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Mostrando postagens de fevereiro 15, 2015
LÁGRIMAS Lágrimas tristes que caem, ou mesmo as que não caem, que juntas se retraem por algum motivo e ficam a pairar. No interior dos olhos brilham tristes e quentes como se fossem sementes querendo frutificar. Lágrimas que descem rosto abaixo feito rio ou riacho, e sem medo ou embaraço ensopam o chão Elas refletem momentos de dor e ansiedade, e podem ser de saudade ou mesmo ser de paixão. Lágrimas que eu derramo e tantas que já derramei. Elas brotam num momento com sua força e poder. Estão presentes na vida, estão presentes na morte, são úmidas, tristes e fortes, brotam quentes, sem querer. Cícero Alvernaz, 20-02-2015.
MUDANÇA Se pede mudança, se exige alternâncias, se quer, se inventa. A vida apresenta e diz: eu não mudo, mudanças pra que? E segue o seu curso na mesma estrada , no mesmo endereço que o tempo criou. O homem se aflige querendo respostas, fazendo apostas, porém, sempre perde e nunca alcança. No seu desejar, querer e sonhar, o homem persegue seu canto, seu porto. E sempre reclama, odeia e ama sem paz, sem conforto. Se pede mudança, o dia avança com o seu linguajar. E chega um momento que tudo escurece e o homem adormece, se põe a sonhar. Se sente incapaz, se sente pequeno, mas nunca desiste. Prossegue calado no seu jeito errante sofrendo bastante, alegre e triste. A vida insiste em ser como é, na vida de quem a tudo resiste e vive com fé. E assim vai o tempo, um dia, outro dia e o homem envelhece, se deita cansado e tudo esquece. Na vida se aprende, também desaprende, se apanha, se bate. E todos se vão no tempo na hora que tudo abate. E vem gerações, e vem confusões, mudanças até. Não
CARNAVAL Festa de muito exagero, põe a mão quem chega primeiro, dança, corre, se extrapola, beija beija, se enrola, pois, afinal, vale tudo. É a festa sem noção empurrando um caminhão com gente fantasiada e muitos caem no chão e ficam perdidos na estrada. Festa que não é festa, que tem tudo que não presta e ainda tem muito mais. Momento em que o ser humano prefere andar mascarado pra não ser reconhecido, talvez por medo ou vergonha. Se juntam o bem e o mal e formam mais um carnaval com muito veneno e peçonha. Cícero Alvernaz, 16-02-2015.
ESTATUTO Fica assim estabelecido: O chão será nosso, nossas serão as estrelas do céu e as folhas que balançam ao sopro do vento. Nossos serão os arco-íris com suas cores e sua magia entremeando a chuva e o sol na cadência do dia. Nossos serão os sorrisos mais puros das crianças e o cantarolar dos velhos com suas antigas lembranças. Fica estabelecido que os sonhos serão coloridos, embora alguns sejam dignos de esquecimento pelo seu teor e por sua cor. Nossas serão as manhãs acariciadas pelos raios do sol que as beijam sem dó e as acordam para festejar a chegada de mais um dia. Nossas, igualmente, serão as tardes lentas e pesadas quando a passarada busca o seu ninho e o seu merecido descanso. Nossas serão as noites, com ou sem luar, para descansar, amar, e sonhar com um mundo melhor. Nossas serão as poesias que vem no vento sibilante e trazem desejos, rimas e cantos. Nossa, enfim, é a vida com presságios, naufrágios e promessas. Fica assim estabelecido e