Postagens

Mostrando postagens de novembro 12, 2017
CLEMÊNCIA Grunhido, balido, latido, gemido, animal sem sentido, cansado, perdido. muitas vezes sofrendo, imerso em dor, ovelha vagando longe do seu pastor, animal sozinho, longe da manada, muitas vezes perdido no mato, bem longe da estrada. Animal pedindo socorro, clemência, vivendo e sentindo a dor da ausência, vivendo com medo de algum predador, vivendo escondido, perdido, em dor. Assim se inquieta e sofre e chora, até que apareça o dia que a tudo alumia e assim se anuncia na luz da aurora. Cícero Alvernaz (autor) 18-11-2017.
MINHA RAZÃO E O MEU FIM A vida me fez assim, me moldou e me deixou muitas vezes sem saber pra onde ir, abandonado num canto com o meu pranto, com o meu medo, sem me achar, sem me encontrar, com um amor no peito apertando de um jeito que quase me sufoca, me tira o ar, o sentido, como um animal ferido, perdido, com medo, inseguro no escuro... A vida me fez assim e eu amo e me derramo e clamo sem ser ouvido, mas me reencontro comigo e espero passar a tempestade, depois, porém, a saudade, traz tudo de volta como um rio que se enche e transborda e se inquieta, e as lágrimas vêm como um alimento, meu sustento, uma marca deste amor que só aumenta e me deixa assim, pois a vida me fez assim e o amor é a minha razão e o meu fim. Cícero Alvernaz (autor) 18-11-2017.
POR AÍ Perambulei por aí procurando não sei o que, olhando tudo e vendo, na verdade, só vi você. Achei até engraçada a sensação que eu tive, vendo você tão de perto, me emocionei, não contive. Vi os seus olhos num rio, vi seu olhar numa flor, vi seu carinho num riso, identifiquei seu amor. Perambulei por aí como quem não quer ver nada, mas vi em cada esquina as marcas da minha amada. Cícero Alvernaz (autor) 17-11-2017.
SOU SIMPLES Sou simples, amo a simplicidade, trago as marcas da roça e vivo aqui na cidade. Ando a pé, de bicicleta, com roupas velhas até, meu coração é roceiro, no meu peito tenho fé. Sou simples seja de noite ou de dia, os meus versos são singelos, é simples a minha poesia. Escrevo sem pretensão de ser ovacionado, eu sou um simples poeta, um poeta apaixonado. Sou simples como a florzinha do campo, vou espalhando a luz como um simples pirilampo. Sou um poeta da roça, venci a minha empreitada, fui criado na humildade pegando no cabo da enxada. Cícero Alvernaz (autor) 17-11-2017.
TE AMO TANTO! Te amo tanto que o sono me foge, que o claro escurece, que a vida emudece, que o rio esquece de ser e correr. Te amo na noite que vem e me aquece, no dia que abre e me apetece, te amo no sonho que sonho acordado, no tempo que fico sozinho, calado, no riso que abro, no choro que desce, lá lágrima quente que me enrubesce, no verso que escrevo em forma de prece. Te amo tanto que até me espanto com tanto amor. Te amo deitado, te amo sentado. te amo aqui, ali, onde for. Cícero Alvernaz (autor) 16-11-2017.
PATACOADA Às vezes a gente pensa que está agradando e pode até apostar que está "abafando", mas, na verdade, não é nada disto que está acontecendo. Quanto mais pensamos assim mais investimos nos agrados e nos mimos e no capricho exacerbado e bem caprichado. Ninguém nos dá um toque, nenhum amigo nos chama de lado e nos adverte sobre o mico que estamos pagando, não sei se é por dó ou por medo de nos ofender ou aborrecer. Falamos e gesticulamos, gastamos nosso verbo, predicado, substantivo, metáfora, metonímia, antítese, catacrese e hipérbole. Enfim, desfilamos todas as figuras de linguagem sem sequer imaginar que estamos sendo inconvenientes. Isto acontece nas melhores famílias e depois só nos resta achar graça de nossa sessão de patacoada. (16-11-2017.
PARA VOCÊ Para você eu componho um verso, abro as comportas, abro as portas do universo. Para você eu declaro meu amor em prosa e versos sem medo de ser tolhido, nem mesmo de ser proibido em sentimentos imerso. Para você eu me abro e me fecho, eu me entrego sem medo, me solto e caio em seus braços, desato no peito meus laços, me jogo do alto da torre, me entrego nas asas do vento, me exponho a todo momento e me lanço no espaço. Cícero Alvernaz (autor) 15-11-2017.
SOU MINEIRO Sou mineiro, natural de Minas, Minas que é Gerais, Minas que é demais, Minas que cabe em meu peito, Minas que faz muito mais. Sou mineiro, nasci em Minas, vivi em Minas, cresci em Minas, estudei em Minas, lá me alfabetizei, lá sorri, brinquei e chorei, lá também trabalhei, (naquele tempo criança trabalhava) ao pai e à mãe ajudava, trabalhava na roça, socava arroz no pilão, ajudava a colher milho, ajudava a colher feijão e ainda tinha tempo para brincar, me divertir, pescar, nadar no rio, jogar bola, correr na estrada e até tocar boiada, viver feliz, em liberdade, ter amor, felicidade, independente da idade. Sou mineiro, nasci em Minas, conheço todas as esquinas e todo canto esquecido do meu Estado querido. Cícero Alvernaz (autor) 15-11-2017.
BELEZA, OU FALSA BELEZA? Virou febre, virou virose. Todo mundo quer emagrecer, rejuvenescer, virar tanquinho, violão e nada de ficar parecendo uma sanfona. É uma remedaiada que não tem mais fim sendo anunciada em todos os segmentos de comunicação. É pílula pra isto, pra aquilo e pra aquilo outro. Todo tipo de remédio, medicamento, pílula, pó, capsula, chá disto e chá daquilo para emagrecer, perder a barriga, os culotes, os cangotes, os potes e aparecer nos holofotes. Tudo tem  um alto custo, mas isto é o que menos importa, afinal, pode-se pagar no cartão (como se no cartão fosse diferente). Nunca as pessoas desejaram tanto ficar bonitas, aparecer bem na foto do Facebook, do Instagram e de outras redes sociais menos badaladas. Eu fico pensando: fala-se tanto nessas coisas de beleza, ou de falsa beleza, mas pouco se fala em saúde e bem estar geral. Chego a conclusão que não há nada mais enganoso do que a beleza da internet e da televisão. Até rimou! (15-11-2017).
TE TRAGO Te trago no peito bem junto ao coração, te agarro com jeito, te trago na mão. Te trago no colo, pequena criança, e assim te consolo, te dou esperança. Te trago nos braços assim bem cuidada, te amarro com laços e bem amarrada. Te trago comigo no meu pensamento, pois sou teu amigo em todo momento. Te trago no verso da minha poesia, contigo converso de noite e de dia. Te trago no peito, te trago na mão, te guardo com jeito no meu coração. Cícero Alvernaz (autor) 14-11-2017.
AMAR Amar é ir da terra ao mar sem colocar os pés no chão. É caminhar sem destino se sentindo um menino que sonha em ter uma bola de meia. Amar é tocar a lua cheia, é passear entre as estrelas, é chamar por alguém e não obter resposta, é às vezes fazer o que não gosta só para agradar alguém. Amar é chorar ás vezes. é esperar por meses para rever seu bem. Amar é sentir saudade, é sentir um vento que invade cheio de velhas lembranças, é recordar cada momento de um encontro, de um olhar. Amar é amar sem nada perguntar e querer sempre mais e mais amar. Cícero Alvernaz (autor) 13-11-2017.
SOU UM VELHO Sou um velho, só não sou caduco, pelo menos por enquanto. Sou um velho que ainda não é tão velho, que não fica horas sentado na sala, que ainda não usa bengala, que ainda consegue ver o número do ônibus, que se arrisca a amar de vez em quando, que participa de conversas e até se arrisca a opinar sobre diversos assuntos, que ainda faz algumas viagens curtas, que admira o por do sol, que levanta bem cedo, que sai por aí sem medo, que não fica só sentado, que de vez em quando fica apaixonado e chora quando o seu amor vai embora e depois escreve uns versos chorosos enquanto as lágrimas banham seu rosto com tristeza e desgosto. Sou um velho, só não sou caduco e não sou maluco a ponto de rasgar dinheiro. Sou um velho, entro na fila prioritária, mas nem sempre sou atendido primeiro. Cícero Alvernaz (autor) 11-11-2017.