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Mostrando postagens de dezembro 10, 2017
MEU VERSO Poucas palavras e muito sentido, muita vida e muito som, sentimento raro e bom que compõe o universo seja junto ou disperso como frutas no quintal, sempre o bem e nunca o mal, vida cheia de surpresas, mentes livres e acesas, inquestionáveis certezas, flor aberta e perfume que nossa vida resume, meu carinho mais diverso, força e razão do meu verso. Cícero Alvernaz (autor) 16-12-2017.
TROPEÇAR E CAIR Nem sempre quem tropeça cai. O tropeço é um aviso que pode, ou não, culminar em queda. Quem nunca tropeçou pelo menos uma vez na vida? Quem tropeça perde o equilíbrio e fica desgovernado, se não for amparado sofre a queda que pode até ser fatal. Já tropecei e caí várias vezes, felizmente foram quedas leves, sem maiores consequências. A Bíblia diz: Os passos de um homem bom são confirmados pelo Senhor, e deleita-se no seu caminho. Ainda que caia, não ficará prostrado, pois o Senhor o sustém com a sua mão. (Salmo 37, 23 e 24). Cair é do homem, mas levantar é de Deus. O problema não é cair, mas ficar prostrado sem forças e sem ânimo para se levantar. A posição de um "homem bom" não é ficar caído ou prostrado, mas de pé na presença de Deus. (16-12-2017)
UM GOLE DO TEMPO Um gole do tempo amaciando a garganta da vida, um trago, um afago, um momento, um suspiro, um prazer, uma pausa pra pensar e repensar, um olhar discreto, um desejo, carícia do vento bem de leve tocando as cortinas do passado, coração batendo forte, a saudade, a visita inesperada, de surpresa, o sonho, a vontade, a tristeza, o riso entrecortado, a incerteza, a hora se esvaindo no relógio, a fuga dos ponteiros apressados, alguém reaparece bem de lado e olha e ensaia, mas não diz e tudo fica triste de repente num ritmo estranho, diferente, num modo de dizer o que não há, na forma de expressar o que perdeu e tudo se acabou num remoinho ficando a se olhar você e eu. Um gole do tempo sugando a esperança que ficou no rosto de quem tanto esperava o amor que pouco a pouco se acabou. Cícero Alvernaz (autor) 16-12-2017.
SIMPLES PIRILAMPO Contando dias formam-se meses, às vezes anos e até séculos de uma vida sem flores, carente de amores e prestes a se tornar raiz. Fazendo contas, e também poemas, desenhei um rio no peito, fiquei sem saber o resultado, mas me senti feliz. A estrada veio, eu fui resignado, submisso, contei estrelas, revi planetas, colecionei borboletas que voavam no quintal. Meu pé doeu no chão, tropecei, mas me contive, o riso se foi na tarde mansa, me vi distante qual criança que perde o rumo sem saber, corri o risco de ficar sozinho, me senti tão pobrezinho que não pude me conter. Eis-me de volta ao campo como um simples pirilampo que não sabe mais piscar, nem sabe mais se acender. Cícero Alvernaz (autor) 15-12-2017.
ME AMANHECI Me amanheci e me virei, me dei e me toquei afastando o sono enrodilhado em mim. Ouvi meus queixumes na manhã fugidia, abençoei meu dia com fé e depois fiz um café que adoçou minha garganta e me deu um novo alento. Olhei lá fora, vi o sol, gotículas de orvalho ainda pousavam sobre a relva, a vida me sorriu, mas não compreendi o seu sorriso. Eu estava triste de uma tristeza diferente, chorei lágrimas pesadas e quentes, um pássaro cantou talvez me saudando. Me amanheci e me virei e tudo então se aclarou, percebi que ainda estava deitado e ouvi quando o relógio despertou. Cícero Alvernaz (autor) 15-12-2017.
SABOR DE HORTELÃ Saboreio o sabor do queijo, do beijo, do desejo, do amor, da vida, da bebida, da mão estendida, do abraço bem dado, do peixe pescado, do vinho, do ninho, do meigo carinho, do amor com jeitinho de quem muito quer, do olhar da mulher que vejo na esquina, do andar da menina que vem e que vai. Saboreio o sabor da fruta madura, da fruta que cai, do livro que abre e se oferece ao raro leitor. Saboreio o sabor do queijo, do beijo, do desejo, do amor, da rosa o frescor na linda manhã. Seu gosto na boca, vontade tão louca, sabor de hortelã. Cícero Alvernaz (autor) 14-12-2017
SER FELIZ Eu não sei o que é ser feliz. Para uns, ser feliz pode ser algo simples e singelo como pintar um quadro de amarelo. Para outros, pode ser a posse de muitos bens,  uma vida com muitas riquezas. Para algumas pessoas, pode ser a oportunidade de acordar cedo e ver o sol nascendo aos poucos e aquecendo o mundo e a vida. Eu não sei o que é ser feliz, se sou feliz, se fui feliz ou se serei feliz. Tem gente que pensa que ser feliz é ter boa saúde, porém saúde é algo natural e ela, por si só, não é felicidade. Afinal, o que é ser feliz? Vou te dizer uma coisa: ninguém é totalmente feliz, pois a vida é feita de momentos felizes, é recheada, também, de tristeza e infelicidade. Ninguém é feliz: nem eu, nem você, nem o homem mais rico desta terra, simplesmente porque felicidade não existe: felicidade é um substantivo abstrato, felicidade é aproveitar a vida e procurar viver de fato. Cícero Alvernaz (autor) 13-12-2017.
SE EU TIVESSE UMA FAMÍLIA Se eu tivesse uma família, ás vezes penso: como seria a minha vida? Se eu tivesse filhos, talvez genros ou noras, família unida, bem distribuída e alicerçada,  como seria a minha estrada, meu chão, meu coração? Se eu tivesse uma família eu teria um tesouro, algo que vale mais que o ouro. Eu seria mais amado, mais honrado e mais valorizado, teria alguém do meu lado, um amigo para chorar e sorrir comigo e não teria o castigo mesquinho de viver sozinho. Desde que perdi meus pais a minha vida se encheu de ais e de sonhos que não se realizam, de palavras e ações que ás vezes escravizam e ferem. Mas a vida sempre foi assim, como um tempo sem pressa cheio de promessa e de desenganos. Se eu tivesse uma família seriam diferentes os meus planos. Cícero Alvernaz (autor) 13-12-2017.
CULTO DOMÉSTICO Culto doméstico, ou culto em família era um costume muito bom, uma atividade realizada nos lares entre os filhos e os pais e que Deus aprovava e abençoava muito. Naquele tempo não havia os inventos que há hoje trazidos pela tecnologia para dentro dos lares. Não havia sequer televisão, em algumas casas nem havia rádio. A família se reunia e louvava a Deus com simplicidade, pureza e unção. Meu pai era o pastor e eu era o cantor, além de ser o pregador. Os filhos  e os pais se revesavam, cantavam e falavam da Palavra. Eu gostava tanto que às vezes, quando alguém esquecia, eu lembrava do meu "cultinho doméstico". Eu era tão feliz! Hoje muitas vezes, lágrimas tristes e saudosas molham o meu rosto. Esses cultos eram realizados à noite antes de se deitar. Era um momento de louvor e gratidão a Deus pelo dia e pela noite. Era tão bom que hoje eu me pergunto: por que não existe mais? Se eu tivesse uma família, com certeza, eu ia tentar ressuscitar esse culto. Às vezes
DIGITAIS Um toque, nada mais que um toque, apenas um simples contato, só isto e nada mais. Eu sinto no meu corpo as marcas indeléveis de suas digitais. Um carinho, mesmo que seja de mansinho como pétala de flor e não precisa mais. Eu sinto que me invade a sua identidade, as suas digitais. Apenas um olhar e um beijinho talvez no rosto ou na mão, pra mim já é demais. Eu sinto, eu percebo, impregnando em mim as suas digitais. Cícero Alvernaz (autor) 12-12-2017.
DEPOIS DOS 60 Completar sessenta anos é um marco e uma marca muitas vezes difícil de ser alcançada e que deve ser comemorada. Na verdade, passar de meio século já é uma marca na vida de qualquer pessoa. Quando se consegue essa proeza com boa saúde pode-se até soltar rojões. Ser um sessentão com tudo em cima hoje não é tarefa fácil pra ninguém e, portanto, deve ser comemorado. Para ser sincero, só de chegar á casa dos "enta" já é um grande motivo para comemoração. Cheguei aos 63 e já estou se ntindo os efeitos negativos, principalmente nos quesitos dormir e me alimentar. A gente fica mais susceptível, mais emotivo, mais sensível, mais carente e também mais sujeito a doenças "da idade". Não aparento essa idade, já me disseram, mas é só agachar, correr um pouco e subir em cima da casa que a realidade aparece. Agradeço a Deus por ter chegado nesta idade de forma tranquila e saudável. Daqui pra frente o que vier é lucro. Já estou no lucro. (12-12-2017)
JESUS Um mestre, um amigo, bondoso Salvador, me livra do perigo, me cobre com amor. Desceu de sua glória, por nós se humilhou, e sempre dá vitória, seu sangue me comprou. Andou por este mundo, a muitos deu perdão, com seu amor profundo me trouxe salvação. Amigo, advogado, amado e fiel, por Ele fui comprado, com Ele vou ao céu. Um mestre, um amigo, meu Rei e Salvador, que sempre está comigo quer seja onde for. Cícero Alvernaz (autor) 11-12-2017.
SEPARAÇÃO Quando o casal se uniu foi só felicidade, Foi muita festa, foi poesia, foi encanto. O mundo sorriu, na terra só se viu bondade, E a natureza os cobriu com o seu manto. Porém, em pouco tempo se desfez Aquele brilho todo, tantas cores. Passados, tão somente, mais de um mês Murcharam e secaram tantas flores... O amor de então gerou a desavença, No ar não existia mais perfume E se instalou nos dois uma doença Que é conhecida pelo nome de ciúme. E veio aos poucos uma tal desconfiança Que sufocava o amor e a harmonia. Daquele tempo bom só a lembrança Pairava qual um verso sem poesia. E assim aquele amor foi se acabando Deixando a chorar o coração. Em volta tudo foi se definhando E culminou com a separação. Cícero Alvenaz (Autor) Mogi Guaçu, 26-07-2012.
ELA ERA PEQUENA Ela era pequena, pouco maior que um grão. Eu ficava imaginando qual o tamanho do seu coração. Mas o seu coração era grande, do tamanho de um mamão. Era tudo história, mas essa história me impregnou de emoção e de poesia de tal forma que um dia eu resolvi escrever sobre ela. Como pode ser isto? Ela era tão pequena que cabia na palma da mão e ainda sobrava espaço. Imaginei como seria o seu abraço, o seu aperto de mão, o seu beijo, o seu sorriso. Ela era pequena, mas tinha um grande coração. Pensei, raciocinei e entendi que tamanho é algo estranho, não é uma medida, nem uma grandeza. Ela era pequena, mas dentro dela cabia toda bondade e toda beleza. (10-12-2017)