O PEDIDO DE UM FILHO
Bom dia! Onde ocê vai minino?
-Vô pur aí e não vorto mais.
O que aconteceu?
-Meu pai me bateu.
Mas isto num é mutivo pra ir embora!
-É qui num foi ocê qui apanhou!
Deixa de cunversa, minino, vorta pra casa!
-Num vorto, num vorto e num vorto!
Seu pai deve tá preocupado.
-Pobrema dele!
Vem aqui, senta um poco, vamo cunversá.
-Tudo bem, falá uquê?
Pensa na sua casa, seu pai é bão, sua mãe é uma santa, num fais isto não, vorta!
-Vô pensá...
Pensa bem, seu pai deve tá chateado e até arrependido...
-Pensano bem... acho que vô vortar, mas vô pidi uma coisa pra ele...
Pidi uquê? Vorta e pede perdão pra ele.
-Não, eu vô pidi otra coisa.
Uquê? Posso sabê?
-Pode sim. Vô pidi a ele pra ele dexá eu trabaiá com a inxada dele. A minha tá muito cega.
Bom dia! Onde ocê vai minino?
-Vô pur aí e não vorto mais.
O que aconteceu?
-Meu pai me bateu.
Mas isto num é mutivo pra ir embora!
-É qui num foi ocê qui apanhou!
Deixa de cunversa, minino, vorta pra casa!
-Num vorto, num vorto e num vorto!
Seu pai deve tá preocupado.
-Pobrema dele!
Vem aqui, senta um poco, vamo cunversá.
-Tudo bem, falá uquê?
Pensa na sua casa, seu pai é bão, sua mãe é uma santa, num fais isto não, vorta!
-Vô pensá...
Pensa bem, seu pai deve tá chateado e até arrependido...
-Pensano bem... acho que vô vortar, mas vô pidi uma coisa pra ele...
Pidi uquê? Vorta e pede perdão pra ele.
-Não, eu vô pidi otra coisa.
Uquê? Posso sabê?
-Pode sim. Vô pidi a ele pra ele dexá eu trabaiá com a inxada dele. A minha tá muito cega.
Cícero Alvernaz, autor, 23-10-2019.
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