Cícero Alvernaz

PRIMEIRO E ÚNICO AMOR Já chorei diante de alguém cujos olhos contemplei fitos nos meus e senti o coração bater disparado como uma criança correndo na estrada. Já chorei por amor amando e querendo alguém que ficou desesperada e preocupada diante daquela cena embaraçosa e incomum. Já chorei por amor e por amar alguém que amo muito e não me sinto correspondido, pelo menos não da forma como eu gostaria. Já chorei e solucei, molhei o travesseiro, o meu rosto, o meu corpo e me senti perdido imerso em lágrimas e perdido em meus devaneios. Já chorei por alguém, por quem ainda choro por amor numa tristeza medonha e não tenho vergonha de confessar. Já chorei e me lamentei, depois levantei e saí por aí tentando não chorar para não chamar a atenção das pessoas. Já chorei e choro, pois sei o que é amar alguém com um amor tão profundo e tão vasto como o mundo e tão lindo como uma noite estrelada com uma lua prateada me olhando do céu. Já chorei e confesso que chorei e choro toda vez que me lembro d

UM HOMEM APAIXONADO Um homem apaixonado é um animal que se sente enjaulado mesmo tendo liberdade aparente. Um homem apaixonado sempre sonha acordado e sofre com o que sente. Sua vida é penosa, seu andar é pesaroso, seu sorriso não tem cor. Um homem apaixonado deita e se vira de lado com o peito cheio de amor. Sua história ninguém conta, seu passado não se sabe, pois vive no seu segredo. Um homem apaixonado, é um ser desfigurado e sempre remói o seu medo. Cícero Alvernaz (autor) 14-10-2017.

PAPEL DE BALA Um pequeno papel de bala, uma pena num canto da sala, uma folha voando no quintal, uma criança brincando num canto, uma moça sonhando seu tanto, um jovem no seu abandono, um idoso com dor e com sono, um vidro na cristaleira, o vento levando a poeira, um bêbado dando rasteira, um poeta olhando o tempo, um livro exposto ao vento, um carinho tão leve e lento, a vida em seu doce momento vestida de amor e ternura, canção tão bela e pura, um homem chorando as mágoas, ó quão são profundas as águas do rio que ao mar se entrega! Poeta, seus versos não nega, de tudo aqui desapega, te acalma, suspira e sossega. Cícero Alvernaz (autor) 13-10-2017.

JESUS: ESSE ILUSTRE DESCONHECIDO Um homem diferente, com roupas mal passadas, ou não passadas andando por estradas poentas e esburacadas seguido por um grupo de amigos e colaboradores, entrando em pequenas aldeias, conversando e atendendo pessoas simples e pobres, curando doentes sem ser, reconhecidamente, um médico, aconselhando pessoas aflitas sem ser um psicólogo, aconselhando, ensinando e abraçando pessoas e causas, muitas delas sem solução aparente, visto que já tinham sido rejeitadas e esquecidas, desiludidas e ignoradas. Um homem diferente que falava de um Reino e de um Pai, falava de uma vida diferente e de uma comida especial que dá vida e sacia o corpo e a alma e nas suas palavras algo se percebia de poder e de alegria, com autoridade jamais vista. Esse homem era muito conhecido, sua fama se espalhou e muitos vinham de longe para vê-lo. Muitas pessoas queriam toca-lo, ouvi-lo e receber dele a sua graça através do inegável poder. Mulheres traziam crianças para que ele as abe

CALOR Não é preciso escrever sobre o calor, basta senti-lo. Escrever talvez atraia mais calor, pois os movimentos são intensos e os pensamentos giram e procuram as palavras mais cabíveis e mais adequadas. Liguei o ventilador agora, mas sei que não adianta nada. Um ventinho discreto e um barulhinho irritante, só isto. Mas eu liguei em nome da esperança que me diz que vai melhorar. Melhorou um pouco. Que bom! Espero que o calor não engula o vento e torne tudo de novo quente. Não é preciso escrever sobre o calor e nem adianta. Mas, por teimosia, a gente acaba escrevendo. Cícero Alvernaz (autor), 13-10-2014.

POESIA DE DRUMMOND Mundo mundo vasto mundo mundo triste mundo bom leio versos que ecoam na poesia de Drummond. Seus poemas são histórias são lampejos, são ensejos e desejos que me vêm e renascem todo dia no bojo de sua poesia que me fazem muito bem. Num momento gira o mundo mundo mundo vasto mundo se eu me chamasse Raimundo seria uma rima não seria solução, mergulho em sua poesia e esta grande alegria faz pulsar meu coração. Cícero Alvernaz (autor) 11-10-2017.

ELA ME AMA Ela me ama, eu vejo em seus olhos, em suas palavras de amor e de mel. Eu vejo no brilho da face rosada, eu ouço a risada que toca o céu. Ela me ama, eu sei e aposto, eu amo e gosto de vê-la assim. Eu vejo no jeito que ela me fala e até quando cala a ouço, enfim. Ela me ama, eu vejo em seu rosto e sinto seu gosto, seu cheiro, seu som. Eu tenho certeza que ela me ama e esse momento pra mim é tão bom! Cícero Alvernaz (autor) 11-10-2017

UM LIVRO Um livro ou o livro é um dos primeiros companheiros de uma pessoa. E esse companheiro se faz presente por toda a vida. Por mais que a tecnologia avance e alcance seus píncaros e ultrapasse os seus próprios limites, o livro estará sempre presente como alguém a se oferecer e a espreitar por perto ou de longe. Seu olhar, seu falar, ou, simplesmente, seu querer ou estar será sentido, visto e apreciado. Já imaginaram um poeta sem livros? Houve uma época que eu nunca saía  de casa sem um livro. Certa vez, em viagem ao Rio, eu levei uma Bíblia e a li no ônibus, sentado, concentrado e calmamente. Percebi que algumas pessoas me olhavam curiosas ou assustadas, mas o meu coração comia e bebia cada palavra, cada frase daquele precioso livro. As pessoas, hoje, se assustam, ou se admiram, quando veem alguém com um livro na mão, principalmente se esse livro for a Bíblia, a Palavra de Deus. Hoje, o livro continua sendo a resposta para muitas perguntas e o remédio para tantas doenças. Bendito

MEU AMOR Minha vida é você e você faz parte dela, não há como separar, e nem como apagar você da minha vida. Num jeito meigo de olhar, num sorriso carinhoso, num caminhar vagaroso, você é a estrela que me dirige os passos. Você é o meu abraço o meu sonho sem sono, meu momento de abandono, meu barquinho a vagar, o meu som, a minha rede... minha fome, minha sede, meu carinho, minha flor, você é minha estrutura, meu remédio, minha cura, você é o meu amor. Cícero Alvernaz (11-10-2017)

A MINHA POESIA A minha poesia me leva por caminhos variados e por trilhos do passado que o tempo apagou. Os meus versos tão intensos são profundos, são imensos, mas não dizem quem eu sou. Sou a palha que se espalha, sou o grão que não brotou, sou a livre cachoeira que na queda desabou. Sou a noite sem estrelas, sou rio sem correnteza, sou um homem sem carinho que na vida muito amou. A minha poesia me leva por estradas mal cortadas, por vias esburacadas que o tempo fez assim. Eu me perco em meus versos, tão humildes, tão diversos, mas quando o dia termina meu corpo se reanima, pois vou descansar, enfim. Cícero Alvernaz (autor) 11-10-2017.

BELO HORIZONTE - 120 ANOS Belo Horizonte, capital do Estado de Minas Gerais, completará 120 anos no dia 12 de dezembro próximo. Estive lá há poucos dias e pude sentir a exuberâncias daquela cidade com suas avenidas nervosas e movimentadas, suas praças nem sempre bem cuidadas, viadutos, pontes, estradas, comércio, segredos e medos. Belo Horizonte pode não ter o charme e a beleza do mesmo horizonte, mas continua bela, florida e transpirando vida. Não a conheço bem, portanto sou s uspeito para falar de algo tão grande e tão importante no contexto do Estado e do País. BH fará 120 anos com uma perspectiva nova e planos para o futuro que se avizinha. É uma das 5 cidades mais importantes do Brasil e a mais jovem entre elas. Foi programada e desenhada para ser a capital do 2º Estado mais importante do Brasil em substituição à velha e tradicional Ouro Preto da qual fica distante apenas 100 quilômetros. Confesso: gosto mais do interior, da minha cidade natal, a progressista e charmosa Manhuaçu,

EU QUERO UM POUCO DE ALEGRIA Eu quero um pouco de alegria, essa tristeza já não faz mais sentido. Esse olhar distante, esses pensamentos vagueantes, essa luta com as lágrimas que descem, esses olhos que sem querer umedecem, esse jeito de querer e estar longe, esse desejo que me fere e me punge, esse medo de perder o que não tenho, esse amor que me lacera e me atinge... Eu quero um pouco de alegria, eu quero colorir o meu dia com as cores que na vida eu sonhei. Não quero essa distância que insiste, não quero essa vida sem sentido, não quero mais ouvir o meu gemido não quero mais viver assim tão triste. Quero viver um novo dia, eu quero um pouco de alegria. Cícero Alvernaz (autor) 09-10-2017.

CHORAR POR AMOR Chorar por amor é o choro mais doído que existe. É um choro apaixonado, um choro amargurado, é um choro muito triste. Chorar por amor é um choro de saudade. Um choro que não tem jeito, dá um aperto no peito quando o amor nos invade. Chorar por amor é um choro muito forte. Parece que tudo se acaba, parece que tudo desaba, um choro de vida e de morte. Chorar por amor é chorar com o coração e a alma. Nada consola a gente por tudo que a gente sente, nada, nada nos acalma. Cícero Alvernaz (autor) 08-10-2017