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Mostrando postagens de novembro 13, 2016
MANIA DE ESCREVER  Tenho mania de escrever o que penso, mas nem tudo que penso eu posso ou devo escrever. Hoje está meio complicado se expressar, opinar, soltar o verbo, se abrir, protestar ou desabafar, pois a patrulha é muito grande, tem muita gente de plantão atuando em nome do politicamente correto e ameaçando quem se arrisca, fala e expõe a sua opinião. Dizem que no tempo dos governos militares era assim. A censura era grande, o patrulhamento era grande e eficiente. Eu vivi naquele tempo e  não vi nada disto, nem fui vítima de nada, pelo contrário, tenho boas lembranças, principalmente da educação, do civismo, do patriotismo, do amor á Pátria, da ordem, do progresso e do respeito. Hoje, às vezes leio, releio, edito e reedito tudo que escrevo para evitar a ação dos patrulheiros de plantão. Amo escrever e sempre tem alguém que lê e até curte o que escrevo. A esses eu agradeço, mas reitero aqui: o mais importante é escrever e, principalmente, gostar do que se escreve. Essa é a força
SE VOCÊ CONVERSAR COMIGO Se você conversar comigo vamos falar coisas simples, vamos falar de gente feliz, de gente que ama a gente, gente feliz, transparente, gente que é como a gente, gente que janta e almoça, gente que mora na roça com toda simplicidade, que não conhece a maldade, gente que fala sorrindo com muita espontaneidade, muito amor, muito respeito com seu olhar, com seu jeito... Se você conversar comigo vamos falar da casinha, dos animais e do pasto, da chuva e da colheita, do sol e das plantações, da estradinha, do riacho, falar do doce, do tacho, das frutas e do pomar, de tudo nós vamos falar com muita simplicidade, da roça e também da cidade, vamos juntos conversar, aprender e ensinar. Se você conversar comigo, você ganhará um amigo. Cícero Alvernaz (autor) 17-11-2016.
FÉ Pode-se ter fé em qualquer coisa: Numa pessoa, num objeto, numa imagem, num animal, num time, numa escola, num livro, numa enciclopédia, numa carreira profissional, num jogo, numa reza, numa simpatia, num palpite, numa oração, num mantra, numa magia e até mesmo numa poesia. Pode-se ter fé numa bola, numa esmola, num passarinho, numa borboleta, na água benta, em algo que alimenta, numa cruz, numa luz, numa porta, numa ferramenta, num laço, num abraço, numa viagem, numa miragem, numa proposta, numa aposta, numa jornada, numa estrada, e pode-se não ter fé em nada. Cícero Alvernaz (autor) 17-11-2016.
NO TEMPO DA DITADURA Vivi no tempo da Ditadura, Mas, na verdade, nem sei se ela existiu. Não sei como foi aquele tempo Que fez parte da história do Brasil. Nasci em cinquenta e quatro, Eu era muito criança. Em sessenta e quatro começou a revolução, Daquele tempo tenho pouca lembrança. Sou do tempo dos generais: Costa e Silva, Castelo Branco Garrastazu Medici, Ernesto Geisel, Figueiredo. Vivi no tempo da Ditadura, Mas só pelo rádio eu conheci essa gente. Tinham divisas e muita autoridade: Marechal, General, Major, Capitão e Tenente. Hoje falam muito daquele tempo Que para mim foi um tempo muito bom. Um tempo de amor e muita ingenuidade, Quando comecei a escrever e desenvolvi este dom. Cícero Alvernaz (Autor) Mogi Guaçu, 23-07-2012.
PROPOSTA Eu proponho uma troca: eu te amo e você me provoca. Eu proponho um jogo: eu sou a água e você é o fogo. Eu proponho um verso: eu sou a rima e você é o verso. Eu proponho uma prosa: eu sou o cravo e você é a rosa. Eu proponho um estilo: eu sou o grama e você é o quilo. Eu proponho um jeito: eu sou a cama e você é o leito. Eu proponho uma canção: eu sou o peito e você é o coração. Eu proponho uma história: eu sou a luta e você é a vitória. Eu proponho um tema: eu sou o verso e você é o poema. Eu proponho um abraço: eu sou a fita e você é o laço. Eu proponho um enigma: eu sou a marca e você é o estigma. Eu proponho, enfim, neste dia: eu sou a inspiração e você é a poesia. Cícero Alvernaz (autor) 14-11-2016.
QUEDA DE ENERGIA Houve uma queda de energia, a luz apagou, o computador escureceu e o mundo adormeceu. A geladeira parou e nada mais gelou. Por algum tempo me imaginei também "apagado", sem ação, mas foi só por um momento. Logo me recompus, acendeu-se a luz e na cozinha, sozinha, a geladeira voltou a trabalhar. Neste intervalo eu pude recordar um pouco, alguma coisa do Drummond: "E agora José, a festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou..." Houve uma queda de energia, mas a vida apenas levou um pequeno susto, pois ela continua com a beleza sua, independente do tempo, da noite, do dia e até da falta de energia. Cicero Alvernaz (autor)