A AMIGA QUE VEIO DO CÉU
Ela veio de manhã e nos acordou com a sua presença festiva e singular.
Ouvimos o seu barulho, pressentimos a sua aproximação e ficamos felizes com a sua chegada que já era esperada com muita ansiedade. Que bom que ela veio! É bom sentir a sua presença e deixa-la nos envolver e nos lavar a alma e nos renovar.
Sentimos a sua falta durante a sua ausência temporária. Não pensávamos que ela fosse demorar tanto e contávamos os minutos para podermos finalmente revê-la. Quantos dias ficamos à sua espera olhando o céu e a distância que se perdia na curva da estrada. De repente ela veio de manhã e nos acordou. Bateu em nossa porta com insistência como a dizer: estou aqui, cheguei!
O sorriso veio no vento e nas folhas que se desprendiam e voavam. Um cheiro de terra e erva molhada invadiu o ar que ficou mais leve e mais puro. As flores sorriam e cantavam cheias de vida, plenas de felicidade. Ela veio... que bom que ela veio! Sua presença inundou o nosso mundo e fez a vida mais linda, mais doce e mais colorida.
Foi bom levantar de manhã e vê-la e senti-la abençoando o nosso dia com sua generosa presença, despertando as crianças, alegrando os passarinhos, refazendo nossos sonhos, arejando nossas mentes... Ela veio de mansinho com seu jeito risonho, extrovertido caindo e se divertindo como crianças. Todos a esperavam saudosos e sentiam falta de seu beijo molhado que nos lava e nos une.
Todos fizeram festa e cantaram jubilosos num coro uníssono e jovial. O céu (que a mandou) abriu um largo sorriso e bradou na sua linguagem peculiar e abençoou a terra com seu enorme regador. Depois, para completar a festa, abriu-se um arco-íris que coloriu ainda mais o céu, a terra, o mundo. Aquele arco com sete cores veio lembrar o pacto que Deus fez com Noé. (Gênesis 9, de 11 a 16). O arco do conserto que nos garante que o mundo não mais será destruído com água. A água é bênção, é vida. É um dos sinais da presença de Deus.
Ela veio. Primeiro bateu no telhado, depois bateu nas janelas, na porta e por fim se derramou sobre a terra dando vida ás plantas, ao homem e aos animais. A chuva veio de mansinho, veio com fartura e inundou os campos e encheu os rios. Que bom que ela veio! É bom sentir a sua presença e deixa-la nos envolver e nos lavar a alma e nos renovar.
Cícero Alvernaz (autor) 22-01-1999.
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