Postagens

Mostrando postagens de dezembro 17, 2017
ALEGRIA E POESIA Alegria rima com poesia, mas poesia nem sempre traduz alegria. Poesia é um toque de tristeza misturado com uma pitada de beleza temperada com sutileza sem esquecer a leveza da pluma, da pena, da rima doce e serena, que envolve o verso como o perfume na flor, como o riso nos lábios, como o som no instrumento, a inspiração que vem num momento trazida, muitas vezes, pelo vento. Poesia não se define, não se encontra na rua, poesia é algo que flutua de forma clara e direta e pousa no olhar do poeta como se fosse um cometa, ou uma simples borboleta. Poesia, enfim, é a flor mais linda que enfeita o jardim. Cícero Alvernaz (autor) 22-12-2017.
PRIMEIRO TREM Vou no primeiro trem, aquele que passa de madrugada, vou chegar bem de manhã e você vai estar acordada. Vou chegar bem de mansinho, você vai estar de pé, estará bem animada e vai me servir um café. Vou te encontrar sorridente, com carinho me esperando, você virá me encontrar bem feliz me abraçando. Será tão lindo, meu bem, esse encontro de nós dois, eu posso até imaginar o que faremos depois. Cícero Alvernaz (autor) 22-12-2017.
PARENTE AUSENTE Parente ausente que não liga pra gente, desaparece de repente, não é frio, nem é quente, não é triste, nem contente, não fala a verdade, nem mente, não é liberal, nem é exigente, não é pra trás, nem é pra frente, não é ateu, nem é crente, não está acordado, nem dormente. Parente ausente não mente, nem desmente, não anda solto, nem usa corrente, não é burro, nem é inteligente. Parente ausente que não liga pra gente, desaparece de repente, não vê e não sente, é uma realidade presente, é algo muito comum na vida de tanta gente. Cícero Alvernaz (autor) 22-12-2017.
A VISITA DO VENTO O vento entrou pela porta, soprou sobre os móveis, beijou a cortina, deu um sorriso, recitou um verso, depois foi-se embora, saiu porta a fora. Eu não entendi a sua visita, seu jeito de entrar sem minha licença, sem meu consentimento. Eu não entendi a visita do vento. Eu não entendi a sua mensagem, seu rápido aviso, porém, achei graça. O vento entrou pela porta que estava entreaberta qual fosse um alerta. Esperei a sua volta tentando entender, a sua visita. Queria saber o real motivo, da sua presença, mas ele se foi. Cícero Alvernaz, 22-12-2014.
INCRÍVEL Dividir o indivisível, acreditar no impossível, crer naquilo que é incrível e falar o indizível, espalhar o otimismo, rejeitar o pessimismo, desejar o que convém, viver na força do bem, dar sem perguntar a quem, contar as estrelas do céu, viver namorando a lua, andar cabisbaixo na rua, discutir e questionar, mas sempre acreditar que o difícil é possível, crer naquilo que é incrível e falar o indizível, espalhar o otimismo, rejeitar o pessimismo, desejar o que convém, viver na força bem e orar a Deus com fé e depois dizer: amém! Cícero Alvernaz (autor) 22-12-2016.
MUITA GENTE FALA EXATAMENTE ASSIM Levanto ainda cum sono, lavo a cara i vô a luta pra minha labuta. Visto carça de trabaio, coloco meu sapatão, minha camisinha esfarrapada, mais ainda tá boa pro sirviço e vô tomá meu café cum leite. Adispois como um pedaço de quejo branco e tomu mais um gole de café preto e me preparo pra i pro eito, onde o mato me ispera. Sô rocero, num nego, me apego a essa vida que foi a mió que Deus me deu. Num tenho rependimento de vivê ansim, inté gosto da vida qui levo. Já ia me isqueceno: antes eu pego a inxada bem amolada, meu chapelão de aba larga que é pra mode me protegê do sor. Genti, to ino já, o dever mi ispera. Vô cum fé e corage nessa minha viage. Sô trabaiadô rocero, num nego, essa é minha vida e inté me orguio de sê ansim. Fica cum Deus, minha genti! Inté otro dia! (22-12-2016)
CORTE DE CABELO Hoje tudo modernizou e existem cortes de cabelo para todos os gostos. E existem homenagens para times, artistas e até para personagens suspeitos. Mas antes não era assim, aliás, nunca foi assim. É um modismo, uma onda de imitação, cópia, ilusão e gostos os mais diferentes e inusitados. Penso nos barbeiros ou cabeleireiros, no trabalho que tem para atender a sua exigente freguesia. O moleque chega e diz: Eu quero o desenho ou o retrato do Vampeta, outro pede o  do Messi ou do Neymar e o barbeiro tem que se virar para agradar a sua freguesia. No meu tempo era o básico do básico, com uma tesoura, muitas vezes enferrujada e quase sem corte, uma máquina manual e uma gilete, no final, para fazer o pé do cabelo. E nada de desenhar o Pelé, o Tostão, o Reinaldo ou o Cerezzo na cabeça de ninguém. Mas a coisa pode piorar mais ainda. Já pensaram se de repente os fregueses pedirem para desenhar algum político? Vai ser Lula, Maluf, Bolsonaro, Marina ou até mesmo o Dória na cabeça e n
FIM DE ANO Fim de ano, moleza, rio sem correnteza, fome, fome e mais fome, comida, comida e mais comida, bebida, bebida e mais bebida como se amanhã fosse acabar a vida e tudo fosse sumir de repente de uma forma trágica num toque de mágica. Fim de ano, preguiça, nada esquenta, nada atiça, tudo vira barranco pra se encostar, tudo vira motivo pra comemorar enquanto muitos estão a chorar. Fim de ano, tenho vontade de dormir e só no ano que vem acordar. Cícero Alvernaz (autor) 21-12-2017.
NATAL LUZ Natal sempre é luz, Natal reluzente, iluminado, resplandecente, Natal de Jesus,  a luz do mundo. Natal luz, Natal de Jesus, presente do céu, não de Papai Noel, mas do papai do céu que ilumina esse mundo com seu amor tão profundo na pessoa de Jesus, a nossa luz, o nosso Natal Luz. Cícero Alvernaz (autor) 20-12-2017.
VENTILADOR DE TETO O ventilador do teto sopra um vento silencioso, um refrescante vento que vem a todo momento combater o meu calor indesejado e eu fico calado só sentindo o vento e ouvindo o barulho do ventilador do teto, que sopra um vento silencioso, um refrescante vento que vem a todo momento combater o meu calor indesejado que deixa o meu corpo suado, o meu pensamento paralisado, vontade de ficar aqui deitado só sentindo o vento que vem a todo momento combater o meu calor indesejado com o seu frescor abençoado. Cícero Alvernaz (autor) 20-12-2017.
LAMBER O PRATO Expressão e ação antiga, costume que se tinha no passado, lamber o prato e até a panela, comer no caldeirão e comer na tigela, comer tudo, até ao fundo, passar a colher na beirada, aproveitar até o último grão, comer devagar, com lentidão, cada caroço de arroz, cada caroço de feijão como se fosse a última comida, como se fosse o último dia de vida, como se fosse o último almoço, como se fosse a última janta, como se fosse o último suspiro, como se fosse o último momento na última passagem do vento que tudo leva e nada deixa, além dos ais e das queixas. Lamber o prato com vontade passando a língua em toda extremidade, disto eu não tenho boa lembrança, disto eu não tenho saudade. Cícero Alvernaz (autor) 19-12-2017.
JESUS Jesus foi menino, viveu em Nazaré, com José, seu pai adotivo aprendeu a profissão de carpinteiro. Viveu uma vida comum, lá ele era mais um, não tinha luxo nenhum, viveu na simplicidade naquela pequena cidade com seus pais e seus irmãos em perfeita união. Jesus foi menino, nasceu em Belém de Judá, nos arredores da cidade, nasceu na humildade numa simples manjedoura no meio dos animais, numa noite especial que ficou conhecida como a noite de Natal. Cícero Alvernaz (autor) 19-12-2017.
SAUDADE Já escrevi muito sobre saudade. Meus leitores que o digam! Mas, por mais que eu escreva, saudade será sempre um tema novo, belo e instigante. Saudade tem cor, sorriso, gestos, palavras e lágrimas. Saudade tem um jeito diferente de apertar o peito. Saudade tem um olhar penetrante, um jeito presente de ficar distante, uma forma meio brusca de chegar e invadir sem pedir licença. Saudade não é só um tema ou um poema, um verso solto, uma frase. Saudade não é uma fase, algo que passa num toque de mágica obedecendo a uma vontade. Saudade tem nome, sobrenome e RG. A minha saudade é você. Cícero Alvernaz (autor) 19-12-2017.
MORTE SOBRE O ASFALTO Caiu, desmoronou e ficou sobre o asfalto quente que lhe queimou a mente, o peito e o coração. Passou a fome, passou o medo, se revelou o segredo e o dia ficou em segundo plano. O sol ficou sem brilho e o seu calor se esfriou, congelou e se fez pedra. Aves planaram sobre o asfalto, pessoas passaram e se foram, trabalhadores sequer olharam o corpo inerte, sozinho e frio. O riso se perdeu na boca do dia, até o poeta esqueceu sua poesia, o mundo se virou para ver, mas nada viu, nem percebeu. Enfim, nada restou e nada sobreviveu daquele corpo inerte, sem vida, que desmoronou e ficou sobre o asfalto quente que lhe queimou a mente, o peito e o coração. Cícero Alvernaz (autor) 19-12-2017.
CARICATURA Caricatura caricata, abstrata, mercadoria barata, gente chata, doce em lata, gravata apertando o pescoço, velho pensando que é moço, gente fazendo alvoroço, carro cruzando a ponte, viagem a Belo Horizonte, gente de olho na gente parece que vai nos comer, dá vontade de correr e até se esconder, caricatura caricata, mercadoria barata, conviver com gente chata que não sabe, odeia quem sabe e pensa que sabe, e acha que sabe, mas já provou que não sabe. Caricatura, jogo de empurra-empurra, gente tonta, gente burra que precisa levar uma surra para, quem sabe, aprender. Assim se passa a vida com sua cara lambida e eu fico aqui sem saída, sem saber o que fazer. Cícero Alvernaz (autor) 18-12-2017.
CIDADEZINHA DE MINAS Cidadezinha de Minas, mato, morro, cachoeira, animais na rua, gente andando sem destino, brincadeira de menino, sorriso sem dente, gente feliz e contente, águas cristalinas... Cidadezinha de Minas, lugar de muita tristeza, lugar de muita pureza, lugar de muita alegria, muita festa, poesia, som, amor e nostalgia. Cícero Alvernaz (autor) 17-12-2017.
ME DESCOBRI ESCRITOR Me descobri escritor, mas não sou exatamente um escritor na melhor acepção da palavra. Escrevo com a alma, rabisco com a pena, formo frases, versos e poemas, escolho um tema e o desenvolvo dentro da minha criatividade, ajudado ou impulsionado por minha fiel inspiração. Viajo nos sonhos que advém dos versos, salto colinas, cruzo esquinas, atravesso a rua e o sonho continua em mim como a flor num jardim, como o brilho no dia, como a rima na poesia, como o sapo na lagoa, como a planta na terra boa, como a criança com seu brinquedo, como o homem com o seu medo, como o jardineiro cuidando da flor, como o poeta falando de amor. Me descobri escritor, mas não sou exatamente um escritor na melhor acepção da palavra. Mas a poesia pulsa em mim e exige que seja escrita, meu coração palpita e bate forte por ela, saio lá fora, me busco, me procuro entre as flores, do mundo sinto as dores que meu corpo arrepia, então volto cabisbaixo e escrevo mais uma poesia. Cícero Alve
FALANDO SOBRE O NATAL  Natal é nascimento, começo, floração, beleza, canção, vida se abrindo e a tudo colorindo. Natal acontece o ano todo, pois a vida sempre nasce e morre com o passar do tempo, tem começo, meio e fim. Natal, enfim, é festa pelo nascimento, pela colheita, pelo presente, pelo milagre da vida que se abre como uma semente que brota da terra em forma de uma plantinha. Natal é Jesus e Jesus é o verdadeiro Natal, é o maior presente de Deus à humanidade , assim crê a cristandade em todos os recantos do mundo. O que não é Natal? Natal não é comércio, exploração, desperdício de comida enquanto tantos passam fome e nem tem com que se cobrir. Natal não é Papai Noel, figura excêntrica, popular e populista que só existe porque há interesses comerciais em torno dele. Natal, enfim, não é o que ora se vê e se lamenta, pois o Menino, o verdadeiro Natal, sequer é convidado para esta festa de exageros e excentricidades. O meu Natal acontece todos os dias, pois Jesus a cada manhã nasce