A RUA É PÚBLICA
O arquivista, o cambista,
o galo sem crista
dançam na mesma pista.
O palhaço, o ricaço, 
dão a mesma entrevista.
O mal amado, o desejado,
o paquerado e o largado
tem o mesmo ponto de vista.
O homem de preto,
o entregador de boleto,
o distribuidor de panfleto
passam na mesma rua.
O sindicalista, o motociclista,
o analista, o ativista,
e até a mulher nua
passam na mesma rua.
Aqui todos passam
e todos se encontram
e todos se esparramam
e todos se amam.
O anarquista, o ortopedista,
e até o engraxate
passam por aqui e escutam
quando o cachorro late.
A rua é pública
desde a Proclamação da República,
desde o Império com sua coroa,
desde que o sino ressoa,
desde a antiga cultura
e até da Ditadura.
Por isto todos passam por aqui
e se vão com sua postura.
Cícero Alvernaz (autor) 02-03-2016.
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