FILHO PRÓDIGO
Saía para não mais voltar,
mas voltava para não mais sair.
Quando eu era criança
fazia muito isto:
ia até à próxima curva,
depois olhava pra trás,
pensava na mãe,
pensava na cabrita,
pensava nas galinhas
e voltava meio escondido,
todo desenxavido.
Mas eu era bem recebido
como um filho pródigo,
alguém que ama a casa
e ama os pais,
apesar dos desentendimentos.
Eu voltava melhor,
mais leve, mais comportado
e meu pai me olhava de lado
com o coração cheio de carinho.
Eu sabia que ele me amava,
pois seu olhar me falava.
Cícero Alvernaz (autor) 03-03-2016.

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