O COMELÃO
Ele comia de tudo e comia tudo se deixasse, por isto ele era chamado de Comelão. Não sei onde cabia tanta comida e o que ele fazia com aquilo tudo dentro de si, espalhado pelo seu avolumado ventre. Mas ele nem ligava se alguém falava, mas comia e nunca parava. Às vezes faltava pros outros quando alguém atrasava e quando finalmente chegava só as panelas encontrava. Ele comia tudo: desde arroz até carne, feijão, tutu, angu, macarrão, alface, agrião, tomate, repolho farinha, couve, salsinha e o que o que mais tinha pela frente. Alguém comentou: "Esse aí vai morrer de tanto comer", mas ele não morria e quanto mais o tempo passava mais ele comia. Cada prato que ele comia parecia uma gamela, uma tigela, uma bacia. Ele comia por um batalhão. Esse comelão um dia morreu, mas não foi de tanto comer: foi de acidente. Desde então ninguém mais falou no Comelão e alguns dizem que ele nunca existiu. Dizem que isto foi tudo uma invenção. Cada um fique com a sua opinião.
(16-10-2019) Cícero Alvernaz, autor.
Ele comia de tudo e comia tudo se deixasse, por isto ele era chamado de Comelão. Não sei onde cabia tanta comida e o que ele fazia com aquilo tudo dentro de si, espalhado pelo seu avolumado ventre. Mas ele nem ligava se alguém falava, mas comia e nunca parava. Às vezes faltava pros outros quando alguém atrasava e quando finalmente chegava só as panelas encontrava. Ele comia tudo: desde arroz até carne, feijão, tutu, angu, macarrão, alface, agrião, tomate, repolho farinha, couve, salsinha e o que o que mais tinha pela frente. Alguém comentou: "Esse aí vai morrer de tanto comer", mas ele não morria e quanto mais o tempo passava mais ele comia. Cada prato que ele comia parecia uma gamela, uma tigela, uma bacia. Ele comia por um batalhão. Esse comelão um dia morreu, mas não foi de tanto comer: foi de acidente. Desde então ninguém mais falou no Comelão e alguns dizem que ele nunca existiu. Dizem que isto foi tudo uma invenção. Cada um fique com a sua opinião.
(16-10-2019) Cícero Alvernaz, autor.
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