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Mostrando postagens de 2017
EU ACEITO Eu não preciso de plateias, eu preciso de boas ideias. Aceito presentes e ausentes, aceito animais e gentes, aceito café e sopas quentes, aceito abraços e apertos de mão, aceito beijos e queijos, aceito flores e espinhos, aceito olhares e carinhos, aceito atalhos e caminhos. Eu não preciso de plateias, eu preciso de boas ideias, bom papo e criatividade. Eu aceito ficar e demorar, eu aceito tomar banho e jantar, eu aceito a sua amizade. Cícero Alvernaz (autor) 30-12-2017.
ELE ERA O CORDEIRO Ele era o cordeiro pequeno, sem culpa, humilde e manso vivendo aqui. Ele era a vida sem fim, sem começo, que veio ao mundo por mim e por ti. Ele era a luz brilhante, divina, que espalha e ensina perdão e amor. Ele era o cordeiro por Deus enviado que sem ter pecado se fez pecador. Ele era o santo que foi prometido, mas foi desprezado aqui, sem razão. Ele era o filho da virgem Maria que veio ao mundo trazer salvação. Ele era tão grande e tão pequenino, humilde, divino, sem comparação. E hoje ainda sua voz, que é tão linda, te chama suave, quer dar-te o perdão. Jesus amoroso, o mesmo de sempre que nunca despreza o vil pecador. Seu sangue vertido por nós no madeiro é amor verdadeiro, é fonte de amor. Cícero Alvernaz (autor) 04-04-1997.
ME ESQUECERAM AQUI Me esqueceram aqui embaixo da cama como um porco na lama e me deixaram sem dó, sem amor, sem piedade, e se foram pra cidade. Fiquei aqui esquecido como um cão desnutrido procurando o seu osso, fiquei com dor no pescoço de tanto olhar a estrada esperando a chegada de alguém que longe se foi. Ficamos: eu e um boi que pastava lá no pasto e não deixaram nem rastro na areia do caminho. Eu fiquei assim sozinho, fiquei chorando baixinho esperando alguém chegar, com fome, triste a chorar, sem ninguém pra me escutar ou talvez me consolar no meu mundo solitário como um triste canário que canta pra não chorar. Me esqueceram aqui debaixo da cama como um porco na lama e se foram de repente sem amor, sem piedade, passear pela cidade... Vejam só quanta maldade o ser humano pratica. Isto é coisa que não se faz, é coisa que não se aplica, tiraram a minha paz, levaram a minha alegria - e essa triste poesia minha tristeza explica. Cícero Alvernaz (autor) 29-12-2017.
FOBIA Fobia hoje é a palavra da moda, serve pra tudo, só falta criarem um prato com esse nome. Com o advento do politicamente correto (que eu detesto), apareceram as palavrinhas e os gestos que se tornaram uma coqueluche nas redes sociais e afins. Hoje, quase tudo é considerado fobia (medo, ou aversão a alguma coisa), muitas vezes sem nenhum sentido ou lógica. O mais comum e mais falado hoje é: homofobia. É só a gente discordar de alguma coisa, ou ter uma opinião própria, que  vem automaticamente essa palavra mágica no ar para corrigir ou tolher o nosso direito de discordar de alguma coisa. Somos patrulhados, ou censurados, diariamente. Eu conhecia claustrofobia (medo de lugares fechados) e algumas outras palavras, mas agora tem várias, tem até gordo fobia (aversão a gordos), só falta inventar "poeto fobia", que seria aversão a poetas. Hoje, as pessoas tem que fingir ou disfarçar que gostam de tudo e sempre dizer: não tenho nada contra... Isto diminui as pessoas, prejudica a
CULTO DOMÉSTICO Esses dias mexendo na minha memória já um pouco cansada, me lembrei de algo que norteou a minha infância e a minha pré-adolescência e adolescência e muito me marcou naqueles tempos idos e bem vividos. O "cultinho", como era conhecido e tão querido que se realizava toda noite, sem exceção, com direito à oração de joelho, ou não, mas com muito louvor e adoração. O culto doméstico, culto em família, culto familiar no qual eu cantava e também pregava e o meu pai era o pastor e dirigia. Quando por algum motivo alguém esquecia eu cobrava e até insistia para que que o mesmo fosse realizado. Nesses dias de tanta turbulência e descrença nas igrejas, uma instituição que já teve tanto crédito, sinto falta desse culto que reunia e unia a família em torno da Palavra, da oração e do louvor simples, mas tocante que subia aos céus. Até hoje não entendi porque esses valores foram extintos e se perderam, muitas vezes em nome de uma modernidade, extintos pela tecnologia que rou
FELIZ 2018! Quando um novo ano se aproxima as expectativas aumentam em relação ao que pode e deve acontecer nesse ano, as novidades, as possíveis surpresas, decepções e perspectivas relativas ao novo ano, tudo acaba fazendo parte do nosso cotidiano. 2018 será um ano agitado em diversas áreas, diferentemente do ano que está terminando. Isto não é, ou não deve ser, motivo para preocupação porque "O que há de vir virá e não tardará". Quem se ocupar desta preocupação antecipada, certamente vai sofrer antes da hora. O ideal é seguir o conselho do salmista; "Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele e ele tudo fará" (Salmo 37.5). Agindo assim, o novo ano será muito abençoado e cheio de boas realizações e muito sucesso em diversas áreas de nossa vida. Um bom 2018 para todos! (27-12-2017).
NUNCA PENSEI  Nunca pensei que seria poeta um dia e choraria, sem consolo, as dores do mundo. Nunca pensei que um dia seria um observador, alguém à procura do amor, à procura de um abraço, de um sorriso, de um carinho. Nunca pensei que ficaria sozinho implorando um dia, remoendo a minha poesia que toda faceira me deixa esperançoso e ao mesmo tempo tão carente. Nunca pensei que um dia eu ia mendigar um pouco de amor de alguém distante, de alguém que às vezes me ignora enquanto o meu peito chora e se lastima. Mas a vida também é uma rima, um verso num universo de lágrimas e sorrisos dispersos. Nunca pensei que seria poeta um dia e que em meio a tanta alegria, amor e leveza eu ia cantar e sentir a tristeza do mundo, que me invade em meio à saudade e uma ausência que paira esquecida, tão triste e tão sentida. Cícero Alvernaz (autor) 26-12-2017.
MEU BANCO Meu banco de sentar que serve até pra deitar, alívio pro corpo cansado, descanso pro coração fatigado. Gosto de ficar aqui sentado, às vezes até deitado olhando o tempo passar... Meu banco de sentar, minha cama de deitar, meu oásis e meu lar onde tanto eu amo ficar. Eu fico aqui recostado olhando quem passa apressado indo em busca de um lar. Eu fico aqui todo dia fazendo a minha poesia, sentindo o tempo passar. Meu coração bate forte sentindo as dores do mundo com meu sentimento profundo e ás vezes eu fico a chorar. Meu banco também é meu lar. Cícero Alvernaz (autor) 26-12-2017.
MEU AMOR VEIO Meu amor veio e me deixou feliz, me deixou sem palavras e cheio de ideias e pensamentos, me deixou esperançoso, me deixou mais carinhoso, me fez sentir mais feliz, me fez sentir o que eu sempre quis, algo que o meu verso não diz e o meu sorriso não conta, me deu um novo alento, me fez flutuar como o vento, me fez valorizar cada momento e me fez sorrir por dentro. Meu amor veio e me atingiu em cheio com o seu meigo carinho, depois, porém, se foi e me deixou sozinho, me deixou cheio de desejo e de vontade, me deixou imerso em saudade. Cícero Alvernaz (autor) 25-12-2017.
VIVER Viver é dar piruetas, encarnar várias facetas, mas nunca perder a classe. Viver é manter o estilo  mesmo que a roupa amasse. Viver é imitar o grilo que nunca fica quieto, mas sabe posar tranquilo, sempre feliz e ereto. Viver é olhar sem ver, mas de quase tudo saber e às vezes fingir não ver. Viver é ser e não ter, mas sempre saber que na vida querer é poder. (25-12-2016)
ALEGRIA E POESIA Alegria rima com poesia, mas poesia nem sempre traduz alegria. Poesia é um toque de tristeza misturado com uma pitada de beleza temperada com sutileza sem esquecer a leveza da pluma, da pena, da rima doce e serena, que envolve o verso como o perfume na flor, como o riso nos lábios, como o som no instrumento, a inspiração que vem num momento trazida, muitas vezes, pelo vento. Poesia não se define, não se encontra na rua, poesia é algo que flutua de forma clara e direta e pousa no olhar do poeta como se fosse um cometa, ou uma simples borboleta. Poesia, enfim, é a flor mais linda que enfeita o jardim. Cícero Alvernaz (autor) 22-12-2017.
PRIMEIRO TREM Vou no primeiro trem, aquele que passa de madrugada, vou chegar bem de manhã e você vai estar acordada. Vou chegar bem de mansinho, você vai estar de pé, estará bem animada e vai me servir um café. Vou te encontrar sorridente, com carinho me esperando, você virá me encontrar bem feliz me abraçando. Será tão lindo, meu bem, esse encontro de nós dois, eu posso até imaginar o que faremos depois. Cícero Alvernaz (autor) 22-12-2017.
PARENTE AUSENTE Parente ausente que não liga pra gente, desaparece de repente, não é frio, nem é quente, não é triste, nem contente, não fala a verdade, nem mente, não é liberal, nem é exigente, não é pra trás, nem é pra frente, não é ateu, nem é crente, não está acordado, nem dormente. Parente ausente não mente, nem desmente, não anda solto, nem usa corrente, não é burro, nem é inteligente. Parente ausente que não liga pra gente, desaparece de repente, não vê e não sente, é uma realidade presente, é algo muito comum na vida de tanta gente. Cícero Alvernaz (autor) 22-12-2017.
A VISITA DO VENTO O vento entrou pela porta, soprou sobre os móveis, beijou a cortina, deu um sorriso, recitou um verso, depois foi-se embora, saiu porta a fora. Eu não entendi a sua visita, seu jeito de entrar sem minha licença, sem meu consentimento. Eu não entendi a visita do vento. Eu não entendi a sua mensagem, seu rápido aviso, porém, achei graça. O vento entrou pela porta que estava entreaberta qual fosse um alerta. Esperei a sua volta tentando entender, a sua visita. Queria saber o real motivo, da sua presença, mas ele se foi. Cícero Alvernaz, 22-12-2014.
INCRÍVEL Dividir o indivisível, acreditar no impossível, crer naquilo que é incrível e falar o indizível, espalhar o otimismo, rejeitar o pessimismo, desejar o que convém, viver na força do bem, dar sem perguntar a quem, contar as estrelas do céu, viver namorando a lua, andar cabisbaixo na rua, discutir e questionar, mas sempre acreditar que o difícil é possível, crer naquilo que é incrível e falar o indizível, espalhar o otimismo, rejeitar o pessimismo, desejar o que convém, viver na força bem e orar a Deus com fé e depois dizer: amém! Cícero Alvernaz (autor) 22-12-2016.
MUITA GENTE FALA EXATAMENTE ASSIM Levanto ainda cum sono, lavo a cara i vô a luta pra minha labuta. Visto carça de trabaio, coloco meu sapatão, minha camisinha esfarrapada, mais ainda tá boa pro sirviço e vô tomá meu café cum leite. Adispois como um pedaço de quejo branco e tomu mais um gole de café preto e me preparo pra i pro eito, onde o mato me ispera. Sô rocero, num nego, me apego a essa vida que foi a mió que Deus me deu. Num tenho rependimento de vivê ansim, inté gosto da vida qui levo. Já ia me isqueceno: antes eu pego a inxada bem amolada, meu chapelão de aba larga que é pra mode me protegê do sor. Genti, to ino já, o dever mi ispera. Vô cum fé e corage nessa minha viage. Sô trabaiadô rocero, num nego, essa é minha vida e inté me orguio de sê ansim. Fica cum Deus, minha genti! Inté otro dia! (22-12-2016)
CORTE DE CABELO Hoje tudo modernizou e existem cortes de cabelo para todos os gostos. E existem homenagens para times, artistas e até para personagens suspeitos. Mas antes não era assim, aliás, nunca foi assim. É um modismo, uma onda de imitação, cópia, ilusão e gostos os mais diferentes e inusitados. Penso nos barbeiros ou cabeleireiros, no trabalho que tem para atender a sua exigente freguesia. O moleque chega e diz: Eu quero o desenho ou o retrato do Vampeta, outro pede o  do Messi ou do Neymar e o barbeiro tem que se virar para agradar a sua freguesia. No meu tempo era o básico do básico, com uma tesoura, muitas vezes enferrujada e quase sem corte, uma máquina manual e uma gilete, no final, para fazer o pé do cabelo. E nada de desenhar o Pelé, o Tostão, o Reinaldo ou o Cerezzo na cabeça de ninguém. Mas a coisa pode piorar mais ainda. Já pensaram se de repente os fregueses pedirem para desenhar algum político? Vai ser Lula, Maluf, Bolsonaro, Marina ou até mesmo o Dória na cabeça e n
FIM DE ANO Fim de ano, moleza, rio sem correnteza, fome, fome e mais fome, comida, comida e mais comida, bebida, bebida e mais bebida como se amanhã fosse acabar a vida e tudo fosse sumir de repente de uma forma trágica num toque de mágica. Fim de ano, preguiça, nada esquenta, nada atiça, tudo vira barranco pra se encostar, tudo vira motivo pra comemorar enquanto muitos estão a chorar. Fim de ano, tenho vontade de dormir e só no ano que vem acordar. Cícero Alvernaz (autor) 21-12-2017.
NATAL LUZ Natal sempre é luz, Natal reluzente, iluminado, resplandecente, Natal de Jesus,  a luz do mundo. Natal luz, Natal de Jesus, presente do céu, não de Papai Noel, mas do papai do céu que ilumina esse mundo com seu amor tão profundo na pessoa de Jesus, a nossa luz, o nosso Natal Luz. Cícero Alvernaz (autor) 20-12-2017.
VENTILADOR DE TETO O ventilador do teto sopra um vento silencioso, um refrescante vento que vem a todo momento combater o meu calor indesejado e eu fico calado só sentindo o vento e ouvindo o barulho do ventilador do teto, que sopra um vento silencioso, um refrescante vento que vem a todo momento combater o meu calor indesejado que deixa o meu corpo suado, o meu pensamento paralisado, vontade de ficar aqui deitado só sentindo o vento que vem a todo momento combater o meu calor indesejado com o seu frescor abençoado. Cícero Alvernaz (autor) 20-12-2017.
LAMBER O PRATO Expressão e ação antiga, costume que se tinha no passado, lamber o prato e até a panela, comer no caldeirão e comer na tigela, comer tudo, até ao fundo, passar a colher na beirada, aproveitar até o último grão, comer devagar, com lentidão, cada caroço de arroz, cada caroço de feijão como se fosse a última comida, como se fosse o último dia de vida, como se fosse o último almoço, como se fosse a última janta, como se fosse o último suspiro, como se fosse o último momento na última passagem do vento que tudo leva e nada deixa, além dos ais e das queixas. Lamber o prato com vontade passando a língua em toda extremidade, disto eu não tenho boa lembrança, disto eu não tenho saudade. Cícero Alvernaz (autor) 19-12-2017.
JESUS Jesus foi menino, viveu em Nazaré, com José, seu pai adotivo aprendeu a profissão de carpinteiro. Viveu uma vida comum, lá ele era mais um, não tinha luxo nenhum, viveu na simplicidade naquela pequena cidade com seus pais e seus irmãos em perfeita união. Jesus foi menino, nasceu em Belém de Judá, nos arredores da cidade, nasceu na humildade numa simples manjedoura no meio dos animais, numa noite especial que ficou conhecida como a noite de Natal. Cícero Alvernaz (autor) 19-12-2017.
SAUDADE Já escrevi muito sobre saudade. Meus leitores que o digam! Mas, por mais que eu escreva, saudade será sempre um tema novo, belo e instigante. Saudade tem cor, sorriso, gestos, palavras e lágrimas. Saudade tem um jeito diferente de apertar o peito. Saudade tem um olhar penetrante, um jeito presente de ficar distante, uma forma meio brusca de chegar e invadir sem pedir licença. Saudade não é só um tema ou um poema, um verso solto, uma frase. Saudade não é uma fase, algo que passa num toque de mágica obedecendo a uma vontade. Saudade tem nome, sobrenome e RG. A minha saudade é você. Cícero Alvernaz (autor) 19-12-2017.
MORTE SOBRE O ASFALTO Caiu, desmoronou e ficou sobre o asfalto quente que lhe queimou a mente, o peito e o coração. Passou a fome, passou o medo, se revelou o segredo e o dia ficou em segundo plano. O sol ficou sem brilho e o seu calor se esfriou, congelou e se fez pedra. Aves planaram sobre o asfalto, pessoas passaram e se foram, trabalhadores sequer olharam o corpo inerte, sozinho e frio. O riso se perdeu na boca do dia, até o poeta esqueceu sua poesia, o mundo se virou para ver, mas nada viu, nem percebeu. Enfim, nada restou e nada sobreviveu daquele corpo inerte, sem vida, que desmoronou e ficou sobre o asfalto quente que lhe queimou a mente, o peito e o coração. Cícero Alvernaz (autor) 19-12-2017.
CARICATURA Caricatura caricata, abstrata, mercadoria barata, gente chata, doce em lata, gravata apertando o pescoço, velho pensando que é moço, gente fazendo alvoroço, carro cruzando a ponte, viagem a Belo Horizonte, gente de olho na gente parece que vai nos comer, dá vontade de correr e até se esconder, caricatura caricata, mercadoria barata, conviver com gente chata que não sabe, odeia quem sabe e pensa que sabe, e acha que sabe, mas já provou que não sabe. Caricatura, jogo de empurra-empurra, gente tonta, gente burra que precisa levar uma surra para, quem sabe, aprender. Assim se passa a vida com sua cara lambida e eu fico aqui sem saída, sem saber o que fazer. Cícero Alvernaz (autor) 18-12-2017.
CIDADEZINHA DE MINAS Cidadezinha de Minas, mato, morro, cachoeira, animais na rua, gente andando sem destino, brincadeira de menino, sorriso sem dente, gente feliz e contente, águas cristalinas... Cidadezinha de Minas, lugar de muita tristeza, lugar de muita pureza, lugar de muita alegria, muita festa, poesia, som, amor e nostalgia. Cícero Alvernaz (autor) 17-12-2017.
ME DESCOBRI ESCRITOR Me descobri escritor, mas não sou exatamente um escritor na melhor acepção da palavra. Escrevo com a alma, rabisco com a pena, formo frases, versos e poemas, escolho um tema e o desenvolvo dentro da minha criatividade, ajudado ou impulsionado por minha fiel inspiração. Viajo nos sonhos que advém dos versos, salto colinas, cruzo esquinas, atravesso a rua e o sonho continua em mim como a flor num jardim, como o brilho no dia, como a rima na poesia, como o sapo na lagoa, como a planta na terra boa, como a criança com seu brinquedo, como o homem com o seu medo, como o jardineiro cuidando da flor, como o poeta falando de amor. Me descobri escritor, mas não sou exatamente um escritor na melhor acepção da palavra. Mas a poesia pulsa em mim e exige que seja escrita, meu coração palpita e bate forte por ela, saio lá fora, me busco, me procuro entre as flores, do mundo sinto as dores que meu corpo arrepia, então volto cabisbaixo e escrevo mais uma poesia. Cícero Alve
FALANDO SOBRE O NATAL  Natal é nascimento, começo, floração, beleza, canção, vida se abrindo e a tudo colorindo. Natal acontece o ano todo, pois a vida sempre nasce e morre com o passar do tempo, tem começo, meio e fim. Natal, enfim, é festa pelo nascimento, pela colheita, pelo presente, pelo milagre da vida que se abre como uma semente que brota da terra em forma de uma plantinha. Natal é Jesus e Jesus é o verdadeiro Natal, é o maior presente de Deus à humanidade , assim crê a cristandade em todos os recantos do mundo. O que não é Natal? Natal não é comércio, exploração, desperdício de comida enquanto tantos passam fome e nem tem com que se cobrir. Natal não é Papai Noel, figura excêntrica, popular e populista que só existe porque há interesses comerciais em torno dele. Natal, enfim, não é o que ora se vê e se lamenta, pois o Menino, o verdadeiro Natal, sequer é convidado para esta festa de exageros e excentricidades. O meu Natal acontece todos os dias, pois Jesus a cada manhã nasce
MEU VERSO Poucas palavras e muito sentido, muita vida e muito som, sentimento raro e bom que compõe o universo seja junto ou disperso como frutas no quintal, sempre o bem e nunca o mal, vida cheia de surpresas, mentes livres e acesas, inquestionáveis certezas, flor aberta e perfume que nossa vida resume, meu carinho mais diverso, força e razão do meu verso. Cícero Alvernaz (autor) 16-12-2017.
TROPEÇAR E CAIR Nem sempre quem tropeça cai. O tropeço é um aviso que pode, ou não, culminar em queda. Quem nunca tropeçou pelo menos uma vez na vida? Quem tropeça perde o equilíbrio e fica desgovernado, se não for amparado sofre a queda que pode até ser fatal. Já tropecei e caí várias vezes, felizmente foram quedas leves, sem maiores consequências. A Bíblia diz: Os passos de um homem bom são confirmados pelo Senhor, e deleita-se no seu caminho. Ainda que caia, não ficará prostrado, pois o Senhor o sustém com a sua mão. (Salmo 37, 23 e 24). Cair é do homem, mas levantar é de Deus. O problema não é cair, mas ficar prostrado sem forças e sem ânimo para se levantar. A posição de um "homem bom" não é ficar caído ou prostrado, mas de pé na presença de Deus. (16-12-2017)
UM GOLE DO TEMPO Um gole do tempo amaciando a garganta da vida, um trago, um afago, um momento, um suspiro, um prazer, uma pausa pra pensar e repensar, um olhar discreto, um desejo, carícia do vento bem de leve tocando as cortinas do passado, coração batendo forte, a saudade, a visita inesperada, de surpresa, o sonho, a vontade, a tristeza, o riso entrecortado, a incerteza, a hora se esvaindo no relógio, a fuga dos ponteiros apressados, alguém reaparece bem de lado e olha e ensaia, mas não diz e tudo fica triste de repente num ritmo estranho, diferente, num modo de dizer o que não há, na forma de expressar o que perdeu e tudo se acabou num remoinho ficando a se olhar você e eu. Um gole do tempo sugando a esperança que ficou no rosto de quem tanto esperava o amor que pouco a pouco se acabou. Cícero Alvernaz (autor) 16-12-2017.
SIMPLES PIRILAMPO Contando dias formam-se meses, às vezes anos e até séculos de uma vida sem flores, carente de amores e prestes a se tornar raiz. Fazendo contas, e também poemas, desenhei um rio no peito, fiquei sem saber o resultado, mas me senti feliz. A estrada veio, eu fui resignado, submisso, contei estrelas, revi planetas, colecionei borboletas que voavam no quintal. Meu pé doeu no chão, tropecei, mas me contive, o riso se foi na tarde mansa, me vi distante qual criança que perde o rumo sem saber, corri o risco de ficar sozinho, me senti tão pobrezinho que não pude me conter. Eis-me de volta ao campo como um simples pirilampo que não sabe mais piscar, nem sabe mais se acender. Cícero Alvernaz (autor) 15-12-2017.
ME AMANHECI Me amanheci e me virei, me dei e me toquei afastando o sono enrodilhado em mim. Ouvi meus queixumes na manhã fugidia, abençoei meu dia com fé e depois fiz um café que adoçou minha garganta e me deu um novo alento. Olhei lá fora, vi o sol, gotículas de orvalho ainda pousavam sobre a relva, a vida me sorriu, mas não compreendi o seu sorriso. Eu estava triste de uma tristeza diferente, chorei lágrimas pesadas e quentes, um pássaro cantou talvez me saudando. Me amanheci e me virei e tudo então se aclarou, percebi que ainda estava deitado e ouvi quando o relógio despertou. Cícero Alvernaz (autor) 15-12-2017.
SABOR DE HORTELÃ Saboreio o sabor do queijo, do beijo, do desejo, do amor, da vida, da bebida, da mão estendida, do abraço bem dado, do peixe pescado, do vinho, do ninho, do meigo carinho, do amor com jeitinho de quem muito quer, do olhar da mulher que vejo na esquina, do andar da menina que vem e que vai. Saboreio o sabor da fruta madura, da fruta que cai, do livro que abre e se oferece ao raro leitor. Saboreio o sabor do queijo, do beijo, do desejo, do amor, da rosa o frescor na linda manhã. Seu gosto na boca, vontade tão louca, sabor de hortelã. Cícero Alvernaz (autor) 14-12-2017
SER FELIZ Eu não sei o que é ser feliz. Para uns, ser feliz pode ser algo simples e singelo como pintar um quadro de amarelo. Para outros, pode ser a posse de muitos bens,  uma vida com muitas riquezas. Para algumas pessoas, pode ser a oportunidade de acordar cedo e ver o sol nascendo aos poucos e aquecendo o mundo e a vida. Eu não sei o que é ser feliz, se sou feliz, se fui feliz ou se serei feliz. Tem gente que pensa que ser feliz é ter boa saúde, porém saúde é algo natural e ela, por si só, não é felicidade. Afinal, o que é ser feliz? Vou te dizer uma coisa: ninguém é totalmente feliz, pois a vida é feita de momentos felizes, é recheada, também, de tristeza e infelicidade. Ninguém é feliz: nem eu, nem você, nem o homem mais rico desta terra, simplesmente porque felicidade não existe: felicidade é um substantivo abstrato, felicidade é aproveitar a vida e procurar viver de fato. Cícero Alvernaz (autor) 13-12-2017.
SE EU TIVESSE UMA FAMÍLIA Se eu tivesse uma família, ás vezes penso: como seria a minha vida? Se eu tivesse filhos, talvez genros ou noras, família unida, bem distribuída e alicerçada,  como seria a minha estrada, meu chão, meu coração? Se eu tivesse uma família eu teria um tesouro, algo que vale mais que o ouro. Eu seria mais amado, mais honrado e mais valorizado, teria alguém do meu lado, um amigo para chorar e sorrir comigo e não teria o castigo mesquinho de viver sozinho. Desde que perdi meus pais a minha vida se encheu de ais e de sonhos que não se realizam, de palavras e ações que ás vezes escravizam e ferem. Mas a vida sempre foi assim, como um tempo sem pressa cheio de promessa e de desenganos. Se eu tivesse uma família seriam diferentes os meus planos. Cícero Alvernaz (autor) 13-12-2017.
CULTO DOMÉSTICO Culto doméstico, ou culto em família era um costume muito bom, uma atividade realizada nos lares entre os filhos e os pais e que Deus aprovava e abençoava muito. Naquele tempo não havia os inventos que há hoje trazidos pela tecnologia para dentro dos lares. Não havia sequer televisão, em algumas casas nem havia rádio. A família se reunia e louvava a Deus com simplicidade, pureza e unção. Meu pai era o pastor e eu era o cantor, além de ser o pregador. Os filhos  e os pais se revesavam, cantavam e falavam da Palavra. Eu gostava tanto que às vezes, quando alguém esquecia, eu lembrava do meu "cultinho doméstico". Eu era tão feliz! Hoje muitas vezes, lágrimas tristes e saudosas molham o meu rosto. Esses cultos eram realizados à noite antes de se deitar. Era um momento de louvor e gratidão a Deus pelo dia e pela noite. Era tão bom que hoje eu me pergunto: por que não existe mais? Se eu tivesse uma família, com certeza, eu ia tentar ressuscitar esse culto. Às vezes
DIGITAIS Um toque, nada mais que um toque, apenas um simples contato, só isto e nada mais. Eu sinto no meu corpo as marcas indeléveis de suas digitais. Um carinho, mesmo que seja de mansinho como pétala de flor e não precisa mais. Eu sinto que me invade a sua identidade, as suas digitais. Apenas um olhar e um beijinho talvez no rosto ou na mão, pra mim já é demais. Eu sinto, eu percebo, impregnando em mim as suas digitais. Cícero Alvernaz (autor) 12-12-2017.
DEPOIS DOS 60 Completar sessenta anos é um marco e uma marca muitas vezes difícil de ser alcançada e que deve ser comemorada. Na verdade, passar de meio século já é uma marca na vida de qualquer pessoa. Quando se consegue essa proeza com boa saúde pode-se até soltar rojões. Ser um sessentão com tudo em cima hoje não é tarefa fácil pra ninguém e, portanto, deve ser comemorado. Para ser sincero, só de chegar á casa dos "enta" já é um grande motivo para comemoração. Cheguei aos 63 e já estou se ntindo os efeitos negativos, principalmente nos quesitos dormir e me alimentar. A gente fica mais susceptível, mais emotivo, mais sensível, mais carente e também mais sujeito a doenças "da idade". Não aparento essa idade, já me disseram, mas é só agachar, correr um pouco e subir em cima da casa que a realidade aparece. Agradeço a Deus por ter chegado nesta idade de forma tranquila e saudável. Daqui pra frente o que vier é lucro. Já estou no lucro. (12-12-2017)
JESUS Um mestre, um amigo, bondoso Salvador, me livra do perigo, me cobre com amor. Desceu de sua glória, por nós se humilhou, e sempre dá vitória, seu sangue me comprou. Andou por este mundo, a muitos deu perdão, com seu amor profundo me trouxe salvação. Amigo, advogado, amado e fiel, por Ele fui comprado, com Ele vou ao céu. Um mestre, um amigo, meu Rei e Salvador, que sempre está comigo quer seja onde for. Cícero Alvernaz (autor) 11-12-2017.
SEPARAÇÃO Quando o casal se uniu foi só felicidade, Foi muita festa, foi poesia, foi encanto. O mundo sorriu, na terra só se viu bondade, E a natureza os cobriu com o seu manto. Porém, em pouco tempo se desfez Aquele brilho todo, tantas cores. Passados, tão somente, mais de um mês Murcharam e secaram tantas flores... O amor de então gerou a desavença, No ar não existia mais perfume E se instalou nos dois uma doença Que é conhecida pelo nome de ciúme. E veio aos poucos uma tal desconfiança Que sufocava o amor e a harmonia. Daquele tempo bom só a lembrança Pairava qual um verso sem poesia. E assim aquele amor foi se acabando Deixando a chorar o coração. Em volta tudo foi se definhando E culminou com a separação. Cícero Alvenaz (Autor) Mogi Guaçu, 26-07-2012.
ELA ERA PEQUENA Ela era pequena, pouco maior que um grão. Eu ficava imaginando qual o tamanho do seu coração. Mas o seu coração era grande, do tamanho de um mamão. Era tudo história, mas essa história me impregnou de emoção e de poesia de tal forma que um dia eu resolvi escrever sobre ela. Como pode ser isto? Ela era tão pequena que cabia na palma da mão e ainda sobrava espaço. Imaginei como seria o seu abraço, o seu aperto de mão, o seu beijo, o seu sorriso. Ela era pequena, mas tinha um grande coração. Pensei, raciocinei e entendi que tamanho é algo estranho, não é uma medida, nem uma grandeza. Ela era pequena, mas dentro dela cabia toda bondade e toda beleza. (10-12-2017)
ESCADA ROLANTE É uma escada que rola quando sobe e quando desce. Ela facilita a vida de muita gente, mas tem pessoas que morrem de medo dela. A princípio dá medo mesmo, pois ela parece estar viva e pronta para matar qualquer pessoa. Mas ela apenas rola, não precisa subir os degraus e nem descer, é só colocar os pés e deixar acontecer. Não cansa nada e é bem rápida nos seus movimentos. A primeira vez que a usamos é até emocionante e eletrizante e dá até um friozinho na barriga. Penso às vezes se tudo na vida fosse como uma escada rolante, certamente pouparíamos muita energia e ganharíamos mais tempo. Essa escada, assim como o elevador, foram criados para facilitar a nossa vida, mas mesmo assim tem muita gente que não gosta. Gosto se aceita e se respeita, gosto não se discute. (09-12-2017)
GENTE TRISTE Gente triste que cambaleia, que situação tão feia, vive chorando as mágoas, com os olhos rasos d'água, reclamando da má sorte, até pedindo a morte sem vontade de viver. Caminha triste, sem rumo, vida torta e sem prumo, pois não tem o que comer, bebendo água do açude, sofrendo sem ter saúde, lutando pra não morrer. Gente triste que cambaleia, a tristeza incendeia o seu coração no peito. Vive fraco e sem jeito qual mendigo pelo mundo, vive só e moribundo como quem vai pro exílio sem alimentar o filho que chora pedindo pão. Gente triste que cambaleia, que situação tão feia, de partir o coração. Cícero Alvernaz (autor) 09-12-2017.
ESTRIBILHO Um pai, um filho, uma estrada, um começo, um fim, um sonho, uma chegada. Um riso, um choro, uma lágrima que cai no rosto, um olhar molhado, quente, orvalhado.  Um pai, um filho, um caminho, um trilho, um beijo no rosto, uma palavra dita com gosto. Uma ave que passa, um cheiro de fumaça no ar, uma criança a brincar, um livro, um poema. Um agrado de pai pra filho, um tema solto no ar, envolto, um desejo de crescer, voar, chegar mais longe. Um fio d'água correndo, uma borboleta por perto, uma planta aquática, uma criança estática olhando tudo com seu olhar fito, seguindo seu rito sem nada dizer, sem nada entender. Um pai, um filho, um cafezal em flor e um pé de milho. É a vida e o seu estribilho. Cícero Alvernaz (autor) 09-12-2017.
MEU PAI Meu pai me olhava e quase nada falava, me deixava pensativo. Ele não precisava falar, era só ele me olhar que eu já ficava ativo. Meu pai me escutava quando com ele eu falava com meu jeito de menino. Ele apenas me escutava e em silêncio ficava ouvindo o meu desatino. Meu pai me deixava, saía, depois voltava, alimento ele trazia. Eu ficava com saudade, ele ia á cidade, voltava no fim do dia. Meu pai era meu amigo, estava sempre comigo, mesmo quando se ausentava. Me tratava com carinho, me falava de mansinho, o meu pai nunca gritava. Meu pai de mim cuidava, pra passear me levava a cavalo ou a pé. Era um homem correto, era honesto, discreto, um homem de muita fé. Cícero Alvernaz (autor) 09-12-2017.
A PIOR DOR  A pior dor não é a física, pois esta é uma dor localizada e passa às vezes com um simples comprimido. A pior dor é a dor emocional, pois nesse caso é o coração que dói e teima em continuar doendo, mesmo depois de uma noite mal dormida ou de um longo tempo de sofrimento como se fosse um castigo imerecido. A dor do amor, da saudade, da decepção, da ingratidão, da agressão física ou não, a dor que fica e lateja no peito com o seu jeito fundo e profundo de doer. Esta é a pior dor, que nos priva do alimento, do sono e nos deixa no abandono sem saber o que fazer e nem para onde ir. Como é triste essa dor! Só Deus pode arranca-la do nosso peito.
OLHOS VERDES Ele resolveu comer poesia, mas acabou tragando versos que não se digeriram e o feriram por fora e por dentro e causaram uma dor que não parou até que uns olhos verdes o olharam e tão feliz o deixaram que ele sarou. 06-12-2017. Cícero Alvernaz
CONHEÇA MINAS GERAIS Quando se fala em Minas a primeira coisa que vem à mente de muita gente é a presença de gente que fala tudo errado com um sotaque esquisito, que muitos acham bonito, tem vontade de falar e tentam até copiar. Gente que gosta de gente, gente linda, transparente, mineiro é essa gente que gosta de prosear, gente que ama a vida, gosta de boa comida, gente cheia de alegria, gente que ama poesia. Quando se fala em Minas a primeira coisa que vem á mente de muita gente é simplicidade, pobreza, é ausência de beleza, casas velhas, muito mato, muita miséria, maltrato, cidadezinha qualquer sem esgoto, sem asfalto, na praça alguma mulher correndo de salto alto, gente tomando pinga, água fresca na moringa, criança abandonada, muito buraco na estrada. É esta a impressão quando se fala de Minas, mas Minas é muito mais, se quiser saber o certo conheça Minas Gerais. Cícero Alvernaz (autor) 06-12-2017.
TU ME AMAS? Acendendo a luz no peito, coração em chamas, tudo se ajunta e eu faço uma pergunta: tu me amas?
CONSTELAÇÃO Às vezes bate uma tristeza, mas uma hora ela passa. A vida é cheia de ondas que batem e se debatem. Nem sempre o sorriso é reflexo do coração ou da razão. Chorar ás vezes só serve para causar mal estar ou depressão. O amor é uma estrela e ás vezes é uma constelação. 05-12-2017. Cícero Alvernaz (autor)
AMOR MENSAL Amor mensal, amor especial, amor-sentimento, amor a contento, amor com data marcada, amor tão marcado, fortemente esperado como se espera um trem. Amor que vem no coração que bate descompassado, amor sem zoeira, amor sem fronteira, amor-cachoeira que vem como chuva, amor mão e luva, caindo no colo da gente, amor bem quente vestido de sol, imerso em sonhos, feliz e risonho como uma criança. Amor-esperança que entra na dança cheio de abraços e dá os seus passos nos braços do dia, amor-poesia, amor sem igual, amor mensal, amor especial. Cícero Alvernaz (autor) 04-12-2017.
NÃO SE CASE Não ame, não se apavore, não se descontrole, não se case, e se casar, não se separe, sofra calado, mesmo machucado, mesmo apaixonado, por alguém que não o quer. Valorize a mulher e se ela quiser faça-lhe uma aquarela, beija a mão dela, não ame, não desame, não se apavore, não se descontrole, afinal, para que amar, para que se casar se aqui tudo vai passar? Cícero Alvernaz (autor) 03-12-2017
TANTA COISA QUE NÃO FAZ SENTIDO Tanta coisa que não faz sentido na vida da gente, momentos de dor, ausência de amor, histórias confusas que às vezes ouvimos, pesar, ilusão e separação machucam sem dó o meu coração. Tanto sonho que virou fumaça e pó, intrigas e brigas que geram desentendimento, tanta coisa que não faz sentido na vida da gente, esperança perdida, estrada longa sem saída, tudo isto povoa nosso tempo, nossa vida. Eu sei que é preciso acreditar e esperar, há sempre um lenço branco acenando, há sempre no ar o som de uma canção, o amor permeia o tempo, dá alento, e há sempre um arco-íris nas asas do vento. Cícero Alvernaz (autor) 03-12-2017.
PRINCÍPIOS QUE NUNCA DEVEM SER APLICADOS EM SEU LAR Desde pequeno, faça tudo que o seu filho lhe pedir. Quando o seu filho se comportar mal, ria das situações e dê-lhe apoio. Não dê a seu filho formação espiritual, nem valores morais. Quando o seu filho precisar de você, diga-lhe que você está ocupado e que não tem tempo para ele. Ensine a seu filho a nunca aceitar um não como resposta. Trate o seu filho como um rei e não dê responsabilidades para ele. Deixe que o seu filho tenha como referência literatura obscena. Discuta com o seu cônjuge na presença de seu filho, falem barbaridades e briguem na presença dele. Nunca negue dinheiro ao seu filho, nem ensine como consegui-lo com esforço próprio. Deixe que o seu filho seja levado pelos seus instintos naturais. Dê sempre razão ao seu filho, mesmo que isto prejudique outras pessoas. Nunca exerça autoridades com justiça e manifeste o seu amor a ele em demasia. *Extraído do Folheto "Por uma família feliz - Clamor no Bairro"
EU QUERO PAZ NO MEU DIA Eu quero um pouco de alegria, na minha vida, no meu dia, quero sentir o coração alegre, quero ver o riso, ouvir o canto, quero ter meu instante de paz, quero ter um sono que satisfaz e viver uma nova realidade, quero viver longe da maldade, eu tenho necessidade. Eu quero um pouco de alegria, chega de tristeza no meu dia, chega de lágrimas no rosto, chega de viver com desgosto sem saber o que dizer, o que fazer, sem ter a paz de um sorriso, sem ter o carinho da esperança, sem ver a inocência da criança. Eu quero um pouco de alegria, eu quero paz no meu dia. Cícero Alvernaz (autor) 01-12-2017.
DEZEMBRO CHEGOU! Dezembro chegou! Chegamos ao último degrau da escada depois de uma longa caminhada de 365 dias que marcaram a vida de todos nós. Muita coisa aconteceu e está acontecendo nas diversas áreas de nossa vida,  no contexto da vida de cada um de nós. Mas Dezembro chegou e acena já para um novo ano que se aproxima. Esse mês evoca sentimentos os mais diversos,  pensamentos, planos e decisões, muitas delas inadiáveis. Luzes piscam, sons são ouvidos,  corações batem mais f orte em meio ao burburinho da rua, vitrines atraem piscando e avisando que dezembro chegou. O coração quase dispara no peito  e tudo tem um jeito diferente de falar e de atrair. A vida é composta de sonhos e realizações,  de poesia, fantasia e decepções.  Mas dezembro chegou para nos dizer que é possível sonhar e realizar sonhos, mesmo que sejam pequenos sonhos que acalentamos durante todo o ano.  O Deus-Menino está presente e alegra a alma da gente com sua meiguice, pureza e bondade.  A
EU POSSO NÃO SER UMA PESSOA FELIZ Eu posso não ser uma pessoa feliz, mas não sou uma pessoa triste, infeliz, caída, perdida entre soluços e lágrimas. Eu posso não ser um pássaro livre pelo céu, mas não sou um animal aprisionado entre grades, cadeados e pouca comida. Eu tenho a minha vida, saúde, amizade, carinho, sonhos, planos, pensamentos vários, vontade de ser o melhor entre os melhores, crescer por dentro e almejar sempre mais. Eu posso não ser uma pessoa feliz, mas não sou uma caricatura, alguém numa noite escura, um fantasma qualquer, um homem perdido, um animal sem destino, ferido. Eu posso não ser uma estrela cintilante, uma lua no céu guiando os viajantes, mas não sou um resto de história, alguém sem memória. Eu posso não ser uma pessoa feliz, mas tenho Deus que me ama e me entende, me dirige, me guia, me ajuda e me defende. Cícero Alvernaz (autor) 01-12-2018.
NUVEM PEQUENA Nuvem que segue pelo céu sem nuvem, pelo céu sem sonho, pelo céu azul, pelo céu tristonho que se estende além. Nuvem, doce amiga, nuvem que caminha, nuvem que se vai, bela nuvenzinha, hoje te contemplo neste belo templo que Deus planejou e depois criou e deixou o exemplo de simplicidade dessa nuvenzinha que além caminha pelo céu sem nuvem, pelo céu sem sonho, pelo céu azul, pelo céu tristonho que se estende além. Nuvem eu te vejo e estou distante, quero ver seu rosto, ver o seu semblante dentro do meu sonho. Cícero Alvernaz (autor) 30-11-2017.
FEIJÃO COM ARROZ Um, dois, feijão com arroz, assim pra nós dois, na mesma porção, arroz com feijão levando com o braço, usando a mão de forma mui louca pra dentro da boca. Três, quatro, fazer o prato, gostoso de fato com muito palpite e bom apetite pro velho e pro moço na hora do almoço um pouco de vida com muita comida e sem alvoroço. Cícero Alvernaz (autor) 30-11-2017
O OLHAR DA POESIA O olhar da poesia atravessa paredes, espalha sonhos, convoca estrelas, clareia o verso, enfeita o livro, transmite alegria, esquenta, esfria, zomba do tempo, ao mar desafia, penetra no dia, adentra a noite, caminha no escuro, reflete seu brilho no olhar da criança, caminha, avança, no berço do filho. O olhar da poesia a tudo incendeia, à noite clareia, se faz lua cheia e assim irradia tornando a noite no mais claro dia. Cícero Alvernaz (autor) 27-11-2017.
ROLINHA Você que é feliz, seu coração é pequeno, talvez nem tenha sentimento, você voa por aí ao sabor do vento, você brinca no quintal, se alimenta facilmente, come restos e sementes, pousa no galho escolhido, seu cantar é um gemido, seu ninho é de capim, seus ovinhos são pequenos, você vive sempre assim com sua linda imagem, com sua macia plumagem que é a sua roupagem, que é seu traje de luxo. Você que é feliz na sua simplicidade, no seu jeito de voar com tanta suavidade. Minha fiel amiguinha, encantadora rolinha, chorei tanto nesta vida e ainda vivo a chorar. Cícero Alvernaz (autor) 27-11-2017.
DESPEDIDA DE UM PASTOR Não gosto de falar de despedida, pois deixa meu coração sofrido, deixa minha alma dolorida e com uma sensação de quem perdeu a vida. Não gosto de falar de partida, nem gosto de separação, pois sempre o meu coração reclama e chora por dentro. Mas hoje é este o meu tema, é este o nosso assunto: falar de alguém que esteve tanto tempo aqui junto, mas hoje vai se despedir. Antes de falar de sua saída, quero falar de sua vida, falar de sua missão, do seu trabalho aqui que foi tão laborioso, tão útil e tão venturoso durante todo esse tempo que aqui permaneceu. Um obreiro que trabalha, enfrentou muitas batalhas, mas todas ele venceu como sempre acontece na vida de quem obedece ao Mestre que o escolheu. Hoje é sua despedida nesta etapa da vida de quem muito semeou e também muito colheu. A Deus agora eu peço muita benção e sucesso por onde por o teu pé. Que prossiga o seu caminho e nunca estejas sozinho, e que bem acompanhado, sai
PERGUNTAS E MAIS PERGUNTAS Quanto será que custa o aluguel de uma quitinete no céu? Quantas abelhas tem uma colmeia? Quantos quilos pesa uma baleia? Quantos tijolos são gastos para fazer um prédio de 20 andares? Quantos poemas escreveu Drummond? Quantos rios tem num mapa hidrográfico? Quantos gols marcou Jairzinho? Quantos beijos, em média, uma pessoa dá durante a vida? Quantas lágrimas ainda vou derramar? Quantas estrelas tem no céu? Quantos milhões de reais os políticos do Brasil já roubaram? Quantos casais já se separaram no Brasil depois da aprovação da Lei do Divórcio? Quantos poemas ainda vou escrever e quantos eu já escrevi? Quantas pessoas já leram os meus poemas? Perguntas, perguntas e mais perguntas. Todas sem resposta e a maioria sem nenhuma importância. Mas eu gosto deste exercício sem graça, sem eira, nem beira. Cícero Alvernaz (autor) 27-11-2017.
ESTRANHA VIAGEM A vida ás vezes nos pega de jeito e nos dá um nó sem dó, nem piedade. Um sonho que se esvai, uma folha que cai, um sorriso que se retrai, um amor que se vai, alguém que partiu e talvez não volte nunca mais, uma flor que murchou, uma cor que desbotou, um pesadelo que ficou na alma da gente e conosco permanece insistente. A vida ás vezes nos pega de jeito, uma dor que fere o nosso peito e parece que nunca mais vai sair, uma vontade de gritar sem ter forças, um desejo de sair sem ter coragem, a vida é uma estranha viagem. Cícero Alvernaz (autor) 27-11-2017.
A SAUDADE A saudade veio, veio de repente e inundou o meu caminho. A saudade extravasou no meu peito com seu jeito, invadiu minha cama, me pediu para ficar no canto e eu, inocente, deixei, mas logo depois peguei no sono, sonhei com a saudade na minha cama, percorri caminhos com ela, fiz-me companheiro dela e ela nunca mais me deixou. Cícero Alvernaz (autor) 25-11-2017.
NÃO SOU Não sou um incendiário, não sou um velho canário que canta sem saber o que está cantando. Não sou um falsário, não sou um perdulário que gasta o que tem e o que não tem. Não sou um dromedário, não sou um salafrário que não tem pena de ninguém. Sou um poeta sem eira, nem beira, sou alguém que não tem sequer um vintém e que mendigou amor a vida inteira. Cícero Alvernaz (autor) 24-11-2017.
MESTRE DRUMMOND A primeira vez que eu li um poema seu eu pensei que não era eu, que o poema não fosse seu, que o mundo fosse só eu e não sei o que me aconteceu. Achei lindo, achei bom, me admirei com o seu dom e depois fiquei sabendo que o poema era de Drummond. A primeira vez foi só a primeira vez. As outras vezes, sem conta, foi tudo muito lindo com a poesia sempre surgindo como se fosse um faz de conta. Hoje eu digo em alto e bom som: como é bom ler o mestre Drummond! Cícero Alvernaz (autor) 23-11-2017.
LONGA ESPERA Fiquei te esperando o dia inteiro, a espera foi mui longa e cansativa. Meu mundo desabou e foi caindo, meu sonho se ocultou e foi sumindo, só me restou a esperança ainda viva. Te esperei e te busquei com minhas forças, Chorei enquanto o tempo deslisava. Fiquei assim sem ver o que me via, fugiu de mim a flor e a poesia, nem mesmo percebi que eu chorava. A espera foi tão longa e cansativa, A tarde veio, mas você não veio junto. Meus olhos se molharam com meu pranto, a vida se tornou um triste espanto, fugiu de mim meu riso e meu assunto. Cícero Alvernaz (autor) 23-11-2017.
TUDO E NADA Vida desorganizada, casa desarrumada, pomar sem florada, amor na escada, olhar da amada, tudo e nada, vida desajeitada, família separada, espelho sem imagem destacada, rio de água parada, boi sem manada, cavaleiro sem estrada, sonho que não sonha nada, beijo sem os lábios da amada, verdade fabricada, livro de capa rasgada, mas essa vida desorganizada é muito abençoada. Cícero Alvernaz (autor) 22-11-2017.
COMPORTAMENTO Comportamento vem do verbo comportar. É uma forma de agir nos vários segmentos da vida em sociedade. Ninguém nasce com determinado comportamento, mas se adquire no correr da vida, dependendo do meio em que a pessoa vive. Tem bons e maus comportamentos de acordo com a avaliação geral. A pessoa, geralmente, muda o seu comportamento com o tempo de acordo com as fases da vida. Comportamento não é genético, não é biológico, mas pode ser adquirido de alguém. Todas as  pessoas tem comportamentos e alguns são estranhos: como viver por aí sem casa, sem emprego e quase sem roupa. Muitas vezes, isto é uma opção da pessoa, uma vida que a pessoa gosta de levar em busca de uma liberdade falsa e mentirosa. Há bons comportamentos, pessoas comportadas, educadas e finas, como se diz usualmente. Escrevendo agora, eu me pergunto: como tem sido o meu comportamento atual? Será que eu preciso mudar o meu comportamento? Preciso refletir mais sobre isto. (22-11-2017).