MIRAGEM
Às vezes passo por lá
E no afã de matar a saudade fico olhando tudo.
Relembro coisas lindas que nos aconteceram,
Tento reconstruir nossos momentos,
Mas me perco na sombra do passado
Que cada vez vai ficando mais distante.
O mesmo cheiro ainda impregna o ar na tarde pesarosa,
Ele vem no vento que passa nas folhas e nas flores
Numa espécie de lembrança e sonho,
Saudade e resignação.
Às vezes passo por lá e vejo nosso lugar preferido,
Relembro nossos segredos mais escondidos,
Nossa vontade mais louca e pura,
Nosso desejo mais forte e profundo:
Coisas pequenas que ficaram indeléveis e marcaram,
E ainda brincam com o nosso sentimento...
Uma planta que você regava, o carinho que você demonstrava,
Seu jeito todo especial de fazer exatamente tudo o que eu mais gostava.
Às vezes passo por lá e chego a te ver com seu corpo pequeno
E seu grande coração.
Te vejo e tento relembrar o seu sorriso,
Tento perceber seu gesto, sua fala, seu jeito...
Mas você não está!
Foi só uma miragem, uma simples ilusão.
Depois então me afasto devagar e saio sem nada entender.
Às vezes passo por lá,
Te busco, te procuro,
Mas você simplesmente não está.
Cícero Alvernaz (Membro da Academia Guaçuana de Letras)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

POEMA DA LAVADEIRA

ZONA RURAL