O PASSARINHO, O MENINO E O PAI DO MENINO

Tem o caso do passarim na gaiola que o minino sortô. Foi de manhã, logo depois que se levantô o minino foi vê o passarim, fazia tempo que ele queria botá a mão nele. Aproveitô que o pai num tava perto, abriu a portinha da gaiola, infiô o braçin e ficô procurano o passarim. De repemte ele resorveu tirá a mão que já tava cansada e colocá a otra. Foi aí que o passarim iscapô, coisa rápida, arguns sugundo. O minino nem viu o passarim saí vuano, só viu a porta aberta sem o passarim. O que aconteceu dispois dá pra imaginá. Lá em Minas acontece muito isto. Eu nunca prendi passarinho, mas já soltei vários e, portanto, eu poderia ter sido esse menino. Mas eu soltava passarinho preso na arapuca, desarmava arapuca e por causa disso cheguei a apanhar algumas vezes. O pai do menino não bateu nele, o menino disse que queria tratar do passarinho e o pai o perdoou. No fim foi um final feliz para o passarinho, para o menino e também para o pai do menino.
Cícero Alvernaz (autor) 11-03-2021.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

POEMA DA LAVADEIRA

ZONA RURAL