CORTE DE CABELO
Hoje tudo modernizou e existem cortes de cabelo para todos os gostos. E existem homenagens para times, artistas e até para personagens suspeitos. Mas antes não era assim, aliás, nunca foi assim. É um modismo, uma onda de imitação, cópia, ilusão e gostos os mais diferentes e inusitados. Penso nos barbeiros ou cabeleireiros, no trabalho que tem para atender a sua exigente freguesia. O moleque chega e diz: Eu quero o desenho ou o retrato do Vampeta, outro pede o do Messi ou do Neymar e o barbeiro tem que se virar para agradar a sua freguesia. No meu tempo era o básico do básico, com uma tesoura, muitas vezes enferrujada e quase sem corte, uma máquina manual e uma gilete, no final, para fazer o pé do cabelo. E nada de desenhar o Pelé, o Tostão, o Reinaldo ou o Cerezzo na cabeça de ninguém. Mas a coisa pode piorar mais ainda. Já pensaram se de repente os fregueses pedirem para desenhar algum político? Vai ser Lula, Maluf, Bolsonaro, Marina ou até mesmo o Dória na cabeça e no coração de muita gente. A arte tem limites, mas a paixão, seja ela por quem for, não tem. (21-12-2017)

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