ELE ESCREVIA Ele escrevia muito bem obedecendo a pontuação, formando versos quase perfeitos com rimas e muita precisão. Ele escrevia com maestria usando toda a sua sabedoria e, sobretudo, sua grande inspiração. Mas ele não sabia o que tudo aquilo lhe custaria! Seu coração ficou mole, com o tempo também doía, a saudade chegava sem avisar, como sintoma da poesia. Ele escrevia muito bem obedecendo a pontuação, mas não sabia que o seu coração com toda aquela agitação aos poucos morria. Cícero Alveraz (autor) 02-07-2016.
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Mostrando postagens de junho 26, 2016
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O BRASIL SOMOS NÓS O Brasil sou eu e você, O Brasil, enfim, somos nós. As florestas e as cachoeiras, Os riachos e as corredeiras, Nosso canto, choro e voz. O Brasil é o céu e as estrelas, É o lindo arco-íris multicor. São os rios que correm no seu leito, O pulsar de um coração no peito A bater no compasso do amor. O Brasil é o canto que ecoa E se perde além na floresta. A cantiga do homem do campo, A luz a piscar do pirilampo E a linda e romântica seresta. O Brasil é o nosso sorriso Que enche de paz o nosso dia. O Brasil, enfim, somos nós, Nosso canto, choro e voz, Nosso amor que se traduz em alegria. Cícero Alvernaz (Autor)
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MEU POEMA Meu poema sempre tem um tema, uma música, um canto, um estribilho, tem um choro, uma lágrima, um sonho, um encontro de uma mãe com o seu filho. Tem um riso pequenino e discreto, tem um gesto e também tem um olhar. Meu poema sobrevoa pelo espaço e procura uma flor para beijar. Meu poema sempre tem um tema, um instante, uma estrada, um momento. Tem um ritmo, um jeito, uma marca, tem um lado onde bate mais o vento. Cícero Alvernaz (autor) 30-06-2016.
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VIÚVA Perdeu o marido na guerra, enfrentou sua ausência, sofreu, não tem mais alegria na terra desde que seu marido morreu. A viúva é flor que se deita e se queda no galho sozinha, vive só, seu destino aceita, como sombra no mundo caminha. Não tem mais a fiel companhia, nem os braços pra se amparar, em ninguém a viúva confia, muitas vezes se põe a chorar. Tem as filhas, os genros, as noras, mas não tem o seu companheiro. Vive sempre contando as horas no relógio o dia inteiro. Mas eu creio que há exceção, pois a vida é cheia de sonhos. Bate forte o seu coração, tem momentos alegres, risonhos. Cícero Alvernaz (autor) 29-06-2016.
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SERTANEJO Sertanejo é relativo ao sertão, algo da roça, da zona rural, muitas vezes bem distante da cidade, longe da povoação. É um lugar muito diferente da cidade, com outras pessoas e outras perspectivas. Lá o silêncio predomina, principalmente à noite quando se ouve apenas o coaxar dos sapos e os latidos de alguns cães. O silêncio, a beleza e a poesia da noite enchem o ar de poesia. Hoje, pouca gente sabe exatamente o que é o sertão e sequer tem ideia do que é viver lá. Existe, nest e contexto, a música sertaneja verdadeira e também a falsa. Até apareceu o chamado sertanejo universitário, mas todos sabemos que isto é um tremendo 171. Nem é sertanejo falso, pois nada tem de sertanejo nem de sertão. A música sertaneja é música-raiz e hoje praticamente ninguém mais grava essa música. Muitos usam o nome "sertanejo" como um marketing, mas talvez nunca tenham ouvido, por exemplo, a música "Casa de caboclo". Não sou sertanejo, mas nasci lá e sei como é a vida por lá. P
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O IDOSO Fala baixo, pouco escuta, às vezes tropeça, anda devagar, quase não enxerga, segue dependente, mas caminha sempre em frente, e crê que vai chegar. Tem dificuldade, erra o caminho, perde o endereço e depois procura, sente uns arrepios, deve ser pressão, perde a condução, mas não se apura. Este é o idoso, esta é sua história, este é seu momento, sua identidade. Muitas vezes sofre, é discriminado, sente-se alijado da sociedade. Cícero Alvernaz (autor) 28-06-2016.
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EU NÃO QUERIA IR Eu não queria ir, mas depois não queria voltar. Só queria ficar e amar e correr e viver e subir e descer pelo espaço sozinho como flor ou passarinho, como alguém sem destino a correr como um menino pelos campos, pela estrada... Eu não queria mais nada: só queria ficar e me deleitar com aquele mundo, com aquela vida, com aquele espaço que cabia em meu abraço, que cabia em minha mão, que enchia meu coração e me dava o prazer de viver um grande amor, uma grande paixão. Cícero Alvernaz (autor) 28-06-2016.
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POUCO CASO Ela não quis, não fez caso, nem se importou com o presente. Deixou-o de lado ao invés de te-lo guardado, nem o abriu para ver o que era. Mas foi melhor assim, eu entendi e até fiz questão de dizer, pois gosto de sinceridade, só não gosto de falsidade, ser o último a saber. Fiquei pensando na vida, nos absurdos que acontecem todo dia, na ingratidão do filho, na insensibilidade do pai, na falta de carinho da mãe... Pensei no que tenho feito, como tenho me comportado até agora e me senti envergonhado, pois muitos presentes tenho abandonado, e muito amor tenho jogado fora. Cícero Alvernaz (autor) 27-06-2016.
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MARIANA Anda pra frente menina, Olha a casca da banana! Cuidado com a esquina, Vê se aprende, Mariana! Não falo para o teu mal, Pois só quero o teu bem, Cuidado com o degrau, E com os buracos também. Seja viva, seja esperta, Ao atravessar a rua, Sempre atenta, sempre alerta, Não fica olhando pra lua. Tenha cuidado na escola Com as suas amizades. Tem muita gente gabola Que só pensa em maldades. Não paquere o professor, Pois ele é comprometido. Isso causa muita dor, Deixa o coração ferido. Você pode não gostar Dos conselhos que te dou, Mas só quero te ajudar - E agora já me vou. Desejo-lhe tudo de bom Nessa sua caminhada, Você tem talento e dom - Siga feliz sua estrada! Cícero Alvernaz (Membro da Academia Guaçuana de Letras) Mogi Guaçu, 03 de maio de 2009. Curtir Curtir Amei Haha Uau Triste Grr Comentar Compartilhar