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Mostrando postagens de novembro 8, 2015
AMOR EM PRETO E BRANCO Do contraste das cores à união dos amores, do resto das compras ao estilo do dia. Do feitiço da terra ao sorriso do tempo eu caminho com o vento envolvido em mil sabores que a vida propicia com tristeza e alegria, muitas vezes nostalgia, som de música no ar... Formo cantigas e rimas com meu jeito elegante e torno tudo cantante sou um pássaro sem asas, mesclado ao som que dispersa e ecoa pelos ares. O amor em preto e branco se completa em meio às cores, e forma outros amores com as cores variadas, e o poeta se inspira, se joga e se atira nesse belo universo, depois recolhe seu verso, e dedilha sua lira. Cícero Alvernaz (autor) 13-11-2015.
A FILA ANDA Ainda bem que a fila anda.  Após os 60 anos a fila fica menor,  mas também é mais demorada, ou seja, não adiantou quase nada.  Às vezes prefiro entrar na fila maior,  pois com isto ganho tempo.  Mas, a fila anda...  Anda, desanda, ciranda,  manda e obriga,  mas a gente nem liga pra fila,  nem para o que ela destila e fala  e ás vezes se cala esperando que alguém comece a falar.  A fila anda... Ela se renova, cresce, diminui e sempre flui com seu jeito desengonçado,  desorganizado e ás vezes engraçado. Um dia  sairemos da fila da vida e, provavelmente, entraremos noutra fila.  Uma fila bem diferente, eternamente. Cícero Alvernaz (autor) 13-11-2015.
BARATA Apareceu uma barata, a danada quase me mata de susto, de medo, de nojo, sei lá! Pousou bem no computador, ai que susto, que horror! Então tive que matá. Sem saber o que fazê peguei o SBP, ou o Raid, nem sei bem, esguichei na cara dela com toda força, sem dó, a danada comeu pó e eu fechei a janela. Eu acho que veio da rua, ou da casa da vizinha, também pode ser da cozinha, talvez da lavanderia. Eu tenho horror a barata, se eu não mato ela me mata de susto ou de correria. Cícero Alvernaz (autor) 12-11-2015.
O GRITO DA NATUREZA  O grito da natureza  Não se ouve, mas se sente.  Se vê nos rios, nas matas,  Nos aguapés e vertentes.  Alguém nos pede socorro  Com a voz muito cansada,  Sinto no ar o seu grito,  Ela está desesperada.  Os rios morrem aos poucos,  Num momento de aflição,  Descem tristes pela várzea,  Que horrível condição!  Animais são destruídos  Como “hobby”, diversão.  Jacarés, veados, pacas,  Em processo de extinção.  O homem não se dá conta  Do que faz no seu afã.  Nunca pensa no futuro  E não crê no amanhã.  Cícero Alvernaz (autor) 26-07-1989.  Mogi Guaçu, SP.
UM VENCEDOR Não deixe que o sol te impressione, que as horas te sejam fardos pesados, que o riso te seja impossível, que o livro te seja inacessível, que o momento te seja um tormento, que o sonho te seja um pesadelo no passar das horas, no fluir dos dias... Não deixe que a melancolia te alcance e avance destruindo seu momento de alegria, não deixe que o vizinho te magoe, não deixe que a sua esperança voe pelo espaço, sem abraço, sem nenhuma despedida... Não permita que alguém te impeça de viver e de amar a vida, não deixe que o carrasco com seu asco te oprima e te maltrate, não permita que alguém te dilacere, te escravize e te mate... Seja sóbrio, seja altivo, seja vivo, não permita que o mundo te humilhe e que zombe do seu feito, do seu jeito com despeito... Seja, enfim, um lutador obstinado, seja, enfim, um vencedor e jamais aceite ser um derrotado. Cícero Alvernaz (autor) 11-11-2015.
SENTIMENTO Nossos papos rarearam: vírgula, ponto e vírgula, mas ainda sem ponto final. Apenas uma pausa, quem sabe, ou talvez algo mais longo, mais extenso, espaçado, um hiato, intervalo, uma ponte sem passagem, uma viagem, um momento talvez de esquecimento... Nossos papos rarearam, minguaram, mas ficou o sentimento. Cícero Alvernaz (autor) 11-11-2015.
ATÉ QUANDO? Passa perto, olha e vai, depois para, olha e fica, de repente logo sai, se vai e nada me explica. Me olha e deixa de olhar, faz um gesto bem discreto como alguém que quer zombar, é assim que eu interpreto. Então finjo que não vejo, nem dou a menor atenção, mas no fundo eu desejo seu carinho, sua mão. Você volta, passa perto, eu te olho sem querer, de repente me desperto, mas não sei o que fazer. Então ficamos assim: se querendo e desejando, só não sei até que dia, e eu me pergunto: até quando? Cícero Alvernaz (autor0 10-11-2015.
TRAGÉDIA Tragédia é mais que acidente, pois envolve muita gente e causa muita tristeza, envolve a Natureza, envolve rios e matas, cachoeiras e cascatas, aves, também animais, e polui mananciais, fontes, riachos e minas, águas limpas, cristalinas, envolve a flora e a fauna, destrói a vida na terra, com um ciclo logo encerra destruindo a beleza, o verde da Natureza que se torna todo cinza e faz muita gente chorar causando destruição, tantas mortes, erosão, sem sequer pedir passagem, ofuscando a imagem, transformando a paisagem numa grande confusão. Cícero Alvernaz (autor)10-11-2015.
TENHO DÓ DESTE SENHOR! Sujeito desqualificado que nem sabe onde está, não entende o seu estado, anda pra lá e pra cá. Desse jeito então caminha sem rota e sem destino, e assim se encaminha qual um perdido menino. Não sabe se anda pra frente, nem sabe se volta pra trás, parece tão indiferente, um ser descrente, incapaz. Não conhece a cidade, também não veio da roça, vive só de caridade puxando uma carroça. Dentre os seus poucos pertences quase nada tem valor, ele fala e não convence, tenho dó deste senhor! Esta é a sua vida, um presente sem futuro, sem entrada e sem saída, caminha só, inseguro. Não tem um lugar pra morar e vive sem documentos, nem tem forças pra chorar, vive seus tristes momentos. Sujeito desqualificado, como é triste a sua sina! No seu mundo deslocado nada aprende, nada ensina. Cícero Alvernaz (autor) 08-11-2015.
EU SÓ QUERO UMA COMPANHIA Eu só quero uma companhia para atravessar a ponte, para ir ao povoado que está do outro lado e fazer algumas compras no armazém do Seu João. Eu só quero uma companhia, alguém que alegre o meu dia e segure a minha mão. Eu peço pouco, quase nada, mas pra mim seria tudo neste difícil momento, um carinho, um sustento, a certeza de alguém que esteja a meu lado. Eu peço pouco, quase nada, alguém que me ajude na estrada quando eu for ao povoado. Eu só quero uma companhia, pois não quero ir sozinho, eu quero alguém comigo, pois não sei se há perigo do outro lado da ponte, do outro lado do rio. Quero alguém pra conversar e, quem sabe, me amparar e me proteger do frio. Cícero Alvernaz (autor) 08-11-2015.