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Mostrando postagens de julho 19, 2015
UM OLHAR Um olhar pode ser apenas um olhar, fruto de um momento de curiosidade. Pode ser discreto, pode ser direto, pode ser simples, sem malícia e sem maldade. Um olhar pode ser luz e pode ser treva, algo que nos abate ou nos eleva. Pode ser fatal, pode mexer com a gente, pode passar despercebido, como algo trivial e sem sentido. Um olhar pode falar no seu silêncio, pode questionar e pode até nos machucar. Pode repreender, chamar a atenção da gente, um olhar pode muito, pode nos entristecer ou pode nos deixar contentes. Cícero Alvernaz (autor), 24-07-2015.
MEUS CADERNOS Companheiro da escola, meu colega inseparável relíquia que ainda guardo, de valor incalculável. Cadernos bem encapados, limpos e até perfumados, nas folhas, meus muitos deveres, todos mui bem caprichados. Pra escola os levava juntinhos no embornal. Caneta, lápis, borracha, era o meu material Meus cadernos eram limpos, ficavam bem protegidos, com cuidado os guardava, pois eles eram queridos. E depois, quando eu chegava, bem faminto da escola, me sentava e almoçava para depois jogar bola. Afinal, eu era criança, mas tinha os meus afazeres, logo depois, concentrado, fazia os meus deveres. Saudade daquele tempo que ficou lá na distância. Saudade dos meus cadernos, saudade da minha infância. Cícero Alvernaz (autor), 23-07-2015.
CIDADE MINEIRA Cidade mineira toda fagueira, toda enfeitada, florida e pintada qual namorada a se enfeitar. As praças todas tão bem cuidadas e as estradas sinalizadas, ruas marcadas, e as calçadas todas pintadas, bem conservadas como convém. Gente que vai, gente que vem, os moradores e os turistas, e os artistas, todos a pé vão caminhando e passeando com alegria e muita fé. Cidade mineira tão altaneira, linda, fagueira, cheia de sonhos e de cultura. Linda no mapa, linda de ver, de conhecer e de viver. Quando te vejo sinto desejo e neste ensejo te mando um beijo - e sei que nunca vou te esquecer. Cícero Alvernaz (autor), 22-07-2015.
PRINCIPADO Levantei bandeiras, estiquei a lona, demarquei a terra, coloquei as placas, escrevi meu nome e depois pintei com minha cor preferida, e então eu tomei posse, do meu sonho, minha vida. Instalei a luz e puxei a água limpa e encanada, não faltava nada, me senti um rei, depois me sentei para descansar. Marquei as divisas do meu latifúndio, pra não me arriscar. Plantei um pomar e aguei as plantas, estiquei as cordas e fiz um varal. Fiz de tudo um pouco no meu principado, me senti feliz, privilegiado, pois meu velho sonho foi realizado. Cícero Alvernaz (autor), 21-07-2015.
QUASE UM NADA Tão pequeno, quase um nada, e também sem proteção, sem carinho, sem irmão, sem pai, sem mãe, sem avó, vive triste, vive só. Esquecido, desdeixado, a andar sem direção, sem água, sem leite e sem pão, sem lar e também sem abrigo, e sem ter nenhum amigo. Tão pequeno, tão sofrido, pela vida vaga triste, sem ninguém, à procura de carinho, á procura de alguém, não se encontra, não se vê, ninguém cuida de você! Mesmo não sabendo nada, pois a vida nada tem, mas existe um Alguém que te olha, que te escuta e conhece a tua luta. Tão pequeno, quase um nada, pequenino como um grão, segue assim na contramão, mas há um que te sustenta, dá carinho, alimenta... Vida triste, sem sentido, vive à procura do amor pra aliviar sua dor... Sem lar, sem pouso, sem cama, saiba que Deus te ama! Cícero Alvernaz (autor) 19-07-015.