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Mostrando postagens de novembro 29, 2015
PODE SER Pode ser que alguém me leia e até seja alcançado por meus versos. Mas eu escrevo porque gosto, depois corrijo e depois eu posto, com a alma, com os olhos, com as mãos, dentro de meus sonhos mais diversos. Pode ser que alguém não leia, ou simplesmente não faça nenhum caso. Mas eu prossigo nesta minha empreitada, colhendo flores, enfeitando a estrada, com meu objetivo, com desejo, com vontade, acendendo a luz que brilha ao ocaso. Pode ser que alguém não queira, e até me ignore e faça zombaria. Não me iludo e não me preocupo, pois eu sei do que gosto, e me ocupo, como um pássaro que canta sem plateia, como o sol que inaugura o seu dia. Cícero Alvernaz (autor) 05-12-2015.
CONJUNÇÕES São essas conjunções, mudanças de situações, troca de posições e outras alusões que me prendem e me enchem de emoções. Livro aberto, exposto ao vento, uma frase, um lamento, sonhos pairando na tarde, música no ar, poema, José de Alencar decifrando Iracema, tudo é tentação, e serve de tema. Uma mesma poesia que insiste em sua teimosia, mas se queda e se entrega, se aquieta ao carinho do poeta que implora, quase chora, desejando o seu verso, que inventa, se apresenta, quer se expor e quer sair... É essa velha manha que emerge e assanha o peito velho, aquecido, o coração já sofrido, mas que nunca desanima, no seu constante pulsar. São essas dores antigas, esse pranto que não desce, esse dia que escurece, esse riso, essa prece, essa vontade que fica e que mais se intensifica... São esses sonhos antigos, a falta que faz um amigo, a vida passa assim, o rio que corre em mim sem oferecer perigo. Cícero Alvernaz (autor) 04-12-2015
ENFIM Não quero falar de amor, de desamor, nem de política. Quero fugir da praça, da massa, e esquecer a crítica. Falar de amor é bom, mas por hoje me calo, falar de desamor não precisa, pois ele chega e não avisa e se vai no seu embalo. Não quero falar de política, pois já há muitos que falam. Há aqueles que discutem, se ferem, enquanto outros se calam. Quero falar da chuva mansa, falar do olhar e do sorriso da criança, falar do vento, do momento, da vida... Quero falar de todos e de mim, depois me calar, enfim. Cícero Alvernaz (autor) 03-12-2015.
SERÁ? Será que eu posso? Será que eu devo? Será que eu fico? Será que eu vou? Tantas perguntas, indagações, vem todas juntas aos borbotões e me atropelam e causam juntas mil confusões. Será que eu tento? Será que eu quero? Será que eu falo? Será que eu peço? Assim me envolvo e me abraço e me enlaço, mas não resolvo o que eu quero, o que eu desejo, nem o que eu faço. Cícero Alvernaz (autor) 03-12-2015.
O CÉU É A MINHA META Não sou uma pessoa ruim, nem tenho a pretensão de ser bom. Eu apenas sou assim: um homem com o seu dom. Alguém com as suas manias, com seus desejos e traumas. Com tristezas e alegrias - um homem com muitas almas. Caminhante sem caminho fazendo a sua estrada. Um homem sem carinho, amante sem namorada. Não tenho medo de ser rotulado, pois o rótulo em mim não cola. Eles falam e eu fico calado - a vida é a minha escola. Muitos me chamam de poeta, mas eu juro que não sou. O céu é a minha meta, e é pra lá que eu vou. Cícero Alvernaz (autor), 20-04-2012.
PAPAI NOEL Ele desce pelo buraco da chaminé, ele anda pelas ruas distribuindo balas, ou se senta à porta de alguma loja, ele sobrevoa a cidade de helicóptero e desce no estádio onde uma multidão o espera. É o Papai Noel, o herói das crianças, o amigo dos comerciantes. Ele é uma lenda, um ícone, uma farsa, um religioso, um novo Messias, um impostor. Para mim não existe Papai Noel. Cícero Alvernaz (autor) 30-11-2015.
PRAGA DO EGITO Com essa chuva quase constante  as pererecas e até os sapos invadem as casas e causam transtorno  na vida de muita gente.  Faz lembrar uma das 10 pragas do Egito:  a praga das rãs. E depois que elas entram não saem  e acabam morrendo em algum canto  obscuro da casa, não sem antes pular e dar cabeçada nos móveis.  São visitantes indesejados  trazidos ou levados pela chuva  que brinca, goteja e lava tudo.  As pererecas parecem uma praga,  mas aqui não tem nenhum Faraó. Cícero Alvernaz (autor) 30-11-2015.
JOGO Você gosta de mostrar-se e eu gosto de olhar, esta mania que temos não sei onde vai parar. Um se mostra, o outro olha, ambos gostam desse jogo, e se curtem neste lance que esquenta, pega fogo. Todo dia é assim, e eu já me acostumei. Sinto falta de você, tanta falta que nem sei. São momentos esperados, de perfeita sintonia. Você se mostra pra mim com seu jeito todo dia. Não é nada escrachado, e nem é apelativo, mas eu fico animado e sinto que estou mais vivo. Cícero Alvernaz(autor) 30-11-2015.
RATINHO Ratinho virou apelido de gente famosa,  apresentador de televisão,  e também de gente quase anônima. No meu tempo tinha um jogador de futebol da Portuguesa  cujo apelido era Ratinho.  E os ratinhos foram se multiplicando por aí e hoje,  para muitos, é uma honra ser um novo "ratinho" no pedaço. Tem apelidos que se popularizam e até são anexados ao nome de registro  e são registrados; isto acontece muito na política  onde vale tudo para conseguir se eleger, reeleger e ficar rico, multimilionário,  como é o caso de um ex-presidente.  O ser humano é assim mesmo: uns ratinhos.  E haja comida para tantos ratos! Cícero Alvernaz (autor) 30-11-2015.
UMA VIDA BEM VIVIDA Vida longa, bem vivida, um exemplo para todos, uma vida, longa vida, tantos anos, tantas lutas, tanto tempo na estrada, vida tão abençoada que abençoou tantas vidas, uma vida bem vivida pela paz de Deus marcada. Tantos netos e bisnetos, tantos filhos e amigos, tanta gente que encontrou e também abençoou. No trabalho, na igreja, uma vida que viceja e com todos contribui. Vida longa, bem vivida, foi aos poucos consumida. As palavras me escapam, se misturam na emoção. Quanto tempo, quantos anos, vida que vem e comove, foram mais de noventa e nove, na verdade, quase cem. Um viver abençoado por tantas bênçãos marcado - que os anjos digam: Amém! *Em memória de Josias Dutra de Miranda 28-04-1916/28-11-2015. Cícero Alvernaz (autor) 29-11-2015.