NA ROÇA Na roça tem carroça, tem poça de água, tem mágoa, tem chiqueiro, tem porco, tem pouco dinheiro, mas tem terreiro de galinha que bota ovo de novo, todo dia e canta de alegria anunciando que já botou o ovo e agora todos podem almoçar um ovo frito, omelete, ou cozido. Na roça tem choça. tem casa, tem fogão de lenha tem brasa, tem paiol de milho tem filho pedindo comida, tem homem, tem enxada, tem roça e também tem carroça, tem carro de bois cantando, pedindo passagem, tem vargem de arroz, tem café madurinho no pé, tem até cantador, violeiro, tem falador, tem cachaceiro fazendo arruaça, tem massa de pão, tem pão, tem doce, tem carne, na roça tem poça de água, tem mágoa, tem roceiro, tem formigueiro, tem cobra e tem uma morena pequena que me acena todo dia e diz que me ama e declama os versos da minha poesia. Na roça tem carroça, tem frio e tem calor, na roça também tem alguém que eu quero bem a quem dei o meu amor. Cícero Alvernaz (autor) 31-03-2018.
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Mostrando postagens de março 25, 2018
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CELEBRIDADE Não sou celebridade, não tenho vaidade, na verdade nem sei o que isto é. Sou um cidadão pacato de bem e de bom trato, eu sou um homem de fé. Não sou de aparecer, também não sou de correr, fugir e dar no pé. Sou um cidadão do povo, estou aqui de novo declarando a minha fé. Não sou celebridade, nem tenho vontade de ser um homem qualquer. Sou um cidadão bem quisto e nunca fui mal visto, eu sou um homem de fé. A vida é assim, tem gente que olha pra mim e me acha um Mané. Eles têm a sua meta, eu sou apenas um poeta que proclama sua fé. Cícero Alvernaz (autor) 31-03-2018.
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MINHA POESIA Minha poesia paira sozinha entre o sonho e a melodia, entre o riso e a própria poesia. Minha poesia se faz e se desfaz na força do vento, escolhe o seu momento para se abrir e não tem pressa para se fechar. Minha poesia fala no quarto e na sala, como cantiga, a muitos embala, como linda canção de ninar. Minha poesia agora quer descansar e com outro mundo sonhar. Cícero Alvernaz (autor) 31-03-2018.
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VITRINE Elas olhavam a vitrine e comentavam, olhavam, olhavam, e depois sonhavam, viam aquele par de sapatos que fora feito para os seu pés e o namoravam com olhares e suspiros. Nas mãos, uma vassoura, (esqueci de dizer que elas eram garis) e sonhavam com um dia mais feliz, com aquele par de sapatos, com aquela roupa de grife e depois comer um bom bife e, quem sabe, se atirar numa piscina. Elas eram duas meninas, duas jovens ou duas senhoras, isto não importa agora. Cada olhar era um desejo, um sonho, dentro de um corpo cansado, mas risonho, desejoso, esperançoso... e às vezes tristonho. Elas olhavam a vitrine e comentavam sem saber que um poeta as olhava e com carinho registrava cada olhar, cada suspiro, cada desejo... Era a mística da poesia que irradia e enche de esperança mais um dia. Cícero Alvernaz (autor) 31-03-2018.