DIÁLOGO IMAGINÁRIO

Onde ocê foi?
-Fui puraí.
Puraí não é resposta. Onde ocê foi?
-Dexeu discansá um poco!
Tá bão, discansa, depois cê fala.
-Tá bão.
(Pausa)
Agora dá pra falá? Onde ocê foi?
-Cê qué sabê mesmo? Acho mió num falá...
Tá cum segredinho é? Vamo, disinbuça!
-Já disse que fui puraí.
E purque demorô tanto?
-Purque fui longe, fui depois do rio.
Já sei, foi na casa dela, né!
-Cumé cocê sabe?
Eu te sigui.
-Mas ela num tava lá.
Tava sim, eu vi ocê cum ela. Só quiria sabê.
-Já disse que ela num tava, tava a irmã dela.
E o que cô cês fizero?
-Nada dimais. Só cunversamo.
Quando ocê fô de novo me chama. Eu quero cunhecê a irmã dela.
-Tá bão, mas a irmã dela é "sapatão".
Num tô gostano nada dessa cunversa. Sô cê tivé mintimo pra mim vô te dá uma surra. Cê saiu pior do que seu pai.
-Cê num é meu pai, é o meu padrasto.
Pai e padrasto é a mesma coisa.
-Mesma coisa é chupá laranja pensano que é mixirica.
-Ingraçadinho... Ocê ainda me paga.
03-03-2021.

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