Cícero Alvernaz

DIZER BAIXINHO Quero te dizer baixinho uma coisa que não sei. Quero dizer algo lindo que agora eu pensei. Quero falar bem de perto, bem juntinho ao teu ouvido uma coisa especial que não faz muito sentido. Quero te dizer baixinho que o amor me visitou quando vi em seu olhar algo que me enfeitiçou. Mas não sei o que dizer, nem consigo imaginar, pois pertinho de você eu não consigo falar. Quero te dizer baixinho uma frase, um poema, mas não sei como falar destas coisas, deste tema. Me perco neste momento, me perco neste dilema. Já esqueci minha frase, já esqueci meu poema. Quero te dizer baixinho o que agora eu pensei. Quero dizer algo lindo, uma coisa que não sei. Não sei mais o que fazer com tanto amor e emoção. Quero te dizer baixinho que é teu meu coração. Cícero Alvernaz (autor), 03-06-2017.

TUDO É VIDA O que fecha, o que abre, o que deixa, o que vai, o que cresce, o que desce, o que sobe, o que cai. O que come, o que some, o que jorra, o que seca, o que acorda, o que dorme, o que reza, o que peca. O que pede, o que cede, o que canta, o que encanta, o que arma, o que desarma, o que atrai, o que espanta... O que livra, o que priva, o que salta, o que retrai, o que anda, o que desanda, o que fica, o que vai. O que mata, o que salva, o que ama, o que odeia, o que olha, o que vê, o que apaga, o que incendeia. Tudo é fato, tudo é conto, tudo é tempo, tudo é vida, tudo expira e tudo inspira quando acena e nos convida. Cícero Alvernaz (autor) 02-06-2017.

DOR A primeira vez que eu senti dor  eu não sabia como aquilo se chamava,  o que era e para que servia, mas sabia que era ruim.  Não sei se foi dor de barriga, de dente ou de cabeça, mas sei que era ruim. Com o tempo, as dores foram aumentando e se diversificando até que conheci a pior de todas: a dor do amor. Essa dói, aperta, esmurra, é intermitente e de repente vem da forma mais profunda e inconveniente. São as dores do amor, as dores da vida, dores físicas e emocionais. Hoje, eu já sei o que é a dor e para que ela serve. A dor é um aviso, é um sinal de vida e um alerta nos dizendo que algo em nós não está bem, ou não está muito bem. A dor é paradoxal, pois ela nos avisa e nos dá a consciência de que somos sensíveis e ao mesmo tempo ela nos maltrata. A primeira vez que eu senti dor foi um sinal de que a vida é dolorida, que o mundo é um campo de batalha e aquele que falha paga o preço, seja com dor ou sem dor. (01-06-2017)

JUNHO Dizem que Junho é o mês dos namorados e tem gente que acredita. Tem gente que acredita tanto que espera chegar este mês para namorar e tem outros que não namoram em mês nenhum. Namorar é uma coisa muito pessoal e particular e não tem um dia nem um mês para palpitar ou incentivar o namoro. De verdade mesmo, junho é um mês tão especial quanto os demais, pois todos juntos formam o ano, o calendário e estão todos no nosso relicário. Que junho venha com sorriso trazendo alegria, saúde e, quem sabe, resolvendo tantas pendências que há em nosso País. Por enquanto, resta saudar este mês, abrir as portas e recebê-lo como convém a pessoas educadas e bem amadas. Seja bem vindo, Junho!

FASCISTA Hoje é comum chamar ou rotular pessoas que pensam diferente, politicamente, de "fascistas". O fascismo surgiu na Itália cerca da Primeira Guerra Mundial combinando elementos da política de esquerda com mais tipicamente política da direita, em oposição ao socialismo, ao comunismo, à democracia liberal e, em alguns casos, ao conservadorismo tradicional. Embora o fascismo seja colocado tradicionalmente na extrema direita, alguns comentaristas argumentam que a descrição é  inadequada (Fascismo - Wilkipédia). Vemos, portanto, pela descrição, que o Fascismo não é exatamente de Direita nem de Esquerda, mas envolve vários conceitos ou ideologias políticas e na verdade é uma forma de radicalismo político autoritário nacionalista. Hoje, principalmente os movimentos de esquerda, sempre rotulam quem pensa diferente deles de "fascistas" e gritam isto nas manifestações ou nas discussões como se soubessem exatamente o que é fascismo. Pelo que vejo, todas as pessoas, de c

PÉ DE SONHO Pendurei o meu casaco num pé de sonho, me despi do egoísmo que me prendia e prejudicava os meus passos,  olhei em volta e vi que um pássaro cantava, sorri ao ver uma borboleta que voava, amei a companhia do vento que me tocava, gostei da brincadeira e desejei ficar assim sorrindo de mim, envolvido num passatempo levado pelo tempo e acariciado pelo vento. Escrevi um poema com esse tema e ouvi os aplausos do dia que se abriu, sorriu, e me envolveu com a sua poesia. (31-05-2017)

SIM E NÃO  Sim e não, não e sim. Duas palavras antagônicas que dizem a mesma coisa  de forma diferente. Enquanto uma afirma a outra nega. Uma se apega e a outra renega. A vida é cheia de sins e de nãos que determinam os nossos passos,  nos afastam e nos dão abraços, cada uma com a sua cor, com o seu gosto, o seu calor.  Isto posto, pode-se dizer que vivemos entre afirmação e negação,  entre o sim e o não, entre o afastamento e a rendição. Entre o coração  e a razão.  Entre o carinho e a emoção, entre o sim e o não.  (29-05-2017)

POESIA Poesia é momento, é um trem em movimento, é redemoinho, é vento, escrever em prosa e verso, é rodear o universo sem sair do lugar. Poesia é riso, é choro, é paraíso, quase sempre estar perdido, é se achar, ser recebido, ser bem quisto, ser amado. Poesia também é lamento, sorrir e chorar por dentro, dormir e acordar ao relento sem ao menos ter sonhado. Poesia é acalanto, é beleza, é encanto, cada um chora seu tanto vendo a vida se passar. Poesia é mistério, é um caso muito sério que não posso revelar. Cícero Alvernaz (autor) 29-05-2017.

POESIA Poesia é pouco curtida porque fala de vida, mostra a ferida, a alma partida, mostra a flor no deserto, o amor que não deu certo, encara de perto e não se intimida.  São poucos que conseguem adentrar ao seu recinto, ver, rever e conhecer seu lado tinto, forte e temido como a morte. Mas a poesia fala de vida, vida real, social, desigual, repartida. Vida que não se intimida diante da loucura suicida. Cícero Alvernaz (autor)