eu também não entendo. Mas pra que entender? Deixa o tempo passar, deixa o tempo correr. Nossos sonhos minguaram, nosso chão se abriu, tanta coisa mudou: não há como entender. A gente ficou neste mesmo refrão, se olhando sem ver, se querendo sem ter, sem amar, sem querer. Você não entende e nem poderá entender, então vamos tentar se abraçar e viver. Cícero Alvernaz (autor), 07-10-2014.
NA VIRAÇÃO DO DIA Na viração do dia quando os ramos adormecem e os pássaros canoros cantam e fazem poesia, toda terra se estremece ao sentir bater o vento que passa com seu lamento, tudo em volta se refaz, e a tarde caindo traz sua linda melodia em forma de flor e poesia. O mundo se entristece num momento de incerteza, o tempo se enternece sentindo sua tristeza. Na viração do dia quando a noite se aproxima, as folhas se deitam nos galhos, o sol se esconde de medo, o homem deixa o trabalho, e os pássaros revoam buscando algum arvoredo. Cícero Alvernaz (autor), 05-10-2014.
CANSAÇO Tem hora que bate um cansaço, uma vontade estranha de dormir sem acordar, ou acordar num futuro em um mundo bem melhor. Esse cansaço aumenta, vem em forma de fantasmas e a gente então desaba como frutas no pomar. Tem hora que bate um cansaço, todo o corpo queda exausto como um peso que se solta sem saber onde cair. Como ondas que se batem, se debatem numa praia, como a chuva que desaba, nosso corpo tão cansado se entrega e desmaia. Cícero Alvernaz (autor), 04-10-2014.
CÉU Céu que vejo acima, acima do mundo, acima da terra, acima do mar. Qual tela de sonhos regendo as nuvens tangendo estrelas além, no infinito. Céu que vejo distante com seu manto e magia, suas nuvens se movendo formando seres alados num espetáculo denso. Céu de luzes e de sonhos, perdido na imensidão, como um teto azulado, outras vezes multicor. Eu vejo e admiro este céu que se estende, este céu que não tem fim. Céu que vejo acima onde os anjos se assentam e dedilham suas harpas ensejando uma festa dedicada ao Senhor. Eu quisera entender todo este movimento, os mistérios que existem, os segredos que persistem quando eu olho para o céu. Cícero Alvernaz (autor) 03-10-2014.
Alguém me disse certa vez que o político precisa ganhar bem para não ser corrupto, mas quanto mais ele ganha mais quer ganhar e só consegue ganhar mais através da corrupção. Eles prometem trabalho, mas geralmente quando ganham nada fazem, nem sequer vão às reuniões ou sessões. Se eles fossem obrigados a trabalhar e ganhassem um salário de trabalhador, o que seria mais do que justo, poucos iam querer se candidatar. Daí, essa mesma pessoa me disse: se ninguém quisesse ser político não teria como fazer os trabalhos que eles fazem. Uma afirmação leva à outra: se não houvessem políticos, a corrupção cairia quase a zero, portanto, haveria muito mais dinheiro para resolver os problemas dos brasileiros. Sendo assim, o Governo poderia contratar, através de concursos públicos, funcionários preparados, graduados que iriam efetivamente trabalhar ganhando 10% do que os políticos ganham. Mas para que isto acontecesse, aqui teria que ser o Paraíso, e aqui é o Brasil, onde quem tem dinheiro não vai p
ELEIÇÃO Todos querem, todos lutam, todo mundo acredita. Como se fosse operários lutando por uma marmita. E então se faz propaganda, mentem e fazem promessas. Poluem as ruas, as praças, espalhando suas peças. Fotos em mil cavaletes atrapalham a cidade. Prejudicam motoristas, quanta imbecilidade! Gritam e fazem barulho com os seus alto falantes. Falam de seu candidato com esse som tão possante. E muitos papéis são jogados nas ruas e nos quintais. Nas caixinhas do correio cada dia jogam mais. Todos querem, todos lutam, pois querem chegar em primeiro. O sonho dos candidatos é ganhar muito dinheiro. Cícero Alvernaz (autor) 29-09-2014.
BURBURINHO No burburinho da tarde se veste meu pensamento entre nuvens que passeiam, suavizando o momento. Cálida tarde se enche de sons e entretenimento no tic tac das horas que vão se passando ao vento. A nuvem se vai desfazendo deixando no céu um sinal, anunciando que a noite virá com seu manto afinal. Constelações, mil estrelas, salpicam o manto azulado. É a noite que aparece saudando o céu estrelado. Mil histórias, poesias, sonhos tantos e canções. O mundo se faz criança carregado de emoções. Cícero Alvernaz (autor) 29-09-2014.
DIGNIDADE Ficamos para trás, mas não importa, perdemos a batalha desta vez. Amanhã, quem sabe, à nossa porta, a sorte bata, quem sabe, talvez... Ficamos para trás, não há remédio, o que nos resta agora é lutar, vencer todo embaraço, todo tédio, erguer a cabeça, sorrir e não desesperar. Ficamos para trás, o que fazer? Pra nós restou somente a intenção. Sorrir discreto, olhar sem entender, sentir a dor que sente um coração. Ficamos para trás, mas não importa, perdemos a batalha desta vez. Amanhã, quem sabe, à nossa porta, a sorte bata, quem sabe, talvez... Cícero Alvernaz (autor), 10-06-1988.
CASAMENTO NA ROÇA Fui a um casamento na roça. Já faz muito tempo. Na verdade, foi num lugarejo chamado Vermelho Novo, MG. Fomos na carroceria de um pequeno caminhão por aquelas estradas cheias de buracos, muitas curvas e algumas pontes que dava medo só de de ver. Felizmente não aconteceu nenhum acidente, além do susto e do incômodo. Chegando naquele lugar perdido no tempo, o pessoal foi descendo aos poucos: primeiro as mulheres, depois os homens. Comecei a observar tudo e a analisar onde eu estava e o que eu realmente estava fazendo ali. Não consegui descobrir nada e fiquei perdidinho naquele lugar estranho. Enquanto as pessoas iam entrando na igreja eu só fiquei olhando e não entrei. Eu não tinha nada para fazer lá. Eu nem fui convidado, só fui para não ficar sozinho em casa. Fiquei sozinho na praça. Olhei em volta e não vi mais ninguém. De repente encontrei um lugar onde eu poderia ir, para mim muito melhor do que assistir a um casamento de quem eu não conhecia. E caminhei na direç
BRINQUEI DE AMAR Brinquei de amar, pensei que fosse brincadeira, mas percebi que não era. No começo foi gostoso, agradável, divertido, mas depois ficou confuso, eu fiquei meio perdido. Brinquei de amar, pensei então que eu pudesse parar quando bem quisesse. No começo eu sorria, brincava a todo momento, era tudo alegria e não tinha sofrimento. Tão ingênua brincadeira de repente ficou séria: descobri que estava amando. Fiquei estranho, perdido, e nem dormia direito, um desejo diferente foi apertando o meu peito. Brinquei de amar como se fosse criança correndo pelo quintal. Hoje vi que tudo é sério e me sinto apaixonado, não consigo mais viver sem ter você ao meu lado. Cícero Alvernaz (autor), 25-09-2014.
OS MUROS DA VIDA Constroem-se muros para separar as pessoas como se as pessoas fossem perigosas na sua totalidade. Alguns muros são altos, outros são mais baixos, mas todos têm a mesma função. Constroem-se muros para se proteger das pessoas e formam divisões, e fazem separações como se isto resolvesse alguma coisa. Mas a vida não é assim, pois o muro mais famoso já caiu: o muro de Berlim. Constroem-se muros, colocam cerca elétrica, outros põem cacos de vidro, muros altos, inexpugnáveis, mas as pessoas não se separam. O mundo é livre, a vida é boa, e quem constrói tantos muros não consegue separar as pessoas. Cícero Alvernaz (autor), 20-09-2014.
PRIMAVERA Setembro, flores e primavera se confundem. No ar paira a esperança deixada pela chuva que finalmente mostrou sua cara, ainda que timidamente. Setembro marca o início da Primavera, considerada por muitos a estação das flores. Primavera é também uma metáfora que representa beleza, alegria e significa poesia e faz emergir sonhos. Mas tudo isto pode ser apenas impressão ou ilusão, pois na verdade o que conta é o que está dentro da pessoa, o que ela sente e deseja. Primavera enseja dias lindos, poemas que evocam esta estação e a fazem ainda mais florida. Setembro vem carregado de flores deixando antever e sentir o perfume que delas emana. Por tudo isto é bom cantar a primavera, mesmo em tempos de crise, como escreveu certa vez um poeta: "Cantando a primavera em tempos de crises". Afinal, é preciso crer para ver, e não o contrário. E a Primavera, queiram ou não, é uma realidade. "Aparecem as flores na terra, o tempo de cantar chegou". (Salomão). Cícero Alver
FICA COMIGO Fica comigo, mesmo que seja por pouco tempo, mas é o tempo suficiente para que eu seja feliz. Não sou egoísta, nem sou altruísta, apenas faço um pedido e quisera ser atendido como uma criança qualquer. Fica comigo, seja meu porto, meu abrigo, amiga, amante, mulher. Parece pouco, mas pra mim é quase tudo, uma cama, água fresquinha, um espelho e um cobertor, uma porta entreaberta, no ar um cheiro de amor. Não peço o mundo, dinheiro, nem algo impossível, peço apenas carinho. Fica comigo, pois você me envenena, e verá que vale a pena, cansei de ficar sozinho. Cícero Alvernaz (autor), 18-09-2014.
QUANDO EU TE CONHECI Dizem que a primeira impressão é a que fica. Mas nem sempre esta regra funciona. Quando eu te conheci te achei estranha, mandona, e tive a pior impressão. Você me pareceu esnobe, mal olhou pra mim, e mesmo assim não gostei do seu jeito de olhar. Ficou fazendo graça, mas eu achei tudo sem graça e não via a hora de ir embora. Quando eu te conheci você me esnobou. Não entendi o seu rancor, a sua falta de elegância, de amor, e de educação. Pensei: foi tudo em vão. Que grande decepção! Talvez eu esteja sendo duro contigo e também comigo, mas foi esta a minha primeira impressão. Quando eu te conheci senti-me sem fé e sem razão. Mas eu não me dei por vencido. Queria te ver de novo para entender o que tinha acontecido. Algo estava errado, devo ter me enganado, foi o que pensei. E não via a hora de te ver e me convencer de tudo. Sonhei com isto noite e dia, pois você tinha algo que eu queria. O tempo passou e a gente se encontrou meio
DÚVIDA CRUEL Eu não queria mas você queria. Eu não sabia que você queria por isto eu não queria, mas, no fundo, eu também queria. Eu queria e você queria, nosso olhar tudo dizia, mas a gente disfarçava, se olhava, se encarava, mas nunca assumia que a gente se queria. Eu não queria, mas você queria. Era um misto de tristeza e alegria. O coração com emoção feliz batia, pois ele também queria. Pensando em não querer fiquei sem entender, pois, na verdade, eu queria. Que dúvida cruel, olhei pro céu, mas resistia. E hoje estou assim: te querendo como nunca quis um dia. Cícero Alvernaz (autor), 14-09-2014.
BOM HUMOR O amor se escondeu atrás da porta. A porta estava aberta e ninguém o viu. Procuraram por ele em todos os lugares: debaixo da cama, em cima do armário, na estante, nos livros, no Dicionário, até no banheiro alguém o procurou. Passaram-se horas de procura intensa, o procuraram até na despensa, mas ninguém o encontrou. O amor se escondeu atrás da porta. Ficou escondidinho atrás de uma vassoura. A casa foi revirada, mas ninguém desconfiou que ele estivesse naquele local. O dia se foi, a noite chegou aos poucos e todos ficaram quase loucos à procura do amor... Ele estava escondido atrás da porta zombando de todos com seu bom humor. Cícero Alvernaz (autor), 11-09-2014.
GOVERNO DILMA – UMA GRANDE DECEPÇÃO Poucos governos na história do Brasil foram tão decepcionantes como tem sido o atual governo. Para o cidadão comum, que é quem paga os impostos, esses quase quatro anos tem sido de grande penúria e dificuldade com enfrentamentos diários das mais terríveis situações, em praticamente todas as áreas. Mais uma vez, as promessas foram muitas, mas o cumprimento delas foi decepcionante, e se tornou até bizarro em algumas situações. Um governo que praticamente nada fez na área social, além da ampliação do tão propalado Programa Bolsa Família, que foi ampliado escandalosamente com a única finalidade de garantir votos na eleição, recebendo aumentos indiscriminadamente. Falo como cidadão comum que sente na carne e vê os desatinos deste atual governo. Podemos dizer, a grosso modo, que tudo vai mal neste governo. Nunca o cidadão sofreu e reclamou tanto. Por outro lado, o Governo nunca foi tão insensível a ponto de ignorar os reclamos da população nas áreas m
Racismo, preconceito e discriminação são atitudes extremamente abjetas e mesquinhas. Mas penalizar um clube de futebol, seja ele o Grêmio de Porto Alegre ou outro qualquer por atos de alguns torcedores é inadmissível. Que se puna o torcedor, com multa ou mesmo detenção, mas o clube não deve e não pode arcar com prejuízos por atitude de algum torcedor. O Grêmio foi eliminado de uma competição nacional e agora, obviamente, vai entrar com um recurso no STJD (Supremo Tribunal de Justiça Desportiva). E a moda pegou. O mais recente caso aconteceu no jogo entre o Tombense, de Tombos, MG e o Operário de Mato Grosso, pela Série D, em que o goleiro Igor fez um BO afirmando que sofreu injúria racial por parte de um torcedor do Tombense. E o caso vai parar também no STJD. Detalhe: o Tombense ganhou o jogo por 2 a 1. Se essa moda continuar, qualquer time que perder o jogo vai reclamar através de algum atleta e vai fazer um BO, alegando injúria, para obter vantagem e prejudicar o adversário. Que se
MULHER E TELEFONE Mulher e telefone são seres que se atraem, se apegam de tal forma que formam um só ser. Se unem, se confundem, e nunca se desgrudam, e formam uma imagem difícil de entender. Um imã, uma cola, talvez um adesivo, Sã muitos os assuntos, histórias pra contar... Mulher e telefone o verso, o reverso, a capa, a contracapa, o riso, a fofoca... E o tempo não espera, e passa e se vai... Não sei que tanto fala, mas fala e repete. Na rua, no emprego, na sala de espera. Mulher e telefone se unem, se dissolvem... Não há o que fazer, não há o que tentar. Melhor deixar assim, melhor não se meter. Cícero Alvernaz (autor), 06-09-2014.
EU ME LEMBRO Eu me lembro como tudo era antes naqueles tempos distantes vivendo no interior. A casa simples, sem conforto e sem riqueza, onde pairava a pobreza, mas existia o amor. Eu me lembro como tudo se passava lá onde a gente morava e vivia com prazer. De manhãzinha a gente se levantava e aos pouco se arrumava bem antes do sol nascer. Eu me lembro do cantar dos passarinhos que saiam de seus ninhos pra saudar o lindo dia. O sol nascendo com muita força e calor dava ao mundo outra cor, outra página escrevia. Eu me lembro do ruido da floresta com os pássaros em festa e a vida a pulsar. O dia quente muita gente se cansava e a gente transpirava, nossa terra a lavrar. Eu me lembro quando a tarde aparecia e em forma de poesia os seus versos declamava. Todos juntos depressa, sem demorar, só queriam descansar enquanto a noite chegava. Eu me lembro dos amigos, das amigas, das conversas, das cantigas, numa noite de luar. Lá no terreiro abra
LIÇÃO DE MORAL Uma lição que ninguém quer, mas às vezes precisamos. Seja homem ou mulher, todos nós a detestamos. Mexe com o brio da gente e nos deixa humilhados. Nos abate de repente e nos deixa arrasados. É a lição de moral que todos nós já tomamos. Que nos deixa muito mal, muito tristes nós ficamos. Uma lição assim a gente nunca esquece. Por mais que seja ruim como sempre acontece. Eu já ouvi um monte, mas não sei se alguma valeu, pois dependendo da fonte falou muito e se esqueceu. Tem gente que gosta de dar muita lição de moral. Fica horas a falar, mas é pior que o tal. Cícero Alvernaz (autor), 04-09-2014.
INSTRUMENTO Faz de mim um instrumento que só espalhe o bem. E que na força do vento eu leve paz a alguém. Que meu som seja ouvido e leve paz ao aflito. E vá onde há choro e gemido como a força de um grito. Faz de mim um instrumento que possa sempre tocar. E transforme o sofrimento daqueles que estão a chorar. Que eu leve alegria com minha voz, com meu canto. Mesclado com poesia, versos livres, acalanto. Faz de mim um instrumento, Oh! Senhor, te peço agora. Que eu seja bálsamo, unguento, no coração de quem chora. Cícero Alvernaz (autor), 03-09-2014
PÔR-DO-SOL Quando a tarde desce bem triste, calada, vejo a passarada na beira da estrada. O dia se acaba, o mundo desaba transforma-se em nada, e a vida calada se torna cansada ao longo do dia. Procuro a poesia na paz deste instante e olho distante um raio de sol. Além, no horizonte, eu vejo dourada, bem afogueada a luz do arrebol. Quando a tarde desce eu sinto um aperto e um desacerto, cruel incerteza. E baixa a tristeza nessa despedida... O dia se vai co'a tarde que cai e a vida se esvai sem se despedir. A mata fechada se queda calada e o homem na estrada caminha sem pressa feliz a sorrir. Cícero Alvernaz (autor), 02-09-2014.
O mundo hoje é politicamente correto. Quem não for corre sérios riscos de ser banido, ignorado ou até mesmo agredido. Em qualquer área exige-se que a pessoa siga a maioria e tenha uma opinião que seja aquela encabeçada pela maioria. Quem não seguir esta trilha será mal visto, perderá espaços e aos poucos perderá o seu espaço no círculo que frequenta. Já paguei caro por falar e escrever temas não aceitos pela maioria. Depois descobri que isto é ser politicamente incorreto. Resumindo: temos que repetir tudo aquilo que a maioria e a mídia aceita como correto. Caso contrário, além das punições, ainda corre-se o risco de sofrer mais danos e ter que responder na Justiça pelo fato de ter uma opinião contrária àquela aceita pela maioria. Nossa liberdade fica resumida, restrita e com o tempo deixa de existir. Esta é a nossa democracia. Uma "democracia politicamente correta". Cícero Alvernaz (autor), 02-09-2014.
O FRIO O frio é filho do tempo, também é parente da chuva, ele aumenta com o vento e a gente usa luva. E coloca o agasalho, põe a toca e o cachecol, sai pra rua encolhido, torcendo pra abrir o sol. O frio a tudo congela e nos deixa a tremer. A gente fecha a janela e procura se esconder. Na casa da minha tia senti um frio danado. Me encolhi, me agasalhei, e quase morri congelado. O frio pode matar se a gente não se cobrir, é preciso agasalhar, e também se prevenir. Cícero Alvernaz (autor), 01-09-2014.
DÊ UM NOME PARA O AMOR Dê um nome para o amor, faça uma imagem qualquer. Pode ser uma estrela, ou talvez uma mulher. Pode ser uma mansão, uma casa, cachoeira, Um momento de carinho, uma flor, uma roseira. Dê um nome para o amor, escreva na sua mão, e segura com vontade, com carinho e paixão. O amor é algo lindo, às vezes subjetivo. Que ataca de repente, cola como um adesivo. E ficamos absortos, às vezes desconcentrados, falando sozinho de dia e á noite, acordados. Dê um nome para o amor e não o perca de vista. O amor é companheiro de quem não é egoísta. Cícero Alvernaz (autor), 01-09-2014.
A ESCOLA A Escola é uma casa Onde vive muita gente, Com carinho abriga a todos Dando saber e semente. Saber para o resto da vida, Semente pra gente plantar Num solo sagrado e fecundo Que boa colheita vai dar. A Escola nos protege, Dá-nos boa convivência, Nos ensina e nos cativa, E nos dá experiência. A criança vai pra escola Com desejo de aprender, E depois de algum tempo Já sabe ler e escrever. E prossegue os seus estudos Seja aqui ou onde for, E depois de alguns anos Se forma e é doutor. Trabalham numa Escola, Diretor, coordenadores, E também funcionários Ajudando os professores. Nesta casa de ensino Aprendemos a lição Que a vida é sempre boa Com saber e educação. Cícero Alvernaz (autor), 24-06-2013.
A ESPERANÇA A esperança brilha nos olhos De quem ama a vida E tem motivos para sorrir. A esperança sorri e chora conosco E nos faz sentir mais fortes E mais livres. É bom olhar em volta E me sentir mais seguro E poder caminhar ou correr Como uma criança. A esperança nos faculta tudo isto E nos devolve o sorriso E a vontade de viver. Somos dependentes deste sentimento Que está presente em todos os momentos. A esperança canta conosco a cada manhã Aquela canção que cantamos sempre E ensinamos a todos os circunstantes. Somos flor e passarinho, Somos fonte de carinho E esperamos com alegria O correr do dia E o lindo entardecer. A esperança é o nosso alimento, E com ela podemos alimentar Aqueles que não têm forças E têm dificuldades para caminhar. A vida se resume numa só palavra – Uma palavra que a tudo alcança. A vida se resume na palavra ESPERANÇA. Cícero Alvernaz (Membro da Academia Guaçuana
AUTOR E OBRA Eu me chamo Cícero Alvernaz, nasci há muito tempo bem longe daqui, na zona rural de um Município onde há muitas montanhas, cachoeiras, passarinhos e onde até hoje se planta muito café. Quem não gosta de café? Mas o que eu mais gostava era de borboletas, passarinhos, flores e correr a vontade pelo espaço sem fim do meu quintal, meu mundo particular onde sonhei os primeiros sonhos e me deparei com as primeiras “realidades”. O convívio com a natureza e depois com os livros levou-me a iniciar os primeiros versos que, na verdade, surgiram espontâneos como a água que desce sem queixa e sem esforço. O olhar observador, o prazer de ter e contemplar nuances da natureza sempre exuberante e viva levaram-me a desejar uma proximidade maior com o belo, com o divino. A gente, de repente, sem querer acaba se enturmando e fazendo inúmeros amigos que cantam pra nós e iluminam a nossa estrada. Grilos, pirilampos, passarinhos, borboletas, animaizinhos que pululam pelos campos brincando
Alguém me perguntou como é o processo de criação.Parece uma explicação simples, mas não é. O processo de criação é algo subjetivo, pois independe de nossa vontade e inteligência, é intuitivo e muitas vezes inexplicável. Podemos criar de repente ou ficar longo tempo esperando o momento para podermos finalmente produzir algo. Não há hora nem dia para se fazer poesia, pode ser na tristeza ou na alegria, ou em momentos isolados de forma arredia. Não há como explicar este processo que emerge de repente e aparece pela frente e nos conduz pela mão em nome da inspiração. Só quem já viveu isto sabe como é. É um misto de amor, carinho, melancolia e fé. Cícero Alvernaz (autor 29-08-2014.
QUANDO A ALMA CHORA Quando a alma chora muita gente ignora, não vê e não sente. O soluço preso, as lágrimas contidas, são marcas de uma vida de quem muito viveu e muito sofreu. Quando a alma geme e o corpo treme, muita gente ignora. É triste o momento quando aflora o sofrimento na alma que chora quando o sofrimento aflora. O homem fica sozinho sem amor e sem carinho e ninguém o vê. Fica ausente da mulher a quem ele tanto quer, sua alma chora e muita gente o ignora. Cícero Alvernaz (autor) 28-04-2014.
NÃO ESPERE... Não espere a chegada da noite Para acender a chama do amor, Não espere chegar o frio Para comprar o teu cobertor. Não espere ficar doente Para o médico enfim procurar, Não espere chegar a poesia Para viver, sorrir e amar. Não espere a chuva cair Para recolher a roupa do varal, Não espere a vida passar Para escolher entre o bem e o mal. Não espere a criança crescer Para levá-la sorrindo ao parquinho, Não espere um presente ganhar Para abraçar e fazer um carinho. Não espere a estrela brilhar Para olhar à noite o céu, Não espere alguém te pedir Para ser um amigo fiel. Não espere envelhecer Para os sonhos de amor recordar, Não espere, enfim, pois não sabes Se amanhã irás acordar. Cícero Alvernaz (Membro da Academia Guaçuana de Letras) Mogi Guaçu, 14-02-2008.
CÍCERO ALVERNAZ é mineiro de Manhuaçu, onde nasceu no dia 20 de novembro de 1954, no Distrito de São Pedro do Avaí. Neste Distrito começou os seus estudos sendo um dos melhores alunos no Curso Primário. Começou a escrever e a se interessar pelas letras ainda na pré-adolescência dando assim os seus primeiros passos na mais tenra idade. Com o tempo, buscou e leu vários autores conhecendo assim a literatura propriamente dita. Isto o despertou para continuar o seu processo de criação. E não parou mais. É escritor, poeta, cronista, educador, teólogo evangélico, jornalista e colabora com a imprensa local há mais de 30 anos. Já foi premiado em vários concursos de poesias e crônicas. É participante ativo da vida literária e cultural tendo colaborado com vários movimentos através da imprensa falada e escrita. É membro-fundador da Academia Guaçuana de Letras, cadeira nº 19, e tem como patrono o poeta Carlos Drummond de Andrade - e continua no seu afã de escrever e disseminar a sua arte onde s
SONHOS (Para Priscila) A menina gostava de sonhos. Na padaria apontava o dedinho e pedia com seu jeito inocente, e eu não resistia e comprava. A menina comia e se lambuzava, e depois lambia os dedos de tão contente que ficava. Aquele tempo ficou distante, a vida é um sonho constante, mas existe a dura realidade. A menina cresceu, foi estudar, seu sonho era se formar, ser professora, lecionar, mesmo que fosse em outra cidade. A menina gostava de sonhos. Hoje se formou, é professora, e ensina os alunos na escola a lutarem por um futuro melhor. A vida não é feita só de sonhos, tem momentos alegres e tristonhos, mas sem sonhos a vida seria bem pior. Cícero Alvernaz (autor), 25-07-2007.
A vida não é só a sequência e a sucessão dos dias e das noites, nem sempre bem vividos e bem aproveitados. A vida são lembranças, anseios, expectativas, esperanças e também decepções e desesperanças. A vida não é só trabalhar, beber, comer e fazer as necessidades fisiológicas. A vida não é só querer, desejar, sonhar e às vezes se desesperar. Há algo mais dentro deste espaço de tempo que desfrutamos aqui com as suas experiências e as suas consequências. Afinal, o que é a vida? O apóstolo Tiago (irmão do Senhor Jesus) perguntou: "O que é a vossa vida? Sois apenas como neblina que aparece por instante e logo se dissipa". Exatamente isto, a nossa vida é como uma neblina ou como uma flor, é instável e incerta. Ela pode murchar de repente e se esvair ao sopro do vento ou se desfazer num momento. O que é a vida? A vida é mais do que um milagre, é um misto de sonho e realidade. E é dentro da vida que está a nossa felicidade. Cícero Alvernaz (autor), 19-08-2014.
O som da rua me irrita. Não é o som de pessoas adultas, crianças brincando, nem o som de animais. É o som estridente dos vendedores de tudo que se pode imaginar, desde ovos, gás, pamonha, vassoura, verduras, laranja, abacaxi e vai por aí. O som alto alcança os meus tímpanos e me desconcentra, mas eu entendo a necessidade de cada um e dou um tempo, e paro aquilo que estou fazendo. Tem o som dos automóveis, das motos com seus escapamentos escandalosos e o som que é adaptado nos carros que chega a balançar a casa. Tudo me irrita, mas isto passa. Mas quando eu penso que já passou e já se foi vem outro... Eu amo o silêncio! Cícero Alvernaz (autor), 18-08-2014.
Se o amor é fogo eu quero me queimar, se o amor é vida não quero mais morrer, se o amor é água quero me afogar, se o amor é tudo deixa acontecer. Se o amor é luz deixa então brilhar, se o amor é sol quero me aquecer, se o amor é flor deixa perfumar, se o amor é dia deixa ele nascer. Cícero Alvernaz (autor), 18-08-2014.
NÃO PERTURBE A POESIA Não perturbe a poesia: deixe-a quieta no seu canto. Se você não acredita nela por que ficas falando, tagarela, zombando de seu encanto? Ela sobrevive sem ti e não te pede ajuda, nem favor. Deixe-a com seus pesares, ou a procure se desejares, mas entenda sua dor. A poesia resiste ao tempo, vem de séculos passados. Muito antes de mim ou de ti ela já brilhava aqui e ali, consolando corações apaixonados. Não perturbe a poesia: deixe-a sozinha no seu canto. Ela vem quando quiser na alma do homem e da mulher que admira e ama o seu encanto. Cícero Alvernaz (autor), 15-08-2014.
ÁRVORE CENTENÁRIA Perto do SESI ela foi plantada e há muitos anos nasceu. Por muitos ela foi cuidada e assim com o tempo cresceu. Passarinhos pousaram nela, e ela agradeceu. Muitos cuidaram dela, com o tempo floresceu. Naquele tempo era tudo diferente, tudo estava abandonado. Não tinha casa nem gente, só mato por todo lado. Mas a árvore cresceu embalada pelo vento. As intempéries venceu, a terra lhe deu sustento. Hoje é árvore centenária que todo mundo admira. Linda, forte, necessária, e a este poeta inspira. Quando a vejo frondosa, quando passo perto dela, eu a vejo mais formosa e aceno para ela. Ela também me acena e me enche de emoção. Relembrando esta cena bate forte o coração. Cícero Alvernaz (autor), 13-08-2014.
A FORÇA DOS NÚMEROS Cada político candidato tem um número, cada preso tem o seu número de registro, cada atleta de futebol ou de qualquer outro esporte tem o seu número na camisa ou no calção que indica a sua posição no time. Todas as coisas têm o seu número: os telefones fixos ou móveis têm o seu número, o seu prefixo, o calçado que eu compro tem o seu número, a conta no Banco tem um número, o aluno da escola tem o seu número na lista de chamadas, enfim, tem gente que fala que a Matemática não serve pra nada, mas ninguém vive sem os números. Por falar nisto, tem alunos cursando o Colegial que não sabem tabuada. Mas todo mundo conta dinheiro e sabe olhar as horas. Tudo gira em torno de números, e quando uma pessoa morre alguém diz: ela morreu com tantos anos. Por falar nisto, dentro de alguns meses estarei completando 60 anos de vida. Mas aí é uma outra história. Cícero Alvernaz, 12-08-2014.
Cachorros soltos nas ruas são os maiores inimigos dos ciclistas. Muitas vezes quase sofri acidentes, ou quase causei acidentes por causa desses animais que ficam soltos e às vezes cismam de avançar na gente quando passamos. O ciclista fica numa situação complicada: se pedala mais e foge, o animal corre mais e torna tudo mais perigoso e fora do controle. Já aconteceu muitos casos semelhantes comigo. A estratégia melhor é parar, descer da bicicleta e enfrentar a fera, jogar a bicicleta em cima dele, mas ás vezes são dois ou mais. Pior é quando eles aparecem do nada e avançam com tudo na bicicleta e no ciclista. E muitas vezes o suposto dono fica olhando e até dando risada. Definitivamente, rua não é lugar de animal. Quem tem, que cuide. Cícero Alvernaz (autor), 11-08-2014.
Um dia alguém me perguntou: "Por que você escreve essas suas poesias se ninguém lê elas?". Esta me pareceu uma pergunta lógica, pelo menos do ponto de vista da pessoa que a fez. Depois de pensar um pouco eu respondi: "Minha poesia não tem culpa se poucas pessoas as leem. Eu as escrevo porque gosto, e as pessoas as leem porque também gostam". Portanto, existe uma relação muito próxima entre as minhas poesias e as pessoas que eventualmente as leem. Quando fazemos algo, primeiramente o fazemos para nós. O Senhor Jesus disse certa vez: "O ceifeiro seja o primeiro a comer do fruto". Se o "fruto" me agrada é o que me basta. O mais que viver será lucro líquido e certo. Por isto, continuo escrevendo as minhas poesias. Cícero Alvernaz (autor), 09-08-2014.
BRINCAR COM PALAVRAS... Brincar com palavras... É preciso brincar. Palavras não brincam, brincamos com elas. E nascem histórias que não se apagam, boatos, mistérios, os causos são sérios! Brincar com palavras... Às vezes dá medo. Um monte de versos, diversos segredos. "Na praia deserta surgiu um fantasma, é tudo mentira, ou tudo verdade?". O mundo respira, se vira de lado, palavra é bicho estranho, alado. Brincar com palavras é necessidade. Cícero Alvernaz (autor), 06-08-2014.
Com o tempo, a gente descobre que as coisas importantes não são tão importantes, que há coisas mais importantes e essenciais no nosso dia a dia. Com o tempo, ficamos mais seletivos e mais ativos e não ligamos mais para coisinhas, frivolidades, mal querências, advertências e indiretas. Somos como uma árvore bem enraizada, profunda que não se abala com a força do vento e da tempestade. Amadurecemos, mas continuamos rijos e fortes, diferentemente da fruta que amadurece e depois cai. Com o tempo, a gente cria um mecanismo de auto defesa e nada nos abate ou nos pressiona. Deixamos de ser egoístas e otimistas para sermos realistas, focados em algo que realmente nos interessa. Com o tempo, a gente se desfaz de velhos hábitos e costumes e passa a valorizar mais as pessoas e a vida das pessoas. Descobrimos, enfim, o que realmente é viver e produzir sem se imiscuir em questões outras, alheias a nós e à nossa vida. Finalmente, vivemos, compreendemos e nos compreendemos dentro do contexto da vida.
NA MINHA RUA Na minha rua não tem melodia, não tem mais festança, não tem poesia. Na minha rua é tudo tristonho, até o domingo não é mais risonho. Na minha rua o dia não passa, eu vejo pessoas fazendo arruaça. Na minha rua o grilo não canta, a felicidade de medo se espanta. Na minha rua não vejo crianças, no ar só se sente antigas lembranças Na minha rua não há alegria, ninguém se entende, nem dizem "bom dia". Os tempos mudaram, a vida correu, a velha amizade aos poucos morreu. Na minha rua só ouço o grito de alguém que lamenta e vive aflito. Cícero Alvernaz (autor), 05-08-2014.