VELHAS E BOAS LEMBRANÇAS

Quando você nasceu eu morava na sua casa. Bem antes de você nascer eu já morava lá. É uma história meio longa, alegre e triste ao mesmo tempo. Foi no comecinho da década de 80, eu estava com muita dificuldade e acabei indo morar na sua casa a convite de seus pais. Tudo deu certo, ajeitei a minha vida e depois de um tempo voltei para a minha casa. Lembro de quando você nasceu, mas não lembro detalhes, lembro que te vi pequena, recém nascida, envolvida em panos e deitada em um bercinho sob os cuidados de sua mãe. Seu pai ficou "meio bobo" quando te viu, depois te deram este lindo nome, mas você passou a ser chamada carinhosamente de Fabi. Você cresceu muito depressa, te peguei no colo várias vezes e também ajudei a te levar no postinho para tomar alguma vacina. Não demorou muito tempo e eu voltei para minha cidade, não acompanhei o seu crescimento, pois você tinha apenas 4 meses quando eu fui embora. Fui muito amigo do seu pai, éramos como irmãos, havia uma admiração recíproca entre nós, infelizmente ele se foi para um lugar muito melhor e ficou um vazio, mas também ficaram boas lembranças. Aprendi muito com o seu pai, ele me admirava, era uma admiração mútua. Hoje tudo está diferente, mas ficaram as lembranças boas, as brincadeiras sadias e a amizade sincera acompanhada de muito respeito. A vida é assim: tem começo, meio e fim, tem alegria, amizade, mas também tem tristeza, tem dor e tem saudade.
Seu tio Cícero Alvernaz
(02-10-2020)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

POEMA DA LAVADEIRA

ZONA RURAL