O QUE RESTOU?
 O que restou daquele sorriso,
daquele abraço, daquele beijo?
Restaram apenas lembranças, desejos,
talvez esperança, lampejos,
um sonho, alento, um vento,
algo lembrado em função do momento,
um lenço, relógio, adereço,
talvez no papel algum endereço,
o número de um telefone,
algum bracelete, um bilhete,
uma fala na sala, um papel de bala,
uma bolsa, uma carteira, uma mala,
mas faz tanto tempo... não sei.
Eu só sei que restou um abraço,
um beijo, um sorriso,
a visão de um paraíso, um laço,
uma paisagem vista da janela,
um encontro numa passarela,
um desejo imenso de ficar,
mas, sobretudo, ficou de tudo
um aceno, um toque, um choque,
a vontade de impedir
você de partir e seguir os seus passos,
e depois me enlaçar em seus braços
e nunca mais te deixar.

Cícero Alvernaz (autor), 08-12-2015.

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