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Mostrando postagens de abril 24, 2016
O MENINO Ele desce pela rua com o pensamento na lua, ele anda e flutua e seu sonho continua. Ele pensa no seu mundo, no seu universo profundo, ele vai firme, vai fundo, ele inventa o seu mundo. O menino não se entrega, a sua origem não nega, com seus brinquedos se apega, seus valores não renega. Admiro esse menino que passa, tão pequenino, e segue o seu destino - eu amo este menino! Cícero Alvernaz (autor) 30-04-2016.
Às vezes a gente fala, fala, fala, a pessoa ouve, ouve, ouve, mas a gente percebe que, na verdade, a pessoa não está entendendo. E às vezes a pessoa não está nem ouvindo, pois está com o pensamento distante e nem sabe o que está acontecendo. Depois de um tempo, ela pergunta: han, o que você falou? Eu geralmente respondo: nada, esquece! É melhor assim, afinal não dá pra repetir tudo. Esse é um dos motivos que eu geralmente prefiro falar sozinho ou escrever. Hoje está cada vez mais difícil falar, ser ouvido e principalmente ser compreendido. Pronto, falei! 30-04-2016.
GOLPE Para muita gente só existe uma palavra no Dicionário, e esta palavra é golpe. Esqueceram todas as demais palavras, esqueceram até que existem dicionários, com encadernamentos diferentes e tamanhos vários. Esqueceram dos vocabulários, da linguística, da análise sintática, esqueceram toda prática, verbos, sinônimos, substantivos, prefixos, sufixos, agentes passivos, esqueceram de tantas conjugações. Esqueceram dos verbos e de suas ações e agora só o que lhes interessa é apenas uma palavra, aliás, são quatro palavras que falam diariamente como uma reza, como um mantra: não vai ter golpe, não vai ter golpe, não vai ter golpe. Cícero Alvernaz (autor) 29-04-2016.
ESTOU AQUI  Estou aqui e você está aí. O vento no ar, o sonho no olhar,  o riso na boca, o livro na estante, o amor tão distante, o pé na estrada, canção, violão, também solidão, desejos e ensejos, carinhos e beijos, vontade, querer, anseios, prazer... Estou aqui e você está aí. Cícero Alvernaz (autor) 26-04-2016.
EU ESCREVO PORQUE GOSTO Eu escrevo porque gosto e tem gente que gosta do que eu escrevo. Eu gosto do que escrevo, mas sei que tem gente que não gosta. Eu escrevo porque gosto e gosto do que escrevo. Gosto de escrever aquilo de que gosto e sempre gosto do que escrevo. Eu escrevo para mim, por isto sempre gosto do que escrevo. Se alguém não gosta do que eu escrevo, isto para mim é indiferente, afinal, tem muita gente que gosta. Eu escrevo porque gosto, depois corrijo, edito e posto. Eu escrevo com a alma pura e é como se fosse um quadro, uma linda pintura. Cícero Alvernaz (autor) 27-04-2016.
A DOR DO MUNDO Quando eu era criança eu era muito chorão, mas não era birrento. Chorava, muitas vezes, escondido ou discretamente. As pessoas pensavam que eu estava doente, sentindo alguma dor, mas não era nada disto. Era algo bem mais forte, bem mais profundo, na verdade eu sentia a dor do mundo, a dor que ninguém vê nem sente, mas eu sentia. Demorei para entender aquilo que tanto me afligia, até que um dia entendi que era o meu coração que chorava e sofria. 27-04-2016.
A CUSPARADA A moda hoje de uma parcela da sociedade é cuspir nas pessoas. Isto me lembra a cusparada que o ex jogador Neto deu no árbitro José Aparecido de Oliveira, ato este que o marcou e só recrudesceu a sua fama de jogador indisciplinado. Mas hoje, depois de tanto tempo, tem pessoas mais famosas cuspindo em pessoas, muitas deles anônimas, por aí. Fico pensando: se essa moda pega vai faltar saliva para tanta cusparada. Jean Wyllis (PSOL), o polêmico Deputado foi quem come çou, cuspindo em outro Deputado, o não menos polêmico Jair Bolsonaro (PSC). A seguir, o ator José de Abreu cuspiu num casal em um restaurante. A única coincidência é que ambos defendem os mesmos políticos que, coincidentemente, ainda estão no poder. Essas pessoas que cospem por motivos políticos o fazem porque não conseguem engolir os resultados apurados na Câmara, dia 17-04, na votação pela abertura do Impeachment. Como eles não conseguem engolir, então cospem. Cícero Alvernaz (autor) 26-04-2016.
VOLTAR NO TEMPO Não dá pra voltar no tempo, recolher a adolescência, se envolver na inocência e correr pela campina. Não dá pra voltar ao passado, ficar de novo apaixonado e amar aquela menina. Não dá pra vestir a camisa que eu tanto gostava de usar, e aquele sapato calçar tão apertado no pé. Não dá pra ir à igrejinha que era tão humildezinha, mas era cheia de fé. Não dá pra voltar no tempo, ficar olhando a estrada, depois pegar na enxada, ir pra roça trabalhar. Não dá pra brincar com a lua, mas a vida continua até quando Deus deixar. Não dá pra voltar ao passado, ter as mesmas brincadeiras, correr e não ter canseira brincar, sorrir e amar. Este tempo já passou, só a lembrança restou, mas como é bom recordar! Cícero Alvernaz (autor) 26-04-2016.
CASINHA DA ROÇA Casinha humilde, sem luxo, Incrustada lá na serra, Onde mora o caipira Em seu pedaço de terra. Casinha sem luxo, palhoça, Ninho de amor e pureza, Onde o povo lá da roça Tem seu abrigo e defesa. Rancho frágil, sem beleza, A mais singela morada, Onde o vento bate forte, Bem na beira da estrada. Tão diferente das casas Que hoje vemos na cidade, Mas nos serve como exemplo De amor e de amizade. Casinha humilde da roça, Doce nota da canção. Tão pequena, tão singela, Marco de amor e emoção. Cícero Alvernaz (Autor) 23-12-1999.
SE EU TE AMEI... Se eu te amei Foi só por um instante, Tão de repente, nem sei, E tudo ficou tão distante! Se eu te amei Talvez tenha sido em sonho, E depois eu acordei Pensativo e tristonho. Se eu te amei Eu agora não me lembro Em que mês eu te amei, Se foi abril, agosto ou setembro... Essa dúvida persiste Até quando, eu não sei, Ma eu sei que o amor existe E que um dia eu te amei. Cícero Alvernaz, 10 de fevereiro de 2009. Mogi Guaçu, SP.
DIFERENTE Você veio com um jeito diferente, se sentou assim bem do meu lado. Tentei te olhar e disfarçar minha surpresa, porém fiquei quieto e calado. Fiquei sem saber o que fazer, depois olhei você e fixei por um instante. Você me pareceu desconcentrada, alheia, esquecida e distante. Você veio com um jeito interessante, veio chegando e tomou o seu lugar. Olhei você e observei o seu sorriso, pensei, racionei, não consegui falar. Até hoje não sei o que ocorreu. Você se levantou e foi saindo... Ficaram tantas coisas sem falar e o dia pouco a pouco foi sumindo. Cícero Alvernaz (autor) 24-04-2016.