QUANDO ME ASSUMI POETA

Quando me assumi poeta foi como se eu tirasse um peso das costas. Foi como se eu pagasse uma dívida antiga com um irmão ou com uma amiga. Foi como se eu tomasse um banho e me lavasse por dentro. Foi uma experiência nova, pois recebi a poesia, adotei a poesia que me seguia ou era seguida por mim. Sou assim desse jeito, dessa fibra e o meu corpo se equilibra e vai por aí. Um poeta anda na rua observando um animal ou uma formiga. Vejo as flores, mas não as toco, só vejo, cheiro e beijo de longe admirando o seu encanto, a sua cor, a sua beleza e o seu carinho. Me assumi poeta, pois entendi que tinha uma dívida comigo. Se nasci poeta e me desenvolvi ao som da poesia que encantava o meu dia, por que não assumir? Foi como um pai que resolve assumir um filho fora do casamento, mas foi mais profundo e até mais lindo. Enfim, eu e a poesia estamos muito bem. Se falo, ela sorri, se ela fala eu ouço compenetrado e sigo os seus passos feliz, contente e realizado.

Ju Rios, R




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