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Mostrando postagens de setembro 14, 2014
OS MUROS DA VIDA Constroem-se muros para separar as pessoas como se as pessoas fossem perigosas na sua totalidade. Alguns muros são altos, outros são mais baixos, mas todos têm a mesma função. Constroem-se muros para se proteger das pessoas e formam divisões, e fazem separações como se isto resolvesse alguma coisa. Mas a vida não é assim, pois o muro mais famoso já caiu: o muro de Berlim. Constroem-se muros, colocam cerca elétrica, outros põem cacos de vidro, muros altos, inexpugnáveis, mas as pessoas não se separam. O mundo é livre, a vida é boa, e quem constrói tantos muros não consegue separar as pessoas. Cícero Alvernaz (autor), 20-09-2014.
PRIMAVERA Setembro, flores e primavera se confundem. No ar paira a esperança deixada pela chuva que finalmente mostrou sua cara, ainda que timidamente. Setembro marca o início da Primavera, considerada por muitos a estação das flores. Primavera é também uma metáfora que representa beleza, alegria e significa poesia e faz emergir sonhos. Mas tudo isto pode ser apenas impressão ou ilusão, pois na verdade o que conta é o que está dentro da pessoa, o que ela sente e deseja. Primavera enseja dias lindos, poemas que evocam esta estação e a fazem ainda mais florida. Setembro vem carregado de flores deixando antever e sentir o perfume que delas emana. Por tudo isto é bom cantar a primavera, mesmo em tempos de crise, como escreveu certa vez um poeta: "Cantando a primavera em tempos de crises". Afinal, é preciso crer para ver, e não o contrário. E a Primavera, queiram ou não, é uma realidade. "Aparecem as flores na terra, o tempo de cantar chegou". (Salomão). Cícero Alver
FICA COMIGO Fica comigo, mesmo que seja por pouco tempo, mas é o tempo suficiente para que eu seja feliz. Não sou egoísta, nem sou altruísta, apenas faço um pedido e quisera ser atendido como uma criança qualquer. Fica comigo, seja meu porto, meu abrigo, amiga, amante, mulher. Parece pouco, mas pra mim é quase tudo, uma cama, água fresquinha, um espelho e um cobertor, uma porta entreaberta, no ar um cheiro de amor. Não peço o mundo, dinheiro, nem algo impossível, peço apenas carinho. Fica comigo, pois você me envenena, e verá que vale a pena, cansei de ficar sozinho. Cícero Alvernaz (autor), 18-09-2014.
QUANDO EU TE CONHECI Dizem que a primeira impressão é a que fica. Mas nem sempre esta regra funciona. Quando eu te conheci te achei estranha, mandona, e tive a pior impressão. Você me pareceu esnobe, mal olhou pra mim, e mesmo assim não gostei do seu jeito de olhar. Ficou fazendo graça, mas eu achei tudo sem graça e não via a hora de ir embora. Quando eu te conheci você me esnobou. Não entendi o seu rancor, a sua falta de elegância, de amor, e de educação. Pensei: foi tudo em vão. Que grande decepção! Talvez eu esteja sendo duro contigo e também comigo, mas foi esta a minha primeira impressão. Quando eu te conheci senti-me sem fé e sem razão. Mas eu não me dei por vencido. Queria te ver de novo para entender o que tinha acontecido. Algo estava errado, devo ter me enganado, foi o que pensei. E não via a hora de te ver e me convencer de tudo. Sonhei com isto noite e dia, pois você tinha algo que eu queria. O tempo passou e a gente se encontrou meio
DÚVIDA CRUEL Eu não queria mas você queria. Eu não sabia que você queria por isto eu não queria, mas, no fundo, eu também queria. Eu queria e você queria, nosso olhar tudo dizia, mas a gente disfarçava, se olhava, se encarava, mas nunca assumia que a gente se queria. Eu não queria, mas você queria. Era um misto de tristeza e alegria. O coração com emoção feliz batia, pois ele também queria. Pensando em não querer fiquei sem entender, pois, na verdade, eu queria. Que dúvida cruel, olhei pro céu, mas resistia. E hoje estou assim: te querendo como nunca quis um dia. Cícero Alvernaz (autor), 14-09-2014.