Cícero Alvernaz

BEIJO ROUBADO Ele não pediu, nem exigiu, só ficou olhando de lado, e quando ela se distraiu um beijo lhe foi roubado. Ele beijou a pequena, foi algo assim forçado, eu vi aquela cena, a cena do beijo roubado. Um beijo não se pede, também não se deve roubar. Um beijo a pessoa concede pelo prazer de beijar. Tem gente que faz assim e se acha no direito. Rouba flores no jardim, mas este é um grande defeito. Depois do acontecido os dois ficaram sem jeito, o mundo ficou dividido entre o bem e o mal feito. Cícero Alvernaz (autor) 18-06-2016.

VOCÊ É LINDA Você é linda, sorrindo é mais ainda, falando ninguém resiste. Você é linda até quando está triste, é linda quando está brava, é linda até quando chora, só não gosto quando você vai embora, me acena, dá um tchau, aí eu me sinto mal e perco toda vontade, depois bate uma saudade, o mundo gira, revira, perco o chão e perco a cor, sinto falta do amor, da presença, do carinho, e me vejo tão sozinho como um pássaro sem ninho, uma abelha sem flor. Cícero Alvernaz (autor) 17-06-2016.

ÚLTIMO CENTAVO Cansei de ouvir e dizer o obvio, contar as mesmas histórias, seguir as mesmas pegadas e trilhar os mesmos caminhos.  Resolvi seguir na contramão e assim enfrentar de frente os problemas. Mas isto me custou o sossego, alguns amigos não entenderam o meu desapego, questionaram as minhas posições. Mergulhei (ou fui mergulhado) no ostracismo, fiquei de lado, encostado, diminuído e humilhado. Meus sonhos não encontraram eco, não significaram conquistas, foram apenas sonhos. Minha teimosia me fez um excluído, quase um bandido diante do contexto, do obvio, do trivial. Porém, se este é o preço que se paga, certamente vale a pena, pois viver consiste em ser e não apenas em ter. E muitas vezes para ser é preciso sofrer. Se este é o preço, pagarei até o último centavo. Cícero Alvernaz (autor), 04-06-2015.

CARINHO COM JEITINHO Penso no carinho que abrasa, extravasa, no momento, pensamento a contento, no intento, no objeto, no secreto, bem juntinho ou sozinho, mas pensando, desejando, refazendo e querendo um carinho com jeitinho, esperando um pouquinho assim penso no carinho que abrasa, extravasa, no momento, pensamento a contento, no intento, no objeto, no secreto, bem juntinho ou sozinho, mas pensando, desejando, refazendo e querendo um carinho com jeitinho, esperando um pouquinho... Cícero Alvernaz (autor), 16-06-2016.

MESTRE Mestre, passa na minha casa, senta um pouco e ensina, nossa casa ilumina com a luz do teu olhar. Mestre, fica um pouco aqui comigo, seja meu mestre, amigo, abençoa o meu lar. Mestre, abençoa o meu dia, abençoa o meu trabalho, eu sei que às vezes sou falho, mas eu quero melhorar. Mestre, faz de mim um belo templo e me usa como exemplo para os outros ajudar. Mestre, abençoa minha vida, guia sempre os meus passos, me livra de todos os laços, não me deixe tropeçar. Mestre, eu preciso tanto, tanto, seja meu bálsamo santo, vem minha vida mudar. Cícero Alvernaz (autor) 16-06-2016.

TEM GENTE Tem gente que gosta, mas depois deixa de gostar. Tem gente que promete, mas depois esquece. Tem gente que ama, mas depois desama. Tem gente que odeia, mas depois se arrepende. Tem gente que brinca, mas depois diz que falou sério. Tem gente que fala, mas depois, sem motivos, se cala. Tem gente que corre, mas depois para. Tem gente que morde, mas depois assopra. Tem gente que nos detesta, mas depois aparece na festa. Cícero Alvernaz (autor) 15-06-2016.

BOLSA ELEITOREIRA A gente aqui não inventa, Mas percebe tudo em volta. Dilma, nossa presidenta, Muitas vezes nos revolta. Criou mais um ministério, Agora já são quarenta. E não há nenhum mistério, Pois o povo sempre aguenta. Diz que não tem inflação E que deu o fim à pobreza, Mas isto é só ilusão: Tem muita miséria e tristeza. A miséria continua: É só olhar ao redor, Muitos mendigos na rua, Parece que está pior. Estradas esburacadas, Sem saúde e educação, Muita gente revoltada, Pois voltou a inflação. Muita gente se humilha E segue vivendo de esmola, Vive de Bolsa Família Enquanto o País se enrola. Isto é coisa verdadeira, Com certeza, pode crer! Esta bolsa eleitoreira Sustenta o PT no poder. Cícero Alvernaz (Autor) Mogi Guaçu, 19 de abril de 2013.

Muitas pessoas criam confusões, alarmes, insinuações, altercações por causa de diferenças, seja no gosto, na cor ou mesmo no comportamento das pessoas. Deus fez tudo perfeito, por isto ele fez pessoas diferentes, entretanto todas são atraentes, todas têm a sua atração, o seu quinhão, a sua qualidade e formam assim a raça humana. No mundo nós temos pessoas negras, mulatas, morenas, claras, loiras, amarelas, vermelhas... mas, na verdade, todos nós temos a mesma cor, pois representamos a raça humana - e Deus a todos criou e a todos dotou de qualidades e defeitos, visto que não existe ninguém perfeito. Então, para que brigar, se estapear, se julgar, se discriminar? É simples: é só aceitar as pessoas como elas são, respeitando as diferenças que, na verdade, complementam as pessoas. E Deus é louvados em tudo e por todos. Cícero Alvernaz (autor) 14-06-2016.

O QUE É QUE EU FIZ ALI? Você falou, falou, falou, se mexeu, gesticulou, mostrou seu ponto de vista, parecia um artista enfrentando a plateia, expondo suas ideias que ninguém questionou. Você falou, falou, falou, se mexeu, depois calou. Eu ouvi, ouvi, ouvi, do meu lugar não saí, nem sequer fui tomar água, não tive raiva nem mágoa, mas pouca coisa entendi. Você expôs as ideias e eu fiquei na plateia, fiquei plantado ali e para nada saí. Depois eu me perguntei: o que é que eu fiz ali? Cícero Alvernaz (autor) 12-06-2016.

A VIDA A vida é um chão sem vida, é uma vida sem chão, é um pássaro no alçapão, é um sorriso sem brilho, é uma mãe sem o filho, é um filho sem um irmão. A vida é um livro sem capa, é uma capa sem livro, é um sonho sem mulher, é uma coisa qualquer, é um rio sem água, é coisa que ninguém quer. A vida é um pássaro sem asa, é uma asa sem pena, é uma xícara pequena na qual ninguém bota fé, que não serve para nada, nem para tomar café. A vida, no entanto, é bela, é bela e muito querida, por isto se chama vida. A vida é uma escola onde se aprende e não cola, onde se vive a vida. Cícero Alvernaz (autor) 12-06-2016.