MEU PAI ERA UM HOMEM DE ORAÇÃO

Lembro do meu pai ainda novo, forte, no final da década de 60. A gente morava no Córrego da Boa Vista, em Manhuaçu, MG. Era uma vida muito sofrida e o meu pai era o nosso exemplo em tudo, um olhar dele era o suficiente, não precisava gritar nem bater na gente. Eu era o seu companheiro preferido nas viagens e no dia a dia e ele me contava alguns segredos que, provavelmente, só eu sabia. Ele tinha um costume: de vez em quando ele saía e demorava pra voltar. A gente não sabia de nada porque ele nada falava sobre o seu costume, sobre onde ele ia e o que ele fazia. Com o tempo, sem querer, acabamos descobrindo. Meu pai, que era um homem de Deus, se embrenhava no mato e descobrimos que ele tinha um local onde ficava orando às vezes durante horas. Meu pai era um homem de Deus, um homem de oração, como se diz entre os cristãos.
(11-03-2022)

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