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Mostrando postagens de outubro 23, 2016
TORVELINHOS DE VENTO Têm dias que muitos pensamentos povoam a nossa mente.  Pensamentos bons e pensamentos maus,  ideias fixas, verdadeiros torvelinhos de vento, incógnitas, abstrações, inquietações. Tentamos disfarçar e, quem sabe, apagar esses pensamentos, mas eles insistem em nos inquietar. Como nuvem de poeira, eles chegam de repente e atropelam a gente exigindo uma solução, exigindo a nossa máxima atenção. Não adianta tentar fugir, se proteger e não querer pensar, ou se esquivar. A vida é assim, com o seu imperativo, a sua forma de ser e de nos acometer. O jeito é se resignar e absorver e tentar filtrar esses pensamentos inconvenientes. Não adianta fugir, a fuga vai nos fazer tropeçar nas próprias pernas, cair e depois voltar e retomar os nossos pensamentos. Não há remédio, não há nenhuma pilula mágica, não há solução. Temos que conviver com os nossos pensamentos, nossas agruras e inquietações até que tudo passe e a vida volte a trilhar os caminhos da normalidade. Cícero A
TEIMOSO Conheço muitos tipos de teimosos, mas quem insiste em escrever poesia hoje em dia, além de teimoso ainda é masoquista, mas insiste por um motivo simples: porque ama o que faz e escreve para si, para o seu deleite, para o seu consumo próprio sem se importar com os que o ignoram. Para quem escreve, não há maior prazer do que ser ator, produtor, autor e consumador de algo que poucos conhecem, ou mesmo nem sabem que existe, O poeta é um "joão teimoso", um cara estranho no ninho, um fabuloso entre fábulas contando a vida em versos, histórias, amores e decepções. Só quem gosta e consome é capaz de se ocupar com esta arte milenar que a tecnologia ou, sei lá o que mais, ignora e joga fora. Mas a poesia ainda tem lugar na mente e no coração de muitos teimosos que, segundo a maioria, andam na contramão da realidade. Mas não há lugar para a realidade quando a poesia vem, nos abraça e nos invade. (29-10-2016)
PROPAGANDAS Eu detesto propagandas tanto na televisão, que eu raramente assisto, quanto na internet e até no rádio, revistas e jornais. Eu seria um péssimo publicitário e, provavelmente, ninguém ia me contratar para bolar nenhuma propaganda e marketing. Na internet, quando aparecem aqueles videos de propaganda, muitas vezes ocupando a metade da tela, dá vontade de xingar. Em casa quando o telefone toca eu penso algumas vezes antes de atender porque geralmente é a moça do telemarketing oferecendo isto, aquilo e mais alguma coisa, ou alguém pedindo colaboração para alguma entidade. Hoje, até no Youtube tem propaganda, mas no meu Blog, com certeza, não tem. (28-10-2016)
NÃO MALTRATE OS ANIMAIS Maltratar os animais sempre foi um costume e até uma obsessão do ser humano. Esta atitude desumana sempre foi uma forma de “descontar” no animal a raiva e a decepção que o homem tem com algumas coisas. Na falta de algo melhor ou mais adequado para fazer, o homem bate, chuta e tortura algum animal que estiver mais próximo. Isto ainda é muito comum na zona rural, mas nas cidades também tem acontecido muitos casos semelhantes, os quais são extremamente l amentáveis. Infelizmente, isto ainda acontece muito. Faz algum tempo eu escrevi uma crônica cujo título é: “Conversando com os animais”. No 3º parágrafo escrevi o seguinte: “É enriquecedor conversar com os animais. É um aprendizado que procurei conservar ao longo do tempo e só tem me ajudado. Quantas vezes falei com um passarinho e ele me respondeu cantando e eu entendi a sua resposta e fiquei satisfeito”. É bom este diálogo ou monólogo, mas muitas pessoas preferem maltratar os animais como se eles tivessem culp
SÓ DANDO RISADA Dando risada de mim, dando risada pra mim, sorrindo à cores e ao vivo, sorrindo assim sem motivo porque não adianta chorar. Se chorar adiantasse, se todo mundo chorasse se esse mal assim passasse então eu só ia chorar. Mas eu sempre dou risada com essa coisa complicada a qual chamamos Brasil. Aqui é tudo assim: do princípio até o fim, muita mentira, engano, fulano acusa sicrano o qual acusa beltrano, mas nada sabem, enfim, É muita politicagem, muito roubo, malandragem, e ninguém sabe de nada. Aqui tem muito aparato, tem também a Lava Jato que em muitos mete medo. Tudo, enfim, é enrolado, e muitos ficam calados guardando o seu segredo. Cícero Alvernaz (autor) 27-10-2016
OBREIRO ESFORÇADO Eu passo e me vou, eu abraço e não mais estou, eu me desfaço na poeira, me perco na praça, me dissolvo na fumaça de forma trágica como se fosse uma mágica, um conto, uma história, um momento sem memória, sem palpite, sem desejo, sem contato e sem beijo, sem rastro e sem presença, sem carinho e sem crença, apenas uma lembrança, um sorriso de criança que voou, se foi ao vento, se perdeu por um momento e ninguém pôde reter. Uma flor, uma comédia, uma fruta, um brinquedo, passar a noite sem medo, enfrentar o desafio. Eu passo e me vou, ninguém de mim sente falta, pois sei que nada restou do tempo que aqui passei, o que fiz, o que falei, o muito que trabalhei, contribuí e chorei. Tudo, porém, foi marcado e está bem registrado em algum livro no céu. Sei que nada foi em vão, eu abri meu coração, fui obreiro esforçado, na Seara ocupado, fui humilde, fui fiel. Cícero Alvernaz (autor) 24-10-2016.