Postagens

Mostrando postagens de dezembro 20, 2015
PAPO SÉRIO Papo sério, papo reto, conversa ao pé do ouvido, desfazer um mal entendido, falar de homem pra homem, ter um particular, falar sinceramente, falar sem meias palavras, ir direto ao assunto, vamos falar sem frescura, chega de blá blá blá, vai, desembucha! Está com medo de que? Perdeu a língua? Borrou nas calças? Você não é homem? Por que você afinou? Quem nunca ouviu nem passou por isto? Dá um frio na barriga, treme tudo, dói os ossos, desarranja o intestino, o homem vira menino, o menino vira passarinho, o mundo gira e desvira, a vista escurece, o dia enegrece, me segura senão eu caio! Uma conversa em particular é a hora da verdade, mas pode também descambar e acabar com a amizade. Cícero Alvernaz (autor) 26-12-2015.
FLOR SOLITÁRIA Flor solitária beirando o muro, bem na calçada exposta a tudo. Pode sofrer o seu revés e ser pisada por muitos pés, pode até mesmo ser arrancada por mãos impuras e ser levada sem ter cuidado e sem capricho sendo jogada até no lixo. Flor solitária tão simplesinha, mas, no entanto, és tão lindinha. Vences o sol de todo dia, recebe o beijo da chuva mansa e o carinho de uma criança e até um beijo como lembrança na tarde mansa que vem e cai, flor solitária, você me atrai. Cícero Alvernaz (autor) 26-12-2015.
BANDO DE COVARDES Eu ia me deitar, mas resolvi escrever. Mas... escrever sobre o que? Escrever qualquer coisa ou uma coisa qualquer, falar da chuva, falar de mulher, falar do Natal, etc. e tal, falar do bem sem ignorar o mal, falar do fulano de tal, dizer que o País vai mal, mas logo chega o Carnaval e tudo fica bom, tudo melhora, pois o povo ignora a nossa triste realidade e troca alguns dias de dança num Bloco em Salvador por uma crise sem fim, e se vê anestesiado assim como quem apanhou e não sentiu nenhuma dor. Eu ia me deitar, mas resolvi escrever, me mantive acordado pra dizer que este mundo é mesmo assim: não é bom e nem ruim, é do jeito que o fazemos, é do jeito que queremos, pois nós nos acomodamos e sempre nos mesmos votamos. Somos masoquistas, somos fatalistas, somos anarquistas, somos socialistas, mas, sobretudo, somos massa de manobra e creio que ninguém sobra e ninguém escapa. Dou minha cara a tapa se eu estiver mentindo, a gente viv
O PREÇO DO NATAL Papai Noel, saco de presentes, roupa vermelha incluindo um gorro, barba branca, crianças na fila, pais na fila, calor, atropelos, apelos, incômodo, reclamações, ordem, desordem, empurra-empurra, fotos, filmagens, algumas malandragens, comentários fúteis, interrogações inúteis, ansiedade, sede, falta de paciência, arrependimento, lamento, alimento, tudo bem assim, seja como for será sempre bom, pois afinal esse é o preço que se paga pelo Natal. Cícero Alvernaz (autor) 23-12-2015.
O POETA Como será o poeta? Um homem coberto de andrajos a bater de porta em porta, alguém que com nada se importa e segue colhendo migalhas. Alguém que não liga pra nada, mas vê e a tudo observa, e chora o instante que passa, depois se senta na praça e se enche de esperança quando vê uma criança que corre, tropeça e cai. Como será o poeta? Um sábio discreto, perdido, um homem calado e ferido pelas dores, pelas magoas. Alguém que traz em seu peito um amor que foi desfeito, que longe ficou, se perdeu, mas que de novo insiste em faze-lo assim tão triste, sem nada e sem lugar. O poeta não se encontra, se procura, se amedronta, fica de novo calado, se queda indignado, mas não consegue gritar. Cícero Alvernaz (autor) 22-12-2015.
O VERDADEIRO NATAL  Eu quero a singeleza do Natal. Quero ver o menino singelo e pequenino deitado na manjedoura sendo adorado pelos pastores, olhado e amado por seu pais e bafejado pelos animais. Eu quero ver a estrela que anunciou o nascimento do Menino cruzando o céu, apontando pra Belém, onde alguém tão importante há poucos instantes acabara de nascer. Eu quero ver o brilho do Natal. Seu lado lindo, doce e espiritual. Eu quero ver José e Maria tomados de grande alegria festejando o acontecimento que ali naquela noite se via. Eu quero ouvir a música divina que soou entoada pelos anjos naquela noite especial. Eu quero ter o prazer de ver, de sentir e de viver o verdadeiro Natal. Cícero Alvernaz (autor) 21-12-2015.
BRINCADEIRA TEM LIMITE  Com doença não se brinca, e com saúde se brinca? Tem gente que brinca com tudo, faz de tudo brincadeira, quando alguém senta,  puxa a cadeira. Brinca que está afogando só pra assustar os outros, brinca até que está morrendo só pra ver a correria, brinca de noite e de dia, na cidade e na fazenda, passa a vida a brincar. E quando então fala sério, ninguém nele acredita, mesmo que ele repita muitas vezes e insista. Falemos sério agora, pois brincadeira tem hora, tem dia e tem lugar. Brincar é muito bom e pode até ser um dom, mas escute este palpite: brincadeira tem limite. Cícero Alvernaz (autor) 21-12-2015.
ASTERISCO Vai menina fazer sua mágica, subir sua escada, pular sua corda, tomar seu sorvete. Vai fazer seu rabisco, o seu asterisco, correr o seu risco, fazer seu crochê, vai dar seu rolê, medir sua rua. Vai ler o seu livro, sonhar o seu sonho, curtir seu brinquedo, correr e pular até se cansar... Vai menina se olhar no espelho, chorar no cinema, fazer piquenique, sentir-se tão chique de short e blusinha. Vai menina viver sua vida, você é querida, também poderosa, o dia te espera brincando na rua, a vida é sua. Cícero Alvernaz (autor) 20-12-2015.