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Mostrando postagens de outubro 25, 2015
TANTOS OLHARES Tantos olhares, fotografando, investigando, se instigando e fixando... Passos incertos, flores, desertos, gente por perto, minúcias, cores, tantos amores, tantos olhares... Mãos que se abrem, vidas que tecem e obedecem, tarde febril contemplativa, vida ativa, alguém sorriu. Loucas esquinas, tantos olhares, tantos pesares, versos voando, gente passando, vida que vai, folha que cai. Cícero Alvernaz (autor) 30-10-2015.
COMUNICAÇÃO Comunicação é tudo. Pode se comunicar de várias formas, até com um gesto ou um olhar. Sem comunicação não há produção, não há troca, não há entendimento, não há como se conhecer, nem como se reconhecer. Chacrinha já dizia: "Quem não comunica se trumbica". Ele foi um grande comunicador e conquistou milhões de fãs. É preciso saber comunicar para não se atrapalhar. A comunicação é uma arma, dela depende o nosso sucesso. Não precisa ser radialista nem jornalista para fazer comunicação. Basta ser amigo, ser humano, ser um cidadão comum e não ser apenas mais um. Cícero Alvernaz (autor) 30-11-2015.
ORAR SOMENTE DE JOELHOS?             Vez por outra me deparo com pessoas as quais afirmam que se deve orar só de joelhos. Para elas, outra posição, outra oração está errada, não tem base bíblica e não serve para nada. Ou seja, a posição do corpo, para elas, é que determina se Deus ouve ou não a oração.             É difícil discutir essas coisas. Normalmente, eu discordo, mas não discuto respeitando os diferentes pontos de vista. Recentemente fui a um velório onde o finado pertencia a uma dessas igrejas. Cheguei bem na hora do ofício fúnebre. Algumas pessoas estavam cantando, mulheres usavam véu, o que tornava o ambiente ainda mais fúnebre. Aproveitei para ouvir um pouco. Foi quando o responsável pelo ato, falando algumas palavras sobre o finado, disse: “nós não podemos orar aqui por motivo de higiene, não dá para ajoelhar aqui, mas a Bíblia diz que “todo joelho se dobrará diante de Jesus...” Logo depois, saí sem ouvir o restante.             Fiquei pensando e refletindo e me
NOVEMBRO Sou do mês de novembro, dois meses depois de setembro, bem pegado a outubro, já chegando em dezembro. Novembro é só um mês, mas pra mim é separado. Um mês que tem 30 dias, mês querido e amado. Em novembro a primavera está em pleno vigor, o sol é quente, insistente, mas pode-se ver muita flor. Tem o dia de finados bem no começo do mês, Proclamação da República, eu informo pra vocês. Dia da Consciência Negra, feriado em muitas cidades, muita gente não concorda, mas tem sua autenticidade. Dia 20 eu separo: Este é meu lindo dia. Eu completo aniversário às vezes sem muita euforia. Pra mim é mais importante comemorar cada dia que Deus, nosso Pai, nos concede com saúde e alegria. Cícero Alvernaz (autor) 29-10-2015.
PALAVRAS PRA QUÊ?  Palavras pra quê?  O silêncio baixou a cortina  E entardeceu o horizonte.  Nuvens deslizam tímidas no poente,  Flores brincam como se fossem crianças,  Crianças brincam como se fossem flores.  Palavras pra quê?  Nossos olhares comunicam seu segredo  Que deixa de ser segredo  E se transforma em sorriso.  Nós dois brincamos sorrindo na tarde  E a tarde é sonho, brinquedo, amor.  Palavras pra quê?  O silêncio nos fala, nos leva, nos toca,  Acende o fogo, arranha, provoca.  O sol no poente é sorriso vermelho,  Nos faz tão perdidos e tão atraídos  Qual mágico espelho.  (Cícero Alvernaz)
BEM QUE EU QUIS Bem que eu quis te fazer feliz, mas você não quis, me tratou assim e zombou de mim fez do princípio um fim, do começo um tropeço e exigiu um preço pra ficar comigo. Eu acreditei e até aceitei, mas até hoje não sei o que na verdade eu fiz. Bem que eu tentei e em tudo acreditei cego de amor, impregnado de desejo. Não medi as consequências, não pesei as exigências, nem ao menos calculei. De tanto acreditar eu não pude mensurar o que nos acontecia, e assim eu me entreguei a quem não quis se entregar. Cícero Alvernaz (autor) 29-10-2015.
PENSAMENTOS Têm dias que muitos pensamentos  povoam a nossa mente. Pensamentos bons e pensamentos maus, ideias fixas, verdadeiros torvelinhos de vento, incógnitas, abstrações, inquietações. Tentamos disfarçar e, quem sabe,  apagar esses pensamentos, mas eles insistem em nos inquietar. Como nuvem de poeira, eles chegam de repente e atropelam a gente exigindo uma solução, exigindo a nossa máxima atenção. Não adianta tentar fugir, se proteger e não querer pensar,  ou se esquivar. A vida é assim, com o seu imperativo, a sua forma de ser e de nos acometer. O jeito é se resignar e absorver  e tentar filtrar esses pensamentos inconvenientes.  Não adianta fugir, a fuga vai nos fazer tropeçar nas próprias pernas,  cair e depois voltar e retomar os nossos pensamentos.  Não há remédio,  não há nenhuma pilula mágica,  não há solução. Temos que conviver com os nossos pensamentos,  nossas agruras e inquietações  até que tudo passe e a vida volte a trilhar os caminhos d
PALAVRÃO Não se trata de uma palavra grande: inconstitucionalissimamente. Trata-se de um palavrão, uma palavra de baixo calão, uma palavra, ou uma frase, que não cabe bem em certa reunião. Um palavrão não fala quem tem educação, pelo menos no meu tempo era recomendação. Uma palavra sem explicação, e se tentar explicar, cria-se mais confusão. Um palavrão é um palavrão: não tem outra explicação. A pessoa fala quando está com raiva, a pessoa fala quando leva um tropeção, a pessoa fala porque gosta, pra fazer alguma exibição, pra mostrar que é machão, pra mostrar que não tem religião, pra mostrar que é um garanhão e pode falar palavrão. Há quem defenda o palavrão como terapia, como solução. Se isto for terapia a cura é fácil então. É só ensinar as crianças a xingar o dia inteiro e quando forem adultas estarão todas curadas e serão admiradas por toda esta Nação. O remédio que aqui vale e cura todos os males é o "santo" palavrão. Cícero Al
PREGO Seja pedreiro ou carpinteiro, ou simplesmente um roceiro, seja uma dona de casa, seja até um costureiro, todos dependem, não nego, de vez em quando de um prego. Mas o prego sem martelo não serve e não se completa, e tem a força do braço que prega, vai fundo e espeta. Para pregar é preciso boa técnica e juízo. Pra não acertar o dedo como se fosse uma cunha, pra não esmagar a unha, ai que dor! ai que medo! Tem que saber pregar pra não acertar o dedo. Acontecem acidentes que a gente nem imagina. É preciso ter cuidado! Se errar a cabeça do prego, de dor até fica cego, não diz que não foi avisado! Cícero Alvernaz (autor) 28-10-2015.
SACI PERERÊ Tem só uma perna, mas é muito esperto, cachimbo na boca e o zói bem aberto. Com um gorro vermelho, pulando sem dó, vai bem rapidinho numa perna só. Saci pererê é bem espertinho, não perde a viagem nem erra o caminho. Provoca a todos, faz mil brincadeiras, depois ele escapa e se vai na poeira. Herói ou bandido? É nenhum dos dois. É tudo folclore que eu conto depois. Cícero Alvernaz (autor) 27-10-2015.
ORGULHO FERIDO Quando eu era criança às vezes tinha vontade de comer alguma coisa, olhava, desejava, e depois então pedia. A pessoa fingia que não me ouvia e depois dizia: não. Eu então me recolhia, o meu choro engolia, minha fome reprimia e depois eu esquecia ou simplesmente fingia, pois, na verdade, eu queria. A pessoa então me via e depois compadecia e o seu pão me oferecia, mas eu, com meu olhar perdido, e o meu orgulho ferido também dizia: não. Mesmo com fome tamanha, eu com força e com manha não aceitava o resto. Assim eu sobrevivia e por nada me vendia, tinha orgulho e vergonha, tinha caráter, juízo, e com fé sobrevivia. Não é porque quero e preciso que vou aceitar a esmola prefiro a vazia sacola do que a comida negada, pra mim era tudo ou nada. Cícero Alvernaz (autor) 26-10-2015,
NO ÔNIBUS Primeiro compra a passagem e confere a plataforma, se não souber se informa para poder embarcar. Depois entrega a passagem ao amigo motorista que fica com o canhoto e devolve o restante, entra - e depois de um instante já está acomodado na poltrona bem sentado aguardando a partida. Tem os demais passageiros que cumprem a mesma rotina, tem senhoras, tem meninas, tem senhores, rapazolas, tem até quem pede esmola causando constrangimento. O ônibus parte silente carregando essa gente, uns tristes, outros contentes, uns calmos, outros aflitos, passageiros esquisitos formando uma corrente. Toda viagem transcorre sem nenhuma novidade, gente de todas idades buscando o seu destino, e tem sempre um menino que apronta, ri e chora, tem uma velha maluca, tem um velho de peruca, tem uma moça pintada e tem outra tatuada, tem uma dona "folgada" que nunca se aquieta, e tem até um poeta que fica olhando a paisagem durante toda viagem e esc
PRA RECEBER A BÊNÇÃO DE DEUS Pra receber a bênção de Deus não precisa subir de joelhos a escadaria da Penha, não precisa carregar lenha, nem fazer nenhum sacrifício. Não precisa carregar uma cruz como se fosse um novo Jesus, ir a pé até Aparecida, subir morro, descer descida, fazer sacrifício, fazer penitência, flagelar até a consciência, sacrificar a própria vida. Pra receber a bênção de Deus não precisa "dar tudo para o pastor", nem sequer carregar um andor, acender vela, atravessar pinguela, dar o dízimo de tudo, raspar a cabeça, andar cabeludo, se auto flagelar, viver barbudo, viver aprisionado num mosteiro, não ver mulher e nem sentir o cheiro, passar fome, viver em jejum, e nesta vida ser apenas mais um que luta e sofre pra chegar primeiro. Pra receber a bênção de Deus não precisa ler somente a Bíblia, ir diariamente à igreja, orar, rezar, se penitenciar, e não participar de nenhum divertimento, viver isolado como se estivesse enjaulado,
O MEU AMIGO PETISTA  Meu amigo petista andava acabrunhado e chateado com os últimos acontecimentos envolvendo o seu partido, mas, não obstante, continuava firme defendendo aquele que ele dizia ser “o último grande Partido de esquerda do Brasil”. Questionado, ele sempre respondia que o Brasil deve tudo que tem ás administrações petistas e que Lula foi o maior presidente que o Brasil já teve. Quando foi perguntado sobre a presidente (a) Dilma ele tentou se esquivar afirmando que ela é vítima da direita, de um complô e que vai dar a volta por cima e provar  que é inocente e que tudo que fez foi para o bem do Brasil. Quando foi perguntado sobre as “pedaladas”, ele se esquivou de novo. Percebi então que o meu amigo petista, politicamente falando, além de ser surdo é também estrábico e mal intencionado. Era um caso quase perdido.  No meu afã de conversar sobre política, perguntei-lhe se ele já tinha ouvido falar da crise que varre o País de Norte a Sul, crise esta que se transformou em um
NÃO HÁ NADA Não há entrave, não há trave, não há chave que me lave, que me leve, que me impeça, mesmo que alguém me peça e me meça e me obrigue. Não há palavra seca, não há cerca que me prive de recuperar o que eu tive, que é meu por meu direito, não há forma, não há jeito. Não há lei, não há sentença, não há crença que me vença e que me induza, não há forte, não há sorte, não há morte. Não há medo que me deixe temeroso, tenebroso, encucado, não há força que me afaste, não há traste que me arraste e me faça um derrotado. Não há ponte, não há monte, não há rio, correnteza, não há choro nem tristeza, que me faça desistir do meu intento. Não há vento, não há chuva, temporal - e não há mal, não há barreira nem fronteira, não há grito, não há rito, não há guerra sobre a terra ameaça, nem zoeira. Cícero Alvernaz (autor) 25-10-2015.
DOMINGO Hoje é domingo, papo de gringo, jogo de bingo, almoço em família, comida farta, mesa improvisada, alegria dobrada, prima apaixonada, cachorro debaixo da escada, conversa fiada, xavecando a empregada, gente sem fazer nada, menina ensimesmada, um cunhado com ciúme, a moça e o seu perfume, uma taça de bebida, um casal deitado na rede, um cãozinho com sede, um gato se esfregando, pedindo comida, miando, uma criança chorando, um velho deitado, com sono, um poeta em seu abandono tentando fazer alguns versos, com seus pensamentos diversos, o gado mugindo ao longe, de repente até um monge vem de longe, vem rezar, mas ninguém quer escutar, pois prefere caçoar, fazer piada, zoar, afinal, hoje é domingo, dia de papo de gringo, dia de jogo de bingo, e ninguém quer se estressar. Cícero Alvernaz (autor), 25-10-2015.