SIMPLES PIRILAMPO
Contando dias
formam-se meses,
às vezes anos
e até séculos
de uma vida sem flores,
carente de amores
e prestes a se tornar raiz.
Fazendo contas,
e também poemas,
desenhei um rio no peito,
fiquei sem saber o resultado,
mas me senti feliz.
A estrada veio,
eu fui resignado, submisso,
contei estrelas, revi planetas,
colecionei borboletas
que voavam no quintal.
Meu pé doeu no chão,
tropecei, mas me contive,
o riso se foi na tarde mansa,
me vi distante qual criança
que perde o rumo sem saber,
corri o risco de ficar sozinho,
me senti tão pobrezinho
que não pude me conter.
Eis-me de volta ao campo
como um simples pirilampo
que não sabe mais piscar,
nem sabe mais se acender.
Cícero Alvernaz (autor)
15-12-2017.

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