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Mostrando postagens de setembro 27, 2015
ROSA Da rosa eu quero o perfume pra perfumar meu caminho, quero seu caule, as folhas, e também o seu espinho. Rosa é nome de mulher, também é nome de flor. Tão amada e tão querida, é sinônimo de amor. Da rosa eu quero o riso, também quero seu carinho. E não vou me importar se ela tiver espinho. Seu nome eu trago guardado, como se fosse um mistério. É um caso especial, bem divertido e sério. Cícero Alvernaz (autor) 02-10-2015.
ELA ESTÁ CHORANDO Ela está chorando, eu  não sei o que fazer. Não sei se choro também, ou se tento consola-la, não consigo ignorar, dá vontade de chorar. Eu não sei qual o motivo deste choro, deste pranto, mas isto mexe comigo, afinal, sou seu amigo, queria muito abraça-la com carinho, consola-la. Ela está chorando, suas lágrimas eu vejo e sinto o seu pesar. Eu não sei o que fazer pra este pranto conter, pra este pranto estancar. Queria ter o remédio, a solução do problema, e muita coisa eu penso, lhe ofereço então meu lenço, meu carinho nesta hora, mas ela rejeita e chora. Cícero Alvernaz (autor) 03-10-2015.
VOCÊ VEM Você vem, dá um oi, um tchau, e sai. Não deixa sequer um rastro, um gesto, um sinal, e eu fico mal, me sinto desolado, fico decepcionado. A gente não consegue conversar, não há como dialogar, somos dois extremos bem distantes e pendentes, duas bandeiras hasteadas, em locais diferentes, não nos falamos, nem nos vemos. Eu fico aguardando seu retorno, sua volta, mesmo sabendo que você vai de novo dar um oi, um tchau, e logo vai sair. Eu sei que tudo será igual, e, invariavelmente, tudo vai se repetir. Cícero Alvernaz (autor) 02-10-2-15.
INSANO Triste, emburrado, de ovo virado, chateado como quem passou a noite acordado. Com esse calor danado, não dá pra ficar em pé nem sentado, muito menos escorado e nem mesmo deitado. Que vida de cão, que chateação! O mundo parece um enorme canecão sem asa e sem fundo, furado do lado e todo enferrujado. Estou descrevendo isto e assim insisto por um motivo bem justificado. Este jeito meio insano faz parte do ser humano entra ano, sai ano, sempre reclamando de tudo que há. Tem gente que só reclama desde quando levanta até quando deita na cama esteja onde esteja, até mesmo na igreja. Cícero Alvernaz (autor), 01-10-201
MINAS Não precisa cantar Minas, nem levar o andor em procissão. Não precisa elogiar Minas com suas montanhas e sua religião. Não precisa escrever sobre Minas, fazer cantigas e poesias, Minas por si só já se canta, já se encanta, já se elogia. Não precisa chorar por Minas, nem falar das artes e da cultura. Não precisa amar Minas, basta olhar seus rios, seus montes e suas esquinas. Não precisa odiar Minas, seu ódio não fará diferença, ele virará pó nas estradas e escreverá a sua sentença. Não precisa desejar Minas, guarda para outrem  o seu desejo. Não precisa beijar Minas, sua face já está impregnada de beijos. Não precisa conhecer Minas, ela está no peito de quem ama, ela faz parte da alma que palpita como um sorriso doce, uma chama. Cícero Alvernaz (autor), 01-10-2015.
CACHAÇA A poesia é a minha cachaça. É dela que eu me embriago, tomo vários tragos, tomo vários porres e afogo as minhas mágoas. Na poesia eu me encontro e me encanto, me viro pecador e santo, me dispo, me perco, e me visto depois. Tomo goles e mais goles, perco a conta, vou dormir e quando o sol desponta eu acordo e fico a sorrir. Me levanto e me vou, me perco pelas ruas, me perco pelas praças, e cada vez mais eu me convenço que a poesia é a minha cachaça. Cícero Alvernaz (autor), 30-09-2015.
PELAS VIELAS Pelas vielas, em rua apertada ou mesmo na estrada a pé ou de carro achado ou perdido, no sol ou na chuva, na sombra ou no sol, resquício de sonho, caminha tristonho sem fé, sem destino, adulto ou menino, em seu abandono. As noites de sono perdidas, achadas, trilhando estradas que levam a nada, lugar tão comum, destino nenhum que o tempo escolheu. São muitas perguntas que pairam bem juntas a lhe inquirir... Não sabe chorar, não pode sorrir. Pelas vielas da vida sem rumo, refém do passado, escravo do agora, partiu, foi embora, com sua revolta. O homem sem pátria, sem lar, sem país, é um desertor. Despreza o seu sangue, caminha exangue, se vai sem amor. Cícero Alvernaz (autor), 29-09-2015.
VAZIO Sem ideias no contexto, sem texto e sem ambição. Peregrinando vazio sentindo calor e frio ele vai na contramão. Sem proposta, sem bagagem, na viagem segue só. Sem ninguém pra conversar fica tempos a olhar a estrada cheia de pó. Passa algum caminheiro seguindo o seu destino. Uma lágrima lhe cai, para um pouco, se retrai, como se fosse um menino. E segue assim seu caminho à procura de um amigo. Pois a noite vem chegando e o cansaço apertando, mas lhe falta um abrigo. Cícero Alvernaz (autor) 28-09-2015.