PAIXÃO
Aos poucos ela se entrega, Vai despindo seu mistério, Vai se abrindo em silêncio. Como a chuva de mansinho Ela vem devagarinho E me olha com carinho Sem perguntar o que eu penso. Aos poucos ela me toca E sem querer me provoca Sorrindo, sem nada dizer. Como o vento no arvoredo Ela me toca sem medo E faz de mim seu brinquedo, Sua fonte de prazer. Depois me deixa perdido, Mas com fome, atrevido, Quase louco de paixão. E tanta coisa me ensina Com seu jeito de menina, Mas nossa noite termina Sem nenhuma explicação.