CONJUNÇÕES
São essas conjunções,
mudanças de situações,
troca de posições
e outras alusões
que me prendem
e me enchem de emoções.

Livro aberto, exposto ao vento,
uma frase, um lamento,
sonhos pairando na tarde,
música no ar, poema,
José de Alencar
decifrando Iracema,
tudo é tentação,
e serve de tema.

Uma mesma poesia
que insiste em sua teimosia,
mas se queda e se entrega,
se aquieta ao carinho do poeta
que implora, quase chora,
desejando o seu verso,
que inventa, se apresenta,
quer se expor e quer sair...

É essa velha manha
que emerge e assanha
o peito velho, aquecido,
o coração já sofrido,
mas que nunca desanima,
no seu constante pulsar.

São essas dores antigas,
esse pranto que não desce,
esse dia que escurece,
esse riso, essa prece,
essa vontade que fica
e que mais se intensifica...

São esses sonhos antigos,
a falta que faz um amigo,
a vida passa assim,
o rio que corre em mim
sem oferecer perigo.

Cícero Alvernaz (autor) 04-12-2015

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