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Mostrando postagens de novembro 15, 2015
RISADINHA Risadinha ria, ria, ria, ria, e quase se derretia. Risadinha ria e se abria como o dia, sua risada muitas vezes debochada alguém não gostava e também não entendia. Risadinha ria ria, ria, ria... Até que um dia descobriram que ele sofria de uma doença rara que fazia ele dar tantas risadas. E numa noite enluarada Risadinha morreu e levou sua risada. Cícero Alvernaz (autor) 20-11-2015.
NÃO TENHO NADA CONTRA Hoje, a maioria das pessoas, para não serem taxadas de preconceituosas e outros clichês usados em nome do "politicamente correto", usam esta frase. Ou seja, as pessoas já se previnem contra algum mal entendido. Hoje, grande parte da criatividade é tolhida pelo "policiamento" denominado eufemisticamente de politicamente correto. Em outras palavras, todos correm o risco de serem pegos pela malha fina da censura. Mas o que significa "não tenho nada contra?". Se não tem nada contra, obviamente tem "tudo a favor" ou é a favor de tudo. E como fica a opinião pessoal? Aos poucos, a sociedade está criando robôs, tipo: liga um botão e ele faz tal coisa, liga outro... Ninguém pode discordar de mais nada. Quem ousar discordar fatalmente será taxado de preconceituoso, intolerante e por aí vai. Eu vou mais longe: onde fica o ser humano pensante nesta história? Voltamos àquele tempo em que se cantava em alto e bom som: é proibido proibir
AGRADECER Agradecer é reconhecer e liberar a emoção. É aceitar e entender os valores de um irmão. É falar e fazer gestos e depois se emocionar. Descortinar caminhos manifestos, num momento sorrir e se alegrar. Agradecer é abrir o coração, deixar fluir o sentimento. Um longo abraço, um aperto de mão, num gesto de agradecimento. Ser grato por um bem que num momento recebeu, em agradecimento a alguém por tudo que lhe aconteceu. Agradecer é reconhecer e ser humilde qual criança. Plantar amor e entender os valores de uma boa vizinhança. Cícero Alvernaz (autor), 24-03-2013.
NO DIA DO MEU ANIVERSÁRIO No dia do meu aniversário não quero ganhar presentes. Quero ficar ausente por algum tempo e contemplar aquela flor que um dia me sorriu e não foi correspondida. Quero ter o privilégio de poder andar sem pressa e não pensar nos afazeres que me envolvem todo dia. Quero ter apenas momentos de alegria e sentir que é possível ver beleza mesmo onde ainda existe a marca da tristeza. No dia do meu aniversário quero ganhar um presente: quero olhar o mundo e ficar contente, quero ver a paz dominando os corações e ouvir no ar o som de risos e canções marcando o meu dia com carinho e festa. No dia do meu aniversário quero estar dormindo e sonhar com um mundo melhor, e me ver sorrindo sem acordar deste sonho que se fez realidade. Quero ficar assim por toda eternidade. Cícero Alvernaz (autor), 18-11-2008.
PERDÃO Da boca pra fora não se perdoa, da boca pra fora só se magoa. Só se perdoa do coração pra dentro, quando o amor ressoa e se eleva num momento. Perdão não é de praxe, não é simples perdoar, não é apenas um gesto, um aceno, um olhar. Melhor do que perdoar é ser por alguém perdoado, um encontro assaz perfeito de dois corações abraçados. Cícero Alvernaz (autor) 19-11-2015.
ANIVERSÁRIO Nada é tão paradoxal quanto fazer aniversário. Não se faz mais um ano de vida, mas se completa menos um como se reflete no calendário. Fica-se mais velho ou menos novo. A vida sinaliza que está passando inexorável. Não sei se devo receber cumprimentos ou lamentos. O tempo é inapelável com sua forma e seu sarcasmo. A vida tanto pode ser um marasmo como um orgasmo. Vejo e sinto que estou ficando velho, mas insisto em não crer, pois acho melhor ignorar vendo o tempo passar. Não aceito fácil a dura realidade. Sei que a cada dia envelheço, sei que tudo isto eu mereço e para tanto já paguei o preço. Quero me desejar "feliz aniversário", mas olho a parede e vejo sorrir zombeteiro o impassível calendário. Cícero Alvernaz (autor) 20-11-2015.
QUANTO CUSTA UMA BÊNÇÃO? Quanto custa uma bênção? Um real? Cem reais? Mil reais? Um milhão? Quanto custa uma bênção? Está no preço do dia, hoje está em promoção. Andam vendendo Jesus às vezes em forma de cruz, de cruzeiro, de santinho, de vela e de patuá. Vendem em forma de azeite, de lencinho e de leite, alô, quem quer comprá? Em forma de reza e simpatia, de benzeção e folia. Andam vendendo Jesus em forma de água ungida, até de roupa benzida, promessa de cura total. E quando se escreve uma crítica por causa desta política, desligam e excluem o tal. Quanto custa uma bênção? A bênção de Deus não tem preço, Jesus já pagou alto preço dependurado na cruz. E hoje o que muitos fazem: zombam da simplicidade, prometem prosperidade no sitio e na cidade, tudo em nome de Jesus. Cícero Alvernaz (autor) 19-11-2015.
CREIO Creio no sol, creio na chuva, creio no que vejo e também no que antevejo, creio na promessa e em tudo que interessa, na fala que estala que arremessa e cala, no capricho, no lixo, no rabicho, no cortiço, no enguiço, no véu, nas estrelas do céu, na água que lava, na pá que escava, na roda que trava, no riso, no siso, no chão em que piso, no alarme, no charme, no desarme, na peste, no teste, na roupa que veste e cobre, na falta que encobre, no cobre, na fome do pobre, no pente, na lente, na fatalidade do acidente, no joio, no trigo, na fidelidade do amigo, na faca, na maca, no livro, no sonho, no verso, no dia, no conto, no encontro, na luz da poesia, na paz que irradia, na guerra que a tudo domina e produz tanta cruz em sangrenta chacina. Creio que estou no meio desta guerra que domina toda terra com maldade e sadismo disseminando entre os povos as marcas do terrorismo. Cícero Alvernaz (autor) 18-11-2015.
PASSARINHO Quisera ser um passarinho de galho em galho, de flor em flor, de riso em riso, de fruto em fruto, de sonho em sonho, de mel em mel, e no espaço criar meu céu. Um passarinho em liberdade, um voo livre, um vento leve, e um canto doce soando á tarde, voar em bando buscando os ares, bicando frutas em mil pomares. Quisera ser um passarinho, no vento forte, na brisa leve, de sol a sol, de chuva a chuva, um passarinho assim sem pressa, sorvendo tudo que me interessa. Cícero Alvernaz (autor) 17-11-2015.
INSTABILIDADE É incrível como o ser humano é instável. Muda de nome, muda de partido, muda de religião, muda de time, muda de gosto, muda de posto, de cidade, de nacionalidade e até de sexo. Quando o assunto é amizade, as mudanças são muitas, pois há muitas amizades por interesse visando algum proveito próprio. Quem antes era amigo, hoje não é mais, quem antes comia na mesa, hoje come encostado no muro do lado de fora. Quem antes era convidado, hoje é "suportado". E por aí vai. O ser humano é muito instável: amanhã pode já ter mudado muita coisa. E mesmo a amizade pode ter ido pelo ralo. Se isto for conveniente. Cícero Alvernaz (autor) 13-11-2015.
FUI RECONHECIDO COMO JORNALISTA  Depois de colaborar com a imprensa local por mais de 30 anos ininterruptamente, fui reconhecido como Jornalista (Registro 0080050/SP). Na verdade, a minha andança pelo caminho das letras começou muito cedo, ainda na adolescência. Já no primário eu me destaquei pelo fato de gostar de poesias e sempre fui bom aluno em Composição, hoje conhecida como Redação. O meu forte sempre foi a criatividade. Nunca gostei de fazer cópias, repetir o que já estava escrito. Eu sempre quis criar, inventar, incrementar, colocar o coração na Redação. Por este motivo, o meu destaque foi acontecendo naturalmente.  Mudei para esta cidade no mês de julho de 1972 e logo em seguida retomei os estudos, concluí o Ensino Fundamental e o Ensino Médio. Ingressei no Curso de Letras, na FIMI, em 2011, mas por motivos alheios á minha vontade tive que trancar a Faculdade. Sempre participei da vida cultural da cidade. Fui um dos fundadores de Casa do Escritor (CAES) em 1986 e membro-fun
A CASA  A casa no tempo serviu de abrigo,  Ouviu tanta história, guardou mil segredos,  Viu brigas, trapaças, romance, castigo,  Fiel testemunha viu sonhos e medos.  Crianças nasceram debaixo do teto,  Amores morreram, ruíram, perderam,  Debaixo das telhas, em meio ao concreto,  E tantas intrigas ali ocorreram.  A casa silente ouviu os gemidos  De dor e de amor na cama e no chão,  No seu desenlace quais seres feridos, E ouviu no escuro o som da paixão.  Porém, ela existe no tempo e no vento,  E não se abala diante de tudo,  A casa registra em seu documento,  E a tudo assiste com seu jeito mudo. Cícero Alvernaz (autor) 16-11-2015.