NUA
A noite nua A vagar pela cidade Procurando sua lua, Quanta sensibilidade! Quanto sonho pelas praças Da cidade azul risonha, Quantas luzes, quanta graça, Nessa gente sem vergonha! A beleza de um sorriso Carregado de malícia, Ou um gesto sem juízo Faz da vida uma delicia. A noite nua A cantar sua canção Vai se abrindo pela rua Como lavas de um vulcão. As pessoas se entrelaçam E se perdem pelos cantos, Se enrodilham, se embaraçam, Pelas ruas, pelos antros. E na busca desvairada Se esquecem da razão, Amanhecem na calçada Sob o manto da ilusão.