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Mostrando postagens de fevereiro 7, 2016
TENHO A IMPRESSÃO Tenho a impressão que já se acabaram os assuntos, que já se minguaram os temas, que já se sacrificaram os poemas e os jogaram debaixo da ponte. Tenho a impressão que já se secaram as fontes onde os animais bebiam, quando tinham sede iam bem juntinhos e sem pressa. Tenho a impressão que a poesia está distante, que no tempo talvez se perdeu, ou, quem sabe, desapareceu levando consigo as rimas. Tenho a impressão que o menino ficou velho e não brinca mais em mim, quem sabe, chegou o seu fim e eu ainda não percebi. Tenho a impressão que o sonho virou pesadelo, que o riso perdeu sua graça, que as crianças sumiram da praça e que o mundo se escureceu. Cícero Alvernaz (autor) 13-02-2016.
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AFÃ Salpicam sonhos, espalham risos, derramam gestos, semeiam livros, receitam flores, desejam sorte, e voam penas, se perdem folhas. Beliscam frutos, separam rios, caminham trilhos e cruzam pontes, encontram fontes e bebem águas, sepultam mágoas. Esquecem tudo e ficam mudos curtindo o tempo, amando o vento por um momento, por um instante. Salpicam sonhos ternos, risonhos, e a vida cresce e se enternece bem de manhã com sua força, no seu afã. Cícero Alvernaz (autor) 13-02-2016. Comentários Escreva um comentário...
TUDO É POESIA Esquece a poesia, vamos falar de melancia, mas melancia também é poesia. Vamos falar de outra fruta, qualquer fruta é poesia. Vamos falar da noite e do dia, noite e dia também são poesia. Então não vamos falar: vamos nos aquietar, vamos dormir e sonhar, mas dormir e sonhar também é poesia. Então vamos esquecer, esquecer que tudo é poesia. Vamos esquecer a poesia, vamos falar de alegria, de tristeza e de agonia, vamos falar de acidentes, de sofrimento, de gente que sofre, que chora, que lamenta, que implora, que odeia, que se chateia por qualquer coisa ou por coisa qualquer, seja homem ou mulher. Seja o que for, seja ódio ou amor, seja noite ou dia, seja tristeza ou alegria, seja até melancia, tudo, rigorosamente tudo, tudo, tudo, tudo é poesia. Cícero Alvernaz (autor) 13-02-2016. Curtir Comentar Compartilhar
FLORAÇÃO A vida floresce como a Natureza na primavera. Flores pequenas, miúdas que se abrem e muitas vezes logo murcham se acabam, se secam e se deitam. Estamos aqui agora, mas amanhã quem sabe onde estaremos? É a dança da vida com a morte, a dança do fraco com o forte, a melodia que acaba, silencia perde o som e a beleza, se perde se extasia, esfria... Mas a vida floresce. Cada flor, cada botão, todos têm a sua floração. Isto não é apenas reflexão ou simples divagação. Gosto de pensar na vida, gosto de me ater ao tempo, gosto de me agarrar ao presente, e ouço o insistente tique taque das horas. Como a natureza na Primavera, a vida é uma canção que tem o seu apogeu e a sua linda floração. Cícero Alvernaz (autor) 13-02-2016.
SENSO CRÍTICO Uma amiga de longe me perguntou: nada de chuva? Eu respondi: até agora nada, só previsão furada. Se previsão acertasse não seria previsão: seria convicção. É como horóscopo: nunca acerta, mas a gente sempre acha que quem está errado somos nós. "Vai vê que eu não li direito". Como faz falta o senso crítico! Cícero Alvernaz (autor) 13-02-2014
UMA EXPRESSÃO DE AMOR A mãe penteando o cabelo da filha, puxa, estica, enrolha e alisa. A filha reclama e chora, diz que está doendo,  diz que está sofrendo, mas a mãe continua. O pente vai fundo na raiz do cabelo, a mãe fica de olho para ver se tem piolho, a filha continua reclamando, diz que está doendo, diz que está sofrendo, mas a mãe não liga, não dá a mínima importância, finge que não ouve, finge que não vê. A mãe penteando o cabelo da filha finalmente terminou e a filha reclamou, mas no fundo ela gostou e a mãe também gostou, pois pentear o cabelo de um anjinho é também uma expressão de amor e de muito carinho. Cícero Alvernaz (autor) 12-02-2016.
ENTRE UMA GAÚCHA E UMA SERGIPANA Entre uma gaúcha e uma sergipana, entre o céu e a terra, entre a terra e o mar, entre o claro e o escuro, entre a rua e o muro, entre o verde e o amarelo, entre a cruz e o martelo, entre o chicote e a vara, entre a noite e o dia, entre o verso e a poesia, entre o José e a Maria, me postei descabelado sem poder olhar pros lados, sem poder olhar pra frente, me vi perdido de repente como o cabelo no pente, como o peixe no anzol, como o pobre no sol, com meu pescoço na peixeira e as duas fazendo zoeira bem perto do meu ouvido, eu só escutava o zumbido, mas não entendia nada, por fim cessou a discussão e eu saí na contramão porque sou ativo e hoje, felizmente, estou bem vivo. Cícero Alvernaz (autor) 12-02-2016.
SEXTA FEIRA Sexta feira, véspera de sábado, antevéspera de domingo. Um dia comum como qualquer um, um dia de sol, mas podia ser de chuva. Os passarinhos ainda cantam, daqui ouço o bem-te-vi chamando a minha atenção, talvez dizendo que hoje é sexta feira. O dia corre, a água escorre, é de manhã e já tem gente de porre. Gente que festeja sexta feira, mas bebe todo dia, toda hora, quando chega e quando sai e vai embora. Bebe por força do vício desde o início até o fim do dia. Dizem que sexta feira é dia de beber. Então beba todas, só não venha me aborrecer. O bem-te-vi parou de cantar. Ele não deve ter gostado dos meus versos. Cícero Alvernaz (autor) 12-02-2016.
COMO É BOM RECORDAR! Dias findos, passados e lindos, dias de outrora diferentes dos de agora, dias de calma, balsamo pra alma, correr, crescer, viver e se entreter, tanta coisa aprender... Vivenciar, sorrir, chorar, amar e se embalar na música do tempo ao toque do vento, se espreguiçar e se alegrar a todo momento, e amanhecer sorrindo ao ver o dia lindo. Adormecer cantando um verso recitando, viver em paz amando, à vida se entregando, na relva se deitando e sempre despertando ao som dos passarinhos que emigram de seus ninhos. Bom tempo de criança, amor e esperança, na relva se deitar, o céu azul olhar contando as estrelas tão longe a cintilar. Dias findos, passados e lindos, como é bom recordar! Cícero Alvernaz (autor) 11-02-2016. Curtir Comentar Compa
CORRIMÃO No corrimão segurei e subi bem apressado, como quem vai para o céu. Galguei a escada comprida, pensei na morte, na vida, mas com força resisti, o mundo girou num instante, a vida parou ofegante, a escada comprida subi. A vida é uma escada na qual se sobe ou se desce, a vida não tem corrimão, o seu limite é o chão onde tudo se acaba e se esquece. Enquanto a escada eu subia fiquei pensando na vida, enquanto a escada eu descia bem pequeno eu me sentia. Cícero Alvernaz (autor) 10-02-2016.
MEU AMOR O meu amor não é meu, não é propriedade minha, o meu amor aconteceu não sei se de noite ou de manhãzinha. Mas isto não faz diferença nos trajetos desta vida, nesta lida tão intensa, nesta tão intensa lida. O meu amor não me pertence, é livre e preso assim. Com carinho a gente vence do princípio até o fim. E assim o sol se esconde e se põe sobre este amor. Eu me vou não sei pra onde, mas eu sinto seu calor. Cícero Alvernaz (autor) 10-02-2016.
CORRIDA DE PAZ Não vale correr na frente, não vale esbarrar na gente, não vale chutar o calcanhar, não vale empurrar de repente e fazer a gente desabar. Não vale puxar a camisa, não vale puxar o pescoço, não vale abrir os braços, não vale abrir o compasso, não vale quebrar o osso. Não vale parar de repente, não vale atropelar a gente, não vale cuspir no chão, não vale meter a mão, não vale usar o dente. Não vale nesta corrida correr e arriscar a vida, pois é corrida de paz. Ninguém fica tanto na frente, ninguém fica tanto atrás. Cícero Alvernaz (autor) 10-02-2016.
NA CASA DO POBRE                                                O vendedor só vê pobreza                                                Na casa do pobre quando bate.                                                A porta se abre, o cachorro late,                                                O gato mia e tudo principia.                                                O tema do assunto é só tristeza, fome,                                                Amargura, pobreza,                                                Falta de sossego e falta de emprego.                                                O vendedor, com dó, não vende, mas dá.                                                Depois vai embora                                                E deixa tudo como está.                                                O pobre agradece                                                E diz que não merece,                                                Mas prec
PANELAÇO Panelaço, buzinaço, estardalhaço, tarifaço, o que é que eu faço pra viver neste País? E o povo sai pras ruas, mas a crise continua, continuam os aumentos e prosseguem os lamentos, tanta dor e sofrimento deste povo infeliz. Panelaço já se ouve e também agitação quando na televisão ela vai se apresentar. Fala bem de seu governo, e diz que não houve blefe, e quer recriar a CPMF, aquele maldito imposto. E o povo então com gosto e com muito estardalhaço aciona as buzinas e começa o buzinaço e também o panelaço. Cícero Alvernaz (autor) 09-02-2016.
ACABOU O CARNAVAL Acabou o carnaval. Agora o País pode voltar ao normal. O policiamento pode voltar ás ruas, o povo pode voltar ao trabalho, as crianças podem voltar ás escolas e até os políticos podem voltar para Brasília. Ninguém sabe os resultados finais, quanto se gastou de dinheiro público, quem lucrou e quem perdeu. Na verdade, todos nós perdemos, de uma forma ou de outra. Por fim, quem vai acreditar num País que perde 5 dias ou mais com uma festa popular onde pode tudo e as pessoas não podem ser presas, ou só em casos muito especiais? Para piorar, um País que vive a sua pior crise em 515 anos, com recessão, inflação em alta, desemprego, confusão e muita corrupção. Um País que há muito tempo flerta com o caos. Mas, enfim, acabou o carnaval. É hora de rasgar a fantasia e voltar para a realidade. Triste realidade, por sinal. Cícero Alvernaz (autor) 09-02-2016.
CARNAVAL É CULTURA?  Dizem que carnaval é cultura, mas eu pergunto: que tipo de cultura ou para que serve essa cultura? Dizem que é cultura popular, talvez pelo fato de envolver muita gente, muito dinheiro e entretenimento para todos os gostos. Existem vários tipos de cultura, existe até a cultura religiosa. Sem entrar em detalhes, a "cultura" do carnaval está mais para "festa com diferentes opções e apelações" do que propriamente para cultura. O fato é que no carnaval não há limites e em toda expressão cultural há. A cultura passa alguma mensagem, deixa algum exemplo, resume algum motivo e passa algum sentimento na sua forma de expressão. Enfim, existe uma disciplina rígida e um compromisso com o seu viés cultural. Resumindo, se o carnaval é cultura, qualquer outra expressão popular também é cultura. Eu diria que o carnaval em si é a banalização da cultura. Cícero Alvernaz (autor) 09-02-2016.
PESSOAS INTELIGENTES As pessoas inteligentes geralmente não focam apenas em um ponto. Não perdem tempo batendo numa mesma tecla por muito tempo e ouvindo o mesmo som irritante de um só instrumento, não se satisfazem com o trivial, o cansativo, o repetitivo samba de uma nota só. Elas querem mais e quando começam uma conversa já ficam imaginando as opções dentro do assunto e muitas vezes deixam o interlocutor perdido com perguntas, questionamentos e ironias que brotam de repente. Uma vez alguém criticou o movimento "Marcha pra Jesus" e depois me perguntou o que eu achava e eu respondi: "eu não acho: eu tenho certeza". Na verdade, eu não tinha tanta certeza, mas usei essa forma para impressionar. Meias palavras ás vezes dizem mais do que longos discursos. Jesus era mestre também nisto. Quando alguém o perguntou se ele era o rei dos judeus ele respondeu: "tu o dissestes, eu para isto nasci, pra isto vim ao mundo". Discutir com uma pessoa desta é quase impossí
FILHO DA ROÇA Sou filho da roça, contra este sentimento não há quem possa. Um lugar seguro com um ar tão puro, eu vos asseguro: vale a pena morar. Ver de manhã os passarinhos, cantando a sua canção, e á tarde eles vão para os ninhos, juntinhos, que grande emoção! Sou filho da roça, morei numa choça ao pé de uma serra. Bebi da água da fonte, andei e corri pelos montes, pesquei e nadei nos rios, enfrentei alguns desafios tanto de noite quanto de dia, cantei, escrevi poesias, amei, tive muita alegria, mas também chorei. Andei muitas vezes no mato, sou filho da roça, contra este sentimento não há quem possa. Hoje vivo na cidade e ás vezes tenho saudade daquela vida de outrora, daquele tempo feliz. Sou filho da roça, morei numa choça - eu era um poeta aprendiz. Cícero Alvernaz (autor) 08-02-2016.
EXCOMUNGADO Fui despejado, desfiliado, desaforado e desligado, abandonado, escorraçado, e fui cassado, desalojado, desinfetado e despistado, esvaziado e encrencado, desaforado, desconjuntado, desesperado e detestado, demonizado, dedetizado, desajeitado e desalmado, veja o estado tão humilhante e humilhado que um cidadão, por expressar a opinião, ficou exposto, foi colocado. Não tive chance de aparecer, abrir a boca, me defender, mas fui pilhado e desligado, apedrejado, crucificado, como alguém que representa todo espinho, todo pecado. Isto ocorreu dessa maneira, por um motivo que não se sabe, não se alardeia, não se comenta, porém, se fala e o que se diz é que esse tal excomungado teve a coragem de escrever alguma coisa, uma matéria, preste atenção, agora veja, contra interesses de uma igreja. Cícero Alvernaz (autor) 08-02-2016.
OFERECER E DAR  Dizem que quem oferece não quer dar.  As pessoas normalmente oferecem por educação,  mas geralmente, não querem dar ou não tem para dar.  Apenas oferecem por oferecer.  Quando a pessoa aceita cria-se um problema,  pois tem que dividir ou dar tudo que tem e ficar sem nada.  Às vezes a pessoa prefere dar tudo a ter que dividir,  já que ofereceu e a pessoa aceitou.  Uma coisa é oferecer (por educação)  a outra é dar por amor e consideração. Quem realmente quer dar não oferece,  pois dar não é simplesmente oferecer,  mas é entregar de todo  o coração.  Quem quer dar, realmente, entrega  e faz questão que a pessoa aceite.  Por isto quando alguém me oferece algo,  normalmente eu não aceito  até para não constranger a pessoa.  Parece algo simples, mas isto pode causar  constrangimento de ambos os lados.  Hoje, até para ser educado às vezes é complicado. Cícero Alvernaz (autor) 08-02-2015.
PEGADINHAS Pegadinha é quando uma ou mais pessoas caem em alguma brincadeira previamente ensaiada visando enganar ou mesmo humilhar alguém. Isto ainda faz sucesso, mas fez muito mais sucesso a partir da década de 80 na televisão brasileira. É uma brincadeira perigosa e muitas pessoas já se machucaram participando dela. Todos nós caímos em pegadinhas diariamente, pois elas existem por aí e visam sempre nos enganar. São verdadeiros golpes que acontecem de vários lados e em diversas situações e ás vezes prejudicam milhões. O golpe mais conhecido é o da política, quando uma pessoa mente, promete, esconde dados importantes, pratica toda sorte de "maracutaias" e pedaladas para atrair e enganar as pessoas e em contrapartida conseguir o voto delas. Acontecem também fraudes eleitorais valendo-se da fragilidade das urnas eletrônicas que todo mundo sabe que não passam nenhuma segurança, podendo ser facilmente fraudadas. O eleitor-cidadão-brasileiro acaba caindo nesta pegadinha e quand
BONITA E CHEIA DE GRAÇA Bonita e cheia de graça como se fosse uma flor, vejo quando ela passa com seu charme, seu calor. Ela tem cheiro de rosa, pelo menos para mim, e se vai deliciosa desfilando em seu jardim. Bonita e caprichosa, doce qual fruta madura, quando vejo a minha rosa sinto a sua doçura. Às vezes me perco sozinho, me vejo sem outra opção, lhe ofereço meu carinho com amor e emoção. Fico olhando, ela passa, mas não me dá atenção, bonita e cheia de graça faz pulsar meu coração. Cícero Alvernaz (autor) 07-02-2016.