Cícero Alvernaz

REACIONÁRIO O que é ser um reacionário? Reacionário é alguém que reage e se importa com a situação atual. É alguém que "se toca" e sente o drama, o baque e quase sofre um ataque quando pensa no buraco em que alguns políticos colocaram o nosso País. É alguém que não aceita ser tratado como um objeto descartado, um número, uma vogal, um ponto, um signo, uma letra morta. Reacionário reage, grita, esperneia, faz cara feia e cobra uma atitude diante do roubo, do rombo, dos bilhões  roubados, desviados e depositados em alguma conta no exterior. Reacionário não tem "bandidos de estimação", não defende Partidos, não tem líder, não carrega uma bandeira vermelha, não queima, nem cospe na nossa bandeira, mas estende a nossa bandeira verde e amarela e a deixa bem aberta na janela. Reacionário defende o seu País, não defende o "seu partido", mas defende o povo sofrido que é humilhado todo dia. Reacionário canta o nosso Hino e se sente feliz por amar e defender o nosso

RIMAS Densa, ofensa, malquerença. noite intensa, desavença, fala e pensa, pensa e fala, vem, se instala nesta sala, traz a cuia e a mala, traz até o que não tem, traz o mal e traz o bem, só não traz nenhum vintém, pois já disse que não tem, não planeja, nem deseja, não se aperta, desconcerta, dá pra ver que é gente esperta, já fiz esta descoberta. Vai ficando, se instalando, de repente: um parente, come e bebe com a gente, não tem cama, não reclama, sem ação dorme no chão, vive quase na miséria, gente pobre, gente séria, diz que veio passar féria, mas eu sei que não é nada, trouxe a foice, a enxada, este mundo é de amargar! Minha vó assim falava quando a coisa apertava e agora minha rima do final se aproxima: densa, ofensa, malquerença, vou pedir sua presença para o verso terminar. Se você leu o poema José de Alencar, Iracema, você merece o céu, pois você leu um romance que tem um longo alcance: "A virgem dos lábios de mel". Cícero Alvernaz (autor) 16-06-2017.

UMA HISTÓRIA VERDADEIRA, ALEGRE E TRISTE Ela vinha sempre com seu jeito simples correndo em minha direção, talvez querendo dizer alguma coisa. Ela chegava e se enroscava em mim, mas não dizia nada, simplesmente porque não sabia falar. Ficava correndo de um lado para o outro querendo chamar a minha atenção, se deitava no chão, mas eu geralmente não lhe dava nenhuma atenção. Era este o seu jeito de se comunicar e dizer que estava feliz e queria brincar. Depois ia embora, talvez  decepcionada com a minha falta de tempo e de carinho. Todo dia, invariavelmente, era a mesma coisa. Esta poderia ser uma história de amor, mas é apenas mais uma história. Uma história qualquer, simples, verdadeira, alegre e triste. De um lado, uma pessoa sempre ocupada, de outro, um animal carente tentando apenas ser gentil. Mas eu não queria essa gentileza, nem tinha tempo para brincar ou correr feito criança no quintal. Se alguém me visse assim, o que iria pensar de mim? Não, não tenho tempo para ficar de

DÁ UM OI PRA MIM Dá um oi pra mim, dá um sorriso assim, faz um gesto qualquer, um carinho de mulher, dá um oi pra mim. Dá um beijinho em mim, faz um carinho em mim, quero sentir seu olhar e de novo te abraçar, dá um oi pra mim. Faz um chamego em mim, um aconchego assim, aquece o meu coração, canta de novo a canção, dá um oi pra mim! Cícero Alvernaz (autor) 14-06-2017.

MINHA HISTÓRIA Minha história começou a muito tempo. Foi no tempo em que as histórias eram escritas a lápis e quando a gente errava apagava com uma borracha. Era um tempo diferente, um tempo em que a gente não contava o tempo, pois não tinha relógio e, na verdade, o nosso relógio era o sol. Quando ele estava no meio do céu era meio dia, a hora do almoço, e assim a gente contava até a hora em que o sol se punha e a gente sabia que já eram quase seis horas da tarde e a noite se  avizinhava. Minha história não é um conto de fadas e nem é um "conto de bruxas". Ela é semelhante a tantas outras histórias daquele tempo que ficaram distantes, mas agora estão presentes e a gente sente como se fosse ontem. Essa história continua sendo escrita e vivida dentro da vida e nunca ficará perdida, pois ela é real como a luta do bem contra o mal. Eu amo a minha história e sempre vou conta-la pra mim e vive-la até o fim. Que seja sempre assim! (13-06-2017)

MINHA TERRA Tento encontrar poesia no teu nome, Porém não encontro sequer uma rima. De tanto procurar, algo me anima, És uma poesia sem métrica e sem rima, És a minha poesia! Teu nome soa em mim, Está presente nos meus versos... Não posso esquecer-te jamais! Tu és minha terra, meu berço, Meu sonho tão perto e distante No Leste de Minas Gerais. Tento encontrar poesia no teu nome, Escrevo, repito, mas não encontro rima. Estás bem acima de mim, bem acima, Rimar para quê se amo você? Minha rima mais linda és tu, Querida Manhuaçu. Cícero Alvernaz (27-09-2008) Mogi Guaçu, SP.

ROMÂNTICO Não sei o que é ser romântico, mas ás vezes penso que sou. Mas se eu não sei o que é como eu posso saber se sou? Dizem que romantismo não existe, já me disseram até que acabou. Eu não sei se sou romântico, na verdade não sei o que sou. Fico perdido, sem rumo, como num globo da morte. Não sei qual será meu futuro, não sei qual será minha sorte. Ser romântico é ser diferente, é dar e receber amor. Para a namorada dar presente, lhe oferecer uma flor. Mas tem gente que discorda e me diz que não é isto. Então eu pergunto de novo, quero saber e insisto. Não sei o que é ser romântico, mas certamente eu não sou, pois se eu fosse eu saberia, se eu não sei então eu não sou. Cícero Alvernaz (autor) 12-06-2017.