Cícero Alvernaz

O PACOTE ANTICORRUPÇÃO E A PRIMEIRA VEZ QUE VI UM AVIÃO A Sra. presidente(a) lançou um pacote (mais um) na tentativa de escamotear a situação em que vive e ao mesmo tempo tentar diminuir a insatisfação do povo brasileiro com o seu des(governo), depois das manifestações do dia 15 de março, que reuniu mais de 2 milhões de pessoas nas ruas e praças por todo o País. Esse pacote "hilário" me fez lembrar a primeira vez que vi um avião daqueles a jato (nenhuma conotação com Lava Jato), que soltam fumaça pela cauda ou pelas turbinas e desenham um monte de coisas pelo céu depois que passa. Voltando ao pacote, ele é mais uma piada do que uma forma de atenuar alguma coisa. É um grito de desespero deste governo inexistente e insensível. Se ele é interessante e válido, por que não foi criado há mais tempo? Só agora depois que "a vaca foi pro brejo" e o povo voltou às ruas. Muita coincidência. De fato, o governo central está tão atrapalhado como aquele bêbado tentando tomar pin

VOCÊ Você não leu, você perdeu a oportunidade. Você não registrou e o tempo passou, virou eternidade. Você não viu e a vida fugiu na sua imensidade. Você não quis, se fez infeliz, preferiu a nulidade. Você não comprou, e o vendedor passou e se foi embora da cidade. Você não amou, sozinho ficou sem amor, sem amizade. Você não sorriu, não quis, desistiu, ficou na orfandade. Você não viveu, vegetou, se perdeu, na infelicidade. Você agora reclama e diz que ainda ama, e tem muita saudade. Cícero Alvernaz, 21-03-2015.

DÁ O QUE TEM Quem não tem muito para dar dá o que tem, se esforça, se redobra, não se afoba, não se adianta, não se atrasa, se apresenta, se enturma e procura seu lugar. Quem, não tem muito para dar não se omita, fala e grita e exige seus direitos. Vai em frente, pois é gente enturmada, preocupada com o mundo, com a vida. Quem não tem muito para dar dá o que tem, participa, ergue alto a bandeira, manifesta, e reclama de um País todo em lama, não se entrega, não se nega e se ama. Cícero Alvernaz, 21-03-2015.

OUTONO Hoje, marca no calendário o início do outono. Uma estação pouco conhecida e pouco comentada, mas que tem como marca a colheita dos frutos e a mudança repentina na Natureza. Época em que caem as folhas das árvores e o cenário muda deixando no ar um aspecto de melancolia. Por esta razão, poeticamente, se diz que o outono é como a velhice - o outono da vida. O bom observador vê o invisível e capta o "incrível" encontrando nuances e detalhes nos meandros da Natureza. Em função disto, pensa, vê e descobre belezas que a grande maioria não vê nem imagina. O outono chegou, não só no calendário, mas também no dia a dia e pode ser visto e tocado no encontro diário com a Natureza. Cícero Alvernaz, 20-03-2015.

Quando eu era adolescente morava na Boa Vista, zona rural de Manhuaçu, MG, que fica a uns 10 quilômetros da cidade. Neste lugar produz muita taioba e juntamente com alguns colegas resolvi vender esta "verdura deliciosa" na cidade. Saíamos de madrugada, pois tínhamos que chegar bem cedinho, antes do sol nascer. Era um sacrifício, mas também era uma festa com as brincadeiras próprias daquela idade. Chegando na cidade, a gente subia os morros oferecendo a nossa mercadoria. Às vezes vendíamos tudo, às vezes sobravam alguns molhos que a gente jogava no famoso Rio Manhuaçu. Numa destas incursões aos morros eu fui atacado por alguns cachorros, caí, quase me machuquei de verdade e perdi uma parte da mercadoria. Foi terrível enfrentar aqueles animais ávidos por morder uma canela. De lá para cá peguei aversão a esses animais, que conservo até hoje. Mas continuo gostando de taioba, verdura muito comum em Minas. Cícero Alvernaz, 19-03-2015.

EU AGUENTO Eu aguento, seguro as pontas, deixa comigo, confia em mim. Já passei por muitas, por coisas piores, também por melhores, a vida é assim. Já sorri, já chorei, já morri e voltei, já gritei, já calei, e até desmaiei. Tudo isto é nada diante de tudo, já falei, fiquei mudo, quantas vezes nem sei. Este mundo consome, já sofri, passei fome, já briguei, apanhei, já até desisti. Eu aguento, suporto a carga, minha costa é larga, com a vida aprendi. Cícero Alvernaz, 19-03-2015

PROTESTO Ergo bem alto a voz, sou cidadão brasileiro. Amo a Pátria, meu País, com meu amor verdadeiro. Tremula minha bandeira quando lhe beija o vento. Canto feliz o meu hino, e assim eu me apresento. Lanço no ar meu protesto contra tudo que é ruim. Me visto de verde e amarelo, e me sinto bem assim. Eu vivo neste País que é por muitos tão amado. Não aceito vê-lo assim sofrendo e sendo roubado. Não entendo as razões, não compreendo o porquê. Só quem não percebe isto é a turma do PT. Cícero Alvernaz, 17-03-2015.

MELANCOLIA Tristeza que vem e se instala, vontade de sumir, sair da sala, enquanto o tempo passa, vai o dia, e deixa seu pesar, melancolia. As folhas que balançam com o vento aumentam a tristeza num momento, parece que no ar tudo lamenta e tudo perde a cor e não se aguenta. Tristeza, tão amiga do poeta, que faze-o refletir e se aquieta, e traz um verso triste, um contato, resume seu momento mais exato. Por que a vida é cheia de instantes que trazem as lembranças mais distantes? E tudo se resume na poesia que é cheia de amor, melancolia. Cícero Alvernaz, 16-03-2015.

O BRASIL ESTÁ DIVIDIDO Não tem como negar as evidências diante da realidade que se expõe aos nossos olhos e levanta o seu grito nas ruas. O nosso País está dividido, fracionado e vivendo um momento delicado. De um lado está o governo (que para muitos é um desgoverno) que não consegue se erguer sobre os pés, brigando entre si, envolvido em denúncias “cabeludas” que a cada dia aumentam mais. De outro lado está a maioria do povo, trabalhadores, empresários, donas de casa protestando contra o que restou de nosso País. Muitas reclamações, manifestações e parece que agora é pra valer. Muitos ainda defendem este governo, como lemos na imprensa local, e às vezes ficamos admirados com esta postura na contramão da realidade que hoje se vê. Esses, ávidos por defenderem o governo, acusam o governo anterior de ter começado tudo. Eu pergunto: isto faz alguma diferença? Afinal o PT está no governo há mais de 12 anos, tempo mais do que suficiente para arrumar a casa. Mas eles preferem acusar FHC e