CREIO

Creio no sol, creio na chuva,
creio no que vejo
e também no que antevejo,
creio na promessa
e em tudo que interessa,
na fala que estala
que arremessa e cala,
no capricho, no lixo, no rabicho,
no cortiço, no enguiço,
no véu, nas estrelas do céu,
na água que lava,
na pá que escava,
na roda que trava,
no riso, no siso, no chão
em que piso, no alarme,
no charme, no desarme,
na peste, no teste,
na roupa que veste e cobre,
na falta que encobre,
no cobre, na fome do pobre,
no pente, na lente,
na fatalidade do acidente,
no joio, no trigo,
na fidelidade do amigo,
na faca, na maca, no livro,
no sonho, no verso, no dia,
no conto, no encontro,
na luz da poesia,
na paz que irradia, na guerra
que a tudo domina
e produz tanta cruz
em sangrenta chacina.
Creio que estou no meio
desta guerra que domina
toda terra com maldade
e sadismo
disseminando entre os povos
as marcas do terrorismo.

Cícero Alvernaz (autor) 18-11-2015.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

POEMA DA LAVADEIRA

ZONA RURAL