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Mostrando postagens de maio 15, 2016
O BÊBADO  Uma das imagens mais tristes e marcantes que trago comigo é a de um homem cambaleando bêbado, que depois caiu e não conseguia se levantar. Eu era criança e me assustei, pois pensei que ele estivesse doente, ou estivesse morrendo. Fiquei olhando de longe assustado e com medo, vi pessoas passando e indo naturalmente como se nada estivesse acontecendo. Para mim, foi chocante e marcante e até hoje lembro-me daquela imagem. Eu era criança e não sabia nem que existia cachaça, pinga ou algo similar. Muito menos conhecia os efeitos danosos da bebida alcoólica. Hoje, infelizmente, vemos jovens e até adolescentes já se embrenhando pelo caminho traiçoeiro da bebida e de outras drogas. Isto é preocupante, pois o futuro do Brasil passa, inevitavelmente, pelas mãos desses jovens. (21-05-2016) Cícero Alvernaz (autor)
POEMA MUDO Ela não me disse nada, mas eu desconfiei. Eu também não disse nada, nem ao menos cochichei. Ficamos quietos, calados, ficamos apenas pensando. Mas o silêncio falou e então nós dois escutamos. Essa coisa é estranha, parece até magia. Tem coisa que só se ouve quando existe poesia. Nós apenas nos olhamos, mas sabíamos de tudo. O amor é diferente: fala mais quando está mudo. Cícero Alvernaz (autor) 21-05-2016.
DEU DÓ Deu dó, fiquei com dó, quase morri de dó, mas nada pude fazer. A gente sofre, reclama, mas deita e dorme na cama, e consegue esquecer. Sei que existe sofrimento, existe choro, lamento, e existe muita dor. Coração angustiado, ser humano abandonado sem paz, sem fé, sem amor. Deu dó, muito dó, quase morri de dó, mas consegui entender. Esta vida é assim: entre o não e o sim temos que sobreviver. Cícero Alvernaz (autor) 21-05-2016.
HOJE Hoje, eu me destino a ser de novo menino, a ser um sonho andante, um pequeno viajante sem entrada e sem saída. No meu barco inseguro vou respirando ar puro, vou seguindo pela vida. Hoje, eu me revolto, fico parado num ponto esperando a condução, fico jogado num canto sem amor e sem canção. Hoje, eu caminho sem destino qual um pequeno menino que vai por aí sem medo distribuindo segredo na palma da sua mão. Hoje, os meus sonhos desfeitos, trago guardados no peito carregado de saudade. Hoje, a tristeza me invade, mas amanhã, outro dia, certamente a alegria eu terei pela cidade. Hoje, quero apenas aventura, sou pequena criatura que o tempo conservou. Hoje, sou a sombra sem esquina, sou matéria que se ensina, coração que já amou. Cícero Alvernaz (autor) 20-05-2016.
O CHORO É LIVRE Foi inaugurada a temporada do choro após o afastamento da presidenta Dilma. É gente chorando por todo lado e repetindo a palavra "golpe" como se fosse uma reza (conhecida como jaculatória) ou um mantra. É muito chororô pra poucas lágrimas e por nenhum motivo legal e constitucional. Dentre os choradores, carpidores e carpideiras de plantão há aqueles que reclamam o fato de não ter negros e mulheres no Ministério do Presidente da República (interino) Michel Teme r - como se isto fosse o mais importante. Todos sabemos que o mais importante é o talento, a seriedade e outros requisitos dos ministeriáveis. Fico imaginando se cada brasileiro exigisse ou pedisse um representante seu ou de seu Estado no Ministério como a coisa ficaria. Seguindo esse raciocínio, ia precisar de muitos mais ministérios para acomodar todo mundo Teria que convidar um índio, pelo menos um negro, um sertanejo, um caminhoneiro, um pedreiro, uma dona de casa, uma cabeleireira, um pescador, u
REALIDADE DO POETA Pessoas que liam, e até admiravam a minha poesia, se quedaram no caminho. Se encolheram, se emudeceram e me deixaram sozinho. Mas a minha poesia continua no seu afã, na sua busca pelo dia começando de manhã. Por mais que ignorem, e a evitem por demais, a minha poesia não se calará jamais. Cícero Alvernaz (autor) 19-05-2016.
FUI RECONHECIDO COMO JORNALISTA             Depois de colaborar com a imprensa local por mais de 30 anos ininterruptamente, fui reconhecido como Jornalista (Registro 0080050/SP). Na verdade, a minha andança pelo caminho das letras começou muito cedo, ainda na adolescência. Já no primário eu me destaquei pelo fato de gostar de poesias e sempre fui bom aluno em Composição, hoje conhecida como Redação. O meu forte sempre foi a criatividade. Nunca gostei de fazer cópias, repetir o que já estava escrito. Eu sempre quis criar, inventar, incrementar, colocar o coração na Redação. Por este motivo, o meu destaque foi acontecendo naturalmente.             Mudei para esta cidade no mês de julho de 1972 e logo em seguida retomei os estudos, concluí o Ensino Fundamental e o Ensino Médio. Ingressei no Curso de Letras, na FIMI, em 2011, mas por motivos alheios á minha vontade tive que trancar a Faculdade. Sempre participei da vida cultural da cidade. Fui um dos fundadores de Casa do Escritor (
“SEU JOSÉ” Conheci “Seu José” Maria Duprat, E deste conhecimento Nasceu uma bela amizade E uma grande admiração. Coisas do meu coração Muito mais que da razão. Conheci “Seu José” Maria Duprat, Foi um momento de glória. “Porta giratória” Foi a primeira crônica dele Que eu li com muito prazer. Depois daí foram muitas, Foram tantas, incontáveis... Crônicas admiráveis Que nos falavam do sitio E falavam da cidade, Da família, dos amigos, E também dos animais. “Seu José” era demais, Escrevia cada coisa! E tudo compartilhava Com seu profundo amor, E muita simplicidade. Com sincera amizade E com muita transparência. Ele bem pouco falava, Mas muito comunicava Com seu gesto, com seu jeito... Amizade e respeito Era o seu apanágio. Tinha sempre algo novo Pra repartir com o povo Com amor e singeleza. Era sempre a certeza De uma crônica nova Que ouvíamos calados, Porém muito admirados Com sua desenvoltura. “Seu José”, de alma pura, Na nossa Academia Era o mais esperado Com seu lu
OS ENCANTOS DA ROÇA Lá na roça Passa o burro puxando a carroça Carregada de segredos. Lá na roça, Seja em casa ou numa choça, Não há temores nem medos. Lá na roça O tempo zomba, faz troça, E parece que não passa. Lá na roça A chuva fina ou grossa Escorre lavando a vidraça. Lá na roça A tarde é linda, tão nossa, E se planta feijão, arroz, café e milho. Lá na roça A gente janta e almoça, E a mãe cuida bem de seu filho. Por isto afirmo e digo Com verdade e muita certeza, Sem medo nenhum de errar: Esquecer não há quem possa Os muitos encantos da roça Que foi meu primeiro lar. Cícero Alvernaz (Membro da Academia Guaçuana de Letras). São Pedro do Avaí, MG, 16-01-2010.
ÁLCOOL Sempre me deparo com pessoas que apoiam o uso do álcool, da bebida alcoólica. E essas pessoas, em geral, dizem: "O problema não é o álcool (pinga, cachaça e etc.), o problema é a pessoa que não sabe beber". Aí eu pergunto: E quem é que sabe beber? Quem sabe beber não bebe. Mas eu acredito que haja exceção. Acho difícil porque uma pequena dose não passa no teste do bafômetro, uma pequena dose tira os reflexos de uma pessoa quando se está na direção de um carro. Nem todo  mundo que bebe faz arruaça, mas a maioria faz e muitos tem que ser levados pra casa, pois não conseguem sequer caminhar até o carro. O álcool tem sido uma das maiores desgraças da sociedade e tem causado inúmeras tragédias pelo mundo afora. Acidentes, brigas, separações de casais, mortes de todo tipo e mutilações e ainda tem gente que apóia e defende o alcoolismo, que é considerado uma doença. Nem dá para acreditar nisto, mas existe. (15-05-2016)
SAULO MORREU Acordei hoje de manhã ouvindo a triste notícia da morte, passamento ou falecimento de Saulo, também conhecido como Saulinho, Sauloca ou, simplesmente, Saulo. Me assustei com a notícia, mas me recuperei em seguida, pois a vida é assim mesmo: enquanto uns ficam, outros partem e se vão. Mas quem é Saulo, afinal? Eu não diria que é um amigo, muito menos um irmão, mas é alguém importante dentro do contexto da vida. É alguém querido e até amado, que foi cuidado durante muito tempo. Saulo morreu depois de uma vida longa e feliz. Acordei hoje de manhã e ouvi esta triste notícia. Depois de tantos anos em nossa companhia Saulo, nosso alegre peixinho, morreu. (14-05-2016)