MINHA CEIA Assim será minha ceia: um mingauzinho de aveia e um versinho de sobremesa, depois vou olhar-me no espelho pra conferir a beleza. Mais um pouco de mingau, mais tarde, leite e Nescau, depois vou deitar-me um pouco, descansar e refletir. Não vou conseguir dormir por causa do muito barulho, por causa dos muitos rojões, tanta gente festejando carregada de emoções. Não vou fazer cara feia: só vou degustar minha ceia sem tristeza e sem mágoa, tomarei um copo d'água, um mingauzinho de aveia. Esta será minha ceia: um verso de sobremesa, depois olhar-me no espelho pra conferir a beleza, mais um pouco de mingau, mais tarde, leite e Nescau... Depois vou dormir um pouco, afinal eu não sou louco, nem sou totalmente normal. Sou apenas um poeta que não comemora o Natal. Cícero Alvernaz (autor) 24-12-2016.
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Mostrando postagens de dezembro 18, 2016
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OS SAPATOS QUE JESUS USAVA ERAM MEUS Era uma vez um sapateiro que era conhecido por Zé. Ele trabalhava e morava num porão de uma velha casa. Ele era muito conhecido na cidade pela sua bondade. Um dia Zé teve um sonho: sonhou que iria receber a visita de Jesus. Fascinado pelo sonho, levantou mais cedo e se pôs a preparar a sua casa. Varreu, tirou a poeira, arrumou os sapatos velhos numa prateleira, lustrou os que já estavam prontos, organizou as ferramentas, tampou a fedorenta lata de cola. Deixou tudo nos trinques. Foi á padaria e comprou uns saborosos pães para servir Jesus quando ele chegasse. Já no trabalho e na expectativa da visita, eis que chegam dois colegas do Zé. Zé estava muito feliz e contou o seu sonho, convidando-os para ficar e esperar Jesus. Seus colegas debocharam e sairam rindo do Zé. Zé, porém, ficou imaginando Jesus chegar. Chegaria pela porta dos fundos? Talvez viria de carro! Teria belas roupas e sapatos bonitos? Que número calçaria Jesus? A cabeça do Zé viaja
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A NOSSA CASA É UM TEMPLO SAGRADO Ao entrarmos em casa precisamos ter muito cuidado. A nossa casa é sagrada e existe todo um ritual que precisamos cumprir passo a passo com a reverência que o momento exige. Não se deve invadi-la brutalmente como faz uma súcia de ladrões ou malfeitores. Primeiro devemos contempla-la de longe pensando nela como algo especial; um abrigo para o nosso corpo e para a nossa alma. Ao nos aproximarmos dela devemos olha-la com reverência antes de tocarmos nela ou penetrarmos em seu interior. Depois de cumprirmos todo esse ritual, agora é o momento de entrarmos em casa. Com muito cuidado colocamos a chave na fechadura da porta e fazemos um movimento para a esquerda e com a outra mão forçamos levemente a maçaneta aguardando o instante em que a porta se abre. Depois a empurramos calmamente e sem atropelos para, em seguida, entrarmos e acendermos a luz. A casa nos recebe com um sorriso, agora iluminada e cheia de vida. Constatamos que tudo está em seu lugar como
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MENINO ENGRAXATE Quem viu um menino tão esperto, pequenino, carregando uma caixa? Esse menino sem rumo que em meus versos eu resumo, é um menino engraxate que fica sempre na praça de posse da sua caixa oferecendo o serviço que ele diz ser "caprichado" a quem, nos bancos sentado, só quer ver o tempo passar. Mas o menino insiste, com sua carinha triste se oferece pra engraxar. Quem viu um menino tão esperto, pequenino, carregando uma caixa? Ele a mim representa, sua mãe ele sustenta e ajuda seus irmãos. É um menino engraxate que aparece em meu sonho todo feliz e risonho. Faz parte do meu universo, e assim, com seu sorriso, me inspira mais um verso. Cícero Alvernaz (autor) 23-12-2016.
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DEZEMBRO Dezembro, pra mim, é tudo igual. Inclusive o Natal. Vejo um velhinho com um saco nas costas. Para mim, é só um velho a mais, com um saco nas costas. -Mas ele está com um gorro vermelho e branco! Para mim, é só um velho com um saco nas costas e um gorro vermelho e branco na cabeça. -Mas ele está com um saco cheio de presentes nas costas e um gorro vermelho e branco na cabeça! Para mim... (não vou repetir tudo que eu já disse). Afinal, eu não sou robô. Dezembro, pra mim, é tudo igual. Inclusive o Natal. -Vejo um velhinho.... Ele já se foi e nem me disse tchau. (23-12-2016)
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PAPAI NOEL Eu fico pensando na situação do Papai Noel. Vamos supor que ele existisse de verdade e não fosse apenas uma lenda criada para aumentar os lucros dos comerciantes através do consumismo. Quando as pessoas chegam, ele é paparicado, crianças sentam no seu colo numa posição meio incômoda e até, por muitos, suspeita. Ele deve se sentir desajeitado com tanto assédio, fotos e mais fotos... De repente, ele resolve falar, desabafar ao ver o "menino Jesus" esquecido em um canto, então se levanta, pega um microfone e começa a falar diante de pessoas que pouco entendem o seu desabafo. Ele olha para o "menino", pede desculpas a ele, olha o povo e indica quem deve ser paparicado, adorado, amado e homenageado. Para esse Papai Noel eu tiraria o chapéu. (20-12-2016)
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MENTIRA Tem gente que mente com a maior facilidade. Chega a jurar que a sua mentira é verdade. E todo mundo acredita cegamente que tudo aconteceu exatamente como ele falou. Tem gente, porém, que não sabe mentir e às vezes até acaba se desmentindo, pois sabe que, mais dias menos dias, a sua mentira será descoberta. Jesus disse que a mentira é filha do diabo. Logo, o mentiroso, que é o filho da mentira, é neto de quem? Isto parece brincadeira, mas é sério. Mas, se tudo é contra ditório, a mentira também é. Na verdade, todas as pessoas já mentiram pelo menos uma vez, até para evitar que uma situação ruim ficasse ainda pior. Dizem que existe a mentira (com clara intensão de enganar e de prejudicar alguém) e a inverdade, ou o "jeitinho" para evitar dramas e até mortes. Na Bíblia, existe o caso de Raabe, que mentiu e salvou uma Nação, mas isto não é um salvo conduto para mentir e viver mentindo por aí, enganando pessoas inocentes e tirando proveito de situações, afinal, mentira
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FIM DE ANO Fim de ano é esse marasmo, esse sono e essa moleza. Um banco vazio, um vaso sem flor, um olhar perdido carregado de tristeza. Fim de ano é essa incerteza, esse rito, essa indecisão. Um cão dormindo ao sol, um homem sem amor, sem ambição. Fim de ano é essa letargia, um livro aberto sem capa. Um anzol à espera de um peixe, uma escola sem alunos e sem mapa. Fim de ano é esse marasmo, esse abandono, essa preguiça. Um rádio velho sem som, uma igreja sem padre e sem missa. Cícero Alvernaz (autor) 18-12-2016.
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REAL E VIRTUAL Coisas que se misturam na cabeça da gente: real e virtual pintam assim de repente. Virtual é diferente: é regado a fantasia. Tanta imaginação enchendo o meu dia a dia. Real é diferente, olho no olho e mão na mão. Os olhares se confundem e se enchem de emoção. A vida não é virtual, ela penetra mais fundo. A vida tem suas nuances, ela reflete o mundo. Cícero Alvernaz (autor) 18-12-2016.
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DISCUSSÃO Já ouvi muita gente dizer: futebol, religião e política não se discute. Eu discuto, aliás, esta é uma das minhas discussões preferidas. O problema não está em discutir ou não: está em "saber discutir", está nas pessoas que não sabem discutir. Se a pessoa não souber discutir, não respeitar a opinião do outro, não deve ou não pode discutir nenhum assunto. Qualquer assunto será motivo para uma discussão acalorada com direito a palavrões, altercações e agressões. Aprend i com um velho amigo o seguinte: quando discutimos qualquer assunto devemos prestar atenção no interlocutor e responder usando como base o ponto de vista dele, sem se preocupar só com o nosso. E sempre elogiando a forma como ele fala e a sua educação. Mas, sobretudo, colocando o nossa opinião de forma clara, objetiva e contundente. A função da discussão é aclarar as ideias, somar conhecimentos e aprender mutuamente. Alguém já disse: "Da discussão nasce a luz". Quem discute e briga e se torna i